O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, sigla inglesa PISA, concluiu que as salas de aulas no Brasil são mais indisciplinadas, em média, que em outros países. Os dados são de 2009 e foram colhidos entre estudantes de 15 anos de idade de 66 países.
Segundo o resultado, os alunos mais disciplinados são do Japão, Cazaquistão, Xangai e Hong Kong. Entre 88% a 93% dos estudantes destes países responderam que "nunca ou quase nunca o professor tem que esperar que a classe se acalme para começar a aula". Na média mundial este percentual é de 72%. O Brasil registrou apenas 67%, isto é, as salas de aulas no Brasil são uma bagunça e o professor tem que esperar muito para iniciar a aula. Mas Argentina, Grécia e Finlândia estão entre os mais indisciplinados.
A indisciplina tolerada
Os tumultos comuns nas salas brasileiras tem efeito quase que direto sobre o rendimento do aprendizado, afirmam outros especialistas. É comum, no Brasil, que diretores tolerem atrasos na chegado dos alunos. Isto é o princípio da aceitação da indisciplina. Se as aulas começam as 7 da manhã, os portões não deveriam permanecer abertos até as 7:10 (em muitas escolas de ensino médio a tolerância chega a meia hora) sinalizando que as regras são frouxas. A corrupção começa por ai, neste simples detalhe. Os bons alunos que cumprem horários se decepcionam ao ver a escola prestigiando os desregrados. Pior é que muitos pais criticam escolas rigorosas nos horários.
Relacionamento positivo
A conduta dos alunos melhora quando eles são "levados a sério" por seus mestres. Esse relacionamento positivo influi nos resultados finais. Na proporção que os alunos se interessam mais em aprender cresce também o interesse do professor em dar uma ajuda extra ao educando, conforme mostram os números na Alemanha. Lá o número de alunos que afirmaram receber ajuda do seu professor aumentou de 59% em 2000 para 71% em 2009. No Brasil, claro, essa ajuda extra caiu de 88% em 2000 para 78% em 2009.
A bagunça democratizada
Nas salas brasileiras o professor faz um "combinado" com os alunos sobre as regras disciplinares. Segundo a balela pedagógica instalada nas escolas do país, são os alunos que discutem entre si e produzem as "normas" a serem seguidas, democraticamente. O resultado, todos sabemos: as salas brasileiras são as campeãs em bagunça e violência. O "diálogo" proposto pelos teóricos não funciona.
Título indesejado
Em 2013 o Brasil conquistou novo título em educação: o país com mais "alunos-problema" entre 33 países pesquisados, ao longo do ano. Os professores brasileiros relatam que 6 de cada 10 alunos são agressivos com seus colegas e com eles, roubam e chegam atrasados. Um professor perde o tempo de uma aula, por dia, para manter a disciplina, diz o estudo da OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. No ano escolar de 200 dias serão 160 horas de desperdício.
Com método fônico disciplina melhora
O que os professores mais se queixam é de falta de autonomia e autoridade retiradas com a implantação de invencionices pedagógicas.
Professoras do ensino básico testemunham que a indisciplina caiu 90% depois que a escola passou usar o método fônico de alfabetização.
- Os alunos evoluíram rapidamente porque comprendiam o que nós pedíamos. Antes a gente falava uma língua estranha e a atenção dispersava. Como aprendiam ler e escrever com facilidade tornaram-se exigentes com colegas indisciplinados.