Manuel Castells: da panfletagem contra o franquismo
aos movimentos das redes sociais
Preso, acabou deportado para Paris onde formou-se sociólogo. Numa entrevista para a Folha de São Paulo, Castells lembra que "a mensagem só é eficaz se o destinatário identificar o mensageiro e lhe der credibilidade".
Ele acredita que os movimentos nascidos na internet estão recriando a democracia. Ele cita, por exemplo, que um novo partido político nasceu na Itália - o Cinco Estrelas foi o mais votado nas eleições parlamentares. - fruto das ações nas redes sociais. Na Espanha as ações nas redes reuniu centenas de milhares de pessoas tal e qual nos Estados Unidos e Chile. além dos movimentos fartamente documentados nos países árabes.
Para ele não basta um manifesto no Facebook, mas também do nível de descontentamento da sociedade. Apesar de não ser suficiente, a internet é essencial para que esses movimentos existam.
Sobre o movimento dos jovens espanhóis desempregados, pelo Facebook, Castells acredita que houve mudança na cabeça das pessoas e que pelo menos 70% delas concordam com o movimento e isso é essencial para qualquer mudança num país.
Tão preocupante é a influência da internet que o governo comunista chinês criou uma "barreira tecnológica" para impor censura aos internautas descontentes com o sistema. Para Castells - ao contrário do que escreveu The Economist - a grande barreira é um tigre de papel. E explica: o controle é feito por robótica que utiliza palavras chaves como "Tianamen" como é tratado a Paz Celestial. Basta não usar essas palavras, dizem os hackers chineses.
Castells abandonou as estruturas marxistas, na década de 80, e se concentrou no papel das novas tecnologias e comunicação e seu impacto na sociedade.