Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
Em meio a discussão sobre aposentadoria, observa-se muita desinformação - proposital ou não - ignorância, manipulação e falta de raciocínio, por todos os lados. No Brasil a média de idade da aposentadoria foi de 58 anos, no ano passado, uma das menores do mundo. Levou-se em consideração as aposentadorias por idade, tempo de contribuição e invalidez. Considerando as aposentadorias por tempo de serviço a média cai para 54,7 anos e, por invalidez, 52,2 anos.
O que está proposto é aposentar o trabalhador que começa a trabalhar aos 20 anos de idade depois de 45 anos de contribuição, isto é, aos 65 anos tal e qual na maior parte dos países mais avançados segundo a OCDE - Organização para Cooperação ao Desenvolvimento Econômico. México, Coreia do Sul, Chile, Japão, Portugal, Islândia, Israel, Nova Zelândia, Suíça, Suécia, Estados Unidos estão entre 65/72 anos.
Aos 65 anos o homem está velho demais? Pelo menos na iniciativa privada, não. Entre 50 e 75 anos homens e mulheres estão no auge da sua vida profissional produtiva. Então, aposentar alguém aos 50/55 anos me parece um crime hediondo, exceto em casos de doença/invalidez.
O Banco Central da Alemanha está propondo elevar a idade mínima para aposentadoria para 69 anos "para manter o sistema sustentável", justifica. Os norte americanos estão revendo suas planilhas, também. Apesar de rigorosos, o sistema previdenciário americano vai explodir brevemente. Ao contrário do Brasil, lá não existe aposentadoria integral para funcionário público. Lá, os aposentados, servidores públicos e privados, recebem 44% do seu último salário numa fórmula que considera tempo de contribuição e salário e a média é 65 anos para se aposentar. Em 2018 serão US$ 500 bilhões (R$ 1,4 trilhão) para 44,5 milhões de pensionistas nos Estados Unidos.
No Brasil o déficit prevista para 2016 vai passar de 150 bilhões de reais. Entre os funcionários públicos a média de idade para aposentadoria é de 60,7 anos.
Entre tantas regras existem as "aposentadorias especiais", em muitos casos excrecências que devem ser banidas. Políticos deveriam seguir as mesmas regras mas, o que se vê, são aposentadorias com 4 ou 8 anos de atividade parlamentar, em alguns casos com inúmeros benefícios perenes pagos pelos cofres públicos.
O problema nem deveria ser a idade mínima da aposentadoria de um trabalhador, público ou privado, mas o valor desses benefícios.
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