O vírus se espalha e mata mais na Itália e menos na Alemanha. A imigração chinesa em Prato, ao norte da Itália e a discriminação da comunidade com mais de 300 mil no país. |
Exatamente 351 mil pessoas estão infectadas pelo corona vírus ao redor do mundo, neste momento e 22.165 morreram. Entre contaminados, recuperados e mortos, a China lidera o ranking com 81.285, seguido da Itália com 74.386, Estados Unidos com 69.219.
Um dos países que mais chama a atenção pela incidência é a Itália com mais de 57 mil casos ativos e mais de 7.500 mortos. Vários fatores são analisados para explicar quais motivos levaram o país carregar a liderança na lista de mortos por conta do virus corona, chamado Covid-19. Até ontem os americanos registraram mais de 1.324 mortos e 65 mil contaminados.
O Brasil tem 2.554 casos registrados com 59 mortos. No Estado de São Paulo são 862 casos e Rio de Janeiro, 370.
Imigração chinesa na Itália
Prato, cidade italiana da região de Toscana, com 200 mil habitantes tem, pelo menos, 25 mil chineses que chegaram à região – procedentes de Weinzhou – para ocupar as tecelagens falidas da região que era conhecida como centro têxtil do país.
Os imigrantes – a maioria sem documentos – abriram novas fábricas e comércios diversos na região. As tecelagens equiparam-se com tecnologia chinesa e passaram a produzir roupas no estilo Made In Italy, preferidos pelas mulheres chinesas. Os empregos para nativos caíram drasticamente e passaram a ser ocupados também por imigrantes africanos. A produção local de roupas inunda as cidades italianas, espanholas e alemãs. Prato é a maior concentração de imigrantes do país – cerca de 25% - contra uma média de 6% em todo país.
Os imigrantes – a maioria sem documentos – abriram novas fábricas e comércios diversos na região. As tecelagens equiparam-se com tecnologia chinesa e passaram a produzir roupas no estilo Made In Italy, preferidos pelas mulheres chinesas. Os empregos para nativos caíram drasticamente e passaram a ser ocupados também por imigrantes africanos. A produção local de roupas inunda as cidades italianas, espanholas e alemãs. Prato é a maior concentração de imigrantes do país – cerca de 25% - contra uma média de 6% em todo país.
Hoje a comunidade chinesa na Itália chega a 300 mil e passa dificuldades por conta da pandemia. Os casos de agressão e discriminação são grandes. Os jovens estudantes da comunidade sofrem intensa dificuldade. O comércio entre China e Itália atinge 40 bilhões de euros.
Italianos acusam, chineses se defendem
Apesar da Itália ter se tornado o país com maior número de infectados e mortos na pandemia, fora da China, a comunidade chinesa diz que nenhum Ítalo-Chinês teria sido infectado. As acusações associam ao fato de que o vírus que proliferou na China foi trazido para o norte da Itália - onde há grande concentração de chineses - durante as visitas que fizeram aos parentes no ano novo chinês, quando o país fica 30 dias em comemorações.
O corona surgiu entre setembro e dezembro na China e a explosão da contaminação ocorreu no começo do ano naquele país, exatamente durante as comemorações. Essa coincidência de fatos e datas são suficientes para muitos acreditarem que o vírus se espalhou rápido na Itália, principalmente no norte.
Elogios e críticas
O alemão Thorsten Benner é,diretor do Instituto de Política Pública Global em Berlim ao mesmo tempo que agradeceu as doações e ajuda, criticou a China afirmando “ser grande a culpa do governo chinês que a epidemia tenha sido capaz de se espalhar tanto.” A ditadura chinesa demorou semanas para alertar a comunidade mundial sobre a existência do corona e isso permitiu seu alastramento.
Elogios e críticas
O alemão Thorsten Benner é,diretor do Instituto de Política Pública Global em Berlim ao mesmo tempo que agradeceu as doações e ajuda, criticou a China afirmando “ser grande a culpa do governo chinês que a epidemia tenha sido capaz de se espalhar tanto.” A ditadura chinesa demorou semanas para alertar a comunidade mundial sobre a existência do corona e isso permitiu seu alastramento.
Os mortos na Itália
Até ontem a Itália contabilizava 7.503 mortos desde o início da pandemia do corona e nas últimas 24 horas houve queda nesse registro. São mais de 58 mil contaminados, ainda. Bergamo, Lombardia e Emilia-Romanha são as áreas mais afetadas. A Itália é um país com percentual de idosos grande mas os próprios italianos afirmam que o sistema de saúde do país é falho e o grande número de mortos decorre disso. Outro fator levantado é a maior concentração de pessoas, por m2.
Alemanha: letalidade menor
Opostamente a baixa qualidade e eficácia do sistema de saúde da Itália - onde o índice de letalidade chegou a 8,4%, - o número de mortos vítimas do vírus na Alemanha é um dos mais baixos do mundo: 0,4%.
As casas na Alemanha tem número baixo de ocupantes e seu sistema de saúde é um dos melhores da Europa. Foram registrados 22.700 casos de infecções e 86 mortes (dados do dia 22 de março). No mundo a média do índice de mortalidade é de 3,4%. Resta citar que a Alemanha é o país com o maior número de idosos da Europa, abaixo apenas da Itália: 25%.
Média de idade dos contaminados
Na Alemanha a média de idade é 47 anos e pouco mais de 18% tem acima de 60 anos. Na Espanha os idosos infectados são 48% e na Itália, 58%.
Hospitais
A qualidade do sistema de saúde alemão deve ser considerado com fato principal para o baixo número de vitimas fatais do corona. Existem 25 mil leitos de UTI disponíveis no país (algo em torno de 30 leitos para cada 100 mil habitantes) enquanto a França tem 7 mil, Inglaterra e Itália 5 mil. Os Estados Unidos lideram em número de leitos/100 mil habitantes: 34,5.