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sexta-feira, 3 de maio de 2013

A farsa dos Conselhos de Classe


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Hoje foi dia de Conselho da Classe nas escolas públicas. Geralmente uma farsa para empurrar o aluno para o ano seguinte, mesmo que ele não esteja "apto" como saber ler e escrever. Faltas são eliminadas e se esforça para "arrumar" as notas dos maus estudantes. Alunos que abandonaram os bancos escolares são "transferidos" pro Amapá, Acre, Rondônia... pra dizer que não houve evasão escolar. Isso é crime: chama-se corrupção, falsidade ideológica. Será que isso acontece?

Professor que participa desse processo nada honesto ou aceita a pressão da direção da escola pra maquiar resultados é tão corrupto quanto os mais conhecidos mensaleiros de plantão. Uma prática comum é não passar as notas e faltas para a tala com caneta, mas com lápis. Assim "pode-se apagar e arrumar", de acordo com as conveniências de cada diretor. 

Como provar isso? Simples, bem simples.
Faça um teste com os alunos "aprovados" pelos Conselhos.
Vai-se descobrir que os alunos que "avançaram" foram, na verdade, "empurrados" pelo esforço comum de conquistar bônus ou evitar passar dias justificando as deficiências pedagógicas. 

Qualquer cidadão pode denunciar na justiça essa prática criminosa e com a certeza de provar facilmente. Um pai de aluno, de uma escola pública de Marília, confidenciou que está colecionando os cadernos dos filhos com data, hora e fotografias para demonstrar que eles nem vão as aulas e a escola dá presença. E que não conseguem ler e escrever, mas tem "boas notas". Os que conseguem ler, mal sabem fazer uma continha. Uma farsa que virou rotina. Neste caso não só a educação do país entra no debate pela sua qualidade, mas a lisura daqueles que deveriam ensinar, mas facilitam. Vai dar manchete nacional. Aposto que vai.

"Coitadinho!", diz a coordenadora pedagógica lamentando porque uma professora deu "nota vermelha" ao péssimo aluno. "Ele é de família tão pobre", tenta justificar e comover a professora que usou a lógica para emitir a nota. E insiste para que a nota vermelha, por magica e não por competência, se transforme em azul. São cenas comuns onde o o espírito amadorístico domina o cenário da educação. A pedagogia aplicada é ter dó.

A bem da verdade nem todas as escolas participam dessa fraude.
Conheço escolas bem dirigidas, organizadas e seríssimas em Marília onde a prática comum é trabalho, esforço e muita ética.