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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Porque o governo de Dilma pede para o povo trocar carne por ovo?

Com inflação alta e país em recessão, Dilma pede para o povo trocar carne por ovo.

Depois de dois meses seguidos de quedas, o varejo registrou pequeno aumento de atividade em agosto: 1,1%, comprando-se com julho. Os supermercados e produtos alimentícios registraram queda de - 0,1%. Motivo: aumento de preços no segmento de alimentos decorrente da alta inflacionária que ajudaram a derrubar as vendas. Dai veio a sugestão de Dilma Roussef para o povo trocar a carne por ovo.

Material de construção, veículos e peças tiveram queda de - 2,5% em agosto comprado com julho. Os dados são do IBGE. Entre os setores que registraram aumento estão equipamentos e material para escritório, comunicação e informática com crescimento de 7,5%.

Sem ajuste e comprando-se com agosto do ano passado, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 6,8% em agosto deste ano.

A péssima condução da política econômica gera instabilidade e derruba investimentos, o que significa, desemprego. Dilma adotou o discurso de culpar a crise internacional para justificar o baixo desempenho da economia brasileira.

A presidente mente, diz uma nota assinada por 164 economistas e professores brasileiros e estrangeiros. Não há, no momento, uma crise internacional generalizada e alguns países latino-americanos estão em crescimento enquanto o Brasil entra em recessão. A Colômbia cresça 4,8% deve crescer em 2014, com inflação de 2,8%. A economia peruana deve crescer 3,6%, com inflação de 3,2%. O México deve crescer 2,4%, com inflação de 3,9%. No Brasil, teremos crescimento próximo de zero com a inflação próxima de 6,5%.

A nota dos 164 economistas diz que "entre as 38 economias com estatísticas de crescimento do PIB disponíveis no síte da OCDE, apenas Brasil, Argentina, Islândia e Itália encontram-se em recessão. Como todos os países fazem parte da mesma economia global, não pode haver crise internacional generalizada apenas para alguns. É emblemático que, dentre os países da América do Sul, apenas Argentina e Venezuela devem crescer menos que o Brasil em 2014" - diz a nota.

"Ao usar de sua propaganda eleitoral e exposição na mídia para colocar a culpa pelo fraco desempenho econômico recente na conjuntura internacional, se eximindo da sua responsabilidade por escolhas equivocadas de políticas econômicas, o atual governo recorre a argumentos falaciosos", conclui o manifesto.

Portanto, Dilma mente. Descaradamente!
Para uma economia capenga resta pedir para o povo trocar carne por ovo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

As bobagens que a Dilma fala

Dilma e a Polícia Federal
 
O ESTADO DE SÃO PAULO - 13 DE OUTUBRO DE 2014

Para tentar impedir que o escândalo do mensalão e as denúncias de corrupção contra o governo respinguem sobre sua campanha pela reeleição, a presidente Dilma Rousseff vem alegando que concedeu à Polícia Federal (PF) total liberdade para investigar as denúncias de corrupção na Petrobrás, inclusive orientando-a a instaurar inquéritos criminais e a adotar medidas para acabar com o uso de caixa 2 pelos partidos políticos e esquemas de lavagem de dinheiro para financiar campanhas eleitorais.

O argumento foi usado por ela em um dos últimos debates entre os presidenciáveis. "Eu dei autonomia à PF para prender o senhor Paulo Roberto e os doleiros todos", afirmou na ocasião. O mesmo argumento também foi repetido nos programas do PT durante o horário eleitoral, que deram a entender ter sido Dilma a primeira inquilina do Palácio do Planalto a ter colocado a PF a serviço do combate à corrupção e dos ilícitos cometidos em empresas estatais.

A propaganda do PT é enganosa e a fala de Dilma carece de consistência técnico-jurídica, deixando claro o quanto ela desconhece a Constituição que há quatro anos jurou cumprir. Em palestra para cerca de 200 estudantes e professores de direito de uma universidade de Brasília, quando discorreu por mais de uma hora sobre reforma política, financiamento de campanha eleitoral, compra de votos, corrupção e fortalecimento do regime democrático, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa enfatizou esse ponto.

"Não é a presidente da República que manda prender. Ela tem, no máximo, poderes para não interferir na atuação do órgão", disse Joaquim Barbosa, confessando-se "surpreso" com o desconhecimento generalizado de direito constitucional por parte dos políticos - inclusive Dilma.

Essa foi uma crítica sutil às afirmações não só da presidente da República, mas também a recentes declarações do vice-presidente, Michel Temer, e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Eles haviam protestado contra a vistoria, por agentes da PF, de um avião da campanha do senador Edison Lobão Filho, candidato ao governo do Maranhão e filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, acusando a corporação de ter sido "instrumentalizada para atingir candidaturas legitimamente constituídas".

Na ocasião, Dilma - que hoje elogia as ações da PF - criticou a corporação. "Qualquer órgão integrado por pessoas pode cometer um erro. Mas autonomia não significa autonomia para cometer coisas incorretas. Uma das coisas que a gente tem que garantir, principalmente em processos eleitorais, é que órgãos governamentais não sejam usados em proveito de um ou outro candidato", afirmou Dilma, com sua maneira tortuosa de se expressar, e de certo modo endossando a tese de que a ação de busca e apreensão executada pela PF teria tido o objetivo de "constranger" e "intimidar" políticos peemedebistas maranhenses.

Na realidade, como afirma o ex-ministro Joaquim Barbosa, a Polícia Federal é um órgão de Estado e não precisa de qualquer autorização presidencial para exercer suas atribuições funcionais. Pela Constituição, ela tem competência para promover investigações independentes, mesmo quando os investigados sejam políticos da base do governo ou mesmo integrantes da administração direta e indireta. Em outras palavras, a autonomia da Polícia Federal não é administrativa nem financeira. É uma autonomia funcional. E se seus delegados e agentes deixarem de agir, em casos de denúncias de algum ilícito, incorrem em crime de responsabilidade.

Por isso, quando a presidente da República alegou no debate entre os presidenciáveis que estimulou a PF a investigar as denúncias de corrupção na Petrobrás, "o que não acontecia nos governos anteriores", ela contrariou a verdade. Seu comitê eleitoral ainda tentou refutar as críticas de Barbosa, distribuindo uma nota em que alega que as palavras de Dilma acerca dos "atos de atuação legal da PF" estariam sofrendo "interpretações maliciosas e inverídicas". Maliciosa é, mais uma vez, a insistência da assessoria de Dilma em desmentir as bobagens que ela fala.