Para o Vaticano, padres romanos levam vida 'feliz e coerente' com a Igreja
Assimina Vlahou
De Roma para a BBC Brasil
O Vaticano acusou uma revista italiana de provocar um escândalo e desacreditar a Igreja Católica ao publicar nesta sexta-feira uma reportagem sobre sacerdotes homossexuais. Destaque na capa do semanário Panorama, de tendência conservadora, o artigo intitulado "As Noites Selvagens dos Padres Gays" diz que padres da capital italiana teriam uma vida dupla ao rezar missas pela manhã e frequentar festas e ambientes homossexuais à noite.
Durante 20 dias um repórter, cujo nome não foi publicado pela revista, percorreu bares e discotecas romanos frequentados por homossexuais. Com uma câmera escondida, ele documentou o comportamento dos supostos sacerdotes, inclusive durante relações sexuais.
Algumas das fotos foram publicadas para ilustrar o artigo, que traz declarações de sacerdotes e seminaristas cuja identidade foi mantida em sigilo. Segundo o artigo, um dos pontos de encontro dos padres homossexuais da capital seria a discoteca Gay Village, onde um seminarista teria declarado ao repórter que "a Igreja pesca os próprios filhos no ambiente homossexual".
'Dor e surpresa'
"A finalidade do artigo é evidente: criar escândalo, difamar todos os sacerdotes com base na declaração de um dos entrevistados, segundo a qual 98% dos sacerdotes que ele conhece são homossexuais, e desacreditar a Igreja", diz uma nota divulgada pelo Vigariado de Roma sobre a reportagem. "Os fatos contados provocaram dor e surpresa na comunidade eclesiástica de Roma, que conhece bem seus sacerdotes. Eles conduzem uma vida feliz e coerente com a vocação de testemunhar o Evangelho e o modelo de moral para todos.”
O diretor da revista, Giorgio Mulè, se defendeu das criticas do Vaticano, dizendo que a reportagem é bem documentada. Ele declarou ao jornal Il Giornale que pode fornecer nome completo e endereço dos padres que foram filmados durante atos sexuais.
Estrangeiros
Na nota do Vigariado, o Vaticano defende os cerca de 1,3 mil sacerdotes de Roma da acusação de vida dupla. Segundo as autoridades eclesiásticas, eles se dedicariam a testemunhar o Evangelho. Por outro lado, o Vaticano lança dúvida sobre a comunidade de padres estrangeiros que vivem na capital italiana, para onde vêm sobretudo para estudar em Universidades Católicas.
"Em Roma vivem muitas centenas de padres provenientes de todo o mundo para estudar, mas que não são do clero romano nem estão empenhados na pastoral", afirma a nota.Recentemente, o Vaticano anunciou que iria fazer uma inspeção junto aos sacerdotes estrangeiros da capital, sem oferecer mais explicações sobre o motivo de tal verificação.
A carta do Vigariado pede que os padres homossexuais assumam seu comportamento e deixem o sacerdócio, ao mesmo tempo em que promete maior vigor no controle do clero."Ninguém os obriga a permanecer padres, desfrutando apenas dos benefícios. Deveriam ser coerentes e se expor. Não queremos seu mal, mas não podemos aceitar que por causa do comportamento deles a honra de todos os outros seja lesada."
Assimina Vlahou
De Roma para a BBC Brasil
O Vaticano acusou uma revista italiana de provocar um escândalo e desacreditar a Igreja Católica ao publicar nesta sexta-feira uma reportagem sobre sacerdotes homossexuais. Destaque na capa do semanário Panorama, de tendência conservadora, o artigo intitulado "As Noites Selvagens dos Padres Gays" diz que padres da capital italiana teriam uma vida dupla ao rezar missas pela manhã e frequentar festas e ambientes homossexuais à noite.
Durante 20 dias um repórter, cujo nome não foi publicado pela revista, percorreu bares e discotecas romanos frequentados por homossexuais. Com uma câmera escondida, ele documentou o comportamento dos supostos sacerdotes, inclusive durante relações sexuais.
Algumas das fotos foram publicadas para ilustrar o artigo, que traz declarações de sacerdotes e seminaristas cuja identidade foi mantida em sigilo. Segundo o artigo, um dos pontos de encontro dos padres homossexuais da capital seria a discoteca Gay Village, onde um seminarista teria declarado ao repórter que "a Igreja pesca os próprios filhos no ambiente homossexual".
'Dor e surpresa'
"A finalidade do artigo é evidente: criar escândalo, difamar todos os sacerdotes com base na declaração de um dos entrevistados, segundo a qual 98% dos sacerdotes que ele conhece são homossexuais, e desacreditar a Igreja", diz uma nota divulgada pelo Vigariado de Roma sobre a reportagem. "Os fatos contados provocaram dor e surpresa na comunidade eclesiástica de Roma, que conhece bem seus sacerdotes. Eles conduzem uma vida feliz e coerente com a vocação de testemunhar o Evangelho e o modelo de moral para todos.”
O diretor da revista, Giorgio Mulè, se defendeu das criticas do Vaticano, dizendo que a reportagem é bem documentada. Ele declarou ao jornal Il Giornale que pode fornecer nome completo e endereço dos padres que foram filmados durante atos sexuais.
Estrangeiros
Na nota do Vigariado, o Vaticano defende os cerca de 1,3 mil sacerdotes de Roma da acusação de vida dupla. Segundo as autoridades eclesiásticas, eles se dedicariam a testemunhar o Evangelho. Por outro lado, o Vaticano lança dúvida sobre a comunidade de padres estrangeiros que vivem na capital italiana, para onde vêm sobretudo para estudar em Universidades Católicas.
"Em Roma vivem muitas centenas de padres provenientes de todo o mundo para estudar, mas que não são do clero romano nem estão empenhados na pastoral", afirma a nota.Recentemente, o Vaticano anunciou que iria fazer uma inspeção junto aos sacerdotes estrangeiros da capital, sem oferecer mais explicações sobre o motivo de tal verificação.
A carta do Vigariado pede que os padres homossexuais assumam seu comportamento e deixem o sacerdócio, ao mesmo tempo em que promete maior vigor no controle do clero."Ninguém os obriga a permanecer padres, desfrutando apenas dos benefícios. Deveriam ser coerentes e se expor. Não queremos seu mal, mas não podemos aceitar que por causa do comportamento deles a honra de todos os outros seja lesada."