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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Como se vingar das irritantes vendedoras telemarketing

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Você não se irrita com as inoportunas ligações das vendedoras de telemarketing?
Eu encontrei uma maneira de me vingar. E isso tem me divertido muito.

VENDENDO JORNAL

Ontem, por exemplo, um mala com voz de locutor de FM - operador de telemarketing é locutor frustrado - nem esperou meu alô à sua chamada e disparou:

- Sr. Edson, a Folha está com nova programação visual, tornou um jornal lindo sem contar que tem a melhor qualidade editorial. Preenchendo um cadastro novo (assinei a Folha durante 20 anos e o Estadão uns 30) nós lhe enviaremos 15 dias de jornal grátis e caso o senhor não se manifestar entre o 10 e o 15º dia do início da entrega, nós consideraremos como assinante. O cara pediu meus dados, preencheu o pedido. Eu só respondia ao que ele perguntava. Depois de tudo pronto ele arrematou:

- O senhor gostaria de ver nosso jornal?
- Não, não gostaria de ver seu jornal - disse, pesaroso.
- Como assim, são 15 dias grátis e mesmo assim o senhor não quer ver?
- Não! - resumi.
- Não porque senhor? - insistiu o mala.
- Porque sou cego - falei de mansinho e resignado, mas querendo gargalhar.
- Hããã, bom, quer dizer, éééé, desculpe senhor - se atrapalhou ele, sem saber o que dizer mais.

- A Folha já publica em braile? perguntei, provocando.
- Não senhor - respondeu e agradeceu com o tradicional "a Folha agradece, me desculpe e tenha um bom dia senhor."

Minha mulher, explodiu em gargalhadas.
Ela rio tanto quanto outra vingança que pratiquei numa manhã de sábado. O dia estava maravilhoso até que uma telemarketing me ligou.

A moça desconfiou que algo diferente estava acontecendo porque, entre um alô e uma resposta, eu suspirava ofegante e ritimado e, vez ou outra, pedia um momento. E sussurrava palavras melosas e apaixonadas. Até ela me perguntar, curiosa:

- O senhor está passando bem?
- Sim, estou. O problema é que o ar condicionado desse motel está quebrado - respondi, sugerindo a ela que eu estava muito ocupado.
- Senhor, desculpe, deveria ter me avisado que estava ocupado e não podia me atender - reclamou ela.
- Imagina que eu ia perder essa sua promoção! - exclamei, rindo, gargalhando e me vingando.

Faça isso você também.


A Vingança

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A Vingança

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Certamente você já se irritou alguma vez com telefonemas de telemarketing que te pegam sempre em horários inoportunos. Aliás, ligações desse tipo importunam em qualquer hora. Quando menos se espera a sua reunião é interrompida por um vendedor de cartões de crédito ou uma doce voz feminina tentando te chantagear para conseguir sua doação para alguma entidade beneficente - geralmente golpe do tipo LBV que pagava gente famosa pra visitar suas creches e testemunhar que a obra era verdadeira - e, diante da sua negativa, elas gemiam frases do tipo "o senhor terá coragem de deixar essas criancinhas passarem necessidades?"

Muitos se irritam e perdem a compostura descarregando na vendedora um caminhão de melancias. 

Se quer saber como evitar esse tipo de chateação, basta entrar em contato com o Procon - www.procon.sp.gov.br/BloqueioTelef/ - e preencher um pequeno cadastro colocando os números de telefones que não aceitara receber ligações desse tipo. Isso é lei. Pronto, problema resolvido. 

Mas, sinceramente, pessoalmente eu desaconselho essa solução. E não é porque eu gosto de ser chateado pelos inoportunos vendedores ao telefone. Mas porque eu aprendi a lidar com eles. Pra ser bem honesto, eu me divirto com eles. Verdadeiramente eu não saberia mais viver sem eles. E vou explicar porque.

Outro dia uma telemarketing que se identificou como Selma Solange, de uma empresa de telefonia, ligou para o meu celular.

- Senhor Edson?- Quem é? - perguntei.
- Eu sou Selma Solange e tenho uma proposta de novas linhas de telefone, sem assinatura e com bonus para consumir em ligações interurbanas. Posso falar com o Sr. Edson?- Lamento, mas o Sr. Edson não poderá te atender - respondi eu mesmo.
- Quem está falando?
- Meu nome é João e sou amigo do Sr. Edson.
- E porque ele não pode me atender? - perguntou ela, irritada.
Com voz de tristeza, quase chorando e falando baixinho, avisei:

- Senhora Selma, desculpe-me. O Sr. Edson não poderá mais te atender porque ele morreu. Eu estou no velório dele, todos os amigos estão aqui - disse, dramatizando. Ela levou um choque e se lamentou, desculpando-se. Mas, como vingança, comecei a chorar e contei:

- Olha Selma, eu estou à frente do caixão dele. Fiquei com o telefone pra comunicar os amigos que ligarem. Vou te contar: ele era um santo homem. Corajoso, bom, um bom pai e marido exemplar. Ela, desconcertada, quis cair fora da ligação. Mas comecei a contar "causos" do Sr. Edson. E arrastei a conversa por um bom tempo como minha vingança pessoal.

- Selma, pensa num homem bom. Era ele em pessoa. Hoje, coitado, está aqui, mortinho. Esticado. Uma vez ele brigou o o Paulo Maluf, xingou o ex secretário da Segurança Pública e chamou um prefeito de panaca. Na época da revolução ele transmitia as assembleias de professores grevistas em Tupã e foi proibido pelos militares de dar notícias da greve. E, no final, ainda perguntei pra Selma:

- Quer falar com a viúva? Ela está chorando aqui do lado. Você pode passar os planos pra ela. Quer? 
Selma desculpou-se, mandou seus pêsames pra família e disse que a "Telefônica agradece sua atenção". 
Quando eu já estava quase explodindo de gargalhar e sentido-me vingado, a desgraçada ainda conseguiu me tirar do sério.

- Sr. João, o Sr. Edson morreu do que?
- De infarto, irritado com as ligações de telemarketing, sua anta!

Nunca mais a Selma me ligou de novo.