Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
José Renato Nalini, Secretário da Educação do Estado de São Paulo que assumiu no lugar do unespiano construtivista Herman Voorwald, tem como menina dos seus olhos um projeto que está longe de fechar escolas - como seu antecessor desejava - mas igualmente muito distante do principal problema da rede pública que é a alfabetização: Nalini quer criar grêmios estudantis em toda rede.
O estado mais rico da federação que não consegue, sequer, alfabetizar suas crianças, (por conta de métodos, metodologias e invencionices pedagógicas cheias de teorias mofadas e nenhum resultado) agora está mais preocupado em implantar "grêmios estudantis", segundo nota da própria secretaria. Nalini tem esse projeto como menina dos seus olhos e está infernizando a rede para que todas as escolas instituam seus grêmios "para dar voz ativa em decisões do ambiente escolar, inclusive com apresentação de pauta de reivindicações às diretorias", segundo ele. Das mais de cinco mil escolas paulistas, 3,5 mil já tem seus representantes eleitos.
Este súbito interesse surgiu depois que Alckmin "ouviu" as reivindicações nascidas das manifestações dos estudantes que invadiram as próprias escolas... para exigir melhoria na educação, um pleito antigo mas nunca ouvido.
Criar grêmios é mais simpático que fechar escolas. Mas não resolve nada. O problema da educação nacional começa no primeiro ano do ensino básico: o atual método de alfabetização... não alfabetiza. As avaliações produzidas pelo próprio governo demonstram isso. A neurociência também.
Mas parece que Nalini ignora tudo isso.
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