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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Cunha vai para a prisão hoje

Para João Paulo Cunha, do PT, Barbosa estava no cargo "porque era compromisso nosso, 
do PT e do Lula, de reparar um pedaço da injustiça histórica com os negros" 
e não pelos seus méritos.

O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa expediu mandato de prisão contra o deputado federal João Paulo Cunha, do PT de São Paulo. Cunha foi condenado a seis anos e quatro meses por peculato e corrupção passiva e 3 anos por lavagem de dinheiro, totalizando nove anos de quatro meses de prisão.

Nas duas primeiras acusações Barbosa determinou o trânsito em julgado e o recolhimento do réu que poderá cumprir a pensa em semiaberto - pode trabalhar durante o dia e dormir na cela à noite - direito que ele perderá se o STF não aceitar o embarga infringente interposto pelo réu. Neste caso ficaria na prisão permanentemente.

Durante as férias de Barbosa assumiram Lewandowski e Carmem Lúcia como  substitutos. Estes recusaram-se assinar a prisão de João Paulo alegando que não cabia a eles essa ação. Para os analistas os magistrados que substituíram Barbosa poderiam e deveriam expedir o mandato de prisão já eles só poderiam se manifestar sobre novos pedidos, o que não era o caso de Cunha. Sem argumentos a defesa de Cunha alegou situação desumana com o réu o retardamento da expedição de prisão.

Em discurso violento contra o Supremo Tribunal Federal, João Paulo chegou a dizer que o Ministro Joaquim Barbosa chegou ao STF "porque era compromisso nosso, do PT e do Lula, de reparar um pedaço da injustiça histórica com os negros."

Para o PT Joaquim Barbosa alcançou o mais importante cargo na mais importante corte de justiça do país, não por seus méritos, mas porque é negro. Porque era compromisso do partido. E porque o PT precisava alguém assim para fazer parte do seu show político.

O tom de lamentação retratou a decepção dos petistas que esperavam, certamente, um ministro negro indicado por Lula, dócil e serviçal e pronto para retribuir a gentileza. E o que se viu foi apenas um homem convicto das suas obrigações, sério, justo e independente atuando com maestria e técnica para condenar corruptos.

Para os revoltados do PT, Joaquim Barbosa pode ser um negro traidor. Para o povo brasileiro, um herói.