Uso de tecnologia mas preocupados com a qualidade da aprendizagem
Na Finlândia, ao contrário do Brasil, professor dá aula em uma só escola, seu salário gira em torno de R$ 7.800,00 por mês e a profissão é valorizada. É comum o mesmo professor acompanhar durante 6 anos a mesma turma de alunos. As classes dos anos iniciais tem menos de 20 alunos e menos de 25 nas demais séries. No Brasil entre 35 e 40 por sala.
Quando escrevemos essa matéria a Finlândia mantinha um padrão de ensino mais tradicional e foi com essas ferramentas que seus alunos chegaram no ano 2000 ao 1º lugar no PISA, um programa que a cada três anos avalia alunos do ensino médio (em torno de 15 anos de idade) em todo mundo. A avaliação compreende matemática, ciências e línguas.
As diferenças são enormes entre os finlandeses - primeiro no ranking mundial em qualidade de educação - e o nosso país, rabeira nessa mesma pesquisa. No ensino fundamental a carga horário, nos anos iniciais, não passa de 3 a 4 horas por dia. Esses alunos são avaliados por cada professor, de início. E cabe a ele remodelar ou não o currículo escolar, incluindo ou não cursos conforme a necessidade local. As aulas de Artes foram incluídas recentemente no programa nacional para incentivar a criatividade das crianças. Há disciplina e a tecnologia é usada em todas as séries. Aqui apenas 2% usam esses recursos tecnológicos.
Duas coisas são marcantes nos resultados conquistados na educação na Finlândia: (1) ambiente propício para a aprendizagem tendo o professor como a figura central desse processo (2) e a descentralização administrativa. Cada escola pode incluir novos cursos dentro do esqueleto central.
No Brasil a retalhada teoria construtivista de Piaget considera o professor apenas o "mediador da construção do conhecimento" e todo programa é imposto. Seu cumprimento é obrigatório, sem chances de alterações. Apenas 10% dos pretendentes ao cargo conseguem fazer o curso e, sem mestrado, ninguém dá aula no país.
No Brasil, vergonhosamente, faltam professores, carreira desprestigiada diante de baixos salários e péssimas condições de trabalho, incluindo a violência praticada contra eles. Somente no Estado de São Paulo, mais de 40% foram agredidos durante as aulas. Os alunos são disciplinados e a ocorrência de violência contra os professores na Finlândia é desprezível.