sábado, 24 de dezembro de 2016

Jesus não era bonito


Imagem de como seria Jesus baseado em pesquisas de cientistas forenses: um judeu comum

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

A publicação divulgada por um grupo de cientistas forenses em 2001 e que mostrou como seria realmente a imagem de Jesus, causou muitas críticas entre os cristãos que se acostumaram a concepção de um Cristo caucasiano, olhos verdes e cabelos longos e lisos. Relatos bíblicos de Isaias, entretanto, profetizavam que Jesus "não tinha beleza nem formosura e olhando nos para ele, nenhuma beleza víamos para que o desejássemos... (Is.53.2b). Exceto nessa passagem, não há na bíblia referência maior sobre sua aparência.

Essa ausência permitiu aos pintores renascentistas criarem a imagem de Cristo conforme sua concepção de beleza, no caso, retratado como um caucasiano. No cinema, Jesus só foi interpretado por atores altos, brancos e de cabelos lisos. Mas Jim Caviezel, que estrelou Jesus no filme de Mel Gibson, teve seus olhos azuis alterados por lentes castanhas.

A nova concepção científica mostra Jesus como um judeu de pele escura, como qualquer outro homem da região, de aparência comum, baixo (entre 1:55m a 1:65m), cabelos duros e curtos e rosto marcado. O pesquisador britânico Richard Neave, especialista em ciência forense, usou três crânios do século 1 para compor a imagem aproximada do rosto de Jesus. O processo foi elaborado por softwares 3D de modelagem.

Mosaico do século 5 encontrado no Mausoléu Gala de Placídia,em Ravena, Itália: Jesus sem barba

Em 1 Coríntios 11:14 o apóstolo Paulo questiona: "Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelo crescido?" Acredita-se, então, que Paulo não falaria em desonra de homens com cabelos longos se Cristo os tivesse também. Já no século 3 Jesus era representado em pinturas sem barba e com cabelos curtos. Dois séculos após ele já aparecia de barba e cabelos longos, como os imperadores bizantinos e, na Itália, parecido com os nobres brancos, cabelos dourados e olhos claros.

O mesmo Isaias profetizou qual seria a aparência do filho de Deus antes da sua crucificação, após os açoites: "...sua aparência estava tão desfigurada, que ele se tornou irreconhecível como homem; não parecia um ser humano" (Isaías 52:14).

"The Passion of The Christ", filme de Mel Gibson, retrata fielmente os últimos momentos de Jesus e as pesquisas são puramente o evangelho. O filme mostra como realmente foi violenta a agressão que sofreu antes da crucificação. Portanto, próximos dos relatos bíblicos.

Em Mateus 26:67 e 27:30 (Então cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, outros o esbofeteavam / E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana e batiam-lhe com ela na cabeça) indicam que Cristo foi severamente machucado: "Sua aparência era tão terrível que as pessoas olhavam para Ele com espanto." Por retratar a realidade bíblica, o filme de Gibson foi recusado pelas grandes produtores americanas e, mesmo pronto, bancado pelo ator, as maiores distribuidoras não aceitaram o serviço. O filme foi considerado antissemita.

The Passion of The Christ", fontes bíblicas retrataram a realidade do sofrimento de Jesus