Fim de ano é um festival de vestibular.
E os anúncios de faculdades pipocam pra todo lado. Mas, uma coisa chama a atenção com tantos anúncios: os nomes das faculdades.
Dificilmente você consegue decifrar, isso mesmo, decifrar as siglas que cada faculdade se auto denomina: Fia, Fiap, Fafit, Fafip, Faif, Facat, Fae, Famema, Unifeu, Unifap, uni-isso, uni-aquilo. Ao contrário do que se ensina em comunicação, essas faculdades criam dificuldades de compreensão. Somente depois de alguns segundos na televisão - segundos caríssimos - é que você identifica do que estão falando. As vezes nem descobre. E porque isso acontece?
Simples! Alguns nomes de universidades, por serem longos, viraram siglas como Unesp (Universidade do Estado de São Paulo) ou USP (Universidade São Paulo). No primeiro caso, as seis palavras com trinta letras se transformaram em apenas três sonoras sílabas. Fonéticamente, perfeito e a aplicação impressa é otimizada. Ídem USP, Unimar ou Univem. Porém a simplificação da Faculdade João Paulo para Fajopa é uma agressão. O nome original João Paulo tem pompa e impacta muito mais que o seu acrônimo.
Quem disse que uma faculdade tem que ter siglas ou acrônimos? (Sigla é a representação de nome por meio de suas iniciais, exemplo: INSS. Os acrônimos são palavras formadas pelas primeiras letras ou de sílabas de outras palavras, exemplo: Bradesco).
O importante é simplificar a comunicação com nomes curtos e boa fonética. Mas nem sempre é possível siglar e o resultado pode ser o catastrófico Fajopa.
Existem alguns processos que facilitam a comunicação e você nem percebe. A Petrobras, apesar de três sílabas, tem nove letras. Esse nome, colocado numa placa de posto de gasolina, fica extenso demais. Foi então que uma agência começou a aplicar, na palavra Petrobras, uma faixa verde e amarela sobre o "be e o erre". Depois de alguns anos tiraram o "petro" e o "as" e assim nasceram os postos BR. De vez em quanto, para se manter a associação, uma campanha aplica o nome completo com a faixa sobre o "be e o erre". Simples, não?
Quando a estatal brasileira começou a ganhar mercado internacional, estudou-se a possibilidade de alterar seu nome para Petrobrax - o óleo Lubrax já era muito conhecido lá fora - uma vez que "bras" não tem impacto na maioria das linguas. A alteração fortaleceria a marca, mas o nosso congresso achou muito caro tanto dinheiro para trocar só uma letra. Alem de tudo, incompetentes!
Bem, a gente estava falando do que? Fafia, Fafep, faculdade o que mesmo?