domingo, 31 de maio de 2015

A "evolução" do ensino de matemática no Brasil


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza  

Recolhi um e-mail, entre dezenas que leio diariamente, contando uma pequena história narrada por uma professora de matemática. Força de expressão ou não, os fatos são críveis e honestos sobre a "evolução" da educação no Brasil. Diz ela:

"Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer. Tentei explicar que ela tinha que me dar R$ 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.

Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. Por que estou contando isso? Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática, desde 1950, que foi assim:

1. Ensino de matemática em 1950  

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda.
Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970
 

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00.
Qual é o lucro?


3. Ensino de matemática em 1980

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990
 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro

(  )R$ 20,00
(  )R$ 40,00
(  )R$ 60,00
(  )R$ 80,00
(  )R$ 100,00


5. Ensino de matemática em 2000
 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
O lucro é de R$ 20,00.
Está certo? 

(  )SIM (  ) NÃO


7. Ensino de matemática em 2010

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00
O custo de produção é R$ 80,00
Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00
 

(Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social, não precisa responder pois é proibido reprová-los).
 

(  )R$ 20,00 (  )R$ 40,00 (  )R$ 60,00 (  )R$ 80,00 (  )R$ 100,00 


No final do texto vem uma observação sobre a moderna pedagogia disciplinar aplicada nas salas de aulas do país. "Caso um moleque resolver pichar a sala de aula e a professora fizer com que ele pinte a sala novamente, os pais ficarão enfurecidos e a professora será acusada de provocar traumas na criança". Outro conselho é para que "nunca levante a voz para um aluno porque isso representa voltar ao passado repressor. Ou, não faça isso porque o aprendiz meliante pode estar armado".

O e-mail é finalizado com um pedido: "Passe adiante! Precisamos mudar já ou corremos o sério risco de largarmos o mundo para um bando de analfabetos, egocêntricos, alienados e sem a menor noção de vida em sociedade e respeito a qualquer regra que seja!"

terça-feira, 26 de maio de 2015

Transporte público: socialismo x capitalismo

 
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Está é a realidade de Cuba e do capitalismo "selvagem" na Europa e Japão. Sessenta anos depois, a revolução de Fidel deixou o povo sem o mínimo necessário. Sem liberdade para se expressar, o povo resignado espera a revolução  resolver os problemas criados por ela mesma. As fotos e vídeos mostram a realidade do socialismo e do capitalismo.
Sistema de transporte público socialista cubano
Capitalistmo: o trem bala japonês
Sistema cubano de transporte
Este ônibus cubano é chamado de camêlo. Isto é o máximo que a revolução comunista cubana oferece ao povo da ilha. Os veículos adaptados datam de 1950






Sistemas de transporte público em países capitalistas na Europa

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Brasil cai para 60º em educação

Asiáticos lideram os 76 países que formam a relação da OCDE

Florência Costa

Países da Ásia estão no topo de um ranking global de educação em matemática e ciências divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com Cingapura em primeiro, Hong Kong (região administrativa da China) em segundo, Coreia do Sul em terceiro, e Japão e Taiwan empatados em quarto lugar. Em um dos mais completos rankings mundiais de qualidade de educação, a OCDE mostra a relação entre educação e crescimento econômico.

A organização analisou 76 países ricos e pobres. Isso representa o total de um terço das nações do mundo. O Brasil figura em um distante 60º lugar, próximo das nações africanas. A última colocação coube à Gana, na África.

Reino Unido, que ficou na 20ª posição, a França (23º), a Itália (27º), e os EUA, maior economia do planeta, que amargou o 28º lugar. O Brasil, 60º . 

Os asiáticos, que começaram a investir pesado em educação na década de 90, deixaram países industrializados ocidentais para trás, como o Reino Unido, que ficou na 20ª posição, a França (23º), a Itália (27º), e os EUA, maior economia do planeta, que amargou o 28º lugar, atrás de países mais pobres como o Vietnã, em uma impressionante 12ª colocação. O ranking foi estabelecido com base em resultados de testes de matemática e ciências aplicados nesses países. Foram considerados os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), o TIMSS (dos EUA), e o TERCE, da América Latina.

A China e a Índia não estão na lista porque se recusam a participar da aferição da OCDE. Entre os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)analisados, a Rússia está aparece melhor, em 34ª posição. A África do Sul está pior do que o Brasil, em 76º lugar. Imediatamente à frente do Brasil estão a Geórgia (59º), o Líbano (58º) e Barein (57º).

Boa educação melhoraria PIB brasileiro  

A OCDE calcula que o PIB do Brasil poderá crescer mais de sete vezes nas próximas décadas se o país oferecer educação básica universal de qualidade para todos os adolescentes de 15 anos, informou a BBC Brasil. “Políticas e práticas educativas deficientes deixam muitos países em um permanente estado de recessão econômica”,afirma o relatório da OCDE.Na América Latina, o país que se saiu melhor foi a Costa Rica, em 53º lugar, seguido do México, em 54ª colocação, e do Uruguai, em 55ª posição. Mas a Argentina está atrás do Brasil, em 62º lugar. Outros países da região que estão na lanterninha do ranking são Colômbia (67º), Peru (71º) e Honduras(74º).

Queda da Finlândia e declínio da Suécia

O primeiro país não asiático a aparecer na lista é a Finlândia, em sexto lugar, seguida da Estônia (7º), Suíça (8º), Holanda(9º), e Canadá (10º). O relatório da organização ressalta também o declínio da Suécia, em 35º lugar, imediatamente atrás da Rússia. A OCDE já havia advertido, em um relatório divulgado na semana passada, que o país nórdico sofre de uma série de problemas em seus sistema educacional.

Segundo o diretor de educação da organização, Andreas Schleicher, a ideia é permitir aos países, ricos e pobres que comparem seu desempenho com as nações líderes em educação, “para descobrirem suas forças e fraquezas relativas, e para perceberam os ganhos econômicos de longo prazo que terão com a melhoria da educação”.

O novo ranking é diferente do mais conhecido Pisa, também da OCDE, a referência internacional mais usada para avaliar a educação, e que até agora focava principalmente nos países industrializados mais ricos.“Esta é a primeira vez que temos verdadeiramente uma escala global sobre a qualidade da educação”, disse Schleicher.

“Se você assistir uma aula em uma escola asiática, vai perceber que os professores esperam que cada um de seus alunos tenha sucesso. Há muito rigor, muito foco e coerência”.

Se os cinco primeiro lugares estão na Ásia, os cinco piores resultados estão na África, América Latina e Oriente Médio. O sucesso da Ásia na educação, diz Schleicher, se explica não somente pela prioridade dada pelos governos à educação, embora este seja o principal fator. Mas a cultura que valoriza o conhecimento e a obtenção do sucesso também tem forte influência. “Se você assistir uma aula em uma escola asiática, vai perceber que os professores esperam que cada um de seus alunos tenha sucesso. Há muito rigor, muito foco e coerência”, conta ele.
 
Cingapura tinha altos índices de analfabetismo na década de 60.

Cingapura, a estrela do ranking, tinha altos índices de analfabetismo nos anos 60. A cidade-Estado, de 5,5 milhões de habitantes,já registrou altos níveis de analfabetismo na década de 60. Seu desempenho excelente é citado como um exemplo da evolução educacional em uma sociedade em um período de tempo relativamente curto. Ex-colônia britânica, o país asiático se tornou independente somente em 1965.

Os resultados desta pesquisa serão formalmente apresentados no Fórum Mundial de Educação, que será realizado na Coreia do Sul, na próxima semana, quando as Nações Unidas vão encabeçar uma conferência sobre os alvos para a evolução da educação global até 2030.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Em Brejo Santo, Ceará, alunos são alfabetizados em um ano

Brejo Santo: com método fônico IDEB saltou de 2,9 para 7,2 em seis anos

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Brejo Santo é um município cearense da região do Cariri distante pouco mais de 500 quilômetros de Fortaleza. Tem 47 mil habitantes e sua renda per capita é uma das menores do país, 70% menor que a média nacional. 

Pois bem, Brejo Santo obteve o maior percentual de alunos com desempenho considerado adequado na Prova Brasil de 2013 - medição do Ideb, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - superando muitas capitais do país: nota 7,2, muito acima da média nacional que é de 5,2. Seis anos antes o Ideb de Brejo Santo foi de 2,9. 

Em menos de 6 anos uma revolução mudou o cenário local da educação: em 2013, 99,6% das crianças encerraram o primeiro ano do ensino básico lendo e escrevendo. Basta citar que pelo método utilizado nas escolas paulistas, um aluno chegará ao 5º ano mal escrevendo, mal lendo e nada entendendo do que leu.

A repórter Bianca Bibiano, da Veja, escreveu na última edição da revista: "Em uma das unidades locais de ensino, a Escola Municipal Maria Leite de Araujo, a presença de galinhas no pátio de terra batida não permite suspeitar de uma nota invejável: 9,2. O curioso é que, até 2009, a cidade cearense era ainda mais parecida com o Brasil. Cerca de 70% dos alunos não aprendiam o esperado em português e matemática. De lá para cá, a rede de ensino vem registrando avanços seguidos. Em 2013, finalmente, virou o jogo: 72% dos estudantes do 5º ano atingiram o patamar adequado de aprendizagem em matemática, por exemplo, taxa que chegou a impressionantes 100% na Maria Leite de Araujo. O índice brasileiro é 32%."

Como se explica isso?

O padrão de qualidade conquistado nas salas de aula de Brejo Santo tem uma explicação bem mais simples do que se possa imaginar: a escola municipal acabou com o método global/construtivista e mediocridades das suas vertentes radicais e implantou um sistema de alfabetização baseado no método fônico, considerado pela neurociência como ideal para uma boa e rápida alfabetização.

Por ele a criança aprende verdadeiramente a ler em menos de um ano e a compreensão do texto é excelente, enquanto as teorias construtivistas levam 5 anos para alfabetizar alunos que nada entendem do pouco que leem. Os professores exploram a leitura, prática constante nas salas de Brejo Santo, e os resultados são números incontestáveis.

Os salários são melhores que os R$ 1 917,78 reais determinados pelo MEC. Lá o professor recebe como valor inicial R$ 2.673,00. A prefeitura da pequena cidade investe em infra estrutura, formação continuada de professores e, principalmente, uma política educacional sem invencionices e pautada em eficiência, meritocracia e equidade. Lá alunos tem dever de casa e os professores não são meros intermediários mas responsáveis diretos em transmitir conhecimento aos seus alunos. Os professores com péssimos resultados em sala de aula, foram demitidos. Alunos pobres de Brejo Santo são alfabetizados 4 anos mais rápidos que os estudantes de escolas públicas paulistas, por exemplo, e sabem mais de matemática que seus colegas do resto do país.

Detalhe: as séries finais da educação básica da cidade, apesar de serem melhores que a média nacional, ainda estão abaixo dos resultados obtidos pelos alunos das séries iniciais. Ocorre que a renovação na educação da cidade começou só em 2009. Isto é, alunos de 6º a 9º ano pertencem ainda ao período da educação construtivista. 

Crianças pobres não tem mais dificuldades na aprendizagem

Mais do que bons resultados, as escolas de Brejo Santo derrubaram outro mito: de que crianças pobres tem mais dificuldades para apreender e estão fadadas ao fracasso. Tal e qual as crianças pobres de Xangai que sabem mais matemática que os alunos mais ricos dos Estados Unidos e Europa, segundo estatística recentemente divulgada pelo PISA, programa internacional que avalia estudantes de todo o mundo.

Além da cidade cearense Cerquilho (SP), Lucas do Rio Verde (MT) e Sapiranga (RS) estão em posições fantásticas. O indicador abaixo mostra as posições destas cidades na Prova Brasil de 2013. Em todas elas não se usa construtivismo. Em todas elas a educação avançou.

Publicação da revista Veja

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