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quinta-feira, 1 de março de 2018

Alunos brasileiros demorarão 260 anos para atingir índice de leitura dos países ricos, diz Banco Mundial

Em matemática, a estimativa é de 75 anos, segundo relatório produzido a partir de dados do Pisa.

Estimativa do Banco Mundial é de que os alunos brasileiros demorem mais de 260 anos para
chegar no índices de proficiência de leitura dos países ricos (Foto: Reprodução/TV TEM)
Por G1
28/02/2018 10h32 Atualizado 28/02/2018 11h06


Os estudantes brasileiros podem demorar mais de 260 anos para atingir a proficiência em leitura dos alunos dos países ricos. Em matemática, a previsão é de que os brasileiros levarão 75 anos para atingir a pontuação média registrada nos países desenvolvidos. As estimativas são de um relatório sobre a crise da aprendizagem produzido pelo Banco Mundial com dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).

O Pisa é uma prova coordenada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aplicada a cada três anos entre 35 membros da OCDE e 35 parceiros, incluindo o Brasil. Entre outros itens ela avalia o conhecimento dos alunos em ciências, leitura e matemática.

O relatório aponta que em países como o Quênia, Tanzânia e Uganda, quando se pediu aos alunos do 3º ano do ensino fundamental que lessem em inglês ou kiswahili uma frase simples como “o nome do cão é Filhote”, 75% deles não compreenderam seu significado. Na zona rural da Índia cerca de 75% dos alunos do mesmo ano não foram capazes de fazer uma subtração de dois dígitos.

Para que a aprendizagem cumpra a promessa de eliminar a pobreza e criar oportunidades para todos, o Banco Mundial aponta três recomendações de políticas públicas:

- Avaliação da aprendizagem. Segundo o estudo, só metade dos países em desenvolvimento tem dispositivos para medir a aprendizagem no final do ensino fundamental e das primeiras séries do médio.

- Fazer as escolas trabalharem para todas as crianças. O relatório propõe desde oferecer nutrição adequada até a utilização da tecnologia que ajudem os professores a ensinar;.

- Mobilizar todas as pessoas interessadas na aprendizagem, como a comunidade.

O relatório aponta casos de países que investiram em estratégias de aprendizagem e tiveram sucesso em avaliações internacionais. Um exemplo citado é a Coreia do Sul, país que foi assolado pela guerra e tinha taxas de alfabetização muito baixas em 1950, mas conseguiu universalizar o acesso de matrículas em 1995 e atingir altos índices em rankings de aprendizagem.

domingo, 31 de maio de 2015

A "evolução" do ensino de matemática no Brasil


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza  

Recolhi um e-mail, entre dezenas que leio diariamente, contando uma pequena história narrada por uma professora de matemática. Força de expressão ou não, os fatos são críveis e honestos sobre a "evolução" da educação no Brasil. Diz ela:

"Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer. Tentei explicar que ela tinha que me dar R$ 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la.

Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. Por que estou contando isso? Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática, desde 1950, que foi assim:

1. Ensino de matemática em 1950  

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda.
Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970
 

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00.
Qual é o lucro?


3. Ensino de matemática em 1980

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990
 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro

(  )R$ 20,00
(  )R$ 40,00
(  )R$ 60,00
(  )R$ 80,00
(  )R$ 100,00


5. Ensino de matemática em 2000
 
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
O lucro é de R$ 20,00.
Está certo? 

(  )SIM (  ) NÃO


7. Ensino de matemática em 2010

Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00
O custo de produção é R$ 80,00
Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00
 

(Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social, não precisa responder pois é proibido reprová-los).
 

(  )R$ 20,00 (  )R$ 40,00 (  )R$ 60,00 (  )R$ 80,00 (  )R$ 100,00 


No final do texto vem uma observação sobre a moderna pedagogia disciplinar aplicada nas salas de aulas do país. "Caso um moleque resolver pichar a sala de aula e a professora fizer com que ele pinte a sala novamente, os pais ficarão enfurecidos e a professora será acusada de provocar traumas na criança". Outro conselho é para que "nunca levante a voz para um aluno porque isso representa voltar ao passado repressor. Ou, não faça isso porque o aprendiz meliante pode estar armado".

O e-mail é finalizado com um pedido: "Passe adiante! Precisamos mudar já ou corremos o sério risco de largarmos o mundo para um bando de analfabetos, egocêntricos, alienados e sem a menor noção de vida em sociedade e respeito a qualquer regra que seja!"

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Alunos brasileiros vão mal "também" em matemática

Matemática: conhecimento é adequado só em 10% dos municípios

As escolas públicas brasileiras não têm conseguido fazer com que seus alunos absorvam o conhecimento adequado às séries que estão cursando, aponta um levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo movimento Todos Pela Educação (TPE), com base no desempenho dos alunos do 5º anos e do 9º ano do ensino fundamental.

Paula Adamo Idoeta -BBC Brasil em São Paulo   12 fevereiro 2015

O estudo viu que no 9º ano, o último do ensino fundamental, a maior parte dos alunos não está sendo capaz de entender textos narrativos longos e com vocabulário complexo, não consegue resolver problemas matemáticos ou usar porcentagens e medidas padronizadas (como km e kg), o que seria esperado nessa etapa, segundo métricas do próprio governo.

E essa adequação – do que eles aprenderam para o que deveriam ter aprendido – não tem evoluído conforme o esperado; em alguns casos, estagnou ou mesmo recuou. Segundo o levantamento, feito a partir da comparação de notas do exame nacional Prova Brasil com metas – expectativas de notas – específicas à realidade de cada cidade estudada, apenas 10,8% dos municípios têm alunos com o aprendizado adequado ao que se espera no 9º ano (contra 28% em 2011) em matemática. Em português, esse percentual é de 30% (contra 55% em 2011).

"A adequação não é necessariamente decrescente, porque estabelecemos metas mais ambiciosas para os municípios. Alguns podem ter melhorado (a qualidade do ensino), mas não atingiram essas metas", diz à BBC Brasil Alejandra Meraz Velasco, coordenadora-geral do TPE. "A conclusão é que o aprendizado simplesmente não está melhorando como o desejado."

E tudo indica que a deficiência em português e matemática se estende também às demais disciplinas ensinadas nas escolas, apesar de isso não ter sido mensurado. "Se o aluno não domina a leitura e a compreensão de textos, ele vai ter dificuldade em entender as outras matérias também", prossegue Velasco.

Assim, o estudante acaba carregando falhas de aprendizado para os anos seguintes, o que estimula a evasão escolar e perpetua a qualidade insuficiente do ensino.

Em apenas 10% dos municípios conhecimento
em 
matemática é adequado para alunos do 9º ano
A avaliação do TPE usa dados das notas de matemática e português do Prova Brasil de 2013. O movimento também estabeleceu metas (não oficiais) para os municípios, levando em conta o patamar da educação em cada um deles. O objetivo do movimento é que, a partir do cumprimento dessas metas, ao menos 70% dos alunos brasileiros estejam com aprendizado adequado ao seu ano até 2022. No que diz respeito ao 5º ano do ensino fundamental, a avaliação constatou que apenas 48% dos municípios tinham, em 2013, alunos com conhecimento adequado em português (índice semelhante ao de 2011) e 61,7% tinham conhecimento adequado em matemática (contra 69% em 2011).

Desafio dos anos finais

Segundo Velasco, o diagnóstico do estudo reforça uma conclusão já tirada de outros levantamentos oficiais: que a educação brasileira nos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio está estagnada. "As reformas educacionais mais óbvias já foram feitas nos municípios, mas o país ainda precisa pensar em políticas que o permitam mudar de patamar e não estagnar mais nos anos finais", diz ela.

A solução dos problemas não é única nem simples, opina o TPE – passa por melhorias na formação de professores, muitas vezes pouco preparados para os desafios da sala de aula; por medidas para corrigir a defasagem de aprendizado dos alunos; e por reestruturações curriculares.

"Nas eleições, o debate girou em torno da aprovação (automática) ou não dos alunos, mas o que temos de lembrar é que tanto a aprovação quanto a reprovação podem levar o aluno a abandonar a escola se ele não aprender", diz a coordenadora do TPE.

Em uma análise por Estado, o estudo identificou que Acre, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia, Santa Catarina e Ceará avançaram significativamente na adequação entre série e aprendizado de matemática no 5º ano do ensino fundamental.

Em português, porém, apenas o Acre teve mais de 80% de seus municípios com bons níveis de adequação no 5º ano. Isso pode acontecer porque o Estado partiu de um patamar mais baixo e, portanto, tinha metas mais modestas na escala do Todos Pela Educação.

O quadro estadual é pior quando avalia-se o 9º ano do ensino fundamental: em matemática, o maior índice de avanço na adequação é observado no Ceará, mas ele é de apenas 28,3%.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Hábito de leitura entre os brasileiros é uma vergonha

Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Agora a pouco notei que o prédio da Secretaria da Cultura de Marília, na avenida Sampaio Vidal, onde se localiza também uma biblioteca municipal, está pichada. Trata-se de uma reivindicação: biblioteca na periferia, diz a inscrição.

Aparentemente o pedido parece lógico. Afinal, o conhecimento se conquista assim, com leituras.

Mas, sabendo-se que a maioria das escolas da cidade dispõe de salas de leitura (inclusive com orientadoras, vasto número de títulos e atualíssimos) abertas aos alunos e à comunidade e que a frequência é mínima - principalmente a externa - a conclusão é que a reivindicação não tem tanta procedência.

BRASIL EM 27ª LUGAR EM LEITURA

Conheci uma, dentro de uma escola do fundamental e médio, em Marília e soube que apesar da oferta de tantos títulos, a sala é pouco visitada pela comunidade. O índice de leitura no Brasil é vergonhoso. Uma vergonha conhecida lá fora que espanta tanto quanto o índice de criminalidade e a corrupção no país. Imaginem que apenas um adulto alfabetizado em cada três, lê livros. Uma das últimas pesquisas aponta o Brasil em 27ª colocação, dentre 30 países pesquisados sobre hábito de leitura.

Pesquisas mostram que entre 2007 e 2011 o hábito de leitura no país caiu 5% entre aqueles entrevistados que leram um livro, pelo menos, nos últimos três meses, antes da consulta. E entre os hábitos mais apreciados, antes dos livros, vem assistir TV (85%), ouvir música ou rádio (52%), descansar (51%), estar com a família e amigos (44%), assistir filmes em DVD (38%) e sair com amigos (34%).

Apesar de projetos de leitura espalhadas em todo país a frequência nas salas de leitura é mínima. A maioria dos "alfabetizados nas escolas públicas brasileiras" não sabe ler. E a era digital não mudou muito esse péssimo hábito, apesar das ofertas grátis da web.

ALUNOS BRASILEIROS MAL NO PISA  

Como melhorar tudo isso sabendo-se que o Brasil continua ocupando as últimas posições (58º lugar entre 63 países pesquisados em 2012) em qualquer avaliação em educação, como o PISA - Programme for International Student Assessment - levantamento realizado a cada três anos?

Entre 2009 e 2012, os estudantes brasileiros mantiveram a mesma pontuação em ciências (405 pontos), caíram em leitura (412 pontos para 410) e "evoluíram" pífios 5 pontos em matemática (de 386 para 391). Nenhum brasileiro conseguiu o nível 6 e a média ficou entre os piores. Basta dizer que em ciências 53,7% atingiram apenas o nível 1. Em leitura cerca de 75,3% atingiram os níveis 2 e 3 apenas. Em matemática 67,1% conseguiram o nível 1 também.

ENTRE OS PIORES DO MUNDO

Mesmo diante de resultados tão catastróficos, o nosso ministro da Educação, Aloísio Mercadante, anunciou com estardalhaço que o Brasil foi o país que mais evoluiu em matemática entre 2003 e 2013: 35 pontos (saiu de 356 para 391) em 10 anos. Basta dizer que essa "evolução" foi apenas suficiente para ficar entre os piores.

Se o Brasil evoluiu 5 pontos em matemática entre 2009 e 2013, Xangai avançou 13 pontos chegando aos 613, em primeiro lugar. Com um detalhe importante: para quem já está no topo é muito mais difícil evoluir.

Xangai (China) ficou em primeiro com 613 pontos em matemática, 119 pontos acima da média de conhecimento que fixa o Pisa, de 494 pontos. Em seguida vem Cingapura (573 pontos), Hong Kong (China, 561), Taiwan (China, 560), Coreia do Sul (554), Macau (China, 538) e Japão (536), Liechtenstein (535), Suíça (531) e Holanda (523).

Os jovens estudantes brasileiros não sabem escrever, ler ou compreender o mínimo que conseguem ler.  Portanto, para aumentar o hábito de leitura entre os brasileiros é preciso alfabetiza-los, primeiro.