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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

O teorema de Thomas Bayes: um raciocínio matemático para situações altamente incertas.

A técnica de estatística e estimativa criada por Bayes tornou-se uma lei fundamental da matemática e é aplicada em todas as áreas do conhecimento.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Foi o matemático inglês Thomas Bayes que criou o teorema que estuda as probabilidades e estatísticas utilizando os conhecimentos a priori e posteriori, de um evento. As conclusões, por esse teorema, podem ser alterados ao acréscimo de novos fatos/evidências e concluir, por exemplo, que o universo tem 13 bilhões de anos e não 15 como se supunha antes da virada do século. Ou colaborar para a descoberta de novos corpos celestes.


Numa disputa de moedas (cara ou coroa) concorda-se que as chances sejam de 50% entre dois participantes. Se for combinado se jogar 10 vezes a previsão, pelo método bayesiano, vai se ajustar a cada lance, aumentando ou reduzindo as probabilidades de cara ou coroa.

Foi com o Teorema de Bayes que Alan Turing - precursor da computação moderna - decifrou o código Enigma, utilizado por submarinos alemães, na 2ª Guerra Mundial, facilitando a vitória dos aliados.

A técnica de estatística e estimativa criada por Bayes tornou-se uma lei fundamental da matemática e é aplicada em todas as áreas do conhecimento. Ela está na inteligência artificial, largamente utilizada na programação de computadores, estudos da neurociência, probabilidades estatísticas da ocorrência de eventos como determinar o avanço de uma epidemia ou mudanças climáticas, genética, astronomia e computação.

Teorema de Bayes numa corrida de F1 

Um piloto de F1 tem 50% de chances de vencer, sob chuva mas suas chances caem para 25%, se não chover. A meteorologia estima em 30% a probabilidade de chuva na corrida. Sabendo-se que o piloto venceu qual é a probabilidade de ter chovido?

Quem foi Thomas Bayes?

Bayes (pronuncia-se beiz) nasceu em Londres em 1702 e morreu em 1761. Estudou na Universidade de Edimburgo onde ingressou em 1719 para estudar Lógica e Teologia. Thomas era filho de um pastor presbiteriano e foi membro da Royal Society em 1742. Tornou-se pastor e matemático.

Bayes estudou e criou a equação dos cálculos da distribuição para criar parâmetros de probabilidades mas, não se preocupou em desenvolve-lo e publica-lo. Isso foi feito por um amigo, Richard Price, que desenvolveu seus estudos em 1767 e, mais tarde, pelo matemático francês Pierre-Simon Laplace e divulgado em 1812.

O teorema surgiu para provar que milagres existem

O filósofo iluminista e diplomata escocês David Hume (autor de Investigação sobre o Conhecimento Humano) duvidou, certa vez, da existência dos milagres, invocando que eles agrediam as leis da natureza. Para o filósofo a ressurreição chocava as leis naturais, obra de Deus e colocava em dúvida os testemunhos e as probabilidades desses eventos. Se na natureza não há contradição, Deus estaria negando sua própria criação? 

"O milagre é uma violência contra as leis da natureza" (David Hume)

Para contrariar a posição de Hume, Bayes criou um teorema de probabilidades utilizando uma equação matemática para eventos incertos ou incompletos que, ao serem acrescentados, altera, até de forma radical, uma conclusão anterior.

A mesa, as bolas e os milagres

Bayes está de costas para uma mesa. Hume lança, sobre ela, uma bola e pergunta onde ela está.
 
- Jogue outra bola - pede Bayes. Hume joga a segunda bola.
- Ela caiu a direita ou a esquerda da primeira bola?, pergunta Bayes considerando que as próximas bolas lançadas poderão lhe dar uma posição mais exata da primeira. Cada evento atualiza a ideia inicial.

Para Thomas Bayes, o filósofo David Hume não poderia desconsiderar, então, os milagres registrados na Bíblia e a ressurreição de Cristo tão evidenciados nos vários testemunhos do evento.

Bayesianos X Frequentistas 

No entendimento das probabilidades a abordagem estatística pode se diferenciar entre bayesianos e frequentistas. 

"A probabilidade está fundamentalmente relacionada a nossa incerteza dos eventos" (Conceito bayesiano)

"A probabilidade está fundamentalmente relacionada com a frequência dos eventos repetidos (Conceito Frequentista)

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O que eles estão cantando?

Canções internacionais: você sabe o que eles estão cantando?

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Muitos adoram e curtem músicas "estrangeiras" mas, mal sabem o que as letras dizem. Certa vez perguntei a um locutor de Rádio FM que estava curtindo uma canção do Sting, o que achava dela.

- Fantástica, a mais pedida pelo pessoal - respondeu enquanto, se contorcia ao ritmo, dentro do estúdio de locução.
- Você sabe o que diz a letra? - quis saber, por provocação.
- Não, mas a música é muito boa. É top! - confirmou.

Com meu parco inglês fiz uma rápida tradução que deu algo do tipo "por você navegarei os sete mares, você é tudo pra mim, você é a chama que queima meu coração, não vivo sem você", bla, bla, bla. Uma letra ridícula e pobre, sinceramente.

Levei a letra pra ele mas, ao invés de mostrar a tradução, levei o texto de uma música composta por uns tais José Augusto e Paulo Sérgio Vale, em 1989 (uma canção rejeitada pela gravadora) e que ele cedeu pra Leonardo Sullivan, seu primeiro intérprete e cantor nada conhecido.

"Quando eu digo que deixei de te amar
É porque eu te amo
Quando eu digo que não quero mais você
É porque eu te quero
Eu tenho medo de te dar meu coração
E confessar que eu estou em tuas mãos
Mas não posso imaginar
O que vai ser de mim
Se eu te perder um dia"...

- Puts, que genial é esse Sting. Puta letra legal! - comemorou o locutor sem saber que a "tradução" era, na verdade, "Evidência", música de um cantor considerado brega. As emissoras de FM, de então, só rodavam as internacionais.

Quando desbrinquei contando-lhe a verdadeira letra, ele se decepcionou muito. Detalhe: naquela época a música Evidências não era conhecida e a dupla Chitãozinho e Xororó só gravaria mais tarde, com estrondoso sucesso. Considerando que até gravadora já havia recusado a canção, a preferência do locutor por Sting era de menos.