13 de maio de 2014 | 17h 20
"O prato, no entanto, não é e nem deve ser anunciado pela loja, já que não faz parte da estratégia de marketing e nem é a especialidade do McDonald's", acrescenta a nota assinada pela diretora de recursos humanos do McDonald's, Ana Apolaro.
SÃO PAULO - É pouco provável que algum cliente do McDonald's entre na loja para pedir um prato de arroz com feijão, mas se um turista desavisado chegar no balcão e pedir o tradicional prato brasileiro, ele será servido.
O arroz com feijão entrou no cardápio da rede americana depois que funcionários brasileiros foram à justiça contra o sanduíche servido como refeição no horário do almoço e do jantar. O McDonald's brasileiro confirma que o arroz com feijão é preparado em todas as lojas e pode ser servido, se algum cliente pedir. "Servimos para o cliente o que servimos internamente e vice-versa", disse a rede em comunicado por escrito enviado ao Estado. A reportagem procurou a rede para confirmar o arroz com feijão com a grife Ronald McDonald depois que a agência de notícias Bloomberg divulgou um texto falando sobre "o lanche feliz que o McDonald's esconde sob o balcão". Segundo a notícia, o prato seria vendido a R$ 23,00, desde que solicitado.
No McDonald's do Carrefour Limão, os atendentes da rede disseram que o prato só é serviço para os funcionários e em nenhuma hipótese seria servido aos clientes.
Justiça. O arroz com feijão passou a ser servido para os funcionários das 816 lojas do McDonald's no Brasil quando os empregados da rede rejeitaram o seu menu regular de hambúrgueres e batatas fritas em intervalos de trabalho.
A queixa foi encaminhada ao Ministério Público, e o operador local dos restaurantes McDonald's foi obrigado a fornecer pratos mais de acordo com a culinária local. Com 35,4 mil restaurantes em 119 países, o McDonald's oferece alimentos adaptados aos gostos locais em diferentes países.
Em 2012, a rede fez um acordo com os promotores para encerrar a investigação que já se arrastava por seis anos. A empresa que administra a rede no Brasil, a argentina Arcos Dorados Holdings Inc, aceitou fornecer refeições tradicionais, sem nenhum custo para os seus empregados. A denúncia original foi encaminhada pelo sindicato que representa 30 mil funcionários do McDonald's no Estado de São Paulo.
Em 2010, um tribunal do Rio Grande do Sul condenou a Arcos Dorados a pagar R$ 14 mil a um ex-gerente que disse que ganhou cerca de 30 quilos em uma década de trabalho na rede, quando comia sanduíches na hora do almoço.