Criada por Koprowski em 1950 e Jonas Salk em 1953 a vacina salvou milhões de crianças da paralisia infantil. Mas o erro de fabricação de um laboratório americano causou tragédia. |
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
Em 1952/1953, utilizando vírus inativado, surgiu nos Estados Unidos a vacina criada por Jonas Edward Salk, virologista e epidemiologista nascido em 1914, em Nova Iorque, que morreu em 1995, na Califórnia. O anúncio feito na Universidade de Pittsburgh em abril de 1955.
Jonas Salk e Albert Sabin |
Na vacina de Salk (baseada no crescimento do poliovírus em cultura de células renais de macaco) o vírus era inativado quimicamente com formalina. Duas doses aplicadas por injeção davam cobertura eficiente em 90% dos casos e 99% de proteção em três doses.
Em 1957, Albert Sabin começou os ensaios clínicos em humanos com uma vacina em gotas que foi selecionada pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos entre vários estudos, inclusive de Koprowski. A vacina oral de Sabin atenuava os vírus pela passagem repetida por células não humanas a temperaturas subfisiológicas.
Lockdown e O incidente de Cutter
Entre 1940 e 1950 a ocorrência do surto de paralisia infantil nos Estados Unidos atingia 35 mil crianças, por ano e provocava medo. Instalou-se o lockdown, redução de trânsito e comércio sem movimento. O anúncio, em 1955, da aprovação e liberação da vacina Salk aliviou o medo e tensão mas, um mês depois do início da campanha de imunização, o programa foi suspenso.
Detectou-se que um dos lotes das vacinas, produzidas pelo Laboratório Cutter, continha erros e poderia causar paralisia. Esses lotes continham vacinas com cepas ativas. Foram registrados 260 casos de pólio associados à vacina. Cerca de 40 mil crianças queixaram-se de rigidez na nuca, dores de cabeça, febre e fraqueza muscular - sintomas característicos de pólio. 164 crianças ficaram paralíticas e 10 morreram.
Suspensa a campanha, todos os laboratórios passaram por revisão nos procedimentos e testes de segurança. Em outubro de 1955, 5 meses depois, a vacinação foi retomada. A doença foi considerada erradicado em solo norte americano em 1979.
Relatórios apontam que a Cutter utilizou de cepa mais agressiva do vírus e filtros defeituosos que separavam o vírus do tecido de macacos onde foram cultivados. Por isso poderiam vazar vírus ativos. Os testes impostos aos laboratórios eram incorretos e inadequados. O laboratório culpou Salk e o governo pela fragilidade do processo. Após o que denominou-se Incidente de Cutter todos os processos para produção de vacinas e medicamentos nos Estados Unidos foram revistos e aumentou as exigências regulatórias.
Entre 1940 e 1950 a ocorrência do surto de paralisia infantil nos Estados Unidos atingia 35 mil crianças, por ano e provocava medo. Instalou-se o lockdown, redução de trânsito e comércio sem movimento. O anúncio, em 1955, da aprovação e liberação da vacina Salk aliviou o medo e tensão mas, um mês depois do início da campanha de imunização, o programa foi suspenso.
Detectou-se que um dos lotes das vacinas, produzidas pelo Laboratório Cutter, continha erros e poderia causar paralisia. Esses lotes continham vacinas com cepas ativas. Foram registrados 260 casos de pólio associados à vacina. Cerca de 40 mil crianças queixaram-se de rigidez na nuca, dores de cabeça, febre e fraqueza muscular - sintomas característicos de pólio. 164 crianças ficaram paralíticas e 10 morreram.
Suspensa a campanha, todos os laboratórios passaram por revisão nos procedimentos e testes de segurança. Em outubro de 1955, 5 meses depois, a vacinação foi retomada. A doença foi considerada erradicado em solo norte americano em 1979.
O erro de Cutter e mais segurança