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domingo, 14 de setembro de 2014

Cuba e as mentiras oficiais de uma ditadura comunista

A dengue e as mentiras para meninos

Posted on Agosto 20, 2014 by H. Sisley
YOANI SÁNCHEZ, La Habana | 20/08/2014


Explicar a morte a um menino é sempre uma tarefa difícil. Alguns pais se servem da metáfora e outros da mentira. Os adultos justificam o falecimento de alguém para as crianças com frases que vão desde “foi para o céu viver numa nuvem” até a mentira de que “está viajando”. O pior acontece quando essas invenções transcendem a família e se convertem numa política informativa de um Estado. Falsificar a real incidência da morte para uma população é tirar-lhe a maturidade e negar-lhe seu direito a transparência.

Em 1981 uma epidemia de dengue hemorrágico irrompeu em Cuba. Eu tinha seis anos apenas, mas aquela situação me deixou traumas profundos. Primeiro nos comunicaram na escola que a doença havia sido introduzida pelo “imperialismo ianque”. O Tio Sam dos meus pesadelos infantis já não nos ameaçava com uma arma, porém portava um enorme Aedes Aegypti disposto a nos contagiar da febre quebra-ossos. Meus familiares entraram em pânico quando começaram a saber dos meninos mortos. O corpo de guarda do Hospital Pediátrico de Centro Havana era uma efervescência de gritos e prantos. Minha mãe perguntava-me se doía alguma coisa a cada momento, e sua mão sobre minha testa comprovava que eu não tinha febre.

Não havia informação, só sussurros e medo, muito medo. Não se falar publicamente da verdadeira origem daquele mal, a população apenas se protegeu. Na minha escola primária continuávamos correndo para o abrigo – sob o Ministério da Indústria Básica – ante o “iminente ataque militar” que chegaria do Norte. Entretanto um pequeno e sorrateiro inimigo fazia estragos entre gente da minha idade. Aquela mentira não tardou a ser evidenciada. Década depois o dengue voltou, ainda que me atreva a dizer que nunca se foi e que em todos estes anos as autoridades sanitárias tentaram escondê-lo.

Agora já não há em quem lançar a culpa, não fosse pela deterioração higiênica que nosso país vive. Não é o Pentágono, mas sim os milhares de kilômetros, que existem por toda a Ilha, de tubulações danificadas e com vazamentos. Não é a CIA, mas sim a ineficiência de um sistema que não conseguiu sequer construir novas redes de drenagem e sistema de esgoto. A responsabilidade não aponta para o exterior, porém indica-nos. Nenhum laboratório criou este vírus para aniquilar os cubanos, o nosso próprio colapso material e sanitário é que nos impede de controlá-lo.

Ao menos já não funciona aquele conto para meninos ingênuos aonde os males chegavam de fora. A mentira que nos mostrava como vítimas inoculadas pela perfídia americana é aceita apenas pelos mais ingênuos. Como meninos que crescem e têm comprovado que o Governo nos mentiu sobre o dengue e que aquelas não eram falsidades paternalistas, mas sim sofisticadas mentiras de Estado.

Tradução por Humberto Sisley

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Finalmente Yoani chega ao Brasil: denúncias contra a ditadura em Cuba

Yoani Sánchez, perseguida, presa
e torturada em Cuba
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Yoani Sánchez é cubana. Cuba é uma ditadura. Não existem eleições no país, nem imprensa livre. Liberdades individuais, nem pensar. O governo prende todos os dissidentes. Existem presos políticos ainda em Cuba.

Muitos foram fuzilados no "paredon", inclusive num passado recente. Os ditadores - Fidel e Raul - não permitem viagens ao exterior de nenhum cubano sem que tenha autorização para tal.

Yoani Sánchez, 37 anos, é uma dissidente do regime comunista cubano e usa a internet, com ajuda de amigos no exterior, para tentar denunciar os crimes contra os direitos humanos na ilha. Ela, por isso, já foi presa e torturada diversas vezes. O governo negou-lhe visto de saída mais de vinte vezes.

Finalmente, com a nova lei de imigração cubana, ela chegou ao Brasil para participar do lançamento de um documentário de produção brasileira, Conexão Cuba-Honduras, em que ela é entrevistada. O filme trata da falta de liberdade de expressão nos dois países.

Ao desembarcar no aeroporto de Guararapes Yoani foi recebida por amigos e por um grupelho de petistas que protestavam contra sua presença no Brasil chamando-a de traidora. "Isso é a democracia. Queria que em meu país pudéssemos expressar opiniões e propostas diferentes com esta liberdade", disse ela diante dos protestos. Durante o período que permanecerá em solo brasileiro, agentes secretos cubanos, autorizados pelo governo federal e com o apoio do PT, vigiarão a cubana e distribuirão ridículos "dossiês" contra ela, tentando desqualifica-la.

Num dos itens desses documentos diz que "ela vai a praia tomar cerveja ou aceita premiações internacionais concedidos por defensores dos direitos humanos."

Durante os jogos pan-americanos no Brasil, dois atletas cubanos pediram asilo no Brasil. Lula prendeu e enviou para Fidel Castro. Pouco depois Lula protegeu Cesare Battisti, acusado e condenado por assassinatos na Itália e hoje residente no Brasil.