Os depoimentos de turistas brasileiros sobre a vida dos cubanos e seus dramas contados no canal Conversa Paralela, produção do Brasil Paralelo.
Mais de uma hora e meia na fila para abastecer um carro produzido na década de 50, desabastecimento de alimentos, salários baixos, pobreza e falta total de liberdade.
Cuba, antes da revolução de Fidel: indicadores econômicos invejados por Japão, Irlanda, Áustria, Espanha e Itália. Trabalhadores cubanos tinham renda per-capita próxima dos britânicos.
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
Cuba, antes da revolução comunista, em 1959, era um país que causava inveja ao mundo. Sua renda per-capita era próxima dos britânicos, menor taxa de analfabetismo na América Latina, maior número de médicos entre os povos ibero-americanos, excelentes hospitais, garantias trabalhistas, salário mínimo e autonomia universitária já existiam em Cuba por volta de 1937. Na década de 50 Cuba, elegeu o primeiro presidente negro. Havana possuía toda tecnologia possível como tv em cores, rádios, cinemas, transporte público e a maior taxa per capita de carros da américa.
O socialismo não funcionou na ilha que se desmanchou em ruínas. Vejam alguns indicadores antes e depois, que impressionam. As fontes mais pesquisadas são ONU e Unesco.
EDUCAÇÃO
Em 1956 a ONU reconhecia Cuba como o país ibero-americano com o menor índice de analfabetismo. Naquela data mais de 76% da população já era alfabetizada. A infraestrutura educacional cubana que permitiu esses resultados foi implantada 30 anos antes da chegada do comunismo na ilha.
Hoje as escolas estão falidas e até o "lanche obrigatório", quando é oferecido pelo governo, é recusado pelas crianças. Os pais levam comida de casa (que passam pelas cercas) que geralmente é repartida com os professores. Os pais tem que pagar pelos materiais escolares, lâmpadas, consertos de carteiras, mesas e quadro negro. O índice de alfabetização "informado pelo governo" é de 99%. Cuba não participa e nem autoriza o PISA - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - colher informações no país sobre educação. Em países sob ditadura "prevalecem os números oficiais". Um professor cubano recebe pouco mais de 10 dólares... por mês.
MÉDICOS
Na década de 50 Cuba já detinha o maior número de médicos per-capita, entre países ibero-americanos formados em modernas universidades. Em 1957 a ONU fez esse reconhecimento. Havia um médico para cada 980 habitantes, taxa que perdia apenas para a Argentina.
As atuais universidades cubanas são desequipadas e a infraestrutura, herdada pela revolução, não foi mantida. Em Cuba um médico ganha pouco mais de 60 dólares mensais (aumento anunciado em março de 2014) e o governo comunista "exporta" os serviços de médicos para outros países e fica com 70% do salário pago. O médico não pode levar sua família para o país de trabalho. É a garantia do governo que ele não fuja. Uma enfermeira ganha 37,6 dólares mensais.
HOSPITAIS
Antes da revolução Cuba detinha modernos hospitais e excelência nos tratamentos médicos de internação. Na década de 50 existiam uma cama hospitalar para cada 190 habitantes, taxa altíssima em todo mundo. A taxa mortalidade anual em Cuba (5,8 mortes anuais por 1000 habitantes) era menor que a dos Estados Unidos (9,5) e Canadál (7,6) naquela período. A taxa de mortalidade infantil era uma das mais baixas do mundo: 3,76.
Os hospitais da "revolucion" são os mesmos mas, são sujos, mal conservados e os pacientes são obrigados a levar roupa de cama, produtos de higiene pessoal e para limpeza dos banheiros, material hospitalar como injeções, gases, material cirúrgico e até medicamentos. O maior hospital e mais bem equipado atende "estrangeiros" e membros da alta cúpula governamental.
Cuba, em 1956: indicadores
econômicos expressivos.
TURISMO
A ilha cubana foi um enorme centro turístico com moderníssimos hotéis e serviços igualados aos dos norte americanos. e franceses. Como Havana transformara-se num paraíso para turistas, a tecnologia chegava fácil e rápido à ilha, como ar condicionado central no Hotel Riviera, muito antes de chegar ao Brasil, por exemplo e em muitos países europeus.
Hoje os principais atrativos do turismo cubano são as belezas naturais e a prostituição. Não existe infraestrutura hoteleira.
ECONOMIA
Antes, Cuba detinha uma economia de fazer inveja ao mundo. Na década de 50 chegou a ocupar a segunda
posição em renda per-capita entre países do centro e sul da América, maior que a Itália e mais que o dobro da Espanha e causava inveja a Áustria, Irlanda e Japão. Por volta de 57 a paridade dólar/peso cubano era 1 por 1.
Hoje, o salário de um cubano não passa de 20/30 dólares e seus cidadãos vivem da venda de charutos roubados das fábricas estatais, da venda de produtos proibidos no mercado negro ou de pequenos negócios. Restaurantes populares caseiros foram permitidos faz 8 anos. Os restaurantes oficiais são gerenciados pelo governo, como os táxis e a venda de sorvetes. Mas a sobrevivência de muitos vem da "FÉ, como dizem os próprios cubanos: Família no Exterior. A entrada de dólares de cubanos que se asilaram em Miami, por exemplo, sustenta milhares de residentes na ilha. Porteiros e taxistas ganham mais que médicos porque "pegam" gorjetas em dólares.
O Capitólio cubano e todos os prédios em concreto armado, foram construídos antes de Fidel e sua revolução. Hoje Havana é um amontoado de lixo e prédios desabando.
TECNOLOGIA E AVANÇO SOCIAL
A jornada de trabalho de 8 horas, salário mínimo e autonomia universitária já existiam em Cuba por volta de 1937. Não foi obra do socialismo. A TV em cores, que no Brasil chegou na década de 70, já existia em Cuba no ano de 1958. Cuba tinha o quinto maior número de tvs no mundo. A ilha já tinha mais de 160 emissoras de rádio nas décadas de 50/60, mais de um milhão de rádios receptores e mais de 350 salas de cinema. A primeira estação de rádio foi fundada em 1922.
Os cubanos, hoje, só podem assistir canais de tv e rádio controlados pelo sistema. Existe apenas um jornal oficial - o Granma - e os jornalistas são contratados pelo governo.
ALIMENTAÇÃO
Cuba, antes da revolução, foi segundo colocado na America Latina no consumo calórico per-capita diário. A ilha, antes da revolução, era a terceira maior produtora de arroz nas Américas Central e do Sul.
Hoje seus cidadãos vivem de cotas de alimentos insuficientes para o sustento das famílias que tem que recorrer a "práticas ilegais" para sobreviver. Inclusive prostituição. Quase 80% dos alimentos são importados porque as "fazendas coletivas" não conseguem bons resultados. O arroz vem do Vietnã.
TECNOLOGIAS E CONQUISTAS
Por volta de 1829, Cuba já se utilizava de máquinas e barcos à vapor. A ferrovia foi instalada em 1837. Telefonia sem interferência de telefonistas foi implantada em Cuba muito antes que nos países latino-americanos. Em 1959 a taxa era de 2,6 telefones para cada 100 habitantes. Em 1918 o país já concedia o divórcio que só chegou ao Brasil quase 60 anos depois.
Outras estatísticas continuaram praticamente inalteradas após a revolução. Dados de 1959 mostram que o país tinha uma taxa de 2,6 telefones para 100 habitantes, e esta era a maior taxa de toda América Latina. Dados coletados em 1995 mostraram, incrivelmente, uma taxa de apenas 3 linhas de telefone para cada 100 habitantes do país.
Em 1995, 36 anos depois, a taxa de telefones "subiu" para 3 linhas. O atraso em Cuba, hoje, é tão grande que a internet doméstica é proibida e só em 2013 é que foram instaladas lan house em Havana, cuja navegação é controlada pelo sistema. O transporte coletivo utiliza caminhões com carrocerias adaptadas.
Na ONU a confissão pública dos crimes: "fuzilamos e continuaremos fuzilando" - diz Guevara.
LIBERDADE
A democracia cubana elegeu, na década de quarenta, seu primeiro presidente negro, fato que só ocorreu nos Estados Unidos 68 anos depois. Cuba detinha uma constituição considerada avançadíssima para a época como reconhecer o direito do voto das mulheres, igualdade de direitos entre sexos e raças e direitos trabalhistas.
Havia cerca de 70 jornais circulando pela ilha (101 jornais para cada grupo de 1000 habitantes), evidências de boa alfabetização e liberdade individual na era pré-revolução. A revolução manteve baixo o índice de analfabetismo mas, proibiu os jornais. Existe apenas uma publicação oficial.
Porém, apesar de próspera, corrupção, racismo, desigualdades sociais e censura contra opositores eram comuns no país no período de Fulgêncio Batista.
Desde 1959, quando venceu a revolução castrista, não há liberdade individual ou de imprensa em Cuba. As desigualdades sociais - comuns na maioria dos países, naquele período - levaram Fidel Castro liderar uma guerrilha contra Fulgêncio Batista, derrubado em janeiro de 1959.
As promessas da "revolucion" eram de fartura e igualdade. Castro tomou o poder, acabou com as eleições, implantou uma ditadura violenta, matou mais de 120 mil cubanos opositores (Che Guevara discursou na ONU e afirmou que os fuzilamentos no "paredon" continuariam).
Ele destruiu a economia do país. O comunismo cubano foi sustentado pela URSS, até falir em 1989. Sem a ajuda soviética, Cuba definhou mais rapidamente. Organismos internacionais de Direitos Humanos constantemente denunciam o regime cubano de cercear a liberdade de imprensa e manifestações da oposição. Existem presos políticos nos cárceres cubanos. Sair do país, sem autorização, significa morte. Milhares conseguiram burlar a vigilância e fugiram para os Estados Unidos. Centenas morreram, muitos fuzilados. O único jornal do país, o Granma, mantém o estilo triunfalista das "conquistas da revolução" e reprodução de longos discursos dos líderes comunistas.
País pobre, formado por maioria negra, as desigualdades permaneceram: fartura só para membros do governo que podem adquirir comida e bens de luxo enquanto o povo vive de ração de alimentos e sem infraestrutura. A corrupção, como em todo regime socialista, aumentou entre membros do governo. O serviço público é péssimo e seus agentes praticam o "sociolismo" - palavra comum entre cubanos para se referir ao pagamento de propinas para se obter algum benefício do governo.
RENDA PER-CAPITA
Na década de 50 a renda per-capita média de um cubano era equivalente a 11.300 dólares anuais (atualizado para dólar atual), pouca menor que os 11.800 dólares do trabalhador britânico, na época.
O socialismo cubano não conseguiu nem mesmo produzir o suficiente para se sustentar buscando ajuda dos comunistas da extinta URSS.Os indicadores econômicos cubanos são nulos. O crescimento da sua economia é baixíssima, próxima a de muitos países africanos. Russos chineses e vietnamitas, por exemplo, adotaram o capitalismo e conseguiram excelentes resultados econômicos melhoramento a qualidade de vida do povo.
HABITAÇÃO E TRANSPORTE
Todos os prédios existentes hoje em Cuba foram construídos no período pré-revolução, com excelente infra estrutura. Pós Fidel pouca coisa foi acrescentada. Cuba possuía uma excelente frota de ônibus e "bondes" e tinha a segunda maior frota de carros da América Latina - 24 veículos para cada mil habitantes -atrás apenas da Venezuela, na época.
A população vive em prédios cedidos pelo governo, gratuitamente. São construções antigas, destruídas pelo tempo, sem o mínimo conforto e segurança. Todos os planos socialistas de habitação, falharam. O transporte público é adaptado, improvisado e inseguro. Visitantes riem quando se deparam com os "ônibus" cubanos trafegando por Havana. A frota de carros é antiga, sem peças e com muitas adaptações. Hoje, por conta da idade dos velhos carros americanos, transformaram-se em "atração turística".
Falta de peças de reposição e a improvisação no transporte público
RACISMO
A população cubana é de maioria negra, ascendente de escravos trazidos da África. O racismo no período pré-revolução era real. Os brancos dominavam as áreas da economia e governo restando aos negros trabalhos subalternos.
Com a revolução de Castro, o racismo, que já existia, consolidou-se em Cuba. Considere que o ícone Che Guevara, conforme afirmam seus ex-companheiros de guerrilha, odiava negros e os chamava de indolentes e preguiçosos. Os brancos, que já eram mais ricos e influentes antes da revolução, continuaram com os melhores salários e melhores habitações. Membros brancos do governo tem autorização para adquirir carros novos enquanto os negros disputam a compra dos antigos carros americanos das décadas de 40 e 50.
TRABALHO E SALÁRIO
Em 1958 o desemprego entre cubanos era de 7%, a menor taxa na América Latina. O salário no país estava em torno de 6 dólares por hora na indústria - 8º melhor salário mundial - e 3 dólares na agricultura, a 7ª melhor do mundo, suficientes para sustentar a família.
Em 2014 o jornal Granma anunciou um aumento de mais de 150% para os médicos, saltando de 25 para 64 dólares/mês. Oficialmente o salário médio do trabalhador cubano é de 29 dólares. Os "dados oficiais" não são nada confiáveis num país que não permite monitoramento de suas contas por organismos internacionais.
BLOQUEIO
Em 1960, após atritos com os revolucionários no poder por causa de refinarias americanas em solo cubano, Dwight Eisenhower, presidente americano, impôs bloqueio comercial ao país excetuando alimentos e medicamentos. Quando Cuba declarou-se marxista - até então Fidel dizia que a revolução era humanista, não comunista - em plena guerra fria, John Kennedy conseguiu aprovar no congresso um bloqueio comercial mais pesado. Mas desde 2000 os agricultores americanos negociam com Cuba.
Barack Obama, desconsiderando presos políticos e denúncias constantes de quebra dos direitos humanos e falta de liberdade individual e de imprensa, "reatou" relações com a ilha.
O governo comunista aproveitou-se para promover grande campanha mundial contra o bloqueio, sem sucesso. Todas as justificativas para o declínio cubano passa por essa linha. Mesmo com apoio financeiro irrestrito da URSS, a agricultura coletiva e a indústria de Cuba nunca avançaram. O déficit na balança comercial cubana é gigantesco: importa mais do que vende. A agricultura coletiva não produz e seu único produto de maior sucesso é o açúcar. A produção industrial é irrelevante. A estatização industrial teve os mesmos resultados que União Soviética, China e Vietnã: fracasso total. Isso explica bem a falência do socialismo no mundo.
Sem mecanização - "porque as máquinas tiram o trabalho do homem" - a produção agrícola é baixa e não representa muito no caixa da ilha. Pior de tudo isso é que a falta de manutenção das usinas açucareiras provocam quedas gigantescas na produção.
Veja como era Cuba antes da "Revolucion" de Fidel Castro.
Esta e as fotos abaixo mostram a decadência socialista: Cuba, hoje.
Como era Cuba antes de 1959: maior renda per capita entre países ibero-americanos
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
Cuba divide-se em duas épocas: antes e depois da revolução de Fidel Castro, em 1959. E o que existia em Cuba, antes do comunismo? O que você sabe sobre o país antes da chegada de Castro no poder? Se você desconhece, não se sinta mal. A Globo mostrou que também não sabe. O jornalismo da emissora, na cobertura da morte de Fidel, passou uma falsa ideia do "líder do povo cubano", como denominou a emissora em seu principal jornal e da realidade do país. Sempre simpático e sorridente nas imagens selecionadas pela Globo, Castro posou de herói. Oras, o "presidente de Cuba" nunca foi eleito e o povo, sob armas, nunca pode contesta-lo. Que líder foi esse? Na verdade Fidel permaneceu no poder sob um regime de ditadura extrema e violenta e a custa de mais de 120 mil fuzilamentos e prisões de opositores que promoveu logo no início do seu governo. E, até mais recentemente, fuzilamento dos que tentavam fugir da ilha. Desde 1959, quando tomou o poder pelas armas, nunca houve eleição em Cuba. Jornal, apenas um, o Granma, oficial do regime. A emissora de TV é controlada pelo governo. Nenhuma liberdade individual. Até o sorvete na praça só o fabricado pelo governo. A comida conseguida pelo cartão de racionamento dura 5 dias e o salário de um cubano dá pra comprar 4 quilos de carne de frango. As "casas" dadas pelo governo são prédios antigos, construídos antes do socialismo.
Restaram os carros antigos - americanos - da década de 50 e esperança de dias melhores, sem a revolução que separou famílias e gerações. Os jovens cubanos pouca importância dão para Fidel e sua revolução. Eles não tem internet em casa porque é proibido e nas lan-houses só podem acessar os sites autorizados pelo governo. Tudo é controlado.
Pior que a simpatia global foram citações mentirosas como creditar a Castro a excelente qualidade da educação e a saúde pública do país. Oras, uma pesquisa simples mostraria que já em 1956 a ONU reconhecia Cuba como o país íbero americano com o menor índice de analfabetismo. O que Fidel fez foi apenas manter a mesma estrutura e política educacional implantada 20 anos antes da Revolução Cubana. Segundo Yoani Sánchez, opositora ao regime, também é falsa a informação de que a educação é grátis pois, os pais são obrigados a comprar material escolar, consertar cadeiras e pagar por lâmpadas e encanamentos. Nem refeições para crianças do fundamental existem. O "lanche" obrigatório oferecido pelo governo é recusado pelas crianças e os pais levam comida de casa que geralmente é repartido com os professores.
Mais por ignorância jornalística que má fé, a emissora brasileira deu a entender que foi graças a "revolucion" que Cuba forma uma grande quantidade de médicos, um mito comunista. Mentira: antes de Fidel, por volta de 1957, Cuba já detinha o maior número de médicos per-capita, segundo a ONU, entre países ibero-americanos. Hoje os serviços desses profissionais são "vendidos" pelo governo de Cuba que fica com 70% do salário pago por outros países. Os hospitais da "revolucion" são sujos, mal conservados e os pacientes são obrigados a levar roupa de cama, produtos de higiene pessoal e para limpeza dos banheiros, material hospitalar como injeções, gases, material cirúrgico e até medicamentos. O que estão fazendo, então, tantos repórteres na ilha?
Cuba em 1956: renda per capita invejável
A ilha cubana foi um enorme centro turístico - até a chegada de Fidel - com moderníssimos hotéis, com maior número de carros entre países ibero-americano e, na década de 50, chegou a ocupar a segunda posição em renda per-capita entre países do centro e sul da América, maior que a Itália e mais que o dobro da Espanha e causava inveja a Áustria, Irlanda e Japão. Por volta de 57 a paridade dólar/peso cubano era 1 por 1. O Captólio cubano - cópia do americano - e todos os prédios em concreto armado, foram construídos antes de Fidel e sua revolução. Hoje Havana é um amontoado de lixo e prédios desabando. Como Havana transformara-se num paraíso para turistas, a tecnologia chegava fácil e rápido à ilha, como ar condicionado central no Hotel Riviera, muito antes de chegar ao Brasil, por exemplo.
A jornada de trabalho de 8 horas, salário mínimo e autonomia universitária já existiam em Cuba por volta de 1937. Não foi obra do socialismo. A TV em cores, que no Brasil chegou na década de 70, já existia em Cuba no ano de 1958. Havana já tinha mais de 160 emissoras de rádio na década de 50/60 e mais de um milhão de rádios receptores e mais de 350 salas de cinema. A primeira estação de rádio foi fundada em 1922. O país, que hoje vive de cotas de alimentos, já foi segundo colocado na América no consumo calórico per-capita diário. Bem antes, por volta de 1829, Cuba já se utilizava de máquinas e barcos à vapor. A ferrovia foi instalada em 1837. Telefonia sem interferência de telefonistas foi implantada em Cuba muito antes que nos países latino-americanos. Em 1918 o país já concedia o divórcio que só chegou ao Brasil quase 60 anos depois.
A democracia cubana elegeu na década de quarenta seu primeiro presidente negro, fato que só ocorreu nos Estados Unidos 68 anos depois. Cuba detinha uma constituição considerada avançadíssima para a época como reconhecer o direito do voto das mulheres, igualdade de direitos entre sexos e raças e direitos trabalhistas. A ilha, antes da revolução, era a terceira maior produtora de arroz nas Américas Central e do Sul. As desigualdades sociais - comuns na maioria dos países, naquele período - levaram Fidel Castro liderar uma guerrilha contra Fulgêncio Batista, derrubado em janeiro de 1959. As promessas da "revolucion" eram de fartura e igualdade. Castro tomou o poder, acabou com as eleições, implantou uma ditadura violenta, matou mais de 120 mil cubanos opositores e destruiu o país. O comunismo cubano foi sustentado pela URSS até falir em 1989. Sem a ajuda soviética, Cuba definhou mais rapidamente.
Sem sucessores, o comunismo acabou em Cuba sem Fidel.
Fontes: ONU, NY Times, Yaoni Sànchez
Capitolio cubano, construção antes da revolução
Construções modernas, antes da revolução
Bondes chegaram em Cuba no começo do século
"Fuzilaremos, sim. Temos fuziliado. Fuzilaremos e continuaremos fuzilando se for necessário" Discurso de Che Guevara na ONU.
Fidel Castro: discurso de 9 horas falando da revolução. Os jovens ignoram Fidel e a história revolucionária.
Fidel amarra opositor que será fuzilado. Raul Castro coloca venda enquanto Guevara observa. Mais de 120 mil fuzilados por discordar da revolução. Muitos morreram tentando escapar da ditadura.
O que restou de Cuba: prédios antigos construídos antes da revolução.
Na foto o capitão Gracia Olay é fuzilado em Santa Clara, sob o comando de Che Guevara.
Cuba hoje, 57 anos de revolução: decadência e pobreza. Faixa tenta motivar o povo cansado de ter esperança e viver sem liberdade.
Ser “habanero” não é ter nascido numa cidade, é levar essa região nas costas e não poder se desligar dela. Na primeira vez em que me dei conta de que pertencia a esta cidade eu tinha sete anos. Estava num pequeno povoado de Villa Clara, tratando de alcançar umas goiabas num galho quando um monte de crianças daquele lugar rodeou a mim e a minha irmã. “São de Havana! São de La Habana!” berravam. Nesse instante não entendíamos tanto alvoroço, porém com o tempo nos demos conta que nos havia tocado um triste privilégio: haver nascido nesta urbe em declínio, nesta cidade cujo maior atrativo é o que pôde ser e não o que é.
Sou totalmente urbana, citadina. Criei-me num local do bairro Cayo Hueso onde as árvores mais próximas ficavam a mais de quinhentos metros. Sinto-me filha do asfalto, do odor de querosene, dos varais que gotejam nas varandas e das tubulações de alvenaria que transbordam de vez em quando. Esta nunca foi uma cidade fácil. Nem sequer nos postais para turistas com suas cores retocadas se pode ver uma Havana cômoda e que possa ser resumida.
Às vezes já não quero caminhar por ela, porque me dói. Vou subindo pela Belascoaín e as minhas costas o mar fica com essa brisa que conheço tão bem. Chego à esquina da Rua Reina. Há uma igreja no estilo gótico que quando menina me dava a impressão que se perdia entre as nuvens. Ali vi pela primeira vez, quando tinha dezessete anos, uma árvore de Natal. Avanço pelos portais dando um pulo aqui e outro lá. Fios de água correm de algumas escadas e uma senhora tenta me vender uns doces de leite que têm a mesma cor da rua.
Havana é uma cidade de gritos e sussurros. Quem só ouve sua tagarelice nunca poderá escutar os seus cochichos.
Já vejo o sinal de trânsito de Galiano, porém o passo se torna mais lento porque há muita gente. Um policial dobra a esquina e alguns se escondem atrás das portas ou entram nas lojas como se fossem comprar algo. Quando o guarda se for voltarão a oferecer suas mercadorias num murmúrio. Porque Havana é uma cidade de gritos e sussurros. Quem só ouve sua tagarelice nunca poderá escutar os seus cochichos. O mais importante é sempre dito com um sinal, um gesto ou um simples movimento dos lábios que te adverte: “cuidado, aí vem, siga-me”. Uma linguagem desenvolvida em décadas de clandestinidade e ilegalidade.
A Rua Netuno está próxima. Ouvi um casal de anciãos dizer em frente a uma fachada: “Ha, não era aqui que ficava…?” Porém não consegui ouvir o final da frase. Melhor assim, porque Havana é uma sequencia de nostalgias e recordações. Quando alguém caminha é como se transitasse por um caminho de perdas. Onde desaba um edifício se mantém os escombros por dias ou por semanas. Depois fazem um estacionamento no buraco que restou ou colocam um quiosque metálico para vender sabonetes, miudezas e rum. Muito rum, porque esta é uma cidade que afoga seus sofrimentos em álcool.
Esta é uma cidade que afoga seus sofrimentos em álcool
Chego ao malecón. Em menos de meia hora percorri a porção da cidade que, na minha infância, parecia conter toda a urbe. Porque fui uma “camponesa de Centro Havana”, dessas que pensam que depois da Rua Infanta começam “as zonas verdes”. Com o tempo compreendi que esta capital é muito grande para se conhecer. Também soube que a mesma sensação de dor é percebida por quem nasceu em Diez de Octubre, El Cerro, El Vedado ou Marianao. Dá no mesmo, Havana mostra suas feridas em qualquer bairro.
Toco o muro que nos separa do mar. É áspero e quente. Onde estarão aquelas criancinhas que na minha infância – e num povoado diminuto – olhavam-me assombradas porque eu era “habanera”? Desejarão carregar este fardo? Terão também terminado nesta urbe, vivendo entre suas latas de lixo e suas luzes? Dói-lhes tanto como a mim? Estou certa que sim, porque La Habana não é só essa localidade escrita em nosso documento de identidade. Esta cidade é uma cruz que se leva a todas as partes, uma região em que uma vez que nela viveste já não te abandona.
Posted on Setembro 15, 2014 by H. Sisley YOANI SÁNCHEZ, 12/09/2014
O sinal do turno da manhã tocou e os meninos foram para a aula, seguidos por seus pais. O primeiro dia de aulas acaba com a alegria e alguns deixam umas lagriminhas caírem porque sentem saudades das suas casas. Isso aconteceu com a Carla que está iniciando o pré-escolar numa escola do Cerro. A menina teve sorte porque lhe coube uma professora que ensina a muitos anos no primário e domina bem o conteúdo que transmite. “Que sorte!”, pensaram os familiares da pequena imediatamente antes que outra mãe lhes advertisse: “porém cuidado com a professora que exige um pedaço da merenda que cada estudante traz de casa”.
Na tarde daquele 1 de setembro teve lugar a primeira reunião de pais. Depois das apresentações e das palavras de boas vindas, a professora enumerou tudo que fazia falta para comprar em aula. “Há que se coletar dinheiro para um ventilador”, disse sem ruborizar. Carla já havia sofrido com o calor da manhã, desse modo a mãe entregou os 3 CUC que lhe correspondia para que sua filha tivesse um pouco de frescor enquanto estudasse. “Também precisamos comprar uma escova e um esfregão para a limpeza, três lâmpadas de luz fria e um cesto de lixo”, enfatizou a auxiliar pedagógica.
A lista de pedidos e necessidades somou-se um desinfetante para o banheiro “porque não há quem suporte o cheiro”, assegurou a própria educadora. A cifra dos gastos começou a crescer e teve-se que juntar um cadeado porque “senão nos roubam as coisas quando não há ninguém na escola”. Para pintar o quadro negro um pai ofereceu um pouco de tinta verde e outro se comprometeu em consertar as dobradiças da porta que estava caída ao lado. “Recomendo-lhes que comprem a agenda dos meninos na rua, porque as que vieram neste ano são de um material de cebola que rasga ao se apagar”, acrescentou a mestra.
Ao terminar a reunião a família de Carla já contabilizava uns 250 pesos cubanos em gastos para apoiarem o ensino da menina, a metade do salário mensal do pai, que é engenheiro químico. Então a diretora da escola entrou na reunião e rebateu: “se alguém conhece um carpinteiro e quiser contratá-lo para que conserte a mesa do seu filho, pode fazê-lo”.
Posted on Agosto 20, 2014 by H. Sisley YOANI SÁNCHEZ, La Habana | 20/08/2014
Explicar a morte a um menino é sempre uma tarefa difícil. Alguns pais se servem da metáfora e outros da mentira. Os adultos justificam o falecimento de alguém para as crianças com frases que vão desde “foi para o céu viver numa nuvem” até a mentira de que “está viajando”. O pior acontece quando essas invenções transcendem a família e se convertem numa política informativa de um Estado. Falsificar a real incidência da morte para uma população é tirar-lhe a maturidade e negar-lhe seu direito a transparência.
Em 1981 uma epidemia de dengue hemorrágico irrompeu em Cuba. Eu tinha seis anos apenas, mas aquela situação me deixou traumas profundos. Primeiro nos comunicaram na escola que a doença havia sido introduzida pelo “imperialismo ianque”. O Tio Sam dos meus pesadelos infantis já não nos ameaçava com uma arma, porém portava um enorme Aedes Aegypti disposto a nos contagiar da febre quebra-ossos. Meus familiares entraram em pânico quando começaram a saber dos meninos mortos. O corpo de guarda do Hospital Pediátrico de Centro Havana era uma efervescência de gritos e prantos. Minha mãe perguntava-me se doía alguma coisa a cada momento, e sua mão sobre minha testa comprovava que eu não tinha febre.
Não havia informação, só sussurros e medo, muito medo. Não se falar publicamente da verdadeira origem daquele mal, a população apenas se protegeu. Na minha escola primária continuávamos correndo para o abrigo – sob o Ministério da Indústria Básica – ante o “iminente ataque militar” que chegaria do Norte. Entretanto um pequeno e sorrateiro inimigo fazia estragos entre gente da minha idade. Aquela mentira não tardou a ser evidenciada. Década depois o dengue voltou, ainda que me atreva a dizer que nunca se foi e que em todos estes anos as autoridades sanitárias tentaram escondê-lo.
Agora já não há em quem lançar a culpa, não fosse pela deterioração higiênica que nosso país vive. Não é o Pentágono, mas sim os milhares de kilômetros, que existem por toda a Ilha, de tubulações danificadas e com vazamentos. Não é a CIA, mas sim a ineficiência de um sistema que não conseguiu sequer construir novas redes de drenagem e sistema de esgoto. A responsabilidade não aponta para o exterior, porém indica-nos. Nenhum laboratório criou este vírus para aniquilar os cubanos, o nosso próprio colapso material e sanitário é que nos impede de controlá-lo.
Ao menos já não funciona aquele conto para meninos ingênuos aonde os males chegavam de fora. A mentira que nos mostrava como vítimas inoculadas pela perfídia americana é aceita apenas pelos mais ingênuos. Como meninos que crescem e têm comprovado que o Governo nos mentiu sobre o dengue e que aquelas não eram falsidades paternalistas, mas sim sofisticadas mentiras de Estado.
Concepción Hernández Barbón é cubana e aconselha que não acreditem no regime comunista de Fidel Castro. Depois de tanto tempo servindo ao regime ela chegou aos 65 anos vivendo de rações dadas pelo governo - tudo em Cuba é racionado - e morando em um casebre. A revolução cubana levou o povo ao inconformismo, falta de reconhecimento e uma vida sem esperanças. Melhor que criticar é ouvir um testemunho real.
Internet em casa é proibida em Cuba. Só em 2013 surgiram as primeiras lan house sob controle da ditadura.
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza Imagine um país onde é proibido internet em casa, onde os canais de televisão que você está autorizado a assistir livremente são do governo, onde existe apenas um jornal oficial e qualquer manifestação é controlada e seus líderes são presos?
Isso é Cuba. Lá não existe eleição, as liberdades pessoais são restritas - para viajar você precisa de autorização do governo - o salário gira em torno de 20 dólares, há filas para comprar um simples pão que é restrito a um por pessoa e, se você tiver que se internar num dos péssimos hospitais do país, tem que levar roupa de cama, produtos de higiene e os medicamentos você paga quando encontra em alguma farmácia, a preços exorbitantes.
O acesso à internet só pode ser feito em algumas salas públicas - 118 em todo país -com poucos computadores ou em hotéis que cobram preços altíssimos, por hora. No país existem um milhão de computadores e somente metade está ligada às redes. O Brasil tem cerca de 120 milhões, 3 para cada grupo de cinco habitantes.
Faz apenas dois anos que o governo autorizou a venda livre de computadores no país para particulares. Os preços são altos demais para a realidade cubana onde um médico recebe 50 dólares por mês. Quando recebe. Os celulares foram autorizados no país somente em 2008 e somente agora a população está liberada para criar seu próprio negócio como um bar, café ou restaurante. Antes, só com aprovação do governo que também controlava a venda de produtos agrícolas.
O sistema comunista em Cuba não conseguiu sobreviver depois da derrocada da URSS que lhe enviava muito dinheiro. Com dois velhotes comandando a ilha, Cuba vai se esvaziando, sem liberdade, sem opções, sem esperanças.
Raúl Castro: São 86 mortes na lista tornada pública pelo Arquivo Cuba na prisão, 46 suicídios de presos e 15 homicídios
Pablo Afonso
O governo de Raul Castro tem um impressionante recorde de mais de 200 casos de assassinatos e desaparecimentos em Cuba, 166 deles documentados, durante os sete anos de seu mandato como Cuba Archive revela em seu último relatório.
A lista relaciona 86 mortes de presos por recusa de assistência médica na prisão, 46 suicídios de presos e 15 execuções. A contagem inclui os presos mortos em greve de fome:. Wilman Villar Mendoza, Orlando Zapata Tamayo, Roberto Ramirez e Yordanis Ballagas Rivalta Antonio Junco, e qualifica-se a morte de Oswaldo Paya Sardinas e Harold Cepero Escalante como supostas execuções extrajudiciais.
Há dois casos relatados como desaparecimentos forçados. O primeiro identificado como Alberto Sigas Hechevarría, 32 anos, membro de um grupo de oposição pacífica, que havia sido ameaçado de morte por agentes de segurança do Estado. Em 15 janeiro de 2010, deixou sua casa para visitar a sua mãe e nunca mais foi visto. Sua esposa informou seu desaparecimento. A polícia informou, três dias depois, que ele fora detido na sede Villa Marista da Segurança do Estado. Mas nunca mais voltou.
Em condições semelhantes desapareceu o ativista político, Amelio Franco Roberto Alfaro, 62 anos, que saiu de casa pela última vez em 20 de maio de 2009, assinala o Cuba Archive.
O relatório inclui 10 páginas, entre 31 de julho de 2006 até 15 de dezembro de 2013 e está disponível no site cubaarchive.org.
Cuba Archive é um programa do Projeto Sociedade Livre (FSP), uma organização independente fundada em 2001, em Nova York, presidido por Maria Werlau, a fim de promover o respeito pelos direitos humanos e preservar a memória histórica através de pesquisa, bolsas de estudos e publicações. A organização tem uma ampla base de dados digitais que documentam os crimes políticos em Cuba desde o triunfo da revolução de Fidel Castro, há 55 anos.
Pablo Alfonso, en 1971 fue condenado a 20 años de cárcel por dirigir junto a otros jóvenes de procedencia cristiana un movimiento opositor contra el régimen de Fidel Castro. Indultado en 1979, viajó a Miami donde todavía reside.
Entrevista a María Werlau por Carmen María Rodríguez
A reportagem de Duda Teixeira, para a revista Veja, mostra a decadente Cuba onde prosperar, mesmo honestamente, "é um ato tão subversivo quanto dar opinião contra a política nacional", diz a revista. Não existe imprensa livre, o país não sabe o que é eleição desde que Fidel Castro assumiu o poder e tudo depende de autorização do estado, até mesmo para viajar de uma cidade para outra. Imagine para o exterior.
No mundo existem apenas Cuba e Coréia do Norte que se mantém comunistas na politica e na economia. Enquanto sua vizinha do sul transformou-se numa potência econômica, a Coreia do Norte depende da ajuda internacional para dar de comer para 18 milhões de habitantes famintos.
Mesmo com a ajuda do Brasil, China e Canada, a situação em Cuba degringolou-se. Tudo é controlado pelo governo, desde fábricas de calçados, confecções até restaurantes e taxis. Mesmo passando o comando para o irmão, Raul Castro, e prometendo reformas, as perseguições políticas continuam de forma mais grave.
"Por fim, a população continua impedida de progredir. Aos olhos do regime castrista, a concentração da propriedade contradiz a essência do socialismo e jamais será permitida. "A China precisou de apenas cinco anos para liberar o capitalismo de maneira irrevogável", diz o economista Rafael Romeu, da Associação para o Estudo da Economia Cubana, em Washington. "Raúl Castro completou sete anos no poder e a economia continua na mesma" conclui a matéria de Duda Teixeira.
El presidente cubano, Fidel Castro, es el séptimo mandatario más adinerado del mundo, según lo reporta el más reciente 'ranking'realizado por la revista Forbes, que busca destacar a los 10 gobernantes más ricos del planeta. Con una fortuna evaluada en U$ 900 millones, éste se ubica por encima las Reinas, Isabel de Inglaterra y Beatriz de Holanda.
A pesar de eso, lo asombroso del estudio es que Castro reune más dinero que el Presidente africano de Guinea Ecuatorial, Teodoro Obiang, quien alcanza los U$ 600 millones; la Reina Isabel II de Inglaterra, con U$ 500 millones y finalmente la Reina Beatriz de Holanda, con U$ 270 millones. ¿Cómo se explica la riqueza de Castro?
Para los creadores del 'ranking', la fortuna de Fidel Castro ha crecido enormemente en los últimos años, dado que en 2003 tan sólo se le calculaba una riqueza de U$ 110 millones. Dos años después, llegó a tener U$ 550 millones (una suma cinco veces superior).
Según Forbes, desde el año pasado, el patrimonio del presidente cubano casi se duplicó hasta llegar a los 900 millones de dólares. "Suponemos que él tiene el control económico sobre una red de compañías estatales que incluye el Palacio de Convenciones, Cimex, tiendas al por menor y Medicuba, que vende vacunas y otros productos farmacéuticos producidos en Cuba"; pues según expertos, esta sería la única forma en la que el mandatario reuna dicha cifra. La inclusión del nombre de Castro en la lista del año pasado tuvo una dura respuesta por parte del Gobierno cubano, al afirmar que tomaría acciones legales contra lo que consideraba una "infamia".
O colunista Iván García é um jornalista cubano publicado em vários jornais do mundo. Em artigo recente diz que Cuba é uma ilha envelhecida e se argumenta que há mais de 30 anos as mulheres cubanas tiverem apenas um filho ao término de seu período reprodutivo. Este é um resumo da pesquisa anunciada pela Oficina Nacional de Estatísticas, em 2011.
O pais está envelhecendo rapidamente e sua população diminuindo. A terceira idade superou a faixa populacional entre 0 e 14 anos em 17,8% do total de 11 milhões e 200 mil habitantes. Estudos mostram que, neste ritmo, Cuba chegara a 2025 com menos 200.000 habitantes e 44 anos de idade média do povo.
Metade da população idosa sente medo e incerteza em relação ao futuro preocupando-se com a situação econômica e saúde. Cerca de 60% dos pesquisados disseram que tem dificuldades financeiras e outras carências e os demais "que podem viver entre bom e pouco apertado".
Ressalta-se que muitos deles recebem ajuda de parentes de Miami, particularmente. Os demais vivem da aposentadoria de 6 a 15 dólares cambiáveis (R$ 12 a R$ 30) por mês que não cobre 25% das suas necessidades. Se ele consumir duas pequenas refeições por dia gastará cerca de US$ 100. Por isso é comum ver nas ruas de Havana idosos vendendo todo tipo de quinquilharia ou produtos roubados das fábricas do governo, hábito em todo país.
Anualmente migram mais de 20 mil pessoas entre 14 e 45 anos. Uma solução do governo cubano foi aumentar a idade de aposentadoria para 60/65 anos para mulheres e homens, respectivamente.
Pior é que mais de 60% das casas estão em condições precárias de uso. O mesmo teto tem sido utilizado por várias gerações. Outra opção são os arruinados asilos do estado. Brevemente Raul Castro se aposentara. Mas, certamente não receberá apenas uma pensão de US$ 15.
Na ONU defendeu os fuzilamentos de opositores e, em suas últimas horas de vida, preocupou-se com o destino de seu Rolex.
Corpo do guerrilheiro, após sua prisão e execução
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
Arrogante e egocêntrico, destemperado e cheio de soberba. Assim narram testemunhas que conviveram com Che. Apenas alguns poucos viveram uma vida totalmente de acordo com sua vontade. As frases coletadas de seu diário mostram que o argentino era um psicopata.
Félix Rodrigues conta que uma mulher tentou salvar a vida de seu filho, preso por ter escrito contra a revolução. Ela conseguiu uma audiência com Che e lhe implorou pela vida do menino que seria executado na segunda feira. Era uma sexta feira. A mãe acreditou que tinha conseguido salvar o filho quando Che perguntou pelo nome dele. Ele gritou para os soldados: "Fuzilem o filho desta senhora hoje mesmo para que ela não tenha que esperar até segunda-feira'”, contou Felix em depoimento.
O jornalista cubano Jacobo Machover, autor da biografia "El rostro oculto del Che" mostra que a imagem construída destoa da verdade. Machover conta que Che foi responsável pela "Comissão Purificadora" de uma prisão em Havana e, entre outras funções, supervisionava os fuzilamentos no "paredon". Pelo menos 180 pessoas foram fuziladas depois de um julgamento sumário presidido por ele mesmo. Che assistia às execuções fumando charuto.
José Vilasuso é advogado e trabalhou com Che na prisão de La Cabaña no preparo das acusações, confirmou que "os fatos eram julgados sem nenhuma consideração dos princípios de justiça". O livro de Jacobo Machover traz o depoimento de um ex-companheiro de guerrilha de Che, Dariel Jiménez Alarcón, que descreve a frieza mantida pelo comandante durante as execuções que presenciava.
"Che subia num muro e, deitado de costas, observava as execuções enquanto fumava um charuto", disse Jiménez. Segundo o escritor americano Lawrence Osborne, a retórica de Che era carregada de ódio. "Todos os seus discursos eram fascistas" afirma. Ele cita o final de um pronunciamento do líder revolucionário em que ele dizia que "o incontrolável ódio ao inimigo nos impulsiona e nos transforma em máquinas de matar efetivas, frias e seletivas".
Na Onu, Guevara defendeu os fuzilamentos no paredão de centenas de opositores "condenados" sumariamente por uma corte revolucionária. "Vamos continuar fuzilando" - repetiu ele em seu discurso.
Seus próprios companheiros de guerrilha o acusam de assassino violento, péssimo comandante e traidor. Num dos episódios ocorridos no México, um grupo de revolucionários cubanos foi preso depois da confissão de Guevara. A afirmação está no documentário Che Guevara, anatomia de um psicopata. Odiava os negros cubanos e não gostava dos gays, embora fosse um deles.
Ernesto Rafael Guevara de la Serna, "Che" Guevara, foi guerrilheiro e médico argentino-cubano que lutou ao lado de Fidel Castro na derrubada de Fulgêncio Batista. Nascimento: 14 de maio de 1928, Rosário, Argentina. Altura: 1,82m. Morto após sua prisão, na Bolívia, onde mantinha a guerrilha, em 9 de outubro de 1967, La Higuera. Tornou-se ícone do regime comunista de Cuba e teve seu lado obscuro mostrado em novas biografias quando se comemora 40 anos da sua morte. Entre os companheiros de guerrilha era chamado de "rim cozido" tamanho seu mau cheiro e sua liderança militar foi posta em dúvida depois de alguns confrontos com muitos parceiros mortos.
As frases abaixo são conhecidas dos escritos no diário do guerrilheiro e mostram sua personalidade.
“Enlouquecido com fúria irei manchar meu rifle de vermelho ao abater qualquer inimigo que caia em minhas mãos! Minhas narinas se dilatam ao saborear o odor acre de pólvora e sangue. Com as mortes de meus inimigos eu preparo meu ser para a luta sagrada e me junto ao proletariado triunfante com um uivo bestial.”
"Não posso ser amigo de quem não compartilha das mesmas ideias que eu".
"Adoro o ódio eficaz que faz do homem uma violenta, seletiva e fria máquina de matar".
“Para mandar alguém para o pelotão de fuzilamento, as provas judiciais são desnecessárias. Esses procedimentos legais são um arcaico detalhe burguês”.
Há 50 anos Che Guevara era preso e morto na Bolívia
Em suas últimas horas de vida, o guerrilheiro se preocupou com o destino de seu Rolex, menosprezou os africanos e apostou na "delação premiada"
Por Leonardo Coutinho / Revista Veja / 8 out 2017, 14h02
O guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, preso na Bolívia, em 1967 (VEJA/Reprodução)
Em 1967, a Bolívia era o país e mais pobre da América Latina e possuía uma das forças armadas mais desequipadas da região. Mesmo assim, um grupo de soldados raquíticos, com armas da II Guerra Mundial e quase nenhuma proficiência de combate foi capaz de subjugar e prender aquele que os movimentos armados idolatraram como seu guerrilheiro máximo. Sob a mira dos bolivianos, ele suplicou: “Não me matem. Sou Che Guevara. Para vocês valho mais vivo do que morto”.
Há exatos cinquenta anos Ernesto “Che” Guevara fora vencido pelo pelotão comandado pelo então capitão Gary Prado Salmón. Ao longo da tarde e noite daquele dia 08 de outubro de 1967, Che e Prado compartilharam cigarros, tomaram café e conversaram. O guerrilheiro queixou-se que os soldados haviam lhe roubado o relógio Rolex que Fidel Castro havia lhe dado de presente. Che estava convencido que sairia ileso e, por isso, se dava ao luxo de se preocupar com o seu relógio.
O general Gary Prado, em sua casa Santa Cruz de la Sierra. Ele comandou a operação que
capturou Che Guevara (VEJA/AP)
Prado recuperou a peça e a entregou na mãos do argentino. Che pediu ao militar que a guardasse para evitar que voltasse a ser roubado. Gary Prado manteve o Rolex sob sua guarda até 1984, quando o entregou a um cônsul cubano para que pudesse ser devolvido à família de Guevara.
Entre os vários assuntos que tratou, Prado queria saber o motivo de ele ter escolhido a Bolívia para exportar a revolução. “Nós já havíamos passado por uma revolução com reforma agrária e direitos universais. Que revolução ele esperava fazer, perguntei. Ele me respondeu ‘Me deram uma má informação. Eu não preparei essa missão. As ordens vieram de instancias superiores’. Perguntei de Fidel, mas nunca me respondeu”.
O militar relembra o desdém que Che demonstrava para com aqueles ele não o seguiam em seus projetos revolucionários. Quando perguntado sobre a experiência no Congo, onde Cuba havia planejado exportar a revolução, Che disse “deu errado porque a gente quis fazer a revolução em um lugar onde as pessoas ainda viviam pendurada em árvores”.
Prado disse a VEJA que neste 50º aniversário da prisão e morte de Che Guevara, ele espera exorcizar o passado. “Não aguento mais todo ano a mesma história. A mesma obsessão em torno da morte dele e de todos os mitos decorrentes desses eventos.
A execução de Che no dia seguinte colocou um fim na pretensões do guerrilheiro de colaborar com as autoridades. “Ele acreditava que seria mantido vivo pelo valor estratégico que tinha”. Mas a decisão do governo da Bolívia de matá-lo impediu o que seria o primeiro acordo de delação premiada da esquerda latino-americana.
Hoje, Prado e outros veteranos inaugurarão em Santa Cruz de la Sierra um memorial em homenagem aos 54 bolivianos que morreram em combate com a guerrilha castrista. “São heróis nacionais que ficaram esquecidos pela história, ofuscados pelo mito Che Guevara”.
O agora general da reserva Gary Prado relembra que quando Che foi preso ele estava em frangalhos e ferido. O odor de seu corpo era tão insuportável, que depois de sua execução uma enfermeira pediu autorização para lavar o cadáver.
Corpo após a execução e asseio pós-mortem: Guevara transformou-se no maior produto da propaganda cubana.
O que os militares bolivianos jamais poderiam imaginar era que o asseio post-mortem ajudaria reforçar o mito do martírio de Che. As fotografias do corpo limpo e bem arrumado estendido sobre a pia de cimento passou a ser comparada à pintura A lamentação sobre Cristo morto do renascentista Andrea Mantegna (1431-1506). Se vivo Che valeria muito para os seus captores. Morto, ele teve uma valor inestimável para Fidel Castro. Transformou-se no maior produto da propaganda cubana.
“Surgiram uma infinidade de relatos sem nenhuma conexão com a realidade”, diz o ex-militar. Segundo ele, jamais houve um discurso de despedida, como retratado em filmes e relatado em livros. “Não houve tempo de Che dizer nada. O militar que o executou o encontrou se voluntariou para fazer isso. Entrou no local onde Che estava e o fuzilou com uma rajada de metralhadora”.
O fato de ter comandado a captura de Che Guevara quase custou a vida de Gary Prado. Em julho de 1968, menos de um ano depois da morte do argentino. Prado foi alvo de uma tentativa de atentado.
Na ocasião, ele estudava no Brasil. Fazia um curso da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, no Rio de Janeiro. Militantes do Comando de Libertação Nacional (Colina) – organização da qual a ex-presidente Dilma Rousseff viria a fazer parte – montou uma emboscada para “vingar a morte de Che”. Mas os terroristas confundiram o alvo e mataram a tiros o major alemão Edward Westernhagen, que era colega de curso de Gary Prado.