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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A mentira da reforma do Ensino Médio


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Em 2015, os alunos brasileiros do Ensino Médio, avaliados pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), ficaram em 60º lugar, entre 76 países pesquisados. Esse vexame se repete há 25 anos.

Nesta rabeira também estão Argentina (62º), Colômbia (67º) e Peru (71º). A avaliação analisa os conhecimentos de leitura, matemática e ciências entre alunos na faixa de 15 anos, a cada 3 anos. Em leitura procura-se saber qual é a compreensão, uso e reflexão sobre textos escritos e, em matemática, sua utilização prática no cotidiano como expressão de ideias bem fundamentadas. As provas brasileiras são aplicadas pelo próprio MEC.

Países líderes no ensino médio também foram líderes no fundamental

Enquanto o Brasil e seus parceiros latino americanos amargam os últimos lugares, do lado aposto, ocupando as primeiras colocações, estão Cingapura, Hong Kong e Coreia do Sul.

Por que os estudantes asiáticos lideram esta competição, com uma folga imensa, enquanto o Brasil patina, há 25 anos, produzindo gerações de despreparados?

Estatisticamente pode se afirmar que os alunos que lideram o campeonato mundial da educação do Ensino Médio também se saíram muito bem no Ensino Fundamental de seus países. As crianças coreanas, chinesas, cingapurianas e japonesas são alfabetizadas no primeiro ano do ensino básico, por método fônico e sem invencionices pedagógicas comuns no ocidente. São alunos mais disciplinados e respeitam seus professores. Aprendem  ler e escrever com mais facilidade e avançam para o segundo ano com boa velocidade de leitura e compreensão, criam hábito de leitura e conquistam seu conhecimento ao longo da sua caminhada escolar. Quando chegam ao Ensino Médio, os resultados aparecem.

Método usado no Brasil ensina o lado errado do cérebro

Entretanto, o Brasil, Argentina e México ainda utilizam um método de alfabetização lastreado nas teorias de séculos passados - método global - associados com invencionices pedagógicas de Jean Piaget... que não alfabetizam. A afirmação vem dos maiores neurocientistas internacionais, como Stanistas Dehaene, francês que estuda o impacto do aprendizado na mente da criança há mais de vinte e cinco anos.

"O método global ensina o lado errado do cérebro" - afrma Dehaene. Dezenas de estudos, testes e experiências produzidas por sua equipe mostraram que entre dois grupos uniformes, alunos alfabetizados por métodos construtivistas tiveram enormes dificuldades e atrasos, ao contrário do outro grupo instruído por método fônico.

José Moraes: o método de alfabetização utilizado no Brasil, não alfabetiza.

Outro especialista em alfabetização, o português José Morais, emérito da Universidade de Bruxelas e doutor em desenvolvimento da cognição e psicolinguística, defende o envolvimento da neurociência na alfabetização para reformar os pensamentos pedagógicos. É ele que afirma que o método brasileiro... não alfabetiza. Pior, o prejuízo é irreversível. Uma prova disso é o fracasso do nosso ensino médio que agora querem reformar. Ele ensina que "a psicologia cognitiva nos mostra, entre muitas outras descobertas, que a leitura de textos não é uma elaboração contínua de hipóteses sobre as palavras do texto, mas sim, um processo automático, não intencional e muito complexo de processamento das letras e das unidades da estrutura fono-ortográfica de cada palavra, que conduz ao seu reconhecimento ou à sua identificação".

Todas as avaliações produzidas no país apontam para resultados catastróficos: nossas crianças chegam aos anos finais do fundamental, analfabetas. Diante desse quadro dramático, o MEC lançou programas como Ler e Escrever e EMAI - Ensino de Matemática nos Anos Iniciais - buscando reverter o caos. Sem sucesso. Afinal, como incentivar o hábito de leitura... entre analfabetos? Como melhorar o conhecimento matemático se os alunos não conseguem compreender um simples enunciado? E que resultado se obterá com a mentirosa reforma do Ensino Médio Brasileiro se esses jovens continuam analfabetos?

Escolas de período integral: resultados irrelevantes

A concentração de esforços e tempo em português e matemática, nesta nova arquitetura da educação, é energia perdida. E os resultados de escolas em período integral (até 9 horas e meia, dependendo dos projetos pedagógicos) tem demonstrado que o ganho é ínfimo. A "grande reforma", em resumo, obrigará o ensino de Português, Matemática e Inglês nos três anos do Ensino Médio (Base Nacional Comum) e as demais passam a ser optativas da metade para o fim, dependendo da área que o aluno decidir seguir, entre linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino técnico.

O processo copia parte do modelo pedagógico finlandês "phenomenon learning" que concede total liberdade aos alunos decidirem o que querem aprender. O professor, nesse método, não tem mais controle do processo de aprendizagem, entregue "democraticamente" nas mãos dos jovens. Mas os resultados não foram bons. 

Finlândia: invenção pedagógica derrubou educação no país

A Finlândia, que no ano 2000 conquistou o primeiro lugar no PISA, simplesmente despencou para 12ª em matemática, deixando de ser modelo em educação. Com o "Novo Ensino Médio" brasileiro a evasão escolar vai persistir e os números do PISA desmentirão a grande reforma que se pretende. O problema não está no Ensino Médio, mas no primeiro ano do fundamental. Enquanto persistirem as crendices de Piaget, nenhuma reforma funcionará.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Saresp confirma o caos na educação de São Paulo

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

A educação vai mal em todo país e São Paulo não é exceção. Os resultados colhidos pelo último Saresp - Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo - são péssimos. Em português e matemática os estudantes paulistas estão entre os níveis básico e adequado, em todas as séries. Ou seja, demonstram domínio mínimo dos conteúdos, competências e habilidades desejáveis para sua série.

No ensino Básico e Médio houve uma melhora insignificante em relação ao ano passado mas nenhum deles atingiu a nota considerada desejável dentro da escala do governo.

Herman Jacobus Cornelis Voorwald Secretário da Educação de São Paulo: comemorando o que?

Para demonstrar o atraso da educação paulista, basta citar que os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, para atingirem o nível "avançado", deveriam obter médias acima de 275 pontos em matemática e eles só conseguiram 216,5, pouco acima do básico e exatos 58,50 pontos abaixo do avançado. Pior que tudo isso é a lentidão do avanço. Entre 2011 e 2014, nesta disciplina, a evolução foi de apenas 7,5 pontos.
O Saresp estabelece 4 níveis de proficiências: abaixo do básico, básico, adequado e avançado. 

Ressalve-se que um aluno brasileiro avaliado como adequado pelo Saresp receberia a referência de "abaixo do básico" em qualquer país de primeiro mundo. Isto é, enquanto um estudante sul coreano conquista a nota 7 em matemática na avaliação do PISA - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - os melhores alunos brasileiros não passam da nota 3.

Apesar dos péssimos resultados do Saresp, o que mais se estranhou foi a comemoração do secretário de Educação, o unespiano Herman Voorwald. Ele considerou os números como "satisfatórios".

Resta lembrar que Herman é político e já foi reitor da Unesp e, portanto, sabe que a educação paulista - e em todo Brasil - já vem patinando faz 30 anos. A Unesp ainda acredita na crença de Jean Piaget e seu construtivismo, teoria destruída pela neurociência que considera o método um grande engano pedagógico.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Voltam as reprovações, boletins e provas na educação municipal de São Paulo

Projeto prevê volta das provas bimestrais e implementação de boletins. Alunos terão reforço nas férias e possibilidade de ficar de 'dependência' em disciplinas

Ensino fundamental / Veja
Prefeitura de SP vai reformar ensino e reprovar em 5 séries

Por Alexandre Schneider


A prefeitura de São Paulo anuncia nesta quinta-feira um programa de reforma da rede municipal de ensino, que inclui a possibilidade de reprovação dos alunos em cinco séries e a retomada das provas bimestrais. O projeto ainda prevê a implementação de boletins com notas de zero a dez, relatórios regulares de acompanhamento do desempenho dos alunos e a volta da lição de casa em bases regulares.

Batizado de Mais Educação São Paulo, o programa ainda altera a divisão dos nove anos do Ensino Fundamental de dois para três ciclos: Ciclo de Alfabetização (1º ao 3º anos), Interdisciplinar (4º ao 6º anos) e Autoral (7º ao 9º anos). Atualmente, os ciclos são divididos da seguinte forma: Fundamental I (1º ao 5º) e Fundamental II (6º ao 9º). Pelo modelo atual, os alunos podem repetir apenas nos últimos anos dos dois ciclos. O projeto prevê a retenção não só no final de cada ciclo, 3º, 6º e 9º anos, mas também no 7º e 8º anos.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) afirma que o objetivo das medidas não é represar os alunos no ensino básico. "O objetivo não é aumentar a repetência, mas, sim, de o professor e estudante organizarem a passagem de nove anos de maneira que se tenha clareza do que se quer em cada etapa do processo. Ao final do terceiro ano, a alfabetização plena. No sétimo, oitavo e nono anos eles entram nas especialidades", afirmou.

O projeto ainda cria a recuperação dos alunos nas férias e a possibilidade de se carregar dependência, a chamada “DP”. Nesse caso, o aluno passa de ano, mas repete em algumas disciplinas, que será obrigado a cursar novamente no ano seguinte.

Os conceitos da reformulação ficarão disponíveis para consulta pública no site do programa até o dia 15 de setembro para receber sugestões da população, antes que seja aplicado nas escolas paulistanas.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Você sabe o que é boquete e como se faz?



Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O dicionário diz que boquete é pequena boca ou “felação” (s.f.): Gozo sexual provocado pela sucção; coito bucal, sexo oral. Forma latina: fellatio (sucção). Consiste em sexo oral e sua prática se dá quando se utiliza a boca para chupar o pênis.

Você está assustado com esta ousada aula de sexo oral?

Deixe-me perguntar, então: quantos anos você tem? E com essa idade você se impressionou com a explanação sobre "boquete"?

Pois este tema foi tratado pelos alunos da 4ª série do ensino fundamental de uma escola de Contagem, Minas Gerais. Eles responderam perguntas sobre sexo, num trabalho organizado por uma professora sobre sexualidade. O tema está no programa curricular do MEC e sua instituição é recente. Em outra escola, da rede municipal, os alunos do ensino básico, entre 8 e 10 anos, foram obrigados a ler poesia erótica como atividade curricular.

O que chamou a atenção dos pais de alunos foram as questões abordadas para crianças com média de idade de 10 anos. Sexo oral, sexo anal, sexo entre homens e com mulheres e como é feito, homossexualidade feminina e sexo grupal. Após a revolta dos pais e até queixas na delegacia de polícia, o MEC reconheceu que o tema foi abordado de forma grosseira, vulgar e inadequada. O tema, em si, é delicado. Imagine tratado de forma chula.

A coordenadora pedagógica da escola defendeu-se alegando que o tema e as perguntas foram feitas pelos próprios alunos, o que muitos negam. Para os pais é importante a educação do tema, mas questionar alunos de 10 anos sobre "o que é boquete" é chulo demais. A abordagem, conforme mostra o questionário abaixo, é digno de amadores com alta carga de incompetência. O vídeo é uma reportagem a respeito.