Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza Atualizado em 4 de fevereiro de 2022 |
"A histeria da mídia é mais perigosa que o próprio vírus." (Robert Andersson, de Södermalm, Estocolmo) |
A emissora de televisão norte americana CBS disse, repetidas vezes, que a Suécia era um "exemplo de como não lidar com Covid-19" e o The Guardian - o pomposo jornal inglês - considerou as decisões adotadas pelo governo sueco como uma "potencial catástrofe".
As críticas tinham um alvo: os protocolos adotados pela Suécia durante a pandemia em 2020, não considerava o lockdown, na contramão das políticas adotadas pela maioria dos governos europeus.Nem só a "imprensa" estava errada - e escondeu os bons resultados da Suécia - como epidemiologistas estão reestudando a abordagem que permitiu a Suécia ter menor taxa de mortalidade, comparada com grande parte da Europa, em 2020 e no primeiro semestre de 2021 que chegou ao dia 26 de julho com zero mortos por covid-19.
Lockdown X Ciência
Recentemente mais de 100 mil franceses protestaram contra a estratégia do presidente Macron que decidiu que não vacinados não podem sair as ruas. Na Austrália pouco mais de uma centena de contaminados foi registrada positiva entre mais de 100 mil exames e, mesmo assim, o país entrou em lockdown. Bloqueios são contenções artificiais e, se utilizado por longos períodos, podem causar danos irreversíveis e mais mortes. As estatísticas mostram isso. Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega registraram os menores índices de mortalidade. Todos eles tem algo em comum: não usaram lockdown.
Anders Tegnell, epidemiologista |
Nesta primavera casais namoram nos parques, crianças brincam, escolas, cafés e restaurantes estão abertos e o sistema de transporte público ativo. Stefan Löfven, primeiro ministro sueco, apenas pediu para que o povo se comportassem como adultos.
Mas foi Anders Tegnell, considerado um dos melhores epidemiologistas do mundo, que sofreu as maiores críticas vindas da comunidade científica ao não adotar os bloqueios. Mas as estatísticas estão a seu favor: sem bloqueios a Suécia experimentou um resultado ótimo: os números da taxa de mortalidade foram muito menores que a maioria dos países europeus, em 2020, segundo a agência Reuters.
A Suécia teve 7,7% mais mortes em 2020 do que sua média dos últimos quatro anos enquanto Espanha e Bélgica, com lockdown rigorosos, experimentaram a chamada mortalidade em excesso, de 18,1% e 16,2%, respectivamente. Vinte e um países apresentaram maior mortalidade em excesso do que a Suécia. Os dados são da UE Eurostat.
Mas, como explicar que a taxa de mortalidade da Dinamarca, Finlândia e Noruega foram menores ainda que a Suécia? A Dinamarca (1,5%) e a Finlândia (1,0%), na verdade, adotaram políticas muito menos restritivas que as suecas. A Noruega registrou 0% de mortalidade em excesso.
Considerada pela imprensa como "uma potencial catástrofe", a Suécia zerou número de mortos, sem histeria. |
A Bloomberg afirmou que a "Suécia foi muito criticada por contrariar a tendência entre os governos que impuseram decretos draconianos de bloqueios que prejudicaram a economia mundial e jogaram milhões fora do trabalho e, meses depois, os dados mostraram que a Suécia havia achatado a curva, com sucesso, em contraste com muitos outros pontos quentes globais."
"Alguns acreditavam que era possível eliminar a transmissão de doenças fechando a sociedade", disse Johan Carlson, diretor da Agência de Saúde Pública da Suécia. "Nós não acreditamos nisso e nós temos provado que está certo."
Somente agora o mundo discute os graves erros praticados por governantes que descartaram as liberdades e abraçaram os bloqueios, com péssimos resultados. Muitos estudos acadêmicos mostram isso.
Um artigo de Jon Miltimore, para a Foundation For Economic Educacion, diz que "uma das razões pelas quais a Suécia viu uma taxa de mortalidade menor do que a maioria de seus homólogos europeus é porque seus líderes reconheceram os imensos prejuízos dos bloqueios. Como resultado, a Suécia evitou grande parte dos danos colaterais associados aos bloqueios, que incluem sofrimento econômico, aumento do suicídio, depressão do isolamento social, abuso de drogas e álcool e outras consequências adversas de cura pública.
Com lockdown os EUA viram a saúde mental regredir 20 anos, no ano passado. O CDC relata o aumento da depressão em jovens. Houve picos de suicídio, overdoses de drogas.