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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Roberto do PT denunciou o partido e foi assassinado


Por Edson Joel

José Roberto Soares Vieira, 47 anos de idade e ex-prefeito petista de Ourolândia, na Bahia, morreu com 9 tiros dados por um assassino que o esperava na porta da sua empresa de transportes, em Candeias. O criminoso abordou Roberto oferecendo serviços de limpeza, sacou uma arma, atirou e fugiu, não sendo identificado. O crime foi planejado considerando que esta mesma pessoa já estivera no local insistindo numa vaga de emprego. O caso ocorreu no último dia 17 de janeiro e parece ter sido queima de arquivo considerando que Roberto do PT, como era conhecido, havia confirmado a existência de um esquema de corrupção na Petrobras.

A PF, na sua 47ª ação na Operação Lava Jato, prendeu em novembro o ex-gerente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, José Antônio de Jesus. Na denúncia Roberto estava entre outros acusados envolvidos na delação do empresário Luiz Fernando Nave Maramaldo que apontou a prática de desvio de grandes somas da Petrobras em benefício do Partido dos Trabalhadores da Bahia. Além dele José Antônio de Jesus, (ex-gerente da Transpetro), José Roberto Soares Vieira (empresário), Adriano Silva Correia (engenheiro civil) estão na relação da PF.

Foi Sérgio Moro, juiz da Lava Jato, que alertou para a possibilidade deste ter sido o primeiro assassinato ligado a operação anticorrupção que lidera em todo país. Em 26 de janeiro, em um despacho, Moro alertou: “Não se pode excluir a possibilidade de que o homicídio esteja relacionado a esta ação penal, já que, na fase de investigação, o referido acusado aparentemente confessou seus crimes e revelou crimes de outros”.

Roberto morava num condomínio de luxo, em Camaçari, e possuía um Land Rover que pretendia blindar porque pressentia o perigo.

O assassinato com 11 tiros do ex-prefeito Celso Daniel de Santo André, também do PT, permanece envolto em mistérios. Celso, como Roberto, pode ter sido executado pelos mesmos motivos: sabia demais sobre esquemas de corrupção. No caso de Celso mais 8 pessoas, todas testemunhas de fatos ligados à sua morte, foram assassinadas, também.

sábado, 20 de junho de 2015

Lula está em pânico

Sérgio Moro, juiz federal especializado em julgamento de crimes financeiros

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O sinal amarelo que ascendeu na cúpula petista com a prisão de Vacari, o tesoureiro do PT e outros membros do partido, agora avermelhou e pisca nervosamente com detenção da alta cúpula da Odebrecht e Andrade Gutierrez, num claro sinal que as investigações chegaram a "águas nunca antes navegadas", nas palavras de um promotor da Operação Lava Jato, conduzida por Sérgio Moro. 

A nova fase da operação tem um nome significativo: Erga Omnes que, traduzido do latim quer significar "vale para todos". Quanto a existência do cartel e as fraudes nas licitações a PF disse não ter dúvidas muito menos que a Odebrecht e Andrade Gutierrez capitaneavam a corrupção dentro da Petrobrás, afirmou um procurador da república em entrevista. Há provas abundantes para acusar os empreiteiros de formação de quadrilha, fraude em licitações, corrupção, pagamento de propina, desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro.

O nome da operação é significativo para Lula que já acusou o golpe e confessou a alguns próximos que deve ser o alvo seguinte de Sérgio Moro, um juiz federal do Paraná que é referência no julgamento de crimes financeiros. A queixa de Lula é contra e principalmente Dilma Rousseff e Aloízio Mercadante que, segundo ele, nada fazem para conter os estragos da investigação.

Mas se o ex-presidente escarneava da justiça acreditando que nenhuma investigação ousaria se aproximar dele, agora a preocupação se transforma em fantasma: Lula não tem foro especial e isso obrigará que deponha tão logo seja intimado.

Faz alguns meses o ex-ministro Gilberto Carvalho vociferou chamando de palhaços os que pediam a cassação do Partido dos Trabalhadores por envolvimento nos casos de corrupção. Agora, com tantas denúncias e colhimento de provas, dificilmente o partido e seus dirigentes, inclusive o cômico presidente Rui Falcão, escaparão. Muito menos o mentor que já foi avisado por Emílio, pai de Marcelo Odebrecht: meu filho não vai cair sozinho.  

Até onde seguirá Moro? Ou, até onde os acuados corruptos permitirão que o magistrado vá com sua força tarefa anti-corrupção? Em países autoritários Moro seria alvo de um atentado e algum maluco seria responsabilizado. Ou terroristas de algum país do oriente, na contra partida de favores trocados, produziria a farsa que eliminasse o principal vetor das investigações. Hipóteses perfeitamente viáveis visto que Lula está em pânico.