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terça-feira, 9 de julho de 2013

Plebiscito cai na câmara dos deputados

Dilma derrotada: Câmara derruba plebiscito
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e os líderes partidários reunidos durante duas horas decidiram que o plebiscito sugerido por Dilma Rousseff para valer em 2014 é inviável. A ideia morreu.

O PT, partido derrotado, no entanto, não desistiu da ideia da sua realização, mas as manifestações dos petistas, percebe-se, é mais para "não deixar a Dilma sozinha" como se estivesse abandonada.

O próprio partido já sabia da inviabilidade da convocação de uma constituinte - um absurdo inenarrável saído da cabeça de alguém mentalmente avariada -  e do plebiscito, uma tentativa de desviar o foco das imensas manifestações de protestos em todo país contra a falta de gestão da presidente.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Dilma Rousseff está isolada

Presidente tenta recompor base no congresso

Isolada politicamente a presidente Dilma tenta recompor a base no congresso após atritos com o PT e aliados do governo por conta da proposta de plebiscito. Diante da crise gerada pelas imensas manifestações populares, a presidente percebeu estar ficando só, largada pelo PT e deixada de lado pelo padrinho que viajou para a África. 

Ela se reuniu com os líderes do PT pedindo ajuda para reorganizar a base de apoio esfacelada com a tentativa frustada de convocar uma constituinte e depois o plebiscito. Os deputados do PMDB ensaiam uma rebelião contra Michel Temer que disse de manhã sobre a impossibilidade da realização da consulta e a tarde se desdisse afirmando o aposto. A reforma política pretendida pela presidente soa para a oposição e para os aliados como uma tentativa de fugir do foco dos protestos.

Após a reunião desta sexta feira, o líder do governo na casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), confirmou o pedido de ajuda e comentou no final: 

“A viola está desafinada”.

O PMDB já afirmou, em nota, que só aceita o plebiscito se for realizado em 2014, junto com a eleição presidencial. Isso já desautoriza Michel Temer que tenta dizer o contrário e demonstra a total falta de competência da presidente eleita com fama de gerentona mas que está mandando mal.

Dilma está isolada pelo próprio PT.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Plebiscito: "Além dos tumultos de rua, o Brasil agora tem uma solene inutilidade para discutir"

Por Sandro Vaia

Conheço todos: Maria foi à manifestação por causa do preço dos ônibus; Pedro foi porque é petista; João foi porque não gosta do PT; Antonio foi porque é contra a corrupção; Alfredo foi porque é contra a “cura gay”, embora não saiba o que vem a ser isso; Lúcio foi porque é contra a PEC 36, que não sabe distinguir da 37, ou da 99, ou de qualquer outra; Ricardo foi porque quer uma passarela mais próxima para cruzar a estrada; Lúcio foi porque adora futebol mas é contra o dinheiro público enterrado nos estádios da Copa.

Enfim, tem para todos os gostos. E cada um deles canta a sua vitória. A esquerda diz que escorraçou os agentes provocadores da direita golpista e os conservadores dizem que colocaram os agitadores esquerdistas em seu verdadeiro lugar.
A voz rouca no poder
Entre uma “manifestação linda e pacífica” (como diziam os locutores de TV) e outra, houve alguns vândalos e depredadores, mas isso é da vida. Não existe primavera grátis, como já nos ensinaram as praças árabes.

Enquanto as manifestações mais ecumênicas e contraditórias que já povoaram as nossas ruas e praças obrigavam os nossos cientistas políticos e psicólogos sociais a correr para seus livros para bordar explicações recheadas de alguma erudição, os fenômenos políticos se sucediam.

A chamada “voz rouca das ruas” obrigou a presidente a atropelar o país com uma lista de cinco panacéias elaboradas urgentemente em sua farmácia de manipulação, e os políticos a trabalharem com uma energia e um ritmo de uma esteira ergométrica desgovernada.

(Breve parênteses: para quem se interessa pelo estudo de casos patológicos provocados pela leitura labial errada do que diz a “voz rouca das ruas”, recomendo procurar no Youtube trechos do documentário sobre a queda do ditador romeno Nicolau Ceausescu em 1989. Basta digitar “Videogramas de uma revolução”. Ou então procurar em alguma locadora o filme “A Leste de Bucareste”, que além de tudo é pateticamente engraçado).

Das propostas apresentadas solenemente pela presidente (que o jornal “Financial Times” chamou com fleugma britânica de “propostas de baixa efetividade”), a maioria era requentada de outros carnavais, ainda que apresentadas com roupagem nova.

Mas a sensação foi a sugestão de um plebiscito destinado a criar uma Constituinte exclusiva para a reforma política. Tão sensacional que as pessoas que estavam em volta dela foram surpreendidas pela novidade - inclusive seu vice, que é tido por notável constitucionalista e sequer foi avisado antecipadamente das intenções da titular. Não fez cara de espanto porque manteve a postura hierática de um mordomo e mordomos não se espantam.

A confusão conceitual, política e jurídica que a proposta causou foi tamanha que ela teve que voltar atrás e ficar só com o plebiscito, sem a Constituinte exclusiva.

Além dos tumultos de rua, o Brasil agora tem uma solene inutilidade para discutir.Sandro Vaia é jornalista