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terça-feira, 9 de julho de 2013

Porque São Paulo comemora 9 de julho

Ilustração para convocação dos paulistas contra a ditadura de Vargas

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Em 1929, com quebra da Bolsa de Nova Iorque e a queda do preço do café no Brasil - o seu principal produto de exportação - o país evoluiu para uma das suas piores crises econômicas.

O presidente era o paulista Washington Luiz que indicou o conterrâneo Júlio Prestes como candidato as eleições de 1930. Minas Gerais e Paraíba formaram uma chapa de oposição aos paulistas apoiando o candidato Getúlio Vargas, então governador do Rio Grande do Sul.

Júlio Prestes ganhou as eleições presidenciais. Getúlio denunciou fraude eleitoral e, por um golpe de estado, tomou o poder em novembro de 1930 permanecendo como ditador até 1945. Em regime de exceção, suspensas as eleições, os governadores e prefeitos eram indicados por Vargas e eram chamados de interventores. O estado paulista foi severamente prejudicado (Vargas nomeou um pernambucano como interventor de São Paulo) e o povo saiu as ruas em protesto contra o regime pedindo uma nova constituição e eleições livres com intensa participação dos trabalhadores e estudantes universitários.

Getúlio Vargas, além de populista era autoritário e mantinha uma polícia política temida e perigosa chamada "captura". Numa das manifestações, em 23 de maio de 1932, os soldados de Vargas mataram os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo dai surgindo a sigla MMDC, símbolo da resistência paulista.

Em 9 de julho daquele ano eclodiu a guerra chamada Revolução Constitucionalista: São Paulo se armou para combater o governo federal, esperando, em vão, o apoio prometido das tropas de Minas, Rio e Mato Grosso. Centenas de soldados paulistas morreram em combate. Três mil brasileiros morreram e cerca de cinco mil feriram-se em combate cessado em 28 de setembro com a rendição dos paulistas.

O ideal paulista prevaleceu e a constituição foi promulgada em 1934 e trouxe alguns avanços democráticos. Em 1950 Vargas volta ao poder como presidente eleito. Covardemente suicida-se em 24 de agosto de 1954 acusado do atentado contra o jornalista e ferrenho opositor, Carlos Lacerda, ocorrido 19 dias antes. Lacerda sobreviveu. O ditador se foi.

Getúlio Vargas suicidou-se dia 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete de onde se negava a sair, exceto morto. O tiro foi no coração, dado por ele mesmo, deixando uma carta explicando seu gesto. Foi acusado como autor do atentado contra o jornalista Carlos Lacerda,
O ditador Getúlio Vargas.
Comoção no enterro de Vargas.
Jornalista Carlos Lacerda, vítima do atentado na rua Toneleros, em Copacabana, no Rio, a mando de Getúlio Vargas. Os 4 acusados do atentado foram condenados a prisão.

Os envolvidos eram todos do governo de Getúlio
Soldados paulistas preparados para combater as tropas federais.

Manifestações contra a ditadura de Getúlio Vargas