(Ilustração da capa do Financial Times)
O jornal sempre foi crítico as previsões econômicas do governo brasileiro, nunca realizadas e aposta que "o modelo brasileiro chegou ao limite."
O jornal cita que os brasileiros pagam impostos de países desenvolvidos para sustentar serviços deficientes. "Ônibus superlotados e um alto tráfego fazem da rotina diária um fardo caro e demorado. A corrupção do governo é frequente. O descompasso é especialmente amplo quando se trata de instituições que não passaram por reformas, como a polícia. Sua truculência contra os manifestantes indignaram a população", escreve o FT.
Enquanto a presidente diz que "está tudo bem e sob controle" a inflação avança e o crescimento do PIB cai, diz o jornal. O Brasil não é esse país cor-de-rosa que o governo pinta, conclui o Financial Times. Os desmandos políticos e o dinheiro fácil da última década, quando a maré subiu para o mundo inteiro, dão sinais que estão se esgotando, conclui o Financial Times.
Aqui, analistas brasileiros mostram que o "boom" dos preços das matérias primas permitiu uma década de crescimento ao Brasil mas os avanços sociais ficaram restritas a doações de dinheiro na forma de Bolsa Família.
Participantes dos protestos deixam claro que a prioridade do governo são investimentos em estádios bilionários para a copa em detrimento da saúde. Os hospitais falidos, sem medicamentos e materiais, fila de espera de meses para consultas e de anos para cirurgias; escolas com estruturas deterioradas, sem qualidade de ensino e métodos de alfabetização colocados em dúvida "formam" alunos do fundamental analfabetos e os do ensino médio lendo, escrevendo e falando parcamente. Bandidos roubam e matam, impunemente. A sociedade, assustada, recolheu-se em "bunkers", subiu os muros e eletrificou como em campos de concentração.
Numa grande farra a corrupção avançou sobre os três poderes e leis são propostas para benefício de políticos já condenados por essas práticas, afrontando ética e moral de um povo indignado.
Para o mundo as manifestações ocorreram contra o crescimento econômico em desaceleração, inflação alta e ausência de ações para conter tais problemas e a corrupção, prática comum nos gabinetes políticos.