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quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Brasil não é o país cor-de-rosa que o governo pinta, diz Financial Times

(Ilustração da capa do Financial Times)

Um editorial do jornal Britânico Financial Times foi dedicado ao Brasil depois que as manifestações se espalharam por todo país. Para o FT o aumento dos preços das tarifas foi apenas o estopim para a explosão de queixas contra a inflação, corrupção, gasto do dinheiro público em obras de copa e olimpíadas enquanto as pessoas morrem nas filas dos hospitais.

O jornal sempre foi crítico as previsões econômicas do governo brasileiro, nunca realizadas e aposta que "o modelo brasileiro chegou ao limite."

O jornal cita que os brasileiros pagam impostos de países desenvolvidos para sustentar serviços deficientes. "Ônibus superlotados e um alto tráfego fazem da rotina diária um fardo caro e demorado. A corrupção do governo é frequente. O descompasso é especialmente amplo quando se trata de instituições que não passaram por reformas, como a polícia. Sua truculência contra os manifestantes indignaram a população", escreve o FT.

Enquanto a presidente diz que "está tudo bem e sob controle" a inflação avança e o crescimento do PIB cai, diz o jornal. O Brasil não é esse país cor-de-rosa que o governo pinta, conclui o Financial Times. Os desmandos políticos e o dinheiro fácil da última década, quando a maré subiu para o mundo inteiro, dão sinais que estão se esgotando, conclui o Financial Times.

Aqui, analistas brasileiros mostram que o "boom" dos preços das matérias primas permitiu uma década de crescimento ao Brasil mas os avanços sociais ficaram restritas a doações de dinheiro na forma de Bolsa Família.

Participantes dos protestos deixam claro que a prioridade do governo são investimentos em estádios bilionários para a copa em detrimento da saúde. Os hospitais falidos, sem medicamentos e materiais, fila de espera de meses para consultas e de anos para cirurgias; escolas com estruturas deterioradas, sem qualidade de ensino e métodos de alfabetização colocados em dúvida "formam" alunos do fundamental analfabetos e os do ensino médio lendo, escrevendo e falando parcamente. Bandidos roubam e matam, impunemente. A sociedade, assustada, recolheu-se em "bunkers", subiu os muros e eletrificou como em campos de concentração.

Numa grande farra a corrupção avançou sobre os três poderes e leis são propostas para benefício de políticos já condenados por essas práticas, afrontando ética e moral de um povo indignado.

Para o mundo as manifestações ocorreram contra o crescimento econômico em desaceleração, inflação alta e ausência de ações para conter tais problemas e a corrupção, prática comum nos gabinetes políticos.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

"O povo não é vagão, é a própria locomotiva de seu destino" diz Carlos Ayres

Carlos Ayres, ex-presidente do STF
Para ex-presidente do STF, Carlos Ayres, os protestos em todo Brasil passaram 'pito' nas autoridades. A matéria é do G1, publicada ontem.

"É o chamamento das instituições para o cumprimento do papel que lhes cabe, de atuar como locomotiva social. Nesse momento, o povo não é vagão, é a própria locomotiva de seu destino. Isso confere a ele, povo, a mais legítima autoridade para passar um pito nas autoridades instituídas", disse Ayres Britto durante reunião do Colégio dos Procuradores da República sobre a PEC 37, proposta de emenda à Constituição que limita as investigações do MP.

Para Ayres Britto, como não houve violência, o movimento deve "ser saudado como expressão da mais depurada e até avançada democracia".

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também defendeu as manifestações. "Isso mostra, como tenho afirmado, que não é tema que interessa apenas ao Ministério Público e à polícia, nem mesmo apenas ao sistema de Justiça, mas algo que interessa à toda nação, toda sociedade. O fato de esses jovens que ocuparam ruas brasileiras manifestando preocupação com grandes temas nacionais, incluir entre esses temas a PEC 37, evidencia que a sociedade brasileira como um todo está preocupada", destacou o procurador.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Recado ao STF: "Dirceu, pode esperar, a cadeia é o seu lugar"

"Não sei a motivação dessas pessoas, não sei que pleitos têm, não sei os objetivos. Assim não há como iniciar uma negociação" - disse Henrique Alves, presidente da Câmara dos Deputados sobre os protestos que explodiram em todo país pedindo ética, fim da corrupção, saúde e educação, segurança.

A confissão de Henrique Alves não surpreende. Realmente ele é pequeno demais para o cargo que ocupa - por interesses políticos e não por competência - tal e qual Renan Calheiros, o canalha escolhido pelo PMDB para dirigir o congresso e aprovado por Dilma Rousseff, a maior responsável pela crise instalada no país.

A falta de competência de uma presidente manipulada pelos interesses partidários escusos trouxe a inflação de volta e, com ela, todas as péssimas consequências de reajustes de preços e salários, desvalorização da moeda e crescimento ínfimo.

Mas, entre tantas queixas do povo que vê bilhões jogados em estádios de futebol super faturados, circo para desviar o foco da crise e fonte de corrupção, os manifestantes exigem a prática da justiça: colocar os condenados do mensalão na cadeia.

"Dirceu, pode esperar, a cadeia é o seu lugar" - foi o hino cantado, com vigor, pelos protestantes. Esse é o recado dirigido ao STF e, particularmente, aos dois novos ministros "indicados por Dilma" cuja missão, segundo a opinião política corrente, lá estão para salvar a pele dos petistas julgados, condenados mas ainda não recolhidos à prisão, como Zé Dirceu.

Imaginem se a os condenados se livrarem da cadeia?