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terça-feira, 12 de setembro de 2017

O estrago causado pelo PT

Desvios na Petrobrás são muito maiores que os detectados em auditorias anteriores; documentos mostraram o custo real de alguns equipamentos específicos da indústria de petróleo

O Estado de S.Paulo
11 Setembro 2017 | 03h00


A partir das provas obtidas pela Operação Lava Jato, auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) constataram que os desvios na Petrobrás são muito maiores que os detectados em auditorias anteriores. Em algumas obras, o prejuízo chega a ser 70% acima do cálculo anterior, revelou o Estado. É mais um passo na difícil tarefa de avaliar, em sua real dimensão, os danos causados ao País pela empreitada petista de tomar o Estado para seus fins particulares.

A revisão do valor dos danos baseia-se em informações obtidas com a quebra de sigilo de algumas empreiteiras investigadas. O TCU recebeu da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro, notas fiscais emitidas por fornecedores de materiais usados pelas empreiteiras nas obras da Petrobrás. Os documentos mostraram o custo real de alguns equipamentos específicos da indústria de petróleo, que antes não constava dos sistemas oficiais de pesquisa de preços consultados pelo tribunal. A comparação dos valores praticados no mercado com os previstos nos contratos deixou patente que o rombo era ainda maior.

O TCU reavaliou um contrato relativo ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e três da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo os auditores do tribunal, a Petrobrás perdeu, apenas nesses quatro contratos, R$ 3,7 bilhões, em valores atualizados.

No contrato da Petrobrás com o consórcio integrado pela Odebrecht e a UTC Engenharia para a construção da Central de Desenvolvimento de Plantas de Utilidades (CDPU), uma das estruturas mais importantes do Comperj, houve um superfaturamento 70% maior do que o apontado pela auditoria anterior. As perdas saltaram de R$ 295 milhões para R$ 505 milhões. Em valores atualizados até outubro de 2016, os prejuízos chegam a R$ 686 milhões. A fiscalização mostrou que, a cada R$ 10 pagos pela Petrobrás ao consórcio, R$ 4 eram indevidos. Também se constatou que a própria realização do contrato com o consórcio foi irregular, com dispensa de licitação. “Essa contratação ocorreu por meio de pagamento de propinas a gestores da Petrobrás e apresentação à Diretoria Executiva de ‘emergência fabricada’, com premissas falhas e justificativas insubsistentes”, afirma o relatório. Os auditores do TCU propõem o bloqueio dos bens de seis pessoas, entre executivos da estatal e das empreiteiras, e de sete empresas dos grupos integrantes dos consórcios, incluindo UTC e Odebrecht, para garantir o ressarcimento dos prejuízos.

Na Refinaria Abreu e Lima, a reavaliação do TCU apontou um prejuízo 32% maior na Unidade de Destilação Atmosférica (UDA) e de 15% na Unidade de Hidrotratamento de Diesel (UHDT), em contratos envolvendo a Odebrecht e a OAS. Notas fiscais de 2009 permitiram descobrir um sobrepreço de R$ 1,36 bilhão nos dois empreendimentos. Antes, estimava-se um prejuízo de R$ 1 bilhão. Em valores do ano passado, o desvio chega a R$ 2,1 bilhões. Os técnicos do TCU também revisaram as contas relativas às obras de implementação das “tubovias”, o complexo de 60 mil toneladas de dutos da Refinaria Abreu e Lima, empreendido pela Queiroz Galvão, em consórcio com a Iesa. O sobrepreço inicial, de R$ 605 milhões, foi reavaliado em R$ 689 milhões. Corrigido, o valor alcança R$ 1 bilhão.

 resultado impressiona: quatro contratos geraram um prejuízo à Petrobrás de R$ 3,7 bilhões. No momento, o TCU refaz as contas de, pelo menos, mais nove contratos da Abreu e Lima, da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e também da Usina de Angra 3, gerida pela Eletronuclear. Não é novidade o estrago causado pelo PT, mas é bem-vinda uma avaliação de suas reais proporções, seja para cobrar as reparações, seja para evidenciar o custo que representou ao País a passagem do sr. Lula da Silva e de sua pupila Dilma Rousseff pela Presidência da República. Não é possível que, depois de tão amarga experiência, os embustes do populismo lulista ainda possam enganar algum incauto eleitor.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O tamanho da podridão


Editorial O Estado de São Paulo

23 Setembro 2016 | 03h07


A prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, ainda que apenas por algumas horas, significa que o escândalo da Petrobrás alcançará mais gente e gente muito mais graúda do que os notórios operadores do PT que hoje amargam a prisão. Já se sabia que o propinoduto que ligou a máquina do Estado aos cofres do PT era o pilar de um método de governo, sendo o ex-presidente Lula o “chefe supremo” do esquema de corrupção, como autoridades já denunciaram. Mas as suspeitas que recaem sobre Mantega, se comprovadas, mostrariam a extensão do contágio por grande parte do primeiro escalão da administração, passando o próprio governo a ser visto como uma organização criminosa.

Mais longevo ministro da Fazenda da história brasileira, Mantega tornou-se, ao lado da presidente cassada Dilma Rousseff, o grande símbolo do jeito petista de governar. Enquanto Dilma, em seu dialeto peculiar, agredia a realidade de sua desastrosa administração com frases desconexas, Mantega, sempre com ar professoral, tratava de insultar a inteligência alheia com dados sem sustentação e retórica vazia para comprovar o acerto da famigerada “nova matriz econômica” – aquela que quase quebrou o Brasil. O ministro da Fazenda era a face mais conhecida da impostura do PT na condução da economia, um obediente executor das fantasias nacional-desenvolvimentistas de Dilma. Nada, porém, indicava que ele tivesse feito uso de seu cargo e de seu poder para fazer algo além de destruir as finanças do País.

Tudo isso mudou ontem. O juiz Sergio Moro aceitou pedido do Ministério Público Federal para que Mantega fosse preso, sob acusação de que o petista, em novembro de 2012, quando era ministro, solicitou ao empresário Eike Batista recursos para o pagamento de dívidas de campanha do PT. A informação foi prestada pelo próprio Eike em depoimento ao Ministério Público em maio passado.

Em 2012, o Grupo OSX, de Eike, integrava um consórcio que havia obtido um contrato de US$ 922 milhões com a Petrobrás para a construção de plataformas. Suspeita-se de que Mantega tenha pedido a propina como compensação por esse contrato. Sem experiência na área, o consórcio contemplado não conseguiu entregar as plataformas.

Em seu depoimento, Eike disse que Mantega solicitou R$ 5 milhões para o PT. O dinheiro, depositado no exterior, foi entregue por meio de falsa prestação de serviços pela empresa de João Santana, o marqueteiro do PT. Para Eike, não estava claro que se tratava de uma contrapartida por seu contrato com a Petrobrás, mas não é preciso grande perspicácia para desconfiar dos reais motivos de Mantega – afinal, como disse Eike, “o ministro da Fazenda me pediu, o que é que você faz?”. Além de ministro da Fazenda, Mantega era presidente do Conselho de Administração da Petrobrás.

Eike e Mantega, segundo o depoimento do empresário, trataram a propina como “doação eleitoral”. Em seu despacho, Moro lembra que não cabe a um ministro de Estado “solicitar doações eleitorais ao partido do governo, ainda mais doações sub-reptícias”, feitas “através de contas secretas mantidas no exterior e com simulação de contratos de prestação de serviço, meio bem mais sofisticado do que o usual mesmo para uma doação eleitoral não contabilizada”.

Para Moro, está clara a “similaridade com o modus operandi verificado no esquema criminoso da Petrobrás”. Eis o que realmente importa a essa altura. São muitas as evidências de que o grande sistema de corrupção implantado pelos petistas pode ter tido entre seus operadores o mais importante ministro de Estado tanto de Lula como de Dilma. Terá sobrado um canto que seja de seus governos que não tenha sido conspurcado?

É claro que os petistas, sem ter como defender o ex-ministro, apelam à já tradicional vitimização, pois Mantega foi detido quando estava num hospital acompanhando a mulher, que se tratava. Ao decidir revogar a prisão – pedida porque, segundo os procuradores, havia risco de destruição de provas –, Moro disse que ele, os policiais e o Ministério Público desconheciam a situação familiar do ex-ministro. Mas Lula, sempre ele, já andou dizendo que a prisão de Mantega prova que “qualquer tese de humanitarismo foi jogada no lixo”. Sobre a grave acusação que pesa sobre o ex-ministro, nem um pio.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

A culpa é mais de Lula que de Dilma

Por Edson Joel

Consequência da má administração aliada a ideologias mofadas, falta de ética e corrupção endêmica, o PT conseguiu o feito histórico de destruir um país inteiro, que vinha governando até recentemente, em pouco mais de 10 anos. O patético Hugo Chavez, idem com a Venezuela tal e qual Castro com Cuba. 

Fora do comando, Lula tem medo da prisão e alastra
pelo mundo que é vítima de golpe. 
E Lula é muito mais responsável por isso, que Dilma. Foi na sua administração que se propagou, em níveis nunca antes visto, a corrupção em todas as instâncias da administração pública com o objetivo de sustentar um projeto criminoso de poder. Prova é que, em pouco tempo de ação, a operação Lava Jato levou um amontoado de petistas, ministros, deputados e presidente do partido e seus amigos empresários para a cadeia e continua investigando a profundidade dos mal feitos, dentro e fora do governo.

Sem contar o mensalão, uma pontinha das canalhices petistas e assassinatos que rondam e desesperam Lula e sua camarilha.   

Os primeiros sintomas da estupidez administrativa do Sr. Luís Inácio começou a respingar no primeiro ano da sucessora e terminou na sua demissão. Dilma cometeu fraude fiscal (a imprensa inocente preferiu "pedaladas"), na área, um crime hediondo. Sua campanha, como a de Lula, foi financiada com dinheiro da corrupção. Todos eles sabiam bem de tudo isso.

Inflação sem controle, milhões de desempregados (quase 12%, segundo o IBGE), queda vertiginosa na produção industrial, comércio fechando portas, poder de compra das famílias em queda, como a confiança. O país foi levado à recessão por conta da estupidez de Dilma Rousseff, o poste de Lula. Imbecil a ponto, sequer, de construir uma frase com algum sentido - nem lendo consegue - Dilma adotou  a estratégia de Lula: mentir, repetir a mentira até torna-la uma verdade, como ensinou Fidel Castro.

O Partido dos Trabalhadores afundou-se no lamaçal da corrupção mas seus dirigentes, mesmo encarcerados, tentam preservar o chefe da quadrilha. O tríplex, o sítio, os filhos milionários e os ganhos do palestrante que nunca deu palestras, nada significam perto dos bilhões surrupiados do povo para sustentar-se no poder.

O país, finalmente, respirou aliviado com a expulsão da maior estelionatária política da história. O impeachment atendeu todos os requisitos constitucionais e ocorreu durante o governo petista com a maioria dos ministros do Supremo Tribunal indicados por Lula e Dilma. Os milhões de brasileiros que marcharam nas ruas, venceram: o PT foi defenestrado.

Dilma não merece o mínimo respeito, muito menos seu tutor populista cujos calcanhares estão na mira da justiça. Ele sabe disso e tenta alastrar pelo mundo que é vítima. Ele, há muito, também sabia da derrocada de Dilma mas preferiu encenar a falsa tese do golpe para tentar ganhar notoriedade com a versão da história. A cada dia a justiça desenterra as sujeiras que levarão Lula para a cadeia. 

Fim do kirchinerismo, fim do castrismo, fim do chavismo e fim do petismo.
Ufa, ainda temos esperança: a esquerda desnorteada chegou com data de validade vencida. 

PS: Não nos esqueçamos que Michel Temer segurou a escada para a quadrilha petista. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

"El gobierno te quiere estúpido", diz Gloria Álvarez


Gloria Álvarez, cientista política guatemalteca, analisa o populismo dos governantes latino-americanos e diz que o grau de liberdade de uma sociedade é resultado direto da auto estima individual. Quando o povo é tratado como eterno dependente da caridade estatal, mais submisso e manipulado será a governos populistas que se beneficiam com os baixos níveis da educação do povo. "O governo te quer estúpido" - publica Gloria Álvarez em seu Facebook. A entrevista foi concedida ao jornalista Adalberto Piotto. Assista!

- Vemos Cristina Kirchner nadando em dinheiro, Dilma Rosseff envolvida em casos de
corrupção, uma nova oligarquia de "boliburgueses" como são chamados os que a revolução bolivariana criou.
São mais direitistas que os direitistas que criticavam - diz Gloria sobre a esquerda latino americana.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Quanto custa ser entrevistado pelo Jô Soares?

O que você pensa quando Jô Soares entrevista o autor de um livro? Que ele é um homem letrado que adora divulgar cultura? Cada entrevista custa milhões e quem paga são as editoras.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Você sabe quanto custa para veicular um comercial de 30", em rede nacional, na novela Velho Chico, da rede Globo? Exatos R$ 715.000,00, por inserção. Por cada comercial veiculado. Os grandes anunciantes pagam porque o retorno vem.

No Jornal Nacional, R$ 708.000,00, com um descontozinho de uns 5%. No Bom Dia Brasil, cujo universo de audiência é menor, porém eficaz no seu target, é bem mais barato: R$ 85.400,00, cada inserção. No Programa do Jô Soares, cada comercial de 30" custa R$ 72.000,00. Exceto nos intervalos do Jornal Nacional - que só aceita 30" - o formato de 15", tem coeficiente de 0,50 no período matutino e vespertino, até as 17 horas, com exceções do Globo Esporte e Jornal Hoje.

Este é o mundo profissional da televisão.

Existem outros formatos de anúncios. O merchandising é muito utilizado e o telespectador, geralmente, nem percebe que está consumindo. A exposição ou degustação de produtos por uma atriz, numa ação dentro de uma novela, é muito comum, porém, perceptível. Ela toma uma bebida e faz um comentário descontraído do tipo "que delícia". A atriz que atuou recebe um belo cachê (o valor depende de quanto é famosa) e a emissora leva seu naco maior, claro, que pode variar dependendo do programa.

Mas tem "anúncio" disfarçado que a maioria da audiência não identifica.

Por exemplo, o que você pensa quando Jô Soares entrevista o autor de um livro? Que ele é um homem letrado que adora divulgar cultura? Que tudo não passa de humor quando o entrevistado mostra uma toalha pendurada no pênis e narra peripécias sexuais? Neste segundo caso, mesmo que o nome Viagra não tenha sido citado na "divertida" entrevista, o laboratório Pfizer pagou uma bela grana pela propaganda do azulzinho.

As editoras são grandes clientes da Globo. A emissora explora bem o perfil do programa do Jô para divulgação de seus títulos, um mercado bilionário. Faça as contas: um bom livro vende 800.000 cópias rapidamente. Multiplique por um preço razoável de R$ 35,00 cada e veja o volume do negócio. Porque a Globo faria de graça? Muito menos o Jô. A editora fatura, a emissora também. Jô recebe sua parte como cachê, normalmente 20%. Estamos falando de merchandising que podem custar um ou dois milhões ao cliente. Isso é ação publicitária para vender produtos ou serviços. Você compra se achar conveniente.

Mas, quando se tenta vender ideologia e o futuro de uma pátria colocando-se em jogo a liberdade de uma nação, para uma maioria, é alta traição. Mas, como Jô, dezenas de "artistas" fisgaram altos cachês para dar uma piscada simpática a uma senhora que levou o país ao caos, tem sérios problemas mentais e é manipulada por um bufão populista, envolvido em corrupção e, talvez, assassinato.

No marketing político o merchandising é exaustivamente e abusadamente utilizado. Esta comunicação gera empatia com o candidato e cria sentimentos positivos se a ação for bem executada. Camufladamente pessoas influentes pagas com cachês altíssimos dão testemunhos a favor de um concorrente. O eleitor se convence.

A entrevista com Dilma Rousseff, foi o que? Jornalismo? Não mesmo. Foi merchandising, negociado pelo hoje encarcerado João Santana, especialista no uso destas técnicas. Durante esse festival de asneiras, o gordo vomitava um "é verdade", quase sem respiração, assinalando concordância com a trágica e cômica explanação de Dilma sobre a bíblia e outros temas. Patético! Doente e sem crédito, Jô sairá de cena no final do ano. 

E por que Wagner Moura, que surgiu do nada, testemunharia em defesa de um governo corrupto, vândalo e prostituto político com confesso interesse de controlar a imprensa? O que levaria alguém, que se supõe melhor informado, apoiar uma causa indefensável contrariando a vontade das ruas? Por cachê, tal e qual se paga pra um artista que vende carne, sabonete ou cerveja em anúncios de revistas, jornais e televisão.

Considerando que a maioria nessa área está falida, qualquer valor é bem vindo. Um bom cachê pode chegar entre 100 mil a 800 mil pra se anunciar um bom produto, em rede nacional. Mas se envolver politicamente, como no caso de Moura e outros, a verba pode chegar entre um e 10 milhões. Mas receber "apoio" da classe artística melhora o nível de aceitação do governo? As ruas tem mostrado que é dinheiro jogado fora. Mas, considerando que o dinheiro saiu da corrupção, tanto faz tentar.

Lula não pode aparecer em público que é alvo de xingamentos, Dilma sequer se expõe em eventos esportivos onde a vaia é geral. O que fazer? Quem respondeu "dar verba para torcidas organizadas" em troca de "apoio" a Dilma, acertou! O governo petista não tem ideologia, na verdade. Tem marketing sujo, aquele que usa de mentiras para eleger inelegíveis.

Por cachê pago pelo PT artista de novela até cospe, quando confrontados. Foi o caso de José de Abreu contra um casal em um restaurante que repetiu o gesto já praticado pelo deputado Jean Wyllys. Além de burros, são sujos.

segunda-feira, 14 de março de 2016

Corrupção como razão de ser


Editorial Estadão 14 Março 2016 | 03h 00

Na sentença em que condenou o empreiteiro Marcelo Odebrecht a 19 anos de prisão, o juiz federal Sérgio Moro chamou a atenção para o fato de que os crimes pelos quais ele e outros réus estão sendo punidos, no escândalo do petrolão, fazem parte de uma “prática habitual, sistemática e profissional”. As evidências reunidas nesse caso não deixam margem a nenhuma dúvida de que o assalto à Petrobrás não foi algo episódico, restrito a uma ocasião que faz o ladrão, conforme o dito popular. Trata-se de um método de dilapidação do Estado.

Moro escreveu que o pagamento de propinas da Odebrecht aos agentes da Petrobrás, com destinação de parte dos valores a financiamento político, “não foi um ato isolado, mas fazia parte da política corporativa” da empresa. O mesmo pode se dizer do condomínio de partidos, liderado pelo PT, que transformaram as estatais em sua principal fonte de recursos. De onde se conclui que a corrupção foi incorporada como um elemento estrutural tanto das empreiteiras, em sua relação privilegiada com o Estado, como dos partidos “aliados”, que pretendiam perpetuar-se no poder à custa do roubo metódico de dinheiro público.

O petrolão é apenas a parte visível de um sistema muito mais abrangente, construído com esmero para aniquilar a livre concorrência, ao favorecer um punhado de empresas amigas do governo em licitações viciadas, e para sabotar a democracia, tornando-a mero simulacro sob o qual operam políticos e partidos que se organizam como quadrilhas.

No caso das empreiteiras, hoje já se pode concluir que quase todas as mais importantes obras públicas planejadas e executadas nos governos petistas foram objeto de negociações escusas entre agentes públicos, políticos governistas e empresários inescrupulosos. Enquanto todas as partes ganhavam seu dinheirinho, o País habituava-se às desculpas esfarrapadas do governo para os atrasos na entrega dos prometidos empreendimentos – quase sempre apresentados aos eleitores como prova do grande empenho petista em transformar o Brasil num paraíso de riqueza e modernidade.

Muitas dessas obras nem saíram do papel e provavelmente não sairão jamais, em razão da ruína econômica patrocinada pela presidente Dilma Rousseff. Ademais, atrasar a entrega de obras é uma conhecida artimanha para arrancar mais alguns bagarotes do erário, na forma de aditivos contratuais. A lista de obras importantes contaminadas pela corrupção do “clube” de empreiteiras e de seus associados no governo é extensa: refinarias da Petrobrás, Usina Nuclear de Angra 3, Ferrovia Norte-Sul, Usina Hidrelétrica de Belo Monte e estádios erguidos para a Copa do Mundo, entre outras.

Nada disso seria possível se não fosse a originalíssima engenharia criminosa instalada no governo pelo PT desde 2003. O mensalão, o petrolão e o que mais aparecer não são casos isolados, e sim apenas nomes diferentes para o mesmo padrão autoritário de política, em que os fins justificam os meios.

Incapaz de dividir o poder com quem quer que seja, pois se considera portador da verdade histórica, o PT do chefão Luiz Inácio Lula da Silva resolveu desde cedo arregimentar apoio a seu governo à base de propina. É claro que clientes não faltaram – afinal, como disse o próprio Lula, no longínquo ano de 1993, quando ainda era o paladino da ética na política, o Congresso é constituído de “300 picaretas que defendem apenas seus próprios interesses”. Bastava, portanto, atendê-los. Dessa forma, a roubalheira facilmente se institucionalizou, por meio de um sofisticado esquema envolvendo a gorda máquina pública e as principais empreiteiras do Brasil, tratadas como “campeãs nacionais” por Lula e Dilma.

Tudo isso vem à luz a cada sentença proferida no âmbito da Operação Lava Jato. Certamente não se trata de leitura agradável, mas os autos desses didáticos processos servem como crônica da história da corrupção desde a chegada do PT ao poder e, principalmente, como uma minuciosa descrição de como essa corrupção se tornou a própria razão de ser do lulopetismo.

domingo, 13 de março de 2016

Impeachment não é golpe

Não é de hoje que presidentes apelam para a ideia de golpe ao se defenderem do processo de impeachment. A surpresa é ver jornalistas de grandes portais reproduzindo essa bobagem.

Por Leandro Narloch
13/03/2016 às 11:07


Não. Impeachment é impeachment. Golpe é golpe. Golpistas fecham o Congresso e perseguem deputados. O impeachment é decidido pelos deputados. Golpistas atropelam a Constituição. O impeachment é previsto na Constituição e está sendo conduzido com o aval do STF, a nossa suprema corte.

Golpistas costumam reprimir protestos de rua. O impeachment de Dilma, como o de Collor, se fundamenta em protestos de rua. “Mas Dilma foi eleita democraticamente”. Fernando Collor também. Bill Clinton também. Para um sujeito sofrer um processo de impeachment, precisa ocupar um cargo público, o que geralmente ocorre depois de ter sido eleito democraticamente, oras.

Golpes resultam na posse de generais, líderes que não passaram pelo processo eleitoral. Se o impeachment de Dilma sair, quem assumirá será o seu vice, em quem votaram muitos petistas para quem “impeachment é golpe”.

“O impeachment desrespeita a vontade popular”, dizem. Mas peraí: deputados e senadores que decidirão o futuro de Dilma também foram eleitos democraticamente – e costumam ser chamados de “representantes da vontade popular”. Está aí justamente uma das dificuldades de afastar a presidente. Os cidadãos que elegeram Dilma, como é de se esperar, também votaram num bom número de deputados que a defendem. Essa dificuldade é parte do jogo democrático.

O PT e os jornalistas que prestam uma informal assessoria de imprensa ao governo também se colocam do lado da democracia e da ordem institucional. O jornalista Mario Magalhães, por exemplo, parece ter se inspirado num comunicado oficial do partido ao afirmar, em sua página do UOL, que “a deposição de Dilma representaria um mastodôntico retrocesso institucional”.

Não, a deposição de Dilma preservaria as instituições ameaçadas pela aliança entre políticos e grandes empresas. Se o governo Dilma sair impune e se todas as acusações de fraude eleitoral, propinas e pedaladas fiscais virarem pizza, daí, sim, teremos um “mastodôntico retrocesso institucional”. O próximo presidente terá mais liberdade para esculhambar as contas públicas se o governo atual não sofrer punições.

Não é de hoje que os presidentes apelam para a ideia de golpe ao se defenderem do processo de impeachment. Fernando Collor fez igual. A surpresa é ver jornalistas de grandes portais reproduzindo essa bobagem.

terça-feira, 28 de julho de 2015

A punição de corruptos no Brasil é um incentivo ao crime, diz procurador

 Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

"É preciso mudar as leis que punem os corruptos no Brasil", pede Deltam Dalagnoll, um dos procuradores da Operação Lava Jato, durante uma das suas palestras onde apresenta 10 medidas contra a corrupção. O movimento é de iniciativa do Ministério Público Federal que pretende mobilizar a sociedade na coleta de um milhão e quinhentas mil assinaturas para apresentar um novo projeto contra esse mal que assola todos os setores da vida pública nacional. "A forma como a corrupção é tratada e punida no país é uma piada" - afirma ele.

Dalagnoll lembra que a pena para um corrupto varia de 2 a 12 anos mas, pela dosimetria, a condenação chegará a 4 anos. Neste caso o condenado cumprirá em regime aberto. Considerando que ele deveria dormir na Casa do Albergado e essas casas não existem no país, o corrupto ficará em casa mesmo e pagará, se multado, algumas cestas básicas ou prestação de serviços à comunidade. Significa dizer: o crime de corrupção compensa, principalmente levando-se em conta que a pena será extinta com o Indulto de Natal - por decreto presidencial - depois de cumprida, pelo menos, um quarto dela. Leis pró-bandidos, já disse Joaquim Barbosa.

Às leis brandas e punições baixas soma-se a demora para se obter uma sentença nos longos julgamentos que chegam a 20 anos. Isso gera impunidade e é isso que se deve combater, diz o promotor.

Transformar em crime hediondo todos os casos de desvios de dinheiro público seria um bom começo - disse ele. As medidas propostas pelo Ministério Público carecem do apoio popular. Dai a mobilização. A campanha será lançada dia 7 de agosto de 2015;

Criminalização do enriquecimento ilícito e aplicação de penas mais duras para corruptos, mais eficiência da justiça, mudanças na prescrição penal e nas nas nulidades contra a corrupção são as principais propostas do MPF, além de defender a responsabilização de partidos políticos, a prisão preventiva (para evitar a dispersão do dinheiro desviado) e a recuperação dos valores fraudados.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Dilma apoia plano para reduzir salário do trabalhador

Preocupado com o desemprego em massa, Dilma apoia o plano para reduzir salário do trabalhador na indústria automobilística. Corte deve ser de 30%.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

A indústria automobilística reduzirá em 30% o salário dos operários e sua jornada será igualmente reduzida em 30%. Esse é o acordo que o governo do PT pretende fazer com as montadoras para evitar uma demissão em massa e sem precedentes por conta da grave crise econômica brasileira. Para compensar a perda salarial, o governo, através do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT) pagaria 15% do salário ao empregado.

Este acordo, que é chamado de Plano de Proteção ao Emprego, deve ser anunciado até o final do mês com incentivo do Planalto que viu em abril a maior taxa de desemprego bater nas portas dos trabalhadores.

Pior é que as montadoras sugerem que o corte seja de 50% e não apenas 30% considerando os números da economia para este ano. O setor da construção civil deve fechar cerca de 500 mil vagas e o de máquinas e equipamentos acredita que os cortes podem atingir mais de 150 mil empregos caso a desoneração das folhas de pagamentos seja cortada como quer o ministro Joaquim Levy.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Somos um circo mambembe

Por Luiz Antonio

É comparando a situação na FIFA com a do brasil (com b minúsculo) que vemos o real estágio de podridão alcançado pela nossa republiqueta de bananas. Enquanto lá fora a polícia investiga e dirigentes importantes vão para a cadeia (sem habeas corpus, sem prisão domiciliar, sem tornozeleira eletrônica, sem delação premiada) e aguardam em celas comuns as decisões da Justiça, por aqui a farsa prossegue.

Vivemos numa democracia muito peculiar. Nenhum dirigente político está preso (nem será). O Supremo Tribunal Federal passa a mão nas cabeças de quadrilheiros. O fato de 87% da população desejarem a saída da gerente não é motivo suficiente para a renúncia ou um pedido de impeachment. Por lá, temos como líder da oposição aos supercartolas da Fifa um Michel Platini, cuja ação à frente da UEFA foi decisiva para o afastamento de Blatter.

Aqui, os dirigentes das federações garantem a eternização no poder dos velhos donos da CBF. A oposição política liderada por Aécio Neves se destaca pela covardia, e não consegue enxergar razões para o impeachment da chefe de governo claramente envolvida no escândalo que envolve roubalheiras bilionárias e tantos outros crimes de lesa-pátria.

Um ex-presidente não se cansa de destilar veneno e convoca o “exército do Stédile” para a guerra contra a classe média. Confrontado com a possibilidade de ganhar um cela contígua à ocupada pelo antigo chefe e sempre comparsa, escafedeu-se da reunião da Fifa na calada da noite da reunião da FIFA e apareceu no dia seguinte no brasil (com b minúsculo), certo de que aqui continuará em segurança e impune.

Somos anões diplomáticos, somos um circo mambembe, mequetrefe. A grande tribo infestada de bocós e picaretas é governada por figuras que afrontam incessantemente o povo, convencidas de que as vítimas continuarão a proclamar-se felizes e otimistas enquanto morrem de doença, de desastre, de facada, de tiro.

Nos EUA, a revolução do chá apressou a independência da colônia dominada pela Inglaterra. A Revolução Francesa precipitou o parto da democracia republicana. No Brasil, em 2002, tivemos a revolução dos incompetentes. Eles continuam no poder.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Dilma, a incorrigível

Por Carlos Melo
08 Março 2015 | 09:48

E é esta a impressão que se tem: um governo entalado; engasgado, comprometido, perplexo. Enrascado num sem número de frentes simultâneas de conflitos seríssimos que comprometem a visão do futuro. Um governo desajustado, carente de quadros, coordenação e liderança. Intrigado por dentro, corroído pela elevação de personalidades mais do que de dirigentes. Um governo dependente do acerto de um único ministro, Joaquim Levy, quase um estrangeiro naquelas terras; que não possui a simpatia, o carinho e a confiança de seus pares, e tem sobre si o olhar de bedel vigilante e exigente da presidente de mãos e pés amarrados. Todavia, Dilma, menos altiva que incorrigível, segue em frente com suas verdades sem iniciativa; isolada num grupo restrito — se não de áulicos – de conselheiros desastrados que reforçam os defeitos de sua presidente, pessoalmente, bem-intencionada, mas fechada em seu labirinto, enfrentando minotauros; uns de verdade, outros de ilusão.

Todos temos limites. Mas, fechar-se assim é um erro, um perigo, um desastre. A presidente precisa renovar-se; tomar a poção mágica da reinvenção; libertar-se do feitiço da obstinação errática. Isto é para ontem.

(O Estado de S. Paulo)
Carlos Melo, cientista político. Professor do Insper

sábado, 31 de janeiro de 2015

Lula e Dilma: chefes da gangue

Empreiteiras querem levar Lula e Dilma à roda da Justiça
Com os processos da Operação Lava-Jato a caminho das sentenças, as empreiteiras querem Lula e Dilma junto com elas na roda da Justiça
SEM SAÍDA – Presos desde novembro do ano passado, os empreiteiros envolvidos no escândalo da Petrobras negociam acordos de delação premiada com a justiça (Michel Filho/AG. O GLOBO/VEJA)

Por Rodrigo Rangel, Robson Bonin e Bela Megaele

Há quinze dias, os quatro executivos da construtora OAS, presos durante a Operação Lava-Jato, tiveram uma conversa capital na carceragem da polícia em Curitiba. Sentados frente a frente, numa sala destinada a reuniões reservadas com advogados, o presidente da OAS, Léo Pinheiro, e os executivos Mateus Coutinho, Agenor Medeiros e José Ricardo Breghirolli discutiam o futuro com raro desapego. Os pedidos de liberdade rejeitados pela Justiça, as fracassadas tentativas de desqualificar as investigações, o Natal, o réveillon e a perspectiva real de passar o resto da vida no cárcere levaram-nos a um diagnóstico fatalista. Réus por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, era chegada a hora de jogar a última cartada, e, segundo eles, isso significa trazer para a cena do crime, com nomes e sobrenomes, o topo da cadeia de comando do petrolão. Com 66 anos de idade, Agenor Medeiros, diretor internacional da empresa, era o mais exaltado: “Se tiver de morrer aqui dentro, não morro sozinho”.

A estratégia dos executivos da OAS, discutida também pelas demais empresas envolvidas no escândalo da Petrobras, é considerada a última tentativa de salvação. E por uma razão elementar: as empreiteiras podem identificar e apresentar provas contra os verdadeiros comandantes do esquema, os grandes beneficiados, os mentores da engrenagem que funcionava com o objetivo de desviar dinheiro da Petrobras para os bolsos de políticos aliados do governo e campanhas eleitorais dos candidatos ligados ao governo. É um poderoso trunfo que, em um eventual acordo de delação com a Justiça, pode poupar muitos anos de cadeia aos envolvidos. “Vocês acham que eu ia atrás desses caras (os políticos) para oferecer grana a eles?”, disparou, ressentido, o presidente da OAS, Léo Pinheiro. Amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos tempos de bonança, ele descobriu na cadeia que as amizades nascidas do poder valem pouco atrás das grades.

Na conversa com os colegas presos e os advogados da empreiteira, ele reclamou, em particular, da indiferença de Lula, de quem esperava um esforço maior para neutralizar os riscos da condenação e salvar os contratos de sua empresa. Léo Pinheiro reclama que Lula lhe virou as costas. E foi dessa mágoa que surgiu a primeira decisão concreta do grupo: se houver acordo com a Justiça, o delator será Ricardo Breghirolli, encarregado de fazer os pagamentos de propina a partidos e políticos corruptos. As empreiteiras sabem que novas delações só serão admitidas se revelarem fatos novos ou o envolvimento de personagens importantes que ainda se mantêm longe das investigações. Por isso, o alvo é o topo da cadeia de comando, em que, segundo afirmam reservadamente e insinuam abertamente, se encontram o ex-presidente Lula e Dilma Rousseff.

(Com reportagem de Daniel Pereira e Hugo Marques)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A indigência diplomática brasileira

Por Diego Braga Norte / Revista Veja

Governo foi rápido ao criticar a Indonésia pela execução de um brasileiro, mas se calou diante de prisões políticas e tortura em nações amigas.

O caso de brasileiros no corredor da morte na Indonésia desnudou uma das principais características da diplomacia brasileira sob a batuta do governo petista: a incoerência. A ideia de "dois pesos e duas medidas" serve bem ao propósito de avaliar as respostas diplomáticas de Brasília em relação a casos envolvendo direitos humanos. Às nações amigas, o silêncio sepulcral de quem consente. Às demais, o repúdio público. Para tentar evitar o fuzilamento de Marco Archer Cardoso Moreira, o Brasil apresentou pedidos de clemência, que acabaram recusados. Depois da execução, a presidente Dilma Rousseff manifestou "consternação e indignação", em nota oficial, e convocou o embaixador, em sinal de protesto. O governo também tem agido para tentar reverter a pena capital imputada a outro brasileiro, Rodrigo Muxfeldt Gularte, também condenado por tráfico de drogas na Indonésia.

Porém, ao longo de 12 anos do PT no governo, não foram poucas as vezes em que o Brasil se omitiu diante de flagrantes abusos. Prisões arbitrárias, torturas e violenta repressão de estudantes durante os protestos de fevereiro na Venezuela? Apedrejamento de mulheres, prisões de dissidentes e polícia moral no Irã? Detenções de ativistas políticos, torturas e mortes em Cuba? A resposta brasileira é o silêncio.

Outro caso recente que deixou flagrante a inépcia da presidente Dilma para lidar com temas internacionais foi sua declaração na Assembleia Geral das Nações Unidas condenando o uso da força e sugerindo a via do diálogo para lidar com o terrorismo do Estado Islâmico.

Cuba – O advogado Martim de Almeida Sampaio, diretor da Comissão de Direitos Humanos da OAB de São Paulo, relembra o marcante episódio do fuzilamento de três cubanos em 2003. Na época, o embaixador brasileiro em Havana, Tilden Santiago, justificou a decisão do governo cubano de fuzilar os três acusados de sequestrar um barco. “O regime cubano tinha o direito de se defender da tentativa de desestabilização estimulada pelos Estados Unidos”, disse Santiago.

Em outro caso, em 2010, durante uma visita oficial de Lula a Havana, o prisioneiro político Orlando Tamayo morreu em decorrência de uma greve de fome. A declaração do presidente foi desastrosa mesmo para a sua coletânea de disparates. Lula comparou o dissidente político Tamayo com presos comuns: “Eu acho que greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto dos direitos humanos para libertar pessoas. Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”.

Almeida Sampaio afirma que o governo brasileiro faz “críticas seletivas motivadas por questões políticas, econômicas e ideológicas”. Para o especialista em direitos humanos, é “uma postura claramente incoerente” da diplomacia brasileira. “Os casos envolvendo Cuba são os mais candentes e o Brasil parece esquecer que os direitos humanos são universais; só critica quando lhe convém e se cala quando há interesses”, avalia, referindo-se à Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o país é signatário desde a sua edição, em 1948.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O cinismo de Dilma no editorial do Estadão


OPINIÃO
O atirador da presidente

O ESTADO DE SÃO PAULO - 17.09.2014

Causando estragos a torto e a direito na campanha presidencial, a entrada em cena de Marina Silva como candidata do PSB e a sua imediata disparada nas pesquisas de intenção de voto reduziram as chances do tucano Aécio Neves de ser o contendor da presidente Dilma Rousseff no segundo turno e fizeram descarrilar a estratégia petista de campanha.

Tendo se preparado, antes da tragédia que matou o pernambucano Eduardo Campos, para soltar os cachorros em cima do senador mineiro - tornando a enveredar pelo caminho seguido pelo partido em 2006 contra Geraldo Alckmin e em 2010 contra José Serra -, o comando da operação Dilma+4 trabalhava, não obstante, com a hipótese realista de que, na segunda volta, ele aglutinaria com força total o sentimento de rejeição à herdeira de Lula, agravado pela convicção de que, ao cabo de 12 anos, o PT no poder já deu o que tinha para dar.

Com o quadro eleitoral de ponta-cabeça, os condutores da campanha dilmista parecem ter chegado à conclusão de que só lhes restava uma alternativa para enfrentar a reviravolta - transformar desde logo a disputa em um segundo turno.

A nova tática solaparia os ganhos obtidos por Marina, a ponto de fazê-la perder a parada de 5 de outubro, com o que ela começaria debilitada o embate para o verdadeiro tira-teima de três semanas adiante, depois de lhe terem servido o pão que o diabo amassou.

Na prática, a mudança significaria duas coisas - ou duas faces de uma coisa só: antecipar tanto o início da "campanha negativa", a temporada de agressões à rival, como a subida aos palanques, dia sim, o outro também, do ex-presidente patrono de Dilma. Com a esperteza adicional de que ele e não mais a sua afilhada é quem apertaria o gatilho para "desconstruir" a imagem de Marina.

Uma segunda novidade reforçaria o plano de não deixar para amanhã as baixarias que podem ser cometidas hoje. Trata-se das revelações atribuídas ao ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, nos depoimentos que tinha se oferecido a dar ao Ministério Público e à Polícia Federal (PF) para ver reduzidas ou anuladas as penas a que está sujeito pelos crimes cometidos na estatal, em conexão com o tráfico de divisas do cambista seu parceiro Alberto Youssef. A sociedade foi desbaratada pela Operação Lava Jato, da PF. Na sequência de suas "delações premiadas", Costa teria citado mais de 30 beneficiários do esquema, entre eles o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o do Senado, Renan Calheiros, e pencas de outros políticos também alinhados com Dilma. Ela sentiu o golpe e perdeu o prumo. Tentando abrigar-se da tormenta, alegou, em um assomo de cinismo, que "não tinha a menor ideia de que isso ocorria dentro da empresa".

Mais uma missão para Lula. Secar o escândalo torrencial, fazendo um cavalo de batalha com o fato de o programa de Marina citar somente uma vez o pré-sal, enquanto valoriza outras fontes de energia. (Nas imagens da propaganda dilmista, a posição da adversária literalmente tira a comida da mesa dos brasileiros.) E eis que anteontem o ex-presidente, enfiado em um macacão laranja da Petrobrás, comandou um ato de campanha travestido de manifestação sindicalista de solidariedade à empresa, diante da sua sede no centro do Rio. O palanqueiro se desdobrou. Ora equiparou as denúncias de corrupção na estatal a um "erro qualquer", ora disse que a CPI da Petrobrás serve para "achacar empresários", ora ainda se pôs a dar lições a Marina. Ela deveria proibir os seus economistas de falar, porque "um fala mais bobagem que o outro", e deveria saber que "se tem cargo que você não pode terceirizar é o de presidente da República".

A tarefa de fazer terrorismo eleitoral ele terceirizou para um veterano da violência, o líder do MST, João Pedro Stédile, de quem Dilma mantém prudente distância. O ferrabrás ameaçou infernizar um eventual governo da ex-ministra que amalgamava a causa ecológica com a dos sem-terra. "A dona Marina que invente de colocar a mão na Petrobrás", trovejou, "que voltaremos aqui todos os dias." Resta ver se a ideia de pôr Lula a bater já agora na candidata não se voltará contra Dilma quando ela mais precisará de eleitores.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Catástrofe na economia brasileira

O fim do Brasil?

Algo próximo a uma catástrofe está por acontecer, em menos de um ano, no Brasil. Esta previsão é da Empiricus Research, uma empresa de pesquisas e previsões financeiras. A candidata Dilma já está tentando calar a publicidade dessa empresa, veiculada pela internet e os motivos alegados são os mesmos utilizados contra o Santander - que covardemente demitiu o analista de mercado - por publicar uma nota em que afirma que a bolsa sobe quando Dilma cai nas pesquisas, um fato. O principal banco alemão acabou de repetir o mesmo conselho.

E, de um modo geral, a população ignora os fatos relevantes que vem ocorrendo com a economia do país e toca a vida como se nada anormal estivesse ocorrendo. Embora os sinais sejam mais perceptíveis nos supermercados por conta da inflação alta, a economia, em todas as áreas, está entrando em colapso. Com sua estagnação o desemprego aumentará de forma dramática e os salários retrairão consideravelmente. O crédito ficará restrito e as vendas despencarão. Haverá grande endividamento das famílias.

Os fatos analisados correspondem com as previsões: o crescimento da economia é um dos menores desde 1990 e deverá fechar 2014 menor que 0,9%; registrou-se a maior queda na oferta de postos de trabalho desde maio de 92; péssimo resultado nas contas públicas na história do país; o pior deficit na conta corrente em maio e uma taxa de juros que explodirá em 2015 - em torno de 12% -, quando os Estados Unidos aumentarão a sua para atrair investimentos. Soma-se a inflação alta, muito acima da previsão de 4,5% e além do teto de 6,5%.

Pior que tudo isso é que a inflação anunciada não é verdadeira considerando que muitos preços são manipulados pelo governo, como da gasolina, energia e tarifas de transporte. Hoje ela gira em torno de 10% se se desconsiderar seu atual congelamento.

De 1990 a 1994, a inflação anual média foi de 1.210% enquanto o crescimento do PIB não passava de 1,3%. Estamos voltando a essa época. Respirava-se desconfiança e não havia investimento privada em meio ao caos de tabelamentos de preços e planos econômicos para tentar conter uma alta mensal de 80%.

Os investidores estão sendo orientados a não investir no Brasil por conta de suas ações econômicas restritivas, prática de erros constantes e excesso de interferência do Estado no mercado. Felipe Miranda, sócio da Empiricus Research, prevê que o caos econômico provoque instabilidade social com o aumento de assaltos, roubos, sequestros, latrocínios e sugere que "governos desesperados podem tomar atitudes desesperadas" como bem conhecemos da vizinha Venezuela e Argentina. Pra não sair do nosso território, relembre que Collor bifou seu dinheiro no banco.

Uma das possibilidades é o aumento de impostos sobre movimentação financeira. Comprar dólar e euro é a sugestão que mais se ouve de especialistas da área. A Empiricus Research lançou uma campanha chamada O Fim do Brasil? onde ensina como proteger seu dinheiro.

Entre otimistas e pessimistas deposite sua confiança em quem não acredita em papai noel, coelhinho da páscoa e político ético. O resto é ditadura.

sábado, 1 de março de 2014

Pib de 2,3% mostra que a economia do país vai mal

O olhar de águia de Mantega: otimismo com números tão pífios do Pib 2013

O PIB da anemia
O Estado de S.Paulo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou-se um economista com olhar de águia, ao encontrar motivos de otimismo nos minúsculos e pífios números do desempenho econômico em 2013. O crescimento de 2,3% foi muito menor que o da maioria dos países em desenvolvimento e confirmou, para as pessoas de visão comum, o mau estado da economia brasileira. Mas, segundo o ministro, foi uma expansão "de qualidade", por ter sido puxada pelo investimento. Ele também ressaltou - e nisso foi acompanhado por vários analistas de visão igualmente aguda - a "boa surpresa" do último trimestre, quando o Produto Interno Bruto (PIB) foi 0,7% maior que nos três meses anteriores. Esse ritmo, lembrou Mantega, equivale a 2,8% em termos anualizados. Uma pessoa de olhar menos sensível perguntará: e daí? É esse um ritmo satisfatório, quando se consideram o tamanho e as possibilidades do País?

Também no mercado financeiro houve comentários sobre o trimestre final de 2013 e sobre como o desempenho nesse período poderá afetar a economia em 2014. Notável perda de tempo. Em primeiro lugar, o crescimento de 2,3% havia sido projetado pelo Banco Central (BC) e também por economistas do mercado no fim do ano. Esse número aparece no boletim Focus de 27 de dezembro. É meio estranho, portanto, o falatório sobre "surpresa". Mas o mais importante para a avaliação do quadro e das perspectivas é verificar o estado de saúde do sistema produtivo. Para começar, o investimento mencionado pelo ministro da Fazenda continua ridículo, pelos padrões mais comuns de visão e de julgamento. O investimento em capital fixo - máquinas, equipamentos, instalações empresariais e infraestrutura - foi 6,3% maior que o do ano anterior. De fato, isso puxou o resultado geral. Mas esse investimento havia diminuído 4% em 2012 e, portanto, houve pouco mais que a compensação de uma queda. Além disso, o valor investido passou de 18,1% do PIB para pífios 18,4%.

A proporção mais alta dos últimos 14 anos (19,5%) foi alcançada em 2010 e nunca se repetiu. O Brasil investe menos que vários de seus vizinhos e muito menos que os países emergentes da Ásia. Segundo o ministro da Fazenda, a taxa de 24% será alcançada até 2020. Outros sul-americanos já alcançaram e até ultrapassaram esse nível.

A mísera expansão do investimento só foi possível com a captação de recursos externos, porque a poupança interna, já muito baixa, diminuiu de 14,6% para 13,9% do PIB. Isso é um reflexo da expansão do consumo tanto privado quanto do governo. O setor público, apesar de todo o palavrório sobre o Programa de Aceleração do Crescimento, o fracassado PAC, continua investindo pouco e desperdiçando muito dinheiro com um custeio muito mal administrado.

É igualmente estranho falar sobre crescimento "de qualidade" quando se examina o tenebroso desempenho da indústria. O produto industrial, incluídos todos os segmentos, cresceu apenas 1,3%, pouco mais que o suficiente para repor a perda de 0,8% no ano anterior. Há, no entanto, detalhes mais feios que o panorama geral.

A indústria de transformação produziu 1,9% mais que no ano anterior. Mas a produção em 2012 havia sido 2,4% menor que em 2011. A expansão em 2013 foi insuficiente, portanto, para o mero retorno ao nível de dois anos antes. Só a percepção de detalhes muito especiais e invisíveis para a maioria das pessoas deve permitir ao ministro, portanto, a fala otimista sobre a qualidade da expansão em 2013.

Para o julgamento comum, os números do ano passado confirmam o fracasso econômico da política baseada no estímulo ao consumo e nas desonerações fiscais concedidas a setores selecionados. O consumo das famílias aumentou 2,3% no ano passado. Foi o décimo crescimento anual consecutivo. Mas a oferta industrial continuou emperrada e insuficiente.

Muitos economistas têm projetado para 2014 um crescimento inferior ao de 2013. Poderão até elevar suas projeções, mas a mudança será irrelevante. Apesar de algumas concessões em infraestrutura, há poucos sinais - exceto, talvez, para olhos de águia - de melhora no potencial da economia.

A economia da hiena

ROLF KUNTZ - O Estado de S.Paulo
 
De que se ri o animalzinho? - pergunta o cidadão, na velha piada, ao saber da parcimônia sexual e das preferências gastronômicas da hiena. A mesma perplexidade é inevitável diante da aparente alegria de tantos analistas ao conhecer os números da economia nacional em 2013. O miserável aumento de 2,3% do produto interno bruto (PIB) foi descrito como surpreendente. O crescimento de 0,7% no trimestre final quase foi celebrado como o início de uma era de expansão chinesa. Dois argumentos foram usados para justificar a comemoração. Projetado para um ano, aquele resultado trimestral equivale a 2,8%, lembrou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O outro argumento, um pouco mais complicado, aponta o esperado efeito de carry over, ou carregamento. Se a expansão econômica for nula nos primeiros três meses deste ano, será pelo menos mantido o patamar alcançado no trimestre anterior. Daí a necessidade, segundo os mais entusiasmados, de uma revisão das projeções para 2014. Na semana passada, a mediana das projeções coletadas para o boletim Focus, do Banco Central (BC), havia ficado em 1,87%.

Essa alegria é mais preocupante que os números ainda muito ruins das contas nacionais. Com um pouco de juízo e medidas certas pode-se fazer a produção crescer muito mais que nos últimos três anos, quando a média ficou em vergonhosos 2%. Mas o problema se complica sensivelmente quando as pessoas começam a encarar como normal um desempenho pífio, muito abaixo das possibilidades do País, e a festejar pequenas melhoras.

Quem aceita esse padrão de normalidade passa a raciocinar dentro dos limites da política econômica em vigor nos últimos anos. Passa a falar a linguagem do ministro da Fazenda e a aceitar como razoáveis seus critérios de avaliação. Uma coisa é destacar, por seu efeito estatístico, a expansão de 6,3% do investimento em capital fixo. Outra, muito diferente, é apontar esse número como algo extraordinário. Só se entusiasma quem esquece dois fatos bem conhecidos e, de toda forma, indicados com clareza nas contas publicadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nem um estrangeiro se enganaria ao ver esses números.

Em primeiro lugar, o investimento 6,3% maior que o de 2012 ocorreu depois de uma queda de 4%, detalhe aparentemente esquecido ou negligenciado por muita gente. Em termos de volume, ficou pouco acima, portanto, do registrado em 2011. Em outras palavras, a formação bruta de capital fixo ficou praticamente estagnada ao longo de dois anos.

Em segundo lugar, a taxa de investimento passou de 18,2% do PIB em 2012 para 18,4% em 2013, muito inferior aos padrões dos emergentes e ainda abaixo do pico de 19,5%, registrado em 2010. O nível de 24%, já alcançado por alguns sul-americanos, será atingido até 2020, prometeu o animado ministro da Fazenda.

A estagnação da indústria está refletida tanto no crescimento do setor, 1,3%, quanto nas contas externas. As exportações de bens e serviços aumentaram 2,5%, em termos reais, enquanto as importações cresceram 8,4%. A piora das contas externas já era conhecida. O déficit em conta corrente passou de US$ 54,25 bilhões em 2012 (2,41% do PIB) para US$ 81,37 bilhões em 2013 (3,66% do PIB). A deterioração do balanço de pagamentos é explicável principalmente pela erosão da conta de mercadorias. Essa conta continua em mau estado.

Entre o começo do ano e a terceira semana de fevereiro o País acumulou um déficit comercial de US$ 6,75 bilhões. As vendas ao exterior, US$ 26,91 bilhões, foram 3,7% menores que as de um ano antes, pela média diária, e as importações, US$ 33,65 bilhões, 0,6% maiores, pelo mesmo critério.

Mais uma vez, em 2014 o saldo comercial dependerá do amplo superávit obtido com as commodities, principalmente do agronegócio. A julgar pelos dados até agora conhecidos, dificilmente a indústria será muito mais competitiva, nos próximos meses, do que tem sido nos últimos cinco ou seis anos. As importações começaram a crescer mais velozmente que as exportações antes da crise de 2008. O problema, na época, já era o enfraquecimento da indústria diante dos concorrentes estrangeiros. Afinal, o famigerado custo Brasil já estava na pauta desde muitos anos e nada se havia feito para torná-lo mais suportável. Enquanto a discussão se prolongava sem resultado, o problema se tornava mais grave e a economia nacional ficava menos eficiente e menos capaz de produzir de forma competitiva.

O mau uso do dinheiro público, o desajuste fiscal e a inflação elevada são componentes desse quadro de baixa produtividade, mas há pouco estímulo para o governo cuidar seriamente de qualquer desses problemas. Há oposição à alta dos juros, apesar da inflação resistente e ainda muito elevada. Até a meta fiscal anunciada há poucos dias foi criticada, como se o governo estivesse empenhado, com sua modesta exibição de austeridade, em matar o crescimento.

Há alguns anos o economista Mohamed El-Erian, então um dos chefões do Pimco, um dos maiores fundos de investimento, criou, juntamente com seu colega Bill Gross, a expressão "novo normal", para descrever o padrão observado desde o começo da crise: crescimento baixo, desemprego alto e juros próximos de zero no mundo rico. No Brasil, a reação de muitos analistas aos números pífios de 2013 parece indicar a consolidação de uma nova normalidade econômica. Mas, neste caso, o crescimento baixo é combinado com inflação alta e resistente e contas públicas precárias.

Junta-se a isso uma baixíssima disposição para cuidar de problemas bem conhecidos, mas nunca atacados para valer. Nesse quadro, incentivos parciais e de pouco efeito para o crescimento acabam valendo mais que mudanças de grande alcance. Reformas para tornar a economia mais eficiente são complicadas e tomam tempo. Para que esperar? Nesse novo normal, menos e menos pessoas, a cada dia, acharão estranha a satisfação da hiena.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Dilma prepara lei que transforma manifestantes em terroristas

Black Bloc: eles não usam metralhadoras como Dilma Rousseff usava em assaltos a bancos.

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, no passado, foi terrorista, pegou em armas e assaltou bancos em nome de uma ideologia.

O povo, hoje, descontente com seu governo, foi para as ruas protestar. Milhões e em todo país. Entre eles alguns vândalos - talvez até pagos pelo próprio governo - que quebraram alguns vidros, assustando a população.

A ex-terrorista se aproveitou disso para incentivar o congresso a alterar a legislação para "regulamentar" as manifestações populares, projeto já considerado antidemocrático, que prevê até 30 anos de prisão para seus participantes. É isso que o advogado do PT, Eduardo Cardozo, chama de "lei equilibrada e sem excessos"?

O conceito de manifestação, vandalismo e terrorismo, segundo os especialistas, se confunde o suficiente para condenar qualquer cidadão que use seu legítimo direito de se manifestar. Uma brecha perigosa e bem típica das ditaduras. Certamente o governo quer amedrontar aqueles que se preparam para sair as ruas durante a copa de futebol já que a maior preocupação da ex-terrorista é uma repercussão negativa internacional sobre a segurança pública brasileira.

Segundo o texto da lei proposta, terrorismo é “provocar ou infundir terror ou pânico generalizado mediante ofensa ou tentativa de ofensa à vida, à integridade física ou à saúde ou à privação da liberdade de pessoa”, vago o suficiente para afrontar o princípio da legalidade.

Pergunta-se a ex-terrorista: os militantes do MST, que invadem e queimam propriedades alheias, serão enquadrados como terroristas, também? Ou a lei será aplicada apenas para alguns arruaceiros que quebram vidros de lojas e queimam latas de lixo?

Imaginem então se algum black blog for preso com uma metralhadora, como as que Dilma usava?
A resposta virá breve, dona Dilma.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Ações da Petrobras despencaram 35% em dois meses


Manipulação dos preços de combustíveis com objetivos eleitoreiros: Petrobras sofre
com a interferência do governo e ações despencam

Em dois meses as ações da Petrobras despencaram 35%. Ontem a queda foi de 6%. Em novembro o papel valia R$ 21,44 e agora R$ 13,85. 

Motivos? A Petrobras sofre muita interferência do governo e, em consequência, os resultados são péssimos. A empresa, com o tempo, por má gestão, produz menos e importa mais combustíveis. Com o dólar em alta o buraco é gigantesco. Basta lembrar que a dívida da Petrobras ´há seis meses era de U$ 7,8 bilhões, de dólares. Impagável! 

Muito pior é que os preços da gasolina são controlados artificialmente pelo governo, isto é, o preço que se paga na bomba é 30% menor do que deveria ser. Idem na energia elétrica. O governo manipula os preços com interesses eleitoreiros, nada além disso. E por conta disso a Petrobras está na condição de falência.

Com inflação alta, crescimento baixo e dólar em explodindo, o descrédito é maior que os danos sofridos até agora pela empresa. Quem investirá num país comandado por uma destrambelhada que aplaude ditaduras, cria 39 ministérios para satisfazer a ganância dos prostitutos partidos da base de apoio e aplaude condenados por corrupção e formação de quadrilha?

Quem se fia na palavra de Dilma que manipula dados, maquia resultados, esconde números? Recentemente ela afirmou que a inflação estava dentro da meta do governo. A meta era 4,5% e a inflação bateu no teto de 6,5%.

Quem se fia numa economia comandada por um fraco como Guido Mantega um dos economistas mais ridicularizados em todo mundo por conta das suas previsões absurdas.
No começo do novo ano o Brasil teve o maior déficit comercial de toda a sua história em janeiro: US$ 4,05 bilhões negativo. 

Numa terra de governantes malandros invocar otimismo é para trouxas.

Rumo a 2018?

Merval Pereira, O Globo

Ficar pelo menos 20 anos no poder tem sido o sonho de consumo dos partidos políticos brasileiros desde que PC Farias prognosticou que o governo Collor iniciaria uma saga dessa duração. Depois foi Serjão, o trator do PSDB, quem definiu que em 20 anos os tucanos transformariam a face do país, e fez-se a reeleição.

Hoje, o PT está mais próximo do que jamais estiveram os outros partidos de cumprir essa sina, e não é à toa que já se anuncia que Lula estaria disposto a voltar a se candidatar em 2018, dando como favas contadas a reeleição da presidente Dilma este ano.

De todos os partidos que estiveram em proeminência na política brasileira depois da redemocratização, o PT é sem dúvida o que montou a máquina política mais eficiente do ponto de vista eleitoral, não de gestão pública, e vem trabalhando com competência para atingir seu objetivo, sem que entre nesse julgamento qualquer valor ético ou moral.

Caberá à presidente Dilma, por esses azares que só a política sabe montar, a consolidação do projeto petista, logo ela que não é uma petista de raiz e não conseguiu capturar a alma dos petistas.

Caso se reeleja, como indicam as pesquisas, e o PT vença os governos estaduais em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, estará aplainado o caminho para a afirmação da hegemonia petista por 20 anos ou mais.

Mais paradoxal ainda, Dilma poderá ser, por outro lado, a culpada pela interrupção da escalada no poder do PT, pois tem feito até o momento um governo mais que medíocre que abre às oposições, ampliadas pela defecção à esquerda do PSB de Eduardo Campos, a melhor chance dos últimos tempos de vencer as eleições de outubro.

De fato, embora Dilma continue sendo a favorita, nunca houve melhores condições objetivas e subjetivas de derrotar o PT, e certamente é por isso que tantas trapalhadas administrativas vêm acontecendo, transformando situações corriqueiras, como a necessidade de escalas técnicas em viagens internacionais, em crises políticas que a oposição vem explorando com o mesmo grau de intransigência que caracterizou a atuação petista na oposição.

As condições subjetivas estão nas ruas desde junho do ano passado, surpreendendo quem se considerava dono das manifestações populares. As coisas estão muito tumultuadas no país hoje, com a incerteza tomando conta da percepção popular quer com relação à situação econômica, quer quanto à de segurança pública, e ambientes incertos quanto ao futuro não fazem bem aos governos.

Dizer que a oposição é tão fraca que não oferece perigo à hegemonia petista é simples jogo político, pois a situação não é tão fácil quanto querem que pareça. A oposição, não importa que candidato apresente, tem recebido sistematicamente entre 40% e 45% dos votos no segundo turno, isso porque o PT, apesar de toda a força popular de Lula, nunca conseguiu vencer uma eleição presidencial no primeiro turno, e, no entanto, Lula foi derrotado nessas circunstâncias por Fernando Henrique duas vezes seguidas.

Mesmo o fato de terem vencido três eleições seguidas não dá ao PT a hegemonia que ostenta, pois bastaria uma derrota para o PSDB este ano para que a igualdade se estabelecesse.

O fato é que o país continua virtualmente dividido entre as forças políticas que apoiam PT e PSDB, sendo que o lado petista tem uma superioridade artificial neste momento, depois que perdeu o apoio do grupo ecológico liderado pela senadora Marina Silva, e agora uma dissidência socialista consolida a ruptura de forças políticas ponderáveis à esquerda, deixando o PT nas mãos de partidos de centro ou de direita como o PMDB, o PP, o PSD.

Uma aliança frágil que pode se romper a qualquer momento, como está acontecendo em alguns estados, como a Bahia e o Rio de Janeiro. Independentemente de ações acertadas da oposição, há problemas para o governo em todos os estados em que teve grande votação na eleição de 2010, até mesmo no Maranhão.

A presidente Dilma é temida, mas não amada por seus aliados não ideológicos. E o PT nem é temido nem amado. Todos prefeririam ganhar com Aécio Neves ou Eduardo Campos do que com ela ou o PT.