Mostrando postagens com marcador Maracanã. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Maracanã. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O vergonhoso jeitinho brasileiro

Copa do Mundo 2014 tal e qual 1950

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O Brasil sediou a copa do mundo de futebol em 1950 - vencida pelo Uruguai - por uma razão bem simples: foi o único país a se candidatar. A Segunda Guerra Mundial terminara em 45 deixando um rastro de destruição e ninguém queria saber de festa.

Tal e qual em 2014, o Brasil conquistou o direito de sediar porque não havia concorrência. O presidente populista Luiz Inácio entrou no rolê das pesquisas que indicavam que 58% apoiavam a ideia e "garantiu" a Fifa que o país estava em condições para tal.

E como sempre acontece no país, tudo ficou pra última hora. No jeitinho brasileiro. Na copa de 50, o principal estádio, o Maracanã, sediou os jogos ainda inacabado.

O país que aptou investir em dar esmolas com nome de programa social esqueceu-se da infraestrutura precária, problemas sociais gigantes, violência sem controle, corrupção desenfreada e apostou no circo. Estouros nos orçamentos, estádios inacabados e improvisações são marcas que envergonham o país. Os investimentos vieram dos cofres púbicos através de empréstimos subsidiados ou isenções.

Soma-se a essa confusão a ineficiência e despreparo de um ministro dos esportes comunista, Aldo Rebelo, que lá está não por competência, mas pela condição de partido de apoio ao governo federal.

Quando o secretário-geral da Fifa Jérôme Valcke disse que "menos democracia é, às vezes, melhor para organizar uma Copa do Mundo", poucos entenderam sua frase "politicamente incorreta", mas empresários acostumados a produzir e organizar grandes eventos sabem bem o teor da conversa: muita gente palpitando e mandando e poucos fazendo. Valcke fez o favor de alertar indiretamente sobre a fragilidade de Dilma Roussef ao afirmar que "quando você tem um forte chefe de Estado, que pode decidir, como Vladimir Putin em 2018, isso será mais fácil para os organizadores."

O discurso retórico da Dilma afirmando que realizaremos a copa das copas não convence ninguém. A imagem que fica lá fora é do amadorístico jeitinho brasileiro.

O Maracanã foi inaugurado assim. Uma semana depois da abertura, os andaimes foram retirados. Havia restos de materiais deconstrução e muita lama no local.
Irresponsabilidade: para tranquilizar os que desconfiavam da qualidade da obra, três mil funcionários foram chamados para pular nas arquibancadas.

Símbolo de incompetência: o Maracanã sediou os jogos com torcedores entre andaimes. O estádio foi inaugurado inacabado.

sábado, 27 de julho de 2013

Maracanã, a desgraça anunciada

Perspectiva do Maracanã na final da Copa 2014: palco de um espetáculo para ricos
O templo do futebol virou símbolo da corrupção

Maracanã, 1950: palco da vitória Uruguaia
Construído em 1950 para sediar a primeira Copa do Mundo pós Segunda Guerra Mundial, o Maracanã foi palco da derrota da seleção canarinha para o Uruguai numa final emocionante e marcantemente dolorida para os brasileiros. O templo do futebol abrigou os jogos mesmo inacabado. O Brasil foi "escolhido" pela Fifa porque foi o único país que se ofereceu para sediar os jogos já que a Europa inteira estava destruída pela guerra que terminou em 1945.

Em cima da hora: o hábito continua
Em 2013 o Maracanã tornou-se ícone da corrupção e exemplo de investimento não prioritário. Enquanto os brasileiros morrem nas filas dos hospitais e seus filhos mal sabem ler ou escrever por falta de escolas ou de qualidade na educação e o povo morre em assaltos, a tiros ou queimados vivos, o governo federal de Lula e Dilma investiram mais de 28 bilhões de dólares na reforma e construção de estádios.

Milhões saíram as ruas em gigantescas manifestações contra um sistema político falido responsável por corrupção de mensalões e descaso com a população. Não é a toa que a classe política, como um todo, foi alvo dos protestos, independente de siglas partidárias. Na última pesquisa divulgada esta semana, Dilma despencou de 55% para 31% das aprovações entre ótimo e bom. E, como um rojão, subiram os descontentes de ruim e péssimo na avaliação do seu governo. 

O governador do Rio, Sérgio Cabral, um peemedebista fisiologista e malandro, caiu para 12% de aprovação entre os cariocas. O Rio tem o terceiro maior colégio eleitoral do país. E lá, como cá, os protestos não param. 
  
O Maracanã, escolhido como palco para os jogos finais da Copa de 2014, foi reformado ao custo de R$ 1,2 bilhão - quando, originalmente, o orçamento previa R$ 300 milhões - tornou-se símbolo do mau uso do dinheiro público. Até se concluírem todos os investimentos diretos com estádios e serviços agregados, o valor investido em todos os estádios passará de 35 bilhões de dólares. O pobre não terá acesso aos jogos considerando os preços exorbitantes dos ingressos.

O templo, que era do futebol, vai se transformar em cemitério de políticos porque, até 2014, os protestos vão continuar.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Fifa lamenta a escolha do Brasil. O povo, também.

Maracanã, 1950: estádio inacabado na derrota para o Uruguai, na final da Copa pós guerra.
O péssimo hábito de deixar tudo para a última hora continua o mesmo. 
Brasil pode ter sido a escolha errada para a Copa, diz Blatter

Preocupado com as manifestações contra o governo durante a Copa das Confederações que levou milhões de brasileiros as ruas, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que "o Brasil pode não ter sido a melhor escolha para o mundial de 2014." Durante os protestos, inclusive nos dias de jogos, os brasileiros pediam melhores serviços, fim da corrupção e prioridade nos investimentos criticando os 28 bilhões de dólares jogados no circo do futebol em prejuízo da educação, saúde e segurança. Ônibus da Fifa foram apedrejados.

"A Fifa não pode ser responsabilizada pelas discrepâncias sociais que existem no Brasil. Não somos nós que temos de aprender com os protestos, mas sim os políticos brasileiros" - sentenciou Blatter, e com razão.

O Brasil acabou escolhido para sediar a copa em 2014 sem votação direta já que a Colômbia havia retirada sua candidatura. Tal e qual em 1950 quando o Brasil foi escolhido por ser o único país a pleitear a sede já que a Europa estava destruída pelo evento da II Guerra Mundial. O Maracanã recebeu os jogos com as obras inacabadas.

De lá pra cá a falta de planejamento e a irresponsabilidade dos compromissos dos governantes não mudou mas, o povo, não mais entorpecido pelo ópio do pão e circo, criou juízo. A Fifa lamenta a escolha. O povo, sem segurança, saúde e educação, também.