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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Últimos no PISA: a tragédia da educação brasileira

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza 

Mendonça Filho, Ministro da Educação, disse ontem que as políticas públicas de educação do Brasil falharam nos últimos anos e os resultados da avaliação do PISA foram "uma tragédia". Seu discurso ocorre depois da divulgação dos números do programa internacional de avaliação de estudantes que colocou o Brasil nas últimas colocações. Interessante é ouvir um membro do governo afirmar algo que já ocorre no país desde 1980/90.

O PISA avalia a educação em todo mundo, a cada três anos, entre estudantes de 15 anos de idade. Leitura, matemática e ciências são as três faixas focadas. O Brasil, como ocorre desde o ano 2000, está patinando: em 2015 ficou em 63ª posição em ciências (401 pontos), na 59ª em leitura (407 pontos) e na 66ª colocação em matemática (377 pontos).


Os países líderes em matemática foram 1º Cingapura: 564 pontos, 2º Hong Kong (China): 548 pontos, 3º Macau (China): 544 pontos, 4º Taipei chinesa: 542 pontos, 5º Japão: 532 pontos.

Em leitura, 1º Cingapura: 535 pontos, 2º Hong Kong (China): 527 pontos, 3º Canadá: 527 pontos, 4º Finlândia: 526 pontos, 5º Irlanda: 521 pontos.

Em ciências os cinco melhores foram 1º Cingapura: 556 pontos, 2º Japão: 538 pontos, 3º Estônia: 534 pontos, 4º Taipei chinesa: 532 pontos, 5º Finlândia: 531 pontos.

A Finlândia surge em 5º porque este ano o foco foi Ciências. Em matemática, o país que foi modelo em educação no ano 2000, caiu para 12º em 2012 e se manteve este ano.

A distância entre as crianças brasileiras e os líderes do PISA assusta. Basta lembrar que 70,25% deles estão abaixo do nível básico de proficiência em matemática, 50,99% em leitura e 56,6% em ciências. Os níveis de avaliação são abaixo do básico, básico, adequado e avançado.

Investimentos sem resultados

Considerando que o Brasil triplicou os investimentos em educação na última década fica claro, portanto, que o problema não tem muito a ver com falta de verba. Mas, a cada resultado ruim, os "doutores em educação" do MEC justificam como falta de investimento e melhor infra estrutura. Em 2012 o Brasil foi o 15º país que mais investiu em educação e os resultados continuaram pífios.  

Outra desculpa, comum entre os intelectóides da educação também foi desmentida: jogam a culpa sobre a condição social das crianças brasileiras, particularmente do ensino público. Então, como explicar que os alunos mais pobres dos países que lideram o PISA sabem mais de matemática que os alunos mais ricos dos Estados Unidos e Europa? A fonte dessas informações está nas estatísticas do PISA que também mostram que salas de aulas com menos alunos tem resultados irrelevantes. No Brasil os investimentos precisam reverter em resultados, o que não ocorre faz décadas.

Mas o ministro teve um relampejo de inteligência ao citar que "as nossas ações serão prioritárias para alfabetização, porque os alunos chegam ao ensino médio com acúmulo de deficiências muito grave". Caramba, Mendonça! Você disse o que qualquer imbecil sabe, faz 30 anos. As crianças do Fundamental, pelo método aplicado hoje, não são alfabetizadas. Não compreendem o que leem e mal conseguem entender um enunciado de matemática. Por isso são péssimos nessa matéria, também. Para tentar compensar o atraso criaram EMAI e Ler e Escrever, projetos que tentam melhorar o nível em matemática e línguas com resultados absurdamente negativos. Prova disso? Olhem os resultados!

Todos as avaliações nacionais ou internacionais mostram que a mudança deve começar nos anos iniciais. Na verdade o problema está na alfabetização no primeiro ano do Ensino Fundamental onde se utiliza teorias mofadas. Os maiores neurocientistas do planeta afirmam que o método utilizado no Brasil, não alfabetiza. A prova está ai.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Avaliação Nacional de Alfabetização: as crianças brasileiras continuam analfabetas, mesmo na escola


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Saíram os dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) e, como já era esperado, o retrato da educação do país continua péssimo. Foram aplicadas provas de leitura, escrita e matemática para 2 milhões e 500 mil crianças do 3º ano do Ensino Básico das escolas públicas e o resultado é desesperador: grandes dificuldades em todas as áreas.

As provas foram compostas por 17 questões de múltipla escolha de língua portuguesa, 20 de matemática e três de produção de texto. De cada cinco alunos pelo menos um não consegue absolutamente compreender e ler as frases corretamente. Os demais tem enorme dificuldade de compreender o enunciado das questões de matemática. Por isso 57,07% não se saíram bem na matéria. Quase 35% dos alunos (34,46%) demonstraram que não aprenderam o suficiente para seu nível escolar.

Na verdade os resultados são péssimos porque, simplesmente, as crianças do ensino básico das escolas públicas brasileiras não são alfabetizadas. A maioria chega ao 6º ano, analfabeta.

Estatística ignorada

No Estado de São Paulo 38% vão mal em matemática, segundo o levantamento. No Sul e Sudeste, respectivamente, 32,55% e 36,13% dos alunos estão na faixa mais alta de avaliação. No Norte e Nordeste do país só 11,76% e 13% conseguem atingir as notas máximas na matéria.

Em leitura, pasmem, só 13,88% e 16,75% dos alunos do sul e sudeste, respectivamente, conseguiram nível máximo. No Norte e Nordeste só 4,84% e 5,52% estão nesta faixa. Na escrita os números são piores: apenas 3,72% e 4,12% dos alunos do Norte e Nordeste chegaram ao avançado.

Os principais jornais brasileiros limitaram-se a publicar os resultados segundo a ótica oficial, sem análise e questionamentos dos critérios utilizados.

Brasil é 60º no Pisa: desde 2000 está entre os últimos

Os "critérios' da Avaliação Nacional de Aprendizagem ou do Saresp, são uma mentira criada para esconder o analfabetismo de crianças do Ensino Básico das escolas públicas que chegam ao 6º ano mal escrevendo e sem entender o que leem. O nível de proficiência proposta divide-se em 1) Insuficiente (Abaixo do Básico); 2) Suficiente (Básico e Adequado) e, 3) Avançado (os alunos desse nível deveriam demonstrar conhecimento e dominio pleno de conteudos e habilidades propostas).

Porém, o que se exige no grau máximo (avançado) é exageradamente o básico dos básicos, isto é, que o aluno saiba apenas escrever mas não propõe que esse coitado produza textos com algum sentido. Numa avaliação com critérios utilizados internacionalmente, nossas crianças do "avançadíssimo" serão consideradas imbecis, entre básico e abaixo do básico. Isso já ocorre com o Pisa onde os melhores alunos brasileiros estão no nível dos piores dos países melhor ranqueados.

O atual método e metodologias lastreadas em teorias mofadas de Piaget e seus discípulos são responsáveis diretos por esse caos. Os países que ainda insistem nessas teorias - Brasil e México - tem os piores indicadores internacionais em educação. Veja o PISA, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (estudantes de 15 anos são avaliados em 73 países) que classifica o Brasil em 60º lugar e mostra que nossos melhores alunos estão no nível dos piores de países como a Coreia do Sul, Xangai, etc. Aliás, só para contrariar o nosso grande filósofo de plantão que hoje ocupa o cargo de Ministro da Educação desse desastrado governo, a Coreia do Sul (classificada em 3º lugar no Pisa) é o país que menos investe financeiramente na educação.

Método fônico alfabetiza

O método fônico é apontado pela ciência como melhor e mais rápido método de alfabetização. Uma criança brasileira pode ser alfabetizada em menos de um ano e, no segundo, pode obter uma escrita e leituras avançadíssimas. Isso já acontece em muitas cidades do país, como em Brejo Santo, uma pequena cidade do Ceará com menos de 45 mil habitantes (renda per capita 70% menor que a média nacional) onde 99% dos alunos das suas escolas municipais são alfabetizados em um ano e alunos de 5º ano tem 100% de aproveitamento em matemática. As melhores escolas com pontuação no Ideb usam método  fônico e são do nordeste.

A mentira oficial prega que a "idade certa" para alfabetizar é 8 anos. Nas escolas particulares brasileiras 7 anos e na maioria dos países do mundo, 6 anos.

O Secretário da Educação do estado paulista deveria se envergonhar. Mas, fazer o que, ele é unespiano e Unesp só prega teorias mofadas na cabeça dos professores - que são os menos culpados por esse caos.

Lembro que uma escola pública de Bauru - Professor Eduardo Velho Filho, - comemorou festivamente os resultados do Enem - enaltecendo o construtivismo - pela conquista do "primeiro lugar", entre as escolas públicas do Estado de São Paulo. Na verdade a escola classificou-se em 4.071º no geral (entre particulares e públicas) e 1342º no estado. Ela fez o favor de tirar 1.205 escolas particulares e 138 públicas técnicas da sua frente para comemorar o "primeiro lugar". Uma escola classificada em 4.071º comemora o que?

As mentiras oficiais traduzidas por critérios falsos continuam enganando. Até quando?

sexta-feira, 8 de março de 2013

Ensino público: só 0,3% dominam matemática e 0,5% de português

O Estado de S. Paulo

Só 4,8% dos alunos da rede pública paulista saem da escola com domínio adequado de matemática
Em língua portuguesa, esse porcentual é de 26,8%, segundo os novos dados do Saresp

Apenas 0,3% dos alunos das escolas públicas paulistas termina o ensino médio com domínio avançado de matemática. O porcentual se mantém estagnado há três anos. Na outra ponta, 55,8% dos concluintes sabem abaixo do básico na disciplina (eram 57,7% em 2010)

Em língua portuguesa, só 0,5% tem nível de proficiência avançado e 34,4% não dominam nem o básico quando saem da escola. Os dados, do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), foram divulgados na noite desta sexta-feira, 8, pela Secretaria da Educação.

Nos anos iniciais do ensino fundamental, subiu de 9,8% para 14,8% no último triênio o número de estudantes que dominam língua portuguesa no nível avançado. Em matemática, nesse mesmo nível, o crescimento foi de 8,2% para 9,7%. O porcentual de alunos que aprenderam os conteúdos adequadamente é de 33,5% (em língua portuguesa) e de 27,1% (em matemática).

No ciclo 2 do ensino fundamental, agora 10,1% sabem matemática pelo menos no nível adequado. Em língua portuguesa, esta taxa é de 15,6%.

As notas das disciplinas são combinadas para a composição do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), que também leva em consideração indicadores de aprovação, reprovação e abandono. O Idesp global (de todas as séries) é de 2,59 - em 2011 havia sido de 2,61.

O maior avanço foi registrado no ensino médio. O índice aumentou de 1,78 para 1,91 em um ano. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o Idesp passou de 4,24 para 4,28 e, nos anos finais, caiu de 2,57 para 2,50. O Idesp é utilizado para calcular o bônus pago aos professores da rede.

Nota da redação: Os graus de avaliação da educação: Abaixo do Básico, Básico, Adequado e Avançado.