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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Gestão mais eficiente

EDITORIAL O GLOBO

A crise do sistema de saúde brasileiro, crônica, alcança também a rede de hospitais universitários, com 46 unidades em todo o país. Nessa malha há exceções, bons exemplos de eficiência, mas de maneira geral a prestação de serviços, que poderia ser uma alternativa às já tradicionais deficiências de atendimento na rede pública, afunda no colapso geral em que está mergulhado o setor.

Mesmo alguns centros de excelência, ilhas de eficiência e de medicina de ponta, nos quais são realizadas intervenções mais complexas, como transplantes e tratamentos especializados, se ressentem, de alguma forma, de problemas que vão desde o excesso de demandas — decorrência direta da ineficiência de todo o sistema — a questões relacionadas à gestão.

Há algo errado num sistema que sofre permanente carência de resultados. A alegada falta de verbas é um fator com algum peso, mas episódios de malversação de dinheiro público despejado numa rede mal administrada mostram que a questão não passa só por aí. Simplesmente virar a chave do cofre é uma panaceia. Não resolve — antes, mascara o problema. É preciso que se discutam soluções de forma mais profunda.

Aí é que reside o nó. Por si, mudanças, ainda que imprescindíveis, na engrenagem burocrática não costumam animar o poder público. E, se chegam ao ponto de serem irreversíveis, em razão do agravamento de crises que não se resolvem com ações tópicas, acabam esbarrando em conhecidas resistências corporativas. Não é diferente na questão dos hospitais universitários.

Por sua especificidade, eles são incorporados ao organograma do Ministério da Educação, diferentemente dos hospitais comuns, administrados pelo Ministério da Saúde. Para geri-los, a Pasta instituiu a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserth), um modelo que tira o gesso da gestão, graças à adoção de ações inspiradas na iniciativa privada.

Abre-se, assim, a possibilidade de se contratar profissionais pela CLT, estabelecer metas, fazer investimentos e, por decorrência, pagar salários mais atraentes do que os do serviço público. Em suma, torna a administração mais eficiente, em benefício da população (e, por certo, dos próprios profissionais).

Há interesses corporativos contrariados nesse modelo, e essa é uma das razões da crise nos hospitais-escola. Mas o que se deve ter por meta são os resultados. Desde a criação da Ebserth, a economia no volume de compras de equipamentos e insumos foi de mais de 30%, dinheiro a ser aproveitado em outros serviços.

Sindicatos e outras entidades representativas — no Rio, principalmente, onde têm o apoio do MP — alegam que a Ebserth só liberaria recursos para unidades que aderem ao novo modelo. A se investigar.

Mas o que não se pode é, por princípio, bombardear mudanças no modelo de gestão, contumaz reação de setores com força no PT e partidos da base aliada. É o mesmo princípio que os leva a combater o sistema de organizações sociais na gerência de hospitais públicos.

Em nome da ideologia, deixa-se de lado a questão central — melhorar o atendimento. Uma opção pelo anacronismo que prejudica a população.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sistema público de saúde está falido

Percentual de investimento brasileiro em saúde é menor que em países africanos

A saúde pública vai mal no Brasil. O atendimento é "universal e gratuito" mas quem paga mais da metade do custo é a própria população. Pesquisas da Organização Mundial da Saúde de 2011 e compiladas pela BBC Brasil, mostram que os gastos privados com a saúde chegaram a 54% e o governo financiou os outros 46%. Na Noruega o governo banca 86% do custo, Luxemburgo 84%, Grã-Bretanha 83%, Japão 80%. Turquia 75%, Colômbia 74% e Uruguai 68%.

Em relação ao orçamento, o investimento brasileiro em saúde também é pequeno: 8,7% apenas contra 21% da Suíça, 20,6% da Holanda, 20,4% da Argentina, Estados Unidos 19,8%, Colômbia e Alemanha 18,5%, Japão 18,2%. Noruega 17,7% e Chile 15,1%. O Brasil investe menos em saúde pública que a média dos países africanos (10,6%).

O gasto anual do governo com a saúde para cada brasileiro também é pequeno em relação a outros países: só US$ 477, algo em torno de R$ 950,00 enquanto Luxemburgo gasta, por habitante, US$ 5,8 mil (R$ 11,600,00), 12 vezes a mais que o Brasil. A média mundial é de US$ 716 (R$ 1.432,00). Países vizinhos investem mais na saúde da população, US$ 869 na Argentina e US$ 607 no Chile.

Hospitais da Inglaterra: governo banca 83% dos custos com saúde


Hospitais brasileiros: gastos por habitante menor que em países africanos