terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Manobra pode levar Bulgareli para a cadeia

Jornal Diário de Marília

A manobra articulada pelo prefeito Mário Bulgareli, com auxílio do setor jurídico da prefeitura, para recolocar Nelson Granciéri nos cargos de chefe de gabinete e secretário da Fazenda tem por objetivo principal ludibriar a Justiça e criar um álibi para abrir caminho ao retorno em definitivo do braço direito da administração municipal.
 
O mérito da liminar que obriga Nelsinho a seguir afastado de suas antigas atribuições – por cobrança de propina e coação de testemunhas – será julgado pela 11ª Câmara do Tribunal de Justiça no próximo dia 6 de fevereiro e uma das coisas que já pesou para a negativa anterior do TJ em anular os efeitos do dispositivo legal foi justamente o fato de Granciéri ter pedido sua exoneração.
 
Pesa ainda contra ele a descoberta posterior de um esquema que movimentava cerca de R$ 500 mil por mês em pagamentos a aliados para a manutenção do quadro político na cidade. O fato veio à tona após devassa da Polícia Federal e do Gaeco na casa de Nelsinho e na prefeitura. Ao ser preso, no início de dezembro, ele confessou à PF a existência de um mensalão com o aval de Bulgareli.
 
Desta forma, fica evidente que a procuradoria do município, o próprio prefeito e os advogados de defesa estão atuando de forma conjunta e têm interesses comuns. Essa manobra pode colocar Bulgareli em situação bastante delicada se a Justiça entender que há elementos concretos que comprovem a desobediência a uma determinação judicial em vigência.
 
O CASO
 
De maneira disfarçada a prefeitura publicou no último dia 30 de dezembro, no Diário Oficial, portaria revogando a exoneração de Nelsinho dos antigos cargos e outra revigorando os dispositivos que em 2009 o empossaram como chefe de gabinete e secretário da Fazenda. Na mesma edição o prefeito designa seu motorista, Luiz Walter Simões, para responder interinamente pelo gabinete. O secretário da Economia e Planejamento, Adelson Lelis, segue também acumulando o cargo de secretário da Fazenda. Ou seja, atualmente a administração conta com duas pessoas para desempenhar cada uma dessas funções.