sábado, 19 de dezembro de 2015

Educação na Finlândia despenca: de primeiro para 12º no Pisa

Método phenomenon learning: estudantes decidem o que aprender

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Por volta do ano de 2000 a Finlândia atingiu seu ápice na educação e passou a ocupar a disputada posição de primeiro lugar no PISA, um programa internacional de avaliação de estudantes mantido pela Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico. A cada três anos o PISA avalia estudantes na faixa dos 15 anos de idade em mais de 73 países. Até 2012 eram 65.

O modelo finlandês, na época, aplicava exames obrigatórios, mantinha supervisores em salas de aula e impunha um programa rígido na formação de professores. Mais tradicional e sem invencionices pedagógicas, a educação finlandesa tornou-se referência mundial.

Mas o processo começou a ser prostituído com ideias formatadas nos mofados ambientes acadêmicos onde prevalecem teorias pedagógicas de concessão total de liberdade aos estudantes que decidem o que querem aprender. O professor, no método denominado "phenomenon learning", não tem mais controle do processo de aprendizagem, agora nas mãos dos alunos. Os defensores do método apostam que os estudantes devem ter papel ativo no planejamento, pesquisa e avaliação do processo.

Sala tradicional em escola da Finlândia

Para Marjo Kyllonen, um tipo de secretário da educação de Helsinque, "o método tradicional que divide matérias diferentes não está preparando as crianças para o futuro". Segundo ele "as crianças, no futuro, precisarão de uma capacidade de pensamento transdisciplinar, olhar os mesmos problemas a partir de perspectivas diferentes e usando ferramentas diferentes". Na verdade os professores perderam o controle sobre seus cursos e concedeu-se liberdade para que os estudantes "digam o que querem aprender".

A implantação do "phenomenon learning" já tem 3 anos mas as ideias vem sendo implantadas, de verdade, faz uma década. Neste período a Finlândia caiu na avaliação do PISA.

Estudantes criticam o método, embora considerem diferente e divertido. "Espero que isso não dure o ano inteiro porque o método tradicional cumpre bem sua função" - disse um aluno de Hensinque.

Depois da introdução de novos processos na educação do país (fim da avaliação, por exemplo) a Finlândia despencou na avaliação internacional: de primeiro  lugar em 2000, despencou para o 12º (matemática) em 2013.

PISA 2012
Desempenho dos países em matemática


1. Xangai (China) 613 pontos
2. Cingapura 573 pontos
3. Hong Kong (China) 561 pontos
4. República da China 560 pontos
5. Coreia 554 pontos
6. Macau (China) 538 pontos
7. Japão 536 pontos
8. Liechtenstein 535 pontos
9. Suíça 531 pontos
10. Holanda 523 pontos
11. Estônia 521 pontos
12. Finlândia 519 pontos

13. Polônia 518 pontos
14. Canadá 518 pontos
15. Bélgica 515 pontos
16. Alemanha 514 pontos
17. Vietnã 511 pontos
18. Áustria 506 pontos
19. Austrália 504 pontos
20. Irlanda 501 pontos

(O Brasil classificou-se em 58º lugar, entre 65 países avaliados em matemática)

PISA 2012
Desempenho dos estudantes em leitura

1. Xangai(China)  570 pontos
2. Hong Kong (China) 545 pontos
3. Cingapura   542 pontos
4. Japão   538 pontos
5. Coreia   536 pontos
6. Finlândia   524 pontos
7. Canadá   523 pontos
8. República da China  523 pontos
9. Irlanda   523 pontos
10. Polônia   518 pontos
11. Estônia   516 pontos
12. Liechtenstein  516 pontos
13. Austrália   512 pontos
14. Nova Zelândia  512 pontos
15. Holanda    511 pontos
16. Macau (China)  509 pontos
17. Suíça    509 pontos
18. Bélgica   509 pontos
19. Vietnã   508 pontos
20. Alemanha   508 pontos

(O Brasil classificou-se em 55º lugar, entre 65 países avaliados em leitura)

PISA 2012
Desempenho dos alunos em ciências

1. Xangai (China) 580 pontos
2. Hong Kong (China) 555 pontos
3. Cingapura   551 pontos
4. Japão   547 pontos
5. Finlândia   545 pontos
6. Estônia   541 pontos
7. Coreia    538 pontos
8. Vietnã   528 pontos
9. Polônia   526 pontos
10. Liechtenstein  525 pontos
11. Canadá   525 pontos
12. Alemanha   524 pontos
13. República da China 523 pontos
14. Holanda   522 pontos
15. Irlanda   522 pontos
16. Macau (China)  521 pontos
17. Austrália   521 pontos
18. Nova Zelândia   516 pontos
19. Suíça    515 pontos
20. Eslovênia    514 pontos

(O Brasil classificou-se em 59º lugar, entre 65 países avaliados em ciências)