domingo, 30 de janeiro de 2022

Analfabetismo no século 21


“Alfabetizar” refere-se à capacidade de usar o código alfabético para ler e escrever"

João Batista Araújo e Oliveira

O Estado de S.Paulo

Nos 200 anos da Independência do Brasil ainda seremos um país com quase 12 milhões de analfabetos com carteirinha expedida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – algo em torno de 7,2% da população com 15 anos ou mais. Em mais duas décadas esse número vai sofrer uma redução significativa, porque a maioria dos integrantes desse grupo se encontra entre a população mais idosa. Mas o buraco é mais embaixo.

O conceito de analfabeto vem da década de 1950: o IBGE pergunta se a pessoa sabe ler e escrever o nome. No século 21, isso ajuda pouco. Esta é uma excelente oportunidade para refletirmos sobre o problema da alfabetização.

No Brasil, o termo e o tema da alfabetização provocam batalhas ideológicas campais, mas pouca ação efetiva. Neste artigo, trato de três aspectos do tema: o sentido original do termo “alfabetizar”, o fenômeno brasileiro do analfabetismo escolar e as consequências de ser alfabetizado. Usaremos os dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) como pano de fundo.

“Alfabetizar” refere-se à capacidade de usar o código alfabético para ler e escrever. Essa é uma habilidade que, na maioria dos países e línguas, se ensina e se aprende no primeiro ano da escola formal. No Brasil, isso não é entendido nem reconhecido pelas autoridades educacionais. O resultado é desastroso.

Num teste aplicado recentemente a alunos dos três primeiros anos de um município com cerca de 150 mil habitantes e nota média na Prova Brasil, apenas 22%, 56% e 78% dos alunos foram capazes de fazer um ditado e escrever frases simples ao final do primeiro, do segundo e do terceiro anos, respectivamente. Não houve consistência alguma nos resultados dentro das escolas ou entre escolas, o que mostra as consequências de deixar a responsabilidade pelo assunto a critério de cada secretaria, escola ou professor.

A depender da nova a Base Nacional Curricular Comum, isso só vai piorar.

Alfabetização funcional é um segundo conceito importante. Mas seu significado varia em cada contexto. Um aluno pode ser considerado “analfabeto funcional” se não for capaz de copiar rápida e corretamente um texto do quadro ao iniciar o segundo ano escolar. Um cidadão comum é considerado analfabeto funcional se não entender o que lê na coluna de pequenos anúncios de um jornal. Por este último critério, quase 70% dos brasileiros com mais de 15 anos são analfabetos funcionais e os menores de 15 anos são analfabetos escolarizados – um neologismo genuinamente nacional.
O terceiro conceito é fornecido pelo Pisa, que distingue oito níveis de compreensão de leitura. Os quatro primeiros níveis do Pisa (1, 1A, 1B, 2) significam que o aluno não é capaz de fazer sentido elementar a partir do que lê. No melhor caso, foi apenas alfabetizado. Em média, 20% dos alunos dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) encontram-se nesse nível ou abaixo dele. O índice do Brasil em 2015 era de 58%. Ou seja, esses brasileiros – e milhões de outros que concluem o ensino médio a cada ano – serão analfabetos funcionais pelo resto de sua vida.

É pouco provável que uma sociedade que não consegue alfabetizar adequadamente os alunos dentro da escola, ao longo de mais de dez anos de vida escolar, seja capaz de fazê-lo em programas emergenciais ou arranjos com alto teor de demagogia. A outra ponta dos dados do Pisa revela que apenas 8% dos brasileiros escolarizados se encontram no nível 4 ou acima, quer dizer, têm condições básicas para compreender o que leem e exercitar algum grau de raciocínio crítico.

Nos últimos dias que precederam a aprovação da Base Nacional Curricular Comum, um grupo de pesquisadores brasileiros especialistas no tema dirigiu um apelo ao Ministério da Educação (MEC) e ao Conselho Nacional de Educação (CNE) para que revissem pelo menos os capítulos referentes à alfabetização. O MEC enviou-lhes obliquamente uma nota redigida pelos consultores responsáveis na qual se limitam a repetir a litania que o País vem ouvindo sobre o tema há mais de 30 anos. O CNE, que também se negou a ouvir o grupo, enviou, por intermédio de seus membros uma nota dizendo que “será preciso definir exatamente o sentido do conceito de sistema de escrita alfabética (...) e que (...) isso deverá ser feito nos diferentes sistemas de ensino e mesmo nas escolas (...)”.

Esse é o Brasil. Independentemente da definição de alfabetização adotada, são poucos os cidadãos preparados para ler, entender o sentido do que leem e, a partir daí, exercitar o espírito crítico.

José Morais, um dos mais notáveis especialistas no tema, observa que o termo “literacia”, usado em Portugal, designa um conceito duplo: a capacidade de leitura e escrita, mas também o que essa capacidade produz. Nessa acepção, a expressão “mente letrada” refere-se ao conjunto das capacidades mentais influenciadas pelas atividades de leitura e escrita. Por exemplo, a fala do letrado, seu raciocínio crítico e argumentativo e até sua criatividade são muito superiores aos da mente iletrada e têm um poder de ação e transformação da realidade muito maior. Ser alfabetizado é condição necessária, mas não suficiente para ser letrado. Alfabetização é a porta de entrada para o mundo letrado.

A escrita foi inventada há pouco mais de 4 mil anos e o seu domínio traz grandes benefícios. A grande maioria dos brasileiros é e continuará a ser privada dos benefícios dessa grande invenção em razão da incapacidade de nossos governantes de arbitrar entre ciência e ideologia, entre o que as evidências científicas dizem a respeito de alfabetização (e sobre como alfabetizar) e os decibéis dos ruídos daqueles que se fazem ouvir em Brasília. As pessoas, os grupos e as ONGs que ficam indignados com os números do IBGE são incapazes de se manifestar e se mobilizar diante do genocídio mental que representa o analfabetismo escolar.

sábado, 29 de janeiro de 2022

Poesia erótica para crianças do Ensino Básico

Ciuminho básico
(Ana Elisa Ribeiro)


escuta
calado
a proposta rude
deste meu
ciúme:
vou cercar tua boca
com arame farpado
pôr cerca elétrica
ao redor dos braços
na envergadura
pra bloquear o abraço
vou serrar teus sorrisos
deixar apenas os sisos
esculhambar com teus olhos
furá-los com farpas
queimar os cabelos
no pau acendo uma tocha
que se apague apenas
ao sinal da minha xota
finco no cu uma placa
"não há vagas, vagabundas"
na bunda ponho uma cerca
proíbo os arrepios
exceto os de medo
e marco no lombo, a brasa,
a impressão única do meu dedo

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O poema acima, de Ana Eliza Ribeiro, foi apresentado aos alunos do 5º ano do Ensino Básico da Escola Jaime Avelar Lima, no Bairro Bom Destino, em Santa Luzia, cidade localizada na região metropolitana de Belo Horizonte e causou furor entre alunos e seus pais. Crianças de 10 anos leram e participaram de atividades baseadas nesse poema. Uma cópia foi anexada aos cadernos dos alunos. O trabalho escolar faz parte de um concurso que contou com a presença da autora do texto durante a leitura dos alunos. O fato ocorreu por volta de 2015.

Pais queixaram-se e a prefeitura prometeu uma sindicância.

Mas o próprio Ministério da Educação publica livros e cartilhas considerados apologia ao homossexualismo. Numa das cartilhas sugere à criança optar sexualmente por homem e mulher, ao mesmo tempo, considerando que isso evitará que o garoto fique sozinho "se, no final de semana não achar uma namorada ele pode ficar com outro menino".

Esse tipo de material vinha sendo distribuído para as escolas da rede pública e contendo aulas de como as meninas devem se masturbar e "como se fica, as melhores ficadas, com quem e como". Há um espaço para as menores anotarem "suas melhores ficadas e como foram". Numa das cartilhas conta-se a história do "Fazendeiro Solitário" com um pênis enorme e as galinhas com as cloacas gigantes, sugerindo zoofilia.


Livros contendo orientação homossexual eram a preferência entre "educadores" do MEC. Alguns títulos, como o Rei & o Rei, um conto que narra a busca de um príncipe por outro príncipe e se casam e são felizes para sempre. Essa leitura era destinada a crianças de 2 e 3 anos de idade. "Menino ama menino" é outra título para crianças do fundamental como "Menino brinca de boneca?".

Para Lilia Rossi, então na alta cúpula do Ministério da Saúde, "uma educação diferenciada pode fazer desabrochar em todo menino seu lado feminino e em toda menina seu lado masculino".

O foco também estava perdido na área da saúde. Ao invés da prevenção as drogas, o SUS, Sistema Único de Saúde, elaborou uma cartilha destinada as crianças em idade escolar do fundamental onde orienta que "após fumar o crack deve-se passar um protetor labial para evitar o ressecamento".

As cartilhas contém informações e advertências as crianças: "Se você consumir cocaína, não use canudo de papel pois eles contém bactérias, use canudinhos de plástico" - diz o manual do Ministério da Saúde e distribuído pelo Ministério da Educação. Para muitos educadores, o Estado capitulou diante do avanço das drogas e prefere advertir para os perigos de ressecamento dos lábios do que para o vício.

Sobre o consumo de ecstasy, o Ministério da Saúde na época advertia as crianças prestarem atenção se não estão comprando "gato por lebre", isto é, verificar se o "fornecedor" - o traficante - é sério e vende produto de boa qualidade.

Os responsáveis por esse nível de "educação sexual" não são os professores de uma pequena escola de interior, mas os gestores do MEC naquele período.


Escola de periferia, sem estrutura e sem direção. Poemas eróticos
para crianças que mal sabem ler e escrever.

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Os assassinatos que assombram Lula


Depois do crime brutal de Celso ocorreram mais 7 assassinatos, todos ligados ao caso e denúncias de corrupção e chantagem que envolveram Lula e o PT.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Poucos dias depois do assassinato brutal do ex-prefeito petista Celso Daniel, 50 anos, morto em 18 de janeiro de 2002, em Juquitiba, São Paulo, o Partido dos Trabalhadores emitiu nota aceitando a morte como crime comum. Tão rápido quando a aceitação- apesar do sequestro, tortura e o assassinato com 11 tiros - foi a suspeição levantada do envolvimento de políticos graúdos nesse crime, com interesses inconfessáveis.

Em 2002 Celso Daniel era o responsável financeiro da campanha de Lula para presidente e teria descoberto um desvio do dinheiro arrecadado de propinas pagas ao Partido dos Trabalhadores por empresários de ônibus e outras empresas. Santo André é vizinha de São Bernardo, famosa pela sua planta industrial automobilística e base de Lula. Para o Ministério Público, Celso foi vítima de um crime por encomenda. Ele tinha conhecimento do esquema destinado a desviar recursos para sustentar a campanha petista.

Os misteriosos assassinatos nunca explicados

Depois do crime brutal - Celso foi sequestrado quando saia de um restaurante na zona sul de São Paulo - ocorreram mais 7 assassinatos, todos ligados ao caso, denúncias de corrupção e chantagem que envolveram Lula e seu partido, o PT.

Estranhamente o garçom Antônio Palácio de Oliveira foi assinado em fevereiro de 2003. Ele trabalhava no Restaurante Rubaiyat e serviu Celso Daniel na noite que ele foi sequestrado, em 2002. O corpo do garçom foi encontrado portando documentos falsos, com outro nome e sua família alertou que ele recebera R$ 60 mil de algum desconhecido conforme sua conta bancária. Amigos de trabalho de Antônio afirmaram que ele teria sido orientado a se calar sobre conversas que teria ouvido no dia que servira o ex-prefeito e quando intimado para depor afirmou que tanto Sombra como Celso estavam tranquilos no restaurante e que nada ouvira. Sombra e o Secretário da Administração de Santo André e vereador, André Klinger Luiz de Oliveira Souza, foram flagrados numa conversa, gravada pela Polícia Federal, uma semana após a morte de Celso Daniel:

- “Você se lembra do garçom que te serviu lá no dia do jantar? É o que sempre te servia ou era um cara diferente?”, indagou Klinger. “Era o cara de costume”, disse Sombra.

Outro fato estranho ocorreu com a única testemunha do assassinato do garçom, Paulo Henrique Brito: ele também foi assassinado, com um tiro pelas costas, vinte dias depois de ter assistido o crime de Antônio Palácio de Oliveira.

As mortes continuaram em 2003 quando o agente funerário Iran Moraes Rédua - a primeira pessoa que reconheceu o corpo de Celso, na estrada e chamou a polícia - também foi assassinado a tiros enquanto trabalhava.

Dois dias depois de ter dito que tinha informações sobre a morte de Celso Daniel, Dionízio Severo foi assassinado em frente do seu advogado, dentro da cadeia, em 2002. Ele era apontado pelo Ministério Público como elo de ligação entre Sombra e a quadrilha que executou o prefeito de Santo André. Curioso é que Dionízio tinha sido resgatado da prisão dois dias antes da morte de Celso e recapturado depois.

Sérgio Orelha foi assassinado, também em 2002, e tinha fortes ligações com o caso. Foi ele que abrigou Dionízio, após fuga da prisão. Sabia demais sobre o caso. Airton Feitosa, um detento, disse que Dionízio Severo tinha conhecimento que "um amigo do prefeito" estava montando uma armadilha.

Otávio Mercier, um investigador do Denarc, foi morto em seu apartamento invadido por vários homens com quem trocou tiros. Otávio tinha ligado para Dionízio na véspera do sequestro de Celso Daniel.

Outra morte misteriosa foi a do legista Carlos Delmonte Printes, em 12 de outubro de 2005. Carlos afirmou que Celso Daniel tinha sido torturado antes de ser assassinado com 11 tiros.Algum tempo depois de uma entrevista no programa Jô Soares, ele apareceu morto. O caso foi dado com suicídio mas nada foi encontrado em seu corpo que justificasse isso.

Em 2010, Eliana Vendramini, promotora pública que investigou e denunciou o assassinato de Celso Daniel, sofreu um acidente de carro em São Paulo. Seu carro, blindado, capotou três vezes após ter sido abalroada por outro carro, repetidas vezes. O carro que provocou o acidente, fugiu. Ela sofreu escoriações.

Os condenados

Seis acusados pela morte de Celso, pertencentes a uma quadrilha comandada por Monstro, foram condenados: Itamar Messias da Silva Santos, Ivan Rodrigues da Silva, José Edison da Silva, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, Elcyd Oliveira Brito e Marcos Roberto Bispo dos Santos.


Corpo de Celso Daniel, Juquitiba

O acusado de ter encomendado o crime, Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, de 59 anos, morreu em consequência de um câncer no estômago que se espalhou para o fígado e intestinos. Sombra era guarda costas de Celso e dirigia o carro na hora que foi abordado pela "quadrilha de assaltantes". O ex-prefeito foi levado mas, estranhamente nada aconteceu com Sombra que chegou a ser preso durante as investigações, foi pronunciado em 2010 para ser levado a júri popular em Itapecerica da Serra mas seu processo foi remetido para Brasília. O STF anulou parte da instrução processual e a ação voltou ao início.

Algozes velando o companheiro?

Sombra chegou a ser sócio de Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC e empresário na área  de transporte público. Ronan foi preso na 27º fase da Operação Lava Jato sob suspeita de ter recebido mais de 6 milhões de reais , em 2004, pagos pelo PT para acabar com uma chantagem que envolveria Lula, Gilberto Carvalho e José Dirceu ao crime contra Celso Daniel.

Ronan Maria Pinto e Sérgio Gomes foram condenados, em outro processo, a 10 anos e 4 meses e 15 anos e 6 meses, respectivamente, acusados de participar de esquema de achaque e corrupção contra empresários da região. Ronan recorre em liberdade. Klinger Luiz de Oliveira, então secretário de Serviços na administração de Celso Daniel também foi condenada a mais de 15 anos de prisão.

A família tem esperança

Bruno Daniel, irmão de Celso, afirmou que a família não aceita a tese de crime comum para o caso, tese rapidamente abraçada pelo PT. Bruno conta que no dia da missa de sétimo dia ouviu de Gilberto Carvalho que levava dinheiro do esquema montado na Prefeitura de Santo André para a direção do Partido dos Trabalhadores. Tanto Carvalho como José Dirceu negam. Bruno exilou-se na França onde recebeu a condição de refugiado e Francisco, outro irmão, vivo escondido, fora de São Paulo.

O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, na época deputado federal pelo PT, afirmou que acompanhou a necropsia do corpo e assegurou que Celso não tinha sido torturado. O legista Carlos Delmonte Printes, porém, disse o contrário, desmentindo abertamente a declaração de Greenhalgh. A tortura, negada pelo PT, é indício que os sequestradores do ex-prefeito não queriam resgate (que nunca foi pedido) mas saber algum grande segredo. E este segredo Ronan Maria Pinto sabe. O legista, em 2005, apareceu morto em seu escritório e a perícia apontou que não havia sinais de violência mas descartou morte natural.

Após a deflagração da Operação Carbono 14, da Lava Jato, no começo deste ano, os familiares do prefeito assassinado tem esperança que "esta nova fase possa lançar luz sobre o que aconteceu naquela época é que é necessário esclarecer por que razão a direção do PT teria remetido, através de esquemas ilícitos, cerca de R$ 6 milhões ao empresário Ronan Maria Pinto, dinheiro com qual ele teria adquirido o jornal do Grande ABC mediante chantagem ao Lula, ao José Dirceu e ao Gilberto Carvalho", segundo disse Bruno em nota do Estado de São Paulo.

O pagamento da chantagem

O dinheiro foi entregue a Ronan pelo pecuarista José Carlos Bunlai, conforme delação premiada a Sérgio Moro. Antes que Bunlai se prestasse a esse serviço, Marcos Valério confirmou que foi procurado por Silvio Pereira, financeiro do PT, para pagar Ronan mas negou-se a falar do assunto com medo de morrer dizendo aos promotores da Lava Jato "que é algo muito grave, muito grave mesmo".

A Operação Lava Jato investiga dinheiro repassado pelo pecuarista José Carlos Bunlai, amigo intimo de Lula, para Ronan Maria Pinto que estaria chantageando o ex-presidente sobre o caso Celso Daniel. Bunlai tomou empréstimo de R$ 12 milhões, no Banco Schahin, cuja operação começou com o Frigorífico Bertin. Segundo Bunlai disse a Polícia Federal, parte do dinheiro foi enviado para Ronan e parte para pagar dívidas da campanha de 2002 e 2004. A PF quer saber por que Ronan recebeu este dinheiro? Em entrevista ao Estadão, Bruno Daniel disse:

"À época da missa de sétimo dia do Celso, meu irmão e eu fomos procurados pelo Gilberto Carvalho, que disse que havia um esquema para arrecadação de recursos para campanhas eleitorais do PT e aliados e que ele próprio (Carvalho) havia levado ao José Dirceu, então presidente do Partido dos Trabalhadores a quantia de R$ 12 milhões no seu 'corsinha' preto", relatou. "Nos perguntamos por que razão ele teria dito isso. A hipótese que a gente trabalha é que isso nos desestimularia a prosseguir nas investigações porque isso poderia representar uma mancha na história do Celso."

A morte de Sombra, de câncer, parece trazer paz para o assombrado Luís Inácio da Silva. Só que não. Entre tantas vítimas da corrupção desenfreada praticada, está um cadáver insepulto que reclama justiça.

LEITURAS RELACIONADAS: