Ao contrário do Brasil, nos países orientais dar aula na rede pública é sinônimo de status e garantia de renda
Bárbara Bretanha e Valéria França - Especial para o Estado
SÃO PAULO - "Há um ditado no meu país que diz que um estudante não pisa nem na sombra de seu mestre", diz Sok Jin Oh, professor de língua inglesa, por 32 anos na Coreia do Sul. Ele se refere ao respeito que os alunos têm pelos mestres. No país de Jin Oh, ser um professor da rede pública significa ter bom salário, e status na sociedade.
A Coreia do Sul tem hoje um dos melhores modelos de ensino do mundo. No Programa Internacional de Avaliação de Alunos aparece em sétimo lugar em leitura e matemática. O país foi um dos primeiros do mundo a equipar escolas com internet de banda larga. Um professor como Jin Oh ganha em média US$ 65 mil por ano. Tem casa própria, carro do ano e pode patrocinar o estudo dos filhos em boas faculdades particulares.
No Brasil, a vida de um professor é bem diferente. A paulistana Ana Carolina Cuofano Gomes da Silva, de 30 anos, dá aulas desde os 19. Na época tinha apenas o Magistério. Depois foi obrigada a concluir o ensino superior. Há oito anos, formou-se pela Faculdade de Letras da Universidade São Judas Tadeu. Preferiu a rede pública, porque sentia mais afinidade com os alunos. Outro fator: a escola fica perto da casa dela, Hoje, ela leciona Português para turmas de 7º e 8º anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Júlio Marcondes Salgado, no Parque Edu Chaves, na zona norte de São Paulo.
"Sinto um respeito muito grande", diz Ana Carolina, que tem sorte. Segundo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), 44% dos professores da rede pública já sofreram algum tipo de violência na escola.
Casa alugada. Ana Carolina ganha R$ 2,8 mil, em troca de uma jornada de 40 horas semanais. Para complementar a renda, dá aula em outra escola. "A prefeitura oferece uma estabilidade que as escolas particulares não têm", explica. A professora mora de aluguel.
Jin Ho trabalha hoje no Brasil como adido cultural da Coreia. No ano que vem, volta para casa, e retoma a vida acadêmica, mas agora como vice-diretor. Na Coreia os professores, só depois de uma determinada qualificação, podem se candidatar ao cargo de vice-diretor e diretor de uma escola. Jin Ho é doutor em língua inglesa.
Nota do blog: O Brasil classifica-se em 58º no Pisa, entre 63 países pesquisados. Enquanto a tecnologia já está nas salas de aulas na maioria dos países com boa educação, no Brasil os professores mal sabem o que é um notebook. Somente agora é que a Secretaria da Educação de São Paulo começou a implantar a secretaria digital. Até hoje todo tráfego de documentos é feito com papéis e carimbos. Portugal, com seu novo ministro da Educação começou a reação para recuperar quase 30 anos perdidos com métodos falhos de alfabetização - o construtivismo acabou com a educação em grande parte do mundo - e levou a neurociência para as salas de aulas.
A Coreia do Sul tem hoje um dos melhores modelos de ensino do mundo. No Programa Internacional de Avaliação de Alunos aparece em sétimo lugar em leitura e matemática. O país foi um dos primeiros do mundo a equipar escolas com internet de banda larga. Um professor como Jin Oh ganha em média US$ 65 mil por ano. Tem casa própria, carro do ano e pode patrocinar o estudo dos filhos em boas faculdades particulares.
No Brasil, a vida de um professor é bem diferente. A paulistana Ana Carolina Cuofano Gomes da Silva, de 30 anos, dá aulas desde os 19. Na época tinha apenas o Magistério. Depois foi obrigada a concluir o ensino superior. Há oito anos, formou-se pela Faculdade de Letras da Universidade São Judas Tadeu. Preferiu a rede pública, porque sentia mais afinidade com os alunos. Outro fator: a escola fica perto da casa dela, Hoje, ela leciona Português para turmas de 7º e 8º anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Júlio Marcondes Salgado, no Parque Edu Chaves, na zona norte de São Paulo.
"Sinto um respeito muito grande", diz Ana Carolina, que tem sorte. Segundo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), 44% dos professores da rede pública já sofreram algum tipo de violência na escola.
Casa alugada. Ana Carolina ganha R$ 2,8 mil, em troca de uma jornada de 40 horas semanais. Para complementar a renda, dá aula em outra escola. "A prefeitura oferece uma estabilidade que as escolas particulares não têm", explica. A professora mora de aluguel.
Jin Ho trabalha hoje no Brasil como adido cultural da Coreia. No ano que vem, volta para casa, e retoma a vida acadêmica, mas agora como vice-diretor. Na Coreia os professores, só depois de uma determinada qualificação, podem se candidatar ao cargo de vice-diretor e diretor de uma escola. Jin Ho é doutor em língua inglesa.
Nota do blog: O Brasil classifica-se em 58º no Pisa, entre 63 países pesquisados. Enquanto a tecnologia já está nas salas de aulas na maioria dos países com boa educação, no Brasil os professores mal sabem o que é um notebook. Somente agora é que a Secretaria da Educação de São Paulo começou a implantar a secretaria digital. Até hoje todo tráfego de documentos é feito com papéis e carimbos. Portugal, com seu novo ministro da Educação começou a reação para recuperar quase 30 anos perdidos com métodos falhos de alfabetização - o construtivismo acabou com a educação em grande parte do mundo - e levou a neurociência para as salas de aulas.