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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Genoino foge da raia

Não há dúvidas de que a renúncia de José Genoino foi uma maneira de evitar o constrangimento de ser cassado pela Câmara dos Deputados, fato que ocorreria se permanecesse deputado. A cúpula do PT sabia que os membros da oposição e da base aliada ao governo votariam contra Genoino. Para Roberto Freire, do PPS, um dos principais críticos do PT, Genoino evitou novo vexame público.Genoino na verdade não conseguiu eleger-se deputado, ficando na suplência. 

Ele tenta se aposentar por invalidez alegando problemas de saúde, fato já descartado por duas juntas médicas invocadas pelo STF e pela própria Câmara dos Deputados. O ex-guerrilheiro que tentou se passar por herói se entregou aos mesmos descaminhos de políticos fisiologistas por ele mesmo condenados: fugir da raia para garantir uma gorda aposentadoria, usando atalhos obscuros.

José Genoino foi condenado a 6 anos w 11 meses de prisão no regime semi-aberto no processo do mensalão e fica para a história como um corrupto. Nada além disso.

Fugindo da raia: em sua carta renúncia fala em condenação política e show da mídia. Acusa mas não explica os milhões surrupiados dos cofres públicos que levaram mais de duas dezenas para a cadeia.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Puxa-sacos de ladrões!

Por Reinaldo Azevedo

No Brasil, não há presos políticos, mas políticos presos. A diferença entre uma coisa e outra é a que existe entre a ditadura cubana, que o governo petista financia, e a democracia, que o petismo difama. Se, no entanto, houvesse, a carcereira seria Dilma Rousseff. Ela pode fazer o STF sair com a toga entre as pernas. Basta evocar o inciso 12 do artigo 84 da Constituição: "Compete privativamente ao presidente da República (...) conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei". Também vale para "presidentas".

Paulo Vannuchi, um devoto da democracia à moda Carlos Marighella, comparou a condenação de José Dirceu à extradição de Olga Benário. É? Foi o STF que autorizou o envio para a Alemanha nazista de uma judia comunista. O fascistoide Getúlio Vargas, hoje herói das esquerdas, poderia ter impedido o ato obsceno. Deu de ombros. Que Dilma não cometa o mesmo erro e liberte a súcia de heróis. Ironia não tem nota de rodapé --ou vira alfafa.

Está em curso um processo inédito de satanização do Judiciário. A sanha difamatória, na semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra, não poupa nem a cor da pele de Joaquim Barbosa. Racistas virtuosos acham que ele se comporta como um "negro de alma branca". Lula lhe teria feito um favor, e ele não beija a mão de nhonhô...

Protestar contra os três dias de regime fechado para José Genoino é do jogo. Intimidar o Judiciário é delinquência política. A doença do petista é real; a construção do mártir é uma farsa. No dia da prisão, ele recusou exame médico preventivo no IML. Era parte da pantomima do falso herói trágico. Barbosa não cometeu uma só ilegalidade. A gritaria é fruto da máquina de propaganda do PT, que se aproveita da ignorância específica de jornalistas. Não são obrigados a saber tudo; o problema, em certos casos, é a imodéstia...


Um dos bons fundamentos do cristianismo é amar o pecador, não o pecado. Fiel à tradição das esquerdas, o PT ama é o pecado mesmo. O pecador é só o executor da tarefa em nome da causa. Leiam a peça "As Mãos Sujas", de Sartre, escrita antes de o autor se tornar um comunista babão. É esquemática, mas vai ao cerne do surrealismo socialista.

Alguns de nossos cronistas precisam ler. Outros precisam ler Padre Vieira. No "Sermão do Bom Ladrão", ele cita a descompostura que Alexandre Magno passou num pirata. O homem responde ao Lula da Macedônia: "Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?" Vieira emenda: "Assim é. (...) o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres."

Na quarta, reportagem de Flávia Foreque, no site da Folha, foi ao ponto. Um grupo de deputados do PT visitou os varões de Plutarco na Papuda. Parentes de presos sem pedigree ideológico começaram a xingar os petistas: "Puxa-saco de ladrões!". A deputada Marina Sant'Anna (PT-GO) quis dialogar. Sem sucesso. A mulher de um dos piratas resumiu: "Qual é a diferença [entre presos do mensalão e os demais]? Só porque tem nível superior, porque roubou do povo?" Vieira via diferença, sim. Os bacanas são mais covardes.

Indulto já, presidente! Até porque, entrando no 12º ano de governo e com mensaleiros em cana, o PT descobriu a precariedade das prisões. Este ano vai terminar com uma queda de 34,2% no valor destinado ao Plano Nacional de Apoio ao Sistema Prisional: R$ 238 milhões, contra R$ 361,9 milhões em 2012. Nas cadeias, só havia piratas "pobres de tão pretos e pretos de tão pobres". Agora há os Alexandres vermelhos, mas não de vergonha.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Genoino operado do coração: hemorragia na aorta

Deputado José Genoino, condenado por corrupção
e formação de quadrilha.
O deputado federal do PT José Genoino está se recuperando de uma cirurgia no coração - correção da dissecção da aorta (artéria abre-se em camadas provocando sangramento) - no Hospital Sírio Libanês.

Genoino foi levado as pressas para a Santa Casa de Ubatuba, ontem a tarde. Para a imprensa a assessoria insistiu que o deputado buscou ajuda por sentir forte dores no peito mas que os médicos afirmaram nada ter a ver com o coração. Levado para o Sírio Libanês foi imediatamente operado do coração, desmentindo a farsa criado pouco antes.

Genoíno tem 67 anos e vive momentos dramáticos ao ser condenado a cadeia por crimes de corrupção e formação de quadrilha quando era presidente do PT no caso conhecido como mensalão.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Mas a vida continua

Por Carlos Brickmann

Até ontem, caro leitor, acredite, o presidente da República foi Renan Calheiros.

A presidente Dilma Rousseff fez uma inadiável viagem à Etiópia, o vice-presidente Michel Temer viajou para levar sua inestimável solidariedade à posse de Rafael Correa, reeleito presidente do Equador, o presidente da Câmara, Henrique Alves, fez importante visita oficial ao Congresso americano.

Tudo coincidência, claro; ninguém jamais poderia imaginar que todas essas viagens ao mesmo tempo tivessem sido combinadas para prestigiar o nome seguinte na linha de sucessão, o senador Renan Calheiros, expoente do mesmo PMDB de Temer e Alves, baluarte da base de apoio ao Governo da presidente Dilma Rousseff.

Renan Calheiros é o primeiro presidente da República que assume com três denúncias no Supremo, pelos crimes de peculato, uso de documento falso e falsidade ideológica.

Seu sucessor na presidência do Senado, Jorge Viana (PT), foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral por abuso de poder econômico e está sendo julgado no Tribunal Superior Eleitoral. Pode perder o mandato.

De certa forma, ganha-se tempo: ao assumir, o cavalheiro já está sendo processado. Como diziam os propagandistas do Macaco Tião, anticandidato que teve 400 mil votos para prefeito do Rio, sua vantagem é que já estava preso.

Mas não foque a atenção só no Senado. É injusto. Dois deputados federais, Pedro Henry (PP) e Valdemar Costa Neto (PR) exercem o mandato, embora condenados no Mensalão. Dois outros condenados, João Paulo Cunha e José Genoíno, do PT, ainda por cima fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça.