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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

PT quer confronto com manifestantes no dia 7 de setembro

Manifestações populares espontâneas: PT quer confronto com o povo

Presidente do PT prega confronto nas ruas


O resultado que pode advir da proposta do presidente nacional do PT, Valter Pomar, é perigoso. Em vídeo, o dirigente do Partido dos Trabalhadores convoca a militância do PT para sair as ruas contra as manifestações do grupo Anonymous programadas para o dia 7 de Setembro, em todo país quando pedirão a prisão dos réus do mensalão, cujos principais envolvidos e condenados pertencem ao partido de Pomar. 

Em vídeo, Pomar provoca os manifestantes chamando-os de "grupo de torturadores aposentados" e orienta os militantes darem uma resposta "muito forte e clara". Durante as manifestações populares ocorridas em todo país membros do PT tentaram se infiltrar para passar a imagem de que eles faziam parte do movimento quando, na verdade, as os protestos ocorriam exatamente contra eles.

O PT tentara se infiltrar no meio do movimento do Grito dos Excluídos, organizado por pastorais da Igreja Católica. 

Essa ameaça vinda do PT pode causar sérios danos durante as manifestações de 7 de setembro. Os grupos que organizam os protestos populares deixam entender que não tem medo do PT e "vão pra cima". Valter Pomar será responsabilizado pela proposta de confronto.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O que o povo quer do governo?

Por que é tão difícil entender?
Luciano Trigo

A crise que o país atravessa desde a eclosão dos primeiros protestos contra o aumento das passagens de ônibus tem três componentes articulados:

1 — A sociedade quer transporte, saúde e educação de qualidade, pois ela paga caro por isso, por meio dos impostos, e não recebe em troca serviços públicos à altura. Simples assim. A sociedade não pediu nas ruas reforma política, nem plebiscito para eliminar suplente de senador.

2 — A sociedade quer o fim da impunidade, pois está cansada de ver corruptos soltos debochando de quem é honesto, mesmo depois de condenados.

Acrescentar o adjetivo hediondo à corrupção de pouco adianta se deputados e ministros continuam usando aviões da FAB para passear e se criminosos estão soltos, alguns até ocupando cargos de liderança ou participando de comissões no Congresso.

3 — A sociedade quer estabilidade econômica: para a percepção do cidadão comum, os 20 centavos pesaram como mais um sinal de que a economia está saindo do controle.

A percepção do aumento da inflação é crescente em todas as classes sociais; em última análise, este será o fator determinante dos rumos da crise a médio prazo, já que não há discurso ou propaganda que camufle a corrosão do poder de compra das pessoas, sobretudo daquelas recentemente incorporadas à economia formal.

Esses problemas não são de agora, nem responsabilidade exclusiva dos últimos governos. Mas o que se espera de quem está no poder é que compreenda que a melhor maneira de reconquistar o apoio perdido é dar respostas concretas e rápidas às demandas feitas nas ruas (e não a demandas que ninguém fez). Não é isso que vem acontecendo: todas as ações da classe política parecem movidas pela tentativa de tirar proveito da situação e desenhadas para que tudo continue como está.

É bom que se diga que não são somente os políticos que espantam pela surdez diante dos gritos coletivos de irritação e impaciência, dos protestos que não têm dono nem liderança.

A julgar pelo que se viu em algumas mesas da Flip, muitos intelectuais também se entregam com facilidade à tentação leviana e arrogante de transformar a crise não em oportunidade para um debate consequente, mas em pretexto para oportunistas e demagógicas tentativas de embutir suas próprias agendas secretas e pautas obscuras nas bandeiras das manifestações populares: a tal “crise de representação”, por exemplo, se transformou em escudo para as propostas mais escalafobéticas, envolvendo extinção dos partidos e uma suposta “democracia direta”.

Essa crise não será resolvida por palavras mágicas como “plebiscito” ou “reforma”, nem por manobras da velha política que fazem pouco caso da inteligência das pessoas, nem pela demonização da mídia, nem por espertezas toscas de bastidores, nem por tentativas de cooptação e de controle do movimento social, nem por frases de efeito.

As verdadeiras bandeiras da população que foi às ruas não têm nada a ver com guinadas à esquerda ou à direita, nem com palavras de ordem radicais ou fascistas, nem com a paranoia do golpismo.

As verdadeiras bandeiras do grosso da população que foi às ruas têm a ver, isto sim, com um anseio urgente e definitivo por eficiência e ética na atuação de todos os políticos, de todos os partidos, de todos os poderes, de todas as esferas do poder. Aliás, todos são pagos para isso, com o nosso dinheiro.

Por que isso é tão difícil de entender?

Luciano Trigo é jornalista e escritor.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Por causa do preço do pão começou a revolução francesa


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

A França, em 1790, era um estado absolutista (centralização de todo poder político nas mãos do rei) dominado por três grupos distintos: os nobres, o clero e o povo, este último nunca representado ou ouvido pelos demais. Os nobres e o clero católico ditavam o pensamento enquanto arrombavam os cofres públicos alheios às necessidades da população. Para suprir tamanho gasto e para enfrentar uma grave crise financeira, impunha-se a cobrança de pesados impostos ao povo.

Os opositores ao regime e à religião oficial eram encarcerados na fortaleza chamada Bastilha, um velho palácio construído em 1370. Tentava-se calar os inimigos do poder. Os franceses, em 14 de julho de 1789, cansados do desprezo dos governantes e diante da decadência econômica do país, invadiu e tomou Bastilha, representação máxima do poder na época. Foi o marco do início da revolução francesa.

E, curiosamente, a indignação popular começou com protestos contra o aumento do preço do pão. O povo, na força, tomou o comando do país para si, instaurando os direitos fundamentais de liberdade e igualdade perante a lei, inspirados pelo iluminismo.

Tal lá, como cá, o poder centrado nas mãos de uma presidente incompetente e a farra dos três poderes, levaram o Brasil à crise econômica, excesso de impostos, explosão de preços e a indignação popular. Tudo regado com ameaças de cerceamento de liberdade de imprensa.

Lá foi pelo aumento do preço do pãozinho. Aqui, das tarifas de ônibus. E a Bastilha caiu!