Mostrando postagens com marcador alimentos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador alimentos. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Inflação ultrapassa previsão e complica economia


Inflação descontrolada pode elevar taxa de juros

O que poderia ter sido feito há muito tempo deverá ocorrer na próxima reunião do Copom: a elevação da taxa de juros em 0.25 pontos - chegando a 7.50 ao ano - como uma tentativa de controlar a inflação que estourou e meta prevista para 2013. A inflação anual anunciada pelo IBGE atingiu 6,59%. A meta, estabelecida no início do ano, é de 4,5% .

Metade da inflação foi causada pelos alimentos cujos preços continuam subindo. Recorda-se que o governo desonerou os itens da cesta básica sem resultados perceptíveis. O governo aposta em queda com uma safra recorde em 2013 de arroz e soja. Apesar da desoneração do açúcar, carnes e óleo de soja, cujos preços caíram em fevereiro, os preços voltaram a se elevar. Entre os produtos de higiene beneficiados com a desoneração, só a pasta de dente teve preço reduzido.

A conta de luz voltou a subir por conta da inflação que já comeu mais de 15% dos 18% de desconto que a Dilma tinha anunciado com estardalhaço pela televisão.

A cada dia que passa Dilma mostra que sua eleição para a presidência do país foi um mero acidente. Ontem assessores diretos de Dilma admitiram aumentar a taxa de juros para evitar o distanciamento da meta original de 4,5%.

VEJA A EVOLUÇÃO NO PREÇO DOS ALIMENTOS, EM %



PRODUTO Março Ano 12 meses
Cebola 21,43 54,88 76,46
Açaí (emulsão) 18,31 55,66 40,58
Cenoura 14,96 53,3 50,67
Feijão-carioca 9,08 22,85 26,47
Batata inglesa 6,14 38,11 97,29
Tomate 6,14 60,9 122,13
Alho 5,77 2,5 53,13
Ovo 5,68 12,13 29,75
Farinha de mandioca 5,11 35,18 151,39
Farinha de trigo 4,6 12,02 22,13
Pão de forma 4,54 9,21 19,22
Frutas 4,51 7,86 11,66
Pão doce 2,63 4,29 11,61
Hortaliças 2,46 20,71 25,45
Macarrão 1,94 6,12 10,25
Feijão-preto 1,83 4,72 24,79
Biscoito 1,8 4,46 8,8
Pescados 1,78 4,9 8,51
Leite longa vida 1,76 2,49 8,81
Leite em pó 1,63 2,78 12,71
Creme de leite 1,54 -1,89 8,17
Refrigerante fora 1,4 3,9 11,63
Queijo 0,92 3,01 8,53
Refeição 0,89 2,68 8,88
Carnes industrializadas 0,75 2,59 15,47
Pão francês 0,69 3,87 15,3
Tabela da Folha de São Paulo

domingo, 7 de abril de 2013

Inflação dispara nos alimentos e prejudica classe mais baixa

Em 12 meses, preços dos alimentos mais consumidos por quem ganha até 2,5 salários mínimos subiram mais que os da média da população.

Fernanda Nunes , de O Estado de S.Paulo
31 de março de 2013 | 22h 00
  
SÃO PAULO - O aumento dos preços dos alimentos ao longo dos últimos meses vem tirando o fôlego e comprometendo a capacidade de compra de um grupo em especial: o consumidor de baixa renda. Para esse segmento, base da festejada "nova classe média", a inflação pesa mais.
O indicador que mede a variação de preços em 12 meses para as famílias com ganho mensal de até 2,5 salários mínimos, em fevereiro, foi de 6,94%, nível superior ao da média dos brasileiros, que registrou 6,04%.

A diferença da inflação por classe de renda ocorre, na verdade, desde julho do ano passado. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), que calcula o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1, a chamada inflação da baixa renda) e o Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna (IPC-DI), vem registrando o deslocamento.

Isso acontece porque os preços dos alimentos adquiridos pelos consumidores de rendimento mais baixo dispararam. Para a população mais pobre, 30% do salário são destinados às compras de supermercado, enquanto para a média dos brasileiros os alimentos representam 20% das despesas. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, último indicador divulgado, a inflação dos alimentos variou 13,94% no IPC-C1 e 12,29% no IPC-DI.

A inflação para a baixa renda passou a ser mais sentida neste início de ano, com o fim de alguns programas de incentivo ao consumo, como a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados para bens duráveis. Mas o maior peso vem dos alimentos e a tendência, segundo o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre)da FGV, é que a alta de preços desses produtos perca o fôlego daqui para frente. Com isso, diz Braz, a baixa renda pode ter um alívio nos próximos meses.

Enquanto isso, a expectativa é que o governo mire suas ações exatamente no alívio do orçamento desse grupo de consumidores, que vem puxando o aumento do consumo das famílias na economia. O professor da Faculdade de Economia e coordenador da Fipe Rafael Costa Lima acredita que as medidas devem ter como foco a inflação como um todo, porém, com atenção especial a setores que atendam à "nova classe média".

Ainda assim, a avaliação do economista é que, com a renda do trabalho se mantendo em alta, o consumo pela população de baixa renda continuará forte. "Não imagino que a inflação vai corroer tanto o poder de compra dessa população", afirmou.

Para o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Bruno Fernandes, no entanto, a variação de preços para esse grupo de consumidores é preocupante.

Idosos. Além dos pobres, a população idosa é outro grupo que também é mais punido com a inflação dos alimentos. O último dado disponível do IPC-3i, que mede a inflação das famílias com indivíduos com mais de 60 anos, mostra que, em 2012, o indicador teve alta de 5,82%, enquanto o IPC-DI foi de 5,74%. A FGV apura a inflação dos mais idosos trimestralmente, portanto, os resultados deste ano ainda não são conhecidos.

Braz, da FGV, diz que, na atual conjuntura os idosos sentem mais os efeitos da inflação por consumirem mais alimentos in natura, que têm sido os vilões dos preços. O economista pondera, no entanto, que essa alta pode ser contrabalançada pelo fato de os mais idosos sentirem menos os efeitos do reajuste de transporte público, porque boa parte deles tem passe livre no ônibus. / COLABOROU M.C.