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| Butorides striata ou Socozinho também usa iscas para pescar |
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Parece história de pescador. Uma pequena garça se aproxima da água com um pedaço de pão e o deposita na água, esperando atrair peixes. Repete o processo várias vezes até pegar um pequeno peixe. Não satisfeito, devolve a pequena espécie e volta a lançar a isca. Finalmente, o prêmio almejado é fisgado – e prontamente saboreado pela ave pescadora.
A cena aconteceu no Japão. E acabou sendo registrada por um cinegrafista (assista ao vídeo acima).
As imagens sugerem que o animal usa uma lógica de que é melhor não se satisfazer imediatamente, mas sim de esperar por uma recompensa maior. Poderia ter comido o pão, mas escolheu pescar. Fisgou um pequeno peixe, mas preferiu reaproveitar a isca e esperar por algo maior.
Apesar da curiosidade que as imagens geraram na internet, a "pescaria" feita por garças, mesmo rara, não é uma novidade. Vem sendo notada por ornitólogos há décadas. Exemplares de pelo menos sete espécies de garças já foram observados pescando com iscas — que podem ser feitas com gravetos, insetos ou flores. As garças verdes, como a mostrada no vídeo, são encontradas no Japão e nos EUA.
Habilidade adquirida — Segundo um estudo elaborado por Hiroyoshi Higuchi pesquisador da Universidade de Tóquio, a habilidade de pescar da garça verde não é inata, já que é observada apenas em uns poucos exemplares de garças, que vivem em locais bem distantes entre si.
Somente alguns animais mais inteligentes, como o do vídeo, que vivem próximos a alguns tipos de rios e lagos, com rochas acima da linha da água — que fornecem um bom esconderijo — parecem ter desenvolvido a habilidade. E ela não parece ser ensinada de um pássaro a outro.
O estudo sugere que ela pode ser resultado de encontros acidentais, onde o pássaro pescador percebeu, talvez observando humanos jogando migalhas na água ou quando insetos caiam nos lagos e rios, que jogar objetos ou alimentos poderia atrair peixes.
Como a "pescaria" não é tão difundida nem mesmo entre as garças verdes, pesquisadores têm dificuldade de estudar aves que tenham desenvolvido a habilidade.