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sábado, 8 de agosto de 2015

Enem: O que uma escola classificada em 4.071º lugar pode comemorar?


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

A escola Estadual de tempo integral Professor Eduardo Velho Filho, de Bauru, foi matéria dos jornais e emissoras de tv da região e elogiada pela conquista do primeiro lugar, no Enem, entre as escolas públicas do Estado de São Paulo, conforme ela mesma anunciou. 

Num dos jornais a diretora enalteceu o construtivismo e apresentou os diferenciais da escola pela conquista desta almejada posição. Afinal, um primeiro lugar não é todo dia que se conquista. As comemorações foram festivas com inúmeras entrevistas e congratulações da diretoria de ensino.

Mas, na verdade, a escola está classificada em 4.071º lugar no ranking nacional do Enem 2014 e em 1.342º lugar no Estado de São Paulo, entre escolas privadas e públicas. Então, pergunta-se, comemorar o que, nestas posições?

Para "conseguir se classificar em primeiro" entre as escolas públicas do estado a direção do Eduardo Velho Filho fez uma subtração de 138 escolas técnicas, também públicas, que estavam à sua frente (com notas muito melhores) e retirou 1.205 escolas particulares do topo da lista. 

Oras, a educação brasileira não se divide em escolas particulares, públicas e públicas técnicas. Avaliações como essas, entretanto, servem para indicar claramente que o construtivismo é um engano pedagógico completo e suas vertentes radicais ajudaram a piorar o quadro da educação brasileira. Apenas 9 escolas públicas estão entre as 100 melhores do Enem. E estas 9 ou são federais ligadas a universidades ou colégios militares. As demais são escolas particulares que não comungam com as crendices de Piaget e apostam no método fônico para alfabetização. 

Pior que o injustificável festejo são as notas baixas da escola: 498,52 em matemática; 550,25 em linguagem; 533,78 em ciências naturais; 599,01 em ciências humanas e 503,8 em redação. Nas particulares as notas, em média, estão muito acima, como do Colégio Objetivo que conquistou o 1º lugar do ranking nacional: 865.93 em matemática; 661.11 em linguagem; 728.25 em ciências naturais; 716.55 em ciências humanas e 774.76 em redação. Mesmo pareando a escola bauruense com o mesmo nível sócio econômico de uma escola particular, a vantagem é bem superior para a privada. Curioso é que os alunos do Eduardo Velho Filho que conquistaram notas acima de 650 vieram de escolas particulares.

A exclusão de escolas privadas do topo da lista para permitir que escolas públicas possam comemorar a liderança entre as piores é um critério nada honesto, pouco ético e exageradamente falso quando se trata de abordar a qualidade da educação de um país que já vem sofrendo há 30 anos com métodos e metodologias de alfabetização... que não alfabetizam. 

O Brasil classificou-se em 60º lugar no Pisa - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - entre 76 países avaliados (58º entre 64 até a penúltima edição) no Ensino Médio e nas últimas posições na Educação Básica conforme a Unesco divulgou na semana passada, no Chile. Os aluninhos brasileiros conseguiram as últimas posições (I e II numa escala de IV).

Com resultados tão pífios a educação brasileira não tem nada para comemorar.

PS: antes de criticarem a abordagem, se perguntem porque os alunos do ensino básico das escolas públicas (que deveriam ser alfabetizadas no primeiro ano) chegam ao 5º ano ainda analfabetas, lendo precariamente e não compreendendo nada do texto lido? A neurociência sabe porque.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Enem, miojo, hino do Palmeiras e agora letra de funk

Estudante obteve 900 pontos citando letra de funk em redação do ENEM

Durante a última semana, a divulgação de redações do ENEM que conseguiram notas maiores que 500 pontos citando o hino do Palmeiras e receita de preparação de uma marca de macarrão instantâneo geraram um misto de revolta e humor na Internet. A notícia colocou em cheque os critérios de qualidade do exame nacional, que tem assumido cada vez mais importância nos processos seletivos para a oferta de vagas nas universidades.

O conhecimento dos casos pressionou o Ministério da Educação, que chegou a dar justificativas esdrúxulas sobre as notas obtidas pelos autores tais como “fuga parcial ao tema”, “estímulo ao apetite de um avaliador faminto” e “ousadia ao utilizar o espaço para ressaltar a paixão que devemos ter pelo Parmeirão”.

Recentemente, porém, veio à tona mais uma redação que adotou a estratégia da encheção de linguiça com conteúdo aleatório. A carioca Rayane Dias Fonseca, de 19 anos, fez circular pelas redes sociais o seu texto no qual tratou do movimento imigratório para o Brasil no século 21. A diferença foi que a, agora, estudante do curso de Publicidade da UFRJ apelou para a letra do pancadão “Passinho do Volante” frente ao vazio criativo que experimentou durante a prova de Redação, atingindo a pontuação de impressionantes 900 pontos. “Acho que meu resultado está relacionado à iniciativa do Ministério em dar mais valor às expressões populares atuais. Que bom! Já estava boladona, achando que ia levar um p… esculacho do meu pai por ter trocado tanto os estudos pelos bailes. Ah, lelek”, escreveu Rayane.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Educação no Brasil é piada

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Os resultados obtidos pelo Enem divulgados em 2012 mostram que a educação pública vai mal. A média Brasil obtida pelos alunos da rede pública foi de 519 contra 561 das escolas particulares. O colégio Objetivo Integrado conseguiu a média de 737 nas provas de ciências da natureza, humanas, matemática e português.

Estes números consolidam a crise que o país vive na educação há décadas: sistemas e métodos pedagógicos que tiram a autoridade do professor (não se pode avaliar os alunos com notas), currículos defasados (nenhuma tecnologia na sala de aula), professores que mal sabem o que é computador, baixos salários e altíssimos índices de evasão e baixo desempenho em avaliações. E os números são manipulados nos conselhos de escolas: alunos evadidos "são transferidos" para qualquer estado distante. As notas são adaptadas bem como as "presenças" são ajustadas. Isso tudo trará resultados no pagamento do bônus pelo governo, aos diretores e professores.

O Rio de Janeiro teve 18% das escolas com notas acima da média nacional. No Ceará apenas e tão somente 2% conseguiram nota acima da média. Os alunos das escolas públicas federais atingiram nota média de 568, bem maior que das privadas.

Estudantes da rede pública chegam ao ensino médio sem saber ler ou escrever. Tanto que o próprio governo reconhece e lança a campanha de alfabetização na idade certa, uma tentativa de entregar o estudante no ensino médio, alfabetizado. As bobagens implantadas pelos amadores na educação do país trouxeram péssimos resultados. E vão colocar a culpa nos professores.