sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Você dá esmolas na rua?

Esmola vicia e acomoda, diz Içami Tiba.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

"All the lonely people, where do they all come from? Where do they all belong?"

Enquanto dirijo ouço os Beatles e faço algo que adoro: observar as pessoas, suas reações, o que fazem, o que falam. As vezes basta uma frase pra você escanea-la e traçar um perfil, o que pensam, do que gostam. Ou odeiam.

Recentemente passei a observar os esmoleiros que constantemente te abordam nos cruzamentos das cidades. De onde vem, pra onde vão, no que se transformarão essas pessoas?. As vezes apenas imploram esmolas expondo suas chagas. Outros, como um conhecido mudo e surdo da cidade, exploram suas deficiências pra ganhar uns trocados.

Mas surgiram os malabaristas para fazer concorrência. Em cada cruzamento, um show. E mais moedas. O mudinho perdeu espaço, apesar da sua simpatia e os shows se diversificaram. Em Floripa um drogado foi explícito e sincero: - Me arranja 10 porque tô na secura e preciso de um pino, senhor.

Entre tantos, um artista de rua me impressionou: vestindo-se de palhaço mas fazendo-se de policial, só nas expressões, repreendia o motorista infrator, sacava o talão e multava. Depois de algum tempo sugeria uma propina, rasgava a multa - olhando para os lados para não ser flagrado - e pegava e colocava a "propina" no bolso que, de verdade, eram  as moedas que ele recebia pela sua performance. Nem Lula faria melhor, apesar de mestre dos mal feitos.

Mas, afinal, você dá esmola na rua?

Alguns filosofam dizendo que "a indiferença é a forma contemporânea da barbárie". Que é preferível dar porque você estará oferecendo uma oportunidade de crescimento. Outros, como o Içami Tiba, discorda e ataca: Esmola vicia e acomoda. A Care Brasil, Ong que combate a pobreza, diz que "esmola não contribui para transformar a condição de miserabilidade dos pedintes".

E você sabe quanto ganha um surdo/mudo/malabarista/artista/esmoleiro de rua? Vamos as contas?

O ciclo de dois minutos de um semáforo permitirá um minuto de carros esperando num dos lados do cruzamento. Se um esmoleiro conseguir uma moeda de R$ 1,00 por minuto, ele terá R$ 30 numa hora considerando que ele "trabalhe" só de um lado. Em um dia de oito horas de atividades ele receberia R$ 240. Em 22 dias (descanso de sábados e domingos) ele terá arrecadado R$ 5.280. Sem impostos. Compare com seu salário.

Entenderam porque o mudinho nunca quis mudar de vida?

Artistas de asfalto podem ganhar de R$ 100 a R$ 300, por dia.
PS: O artigo 254, do Código de Trânsito Brasileiro, proíbe a permanência de pedestres nas pistas de rolamento, exceto para atravessa-la em local permitido. Não é permitido a utilização da rua para a prática de folguedos, esportes, desfiles e similares, sem licença para tal. É considerada infração cabível de multa.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Semáforos sincronizados

Parar e sair consome mais combustível
e polui mais, além da irritação.
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Semáforos sem sincronização mais causam problemas do que ajudam. Motoristas se irritam com os chamados ciclos curtos porque param a cada quarteirão.

Frenar e sair é o processo que mais causa consumo de combustível e poluição. Com semáforos sincronizados e com ciclos maiores, o motorista pode andar, em velocidade compatível, maiores distâncias, poluindo e consumindo muito menos. Os modelos matemáticos de otimização de tráfego semaforizado são muitos e são complexos. De uma forma mais simplista, porém, é possível explicar.

COMO SE FAZ?

Para se descobrir o ciclo ideal num cruzamento, baseia-se em alguns fatores, como o fluxo de veículos, por minuto, lombadas, carros estacionados ao longo da vida e largura da rua. Ciclo é o tempo que o semáforo faz numa volta completa nas três cores.

Quanto maior for o tráfego no cruzamento, maior será o ciclo. Decidido o ciclo ideal, busca-se distribuir o tempo verde. Ele será muito maior se o congestionamento for grande num dos lados. Após, procura-se fazer a sincronização entre demais cruzamentos. O ideal é criar o que se chama de "onda verde", onde carros possam "andar um espaço maior", sem interrupção, evitando-se o "para e sai".

EVOLUÇÃO DOS SEMÁFOROS

Primeiros semáforos com o aspecto dos
atuais, 1914 - Cleveland
O modelo de semáforo que conhecemos hoje surgiu em 1914, no começo da primeira guerra mundial, em Cleveland, Estados Unidos. Mas o primeiro no mundo foi instalado na cidade de Westminster, bairro de Londres, em 1868. Mais recentemente surgiram os digitais. Alguns fabricantes de carros introduziram tecnologia que permite ao motorista saber, pelo seu painel, quando o semáforo ficará verde.

Países primeiro mundistas instalam semáforos inteligentes que usam sensores no asfalto que calculam em tempo real o fluxo de cada lado, permitindo ajustar o verde no tempo correto. 

domingo, 29 de janeiro de 2017

O muro de Donald Trump

Bill Clinton começou a construção do muro em 1994. Trump disse que vai termina-lo.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O anúncio da construção de um muro para separar Estados Unidos e México, feito pelo republicano Donald Trump, causou estrondosa repercussão no Brasil, principalmente na esquerda tupiniquim. Nas redes sociais não faltaram críticas contundentes ao presidente americano eleito, taxado com todos os piores nomes possíveis. e imagináveis.

No LinkedIn um cidadão com jeito moralista e com toda pompa de um desses PC - politicamente correto - lamentou que "isso será um retrocesso social e fraterno". Nos faces da vida uma petista disparou que "uma ideia dessas só poderia vir de uma mente doentia como a de Trump".

O que mais impressiona não é nem o plano proposto do muro, mas a ignorância da esquerda brasileira ou pelo menos que se diz petista, inclusive de muitos professores e dos "intelectuais" ignorantes.

O muro já existe


O muro que Trump diz que vai construir para combater a imigração ilegal, já existe em boa parte da fronteira entre os dois países. São mais de 1.130 quilômetros, cerca de um terço de toda divisa e sua construção começou em 1994, durante o governo do presidente democrata Bill Clinton que havia lançado o programa anti-imigração, denominado "Operation Gatekeeper". Clinton não apenas começou a construção do muro mas instalou forte iluminação, detectores de movimento, sensores eletrônicos e policiamento com visão noturna, vigilância com veículos terrestres e helicópteros. A construção continuou nos governos Bush e inclusive, de Barack Obama, que dobrou o número de vigilantes, ampliou seu comprimento e reformou vários trechos, mais recentemente. O muro já cobre mais de 34% da extensão fronteiriça e Trump disse que vai concluir os mais de 3.200 quilômetros restantes.

Por que separar os dois países?

Negros e brancos americanos perderam empregos com a invasão de imigrantes latinos ilegais. Foi exatamente a promessa de combater duramente a imigração ilegal que convenceu a maioria negra do país a votar em Trump.

Considere que, até então, os negros americanos acompanhavam o Partido Democrata. Michele Obama foi a TV impor que "negros tem que votar nos Democratas, independente de quem seja o candidato". Isso causou revolta  entre eles e nas redes sociais do país explodiram frases do tipo "ninguém vai me obrigar a ficar em senzala", referindo-se ao Partido Democrata e chamando Michelle de "Capitão do Mato". Deu no que deu: Trump recebeu a maior votação dos negros americanos, particularmente na Flórida, berço democrata.

Muros foram construídos, ao longo da história, em varias regiões, por questões de segurança, como o Muro da China (21.196 quilômetros) contra a invasão dos bárbaros mongóis, de Israel (760 quilômetros) receiando a chegada de terroristas árabes ou o de Berlin, já derrubado, construindo pelos comunistas para separar ideologias.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Não esperem milagres dos novos prefeitos.

A bomba relógio: a crise instalada pelo petismo explode no colo dos prefeitos

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

A frase "o brasileiro não tem memória" parece ser correta. De repente todos se esqueceram que o país vive sua mais grave crise econômica e institucional - instalada pelo governo petista - e passam a creditar aos novos prefeitos a obrigação e o dever de resolver todas as mazelas que não lhes cabe.

Basta ouvir as manifestações de puro otimismo vindas das quase 5 mil e 500 cidades brasileiras que empossaram seus novos prefeitos e o tamanho da confiança que depositaram neles. Em alguns casos, específicos, até com razão. Mas, na maioria, os governantes municipais eleitos e ungidos como salvadores da pátria viverão os mesmos efeitos da maior crise econômica instalado no país e suas consequências, vividas pelos anteriores, sem por ou tirar. Com certeza, até pior.

Ao apostar que um prefeito possa mudar a paisagem econômica da sua cidade é esquecer que o Brasil está em falência, inflação alta e PIB baixo graças a irresponsabilidade de Lula, Dilma e petistas idiotizados por ideologias que fracassaram no mundo inteiro. E o fundo do poço ainda não chegou. O índice de desempregados aumentou e a atividade industrial não reage. Como um prefeito conseguirá fomentar a economia da cidade diante desse quadro? Sequer os repasses federais e estaduais tem chegado aos municípios e, quando chegam, vem com atrasos imensos. Milagres em economia, não existem. Portanto, não esperem milagres dos novos prefeitos.

Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional de Municípios, diz que os prefeitos eleitos enfrentarão um “cenário terrível” causado pela crise financeira mesmo que reduzam seus quadros de funcionários - geralmente inchado por compromissos com as coalizões eleitorais - como as mais de 45 mil secretarias municipais. “Se os prefeitos deixarem os partidos indicarem ocupantes de cargos, o colapso é garantido”, afirma ele.

Cerca de 77,4% dos municípios brasileiros, dos 3.155 que informaram o seu quadro financeiro ao Tesouro Nacional, estão no vermelho. A informação é da Confederação Nacional dos Municípios divulgada em agosto deste ano. Cerca de 402 prefeituras do Estado de São Paulo registraram déficit e no Rio Grande do Sul, 371 cidades. Mais de 576 prefeituras atrasaram salários. O quadro do trimestre final de 2016 foi de catástrofe considerando que houve queda violenta na arrecadação tributária sem contar que o Fundo de Participação dos Municípios em 2016 tinha previsão de R$ 100 bilhões e não chegará a R$ 80 bilhões. Os custos municipais com a previdência dos funcionários aumentaram quase 14% entre 2014 e 2015 enquanto as receitas subiram apenas 6,81% em cidades acima de 200 mil habitantes.

Com a PEC dos Gastos já funcionando neste ano, os novos prefeitos terão que demitir e reduzir os serviços prestados à população ao nível mínimo. Portanto, diante de um quadro nacional de catástrofe econômica, poucas alternativas restarão aos novos prefeitos. Michel Temer - o que segurou a escada para os ladrões e não objetiva candidatura nas próximas eleições - toma medidas antipopulares tentando ficar para a história como o presidente das reformas da previdência, trabalhista, tributária e política, essenciais para o Brasil sobreviver. A PEC do teto de gastos foi o começo. Mas até os resultados chegarem, vai tempo.

Pelas redes sociais soam infantis, quase ridículas, as manifestações de esperanças que parte da população deposita nos novos prefeitos sob o argumento que o anterior não fez porque não quis. O novo também não fará ou pouco conseguirá, com certeza. E não deverá ser culpado por tal.