terça-feira, 28 de maio de 2019

Método Sesi: Garça continua abaixo da meta

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Em 2017 um total de 219 escolas do Sesi foram avaliadas e apontaram seus melhores índices de desenvolvimento do Ensino Básico, Ideb: uma única escola obteve 7,1. As outras unidades amargaram uma pontuação média baixa considerando que escolas públicas, como Sobral ou Brejo Santo, localizadas no Ceará (um dos estados mais pobres do país), obtiveram 9,1 e 7,9 utilizando o método de alfabetização fônico, o mesmo aplicado nos países mais avançados em educação. Teresina conquistou, no mesmo ano, o primeiro lugar na Prova Brasil do 5º ano e 9º anos entre todas as capitais do país. Segredo: método fônico.

Impossível compreender que a Rede Sesi, com investimentos altíssimos, infra estrutura moderna, uso de tecnologias e com "prédios bonitos", avance tão pouco comparado com as condições sócio econômicas de cidades nordestinas (lá, as invencionices pedagógicas construtivistas foram abandonadas) que apostaram no método fônico, considerado pela neurociência como ideal para se alfabetizar uma criança já no primeiro ano do ensino básico. Em Brejo Santo o aproveitamento em matemática de alunos do 5º chega a 100%.

O método utilizado pelo Sesi é o mesmo sócio construtivismo da rede pública e condenado pela ciência. Os alunos tem imensa dificuldade de leitura e interpretação . Basta ver o caso de Garça, SP, cujo Ideb aponta problemas.

Depois de 6 anos, Ideb de Garça, com método Sesi, continua abaixo da meta

O Sesi, em parceria com a prefeitura de Garça, instituiu seu sistema e os resultados não animam: o Ideb da rede municipal caiu e permanece abaixo da meta. Em 2017 conseguiu apenas 6,1 de uma meta de 6,3. Os problemas são idênticos aos da rede pública estadual.
Ideb 2017 da Rede Municipal de Garça: método Sesi (sócio construtivista) não funcionou.
Em 10 anos o Ideb da cidade evoluiu apenas 1,6 
Níveis 4 e 5 em proficiência numa escala de 9. Cidades cearenses pobres atingem 7 e 8, em menos de cinco anos. Sobral é modelo de alfabetização e obtém os melhores resultados no Ideb entre escolas públicas e particulares. O índice de adequação abaixo pertence ao Ideb de Sobral (CE)

VEJA O ÍNDICE DE ADEQUAÇÃO DA REDE MUNCIPAL DE SOBRAL (CE)
Em percentuais mostra proporção de alunos que aprenderam o adequado. Sobral conseguiu nota 9,1 no Ideb.
Sobral: o índice de adequação é a proporção de alunos que aprenderam o adequado em cada competência. Em 2017 os números acima mostram excelentes resultados de uma rede
pública dentro de um estado carente. O método de alfabetização é o primeiro passo para
essa conquista. 

A imprensa e o método de alfabetização

Por Carol Desoti

Um artigo do jornalista Hélio Schwartsman no Jornal Folha de São Paulo de hoje, 22 de março, revela dois importantes aspectos de um debate que não existe sobre a questão do método fônico na alfabetização.

Com muita argúcia e conhecimento de causa, o jornalista mostra que existem dois lados: um lado simpático, popular, que advoga o que ele chama de “construtivismo”. E um lado científico, das evidências, que são incontroversas a respeito da superioridade do método fônico e de seu uso nos países desenvolvidos. E o articulista da Folha conclui que a imprensa prefere tomar o lado simpático, em vez do lado que funciona.

Estamos diante de uma oportunidade única para avançar nessa questão. Há vinte anos militando na área de alfabetização, estou acostumado a conviver com a arrogância, prepotência, incompreensão, ignorância, má vontade, má fé e tantas outras características perversas da natureza humana. E é triste quando ela vem de pessoas que foram educadas, tiveram formação científica, ocupam posições importantes, mas abrem mão de tudo isso para, como diz Hélio Schwartsman, ficar do lado “simpático”.

O Instituto Alfa e Beto sempre esteve e estará ao lado das evidências. E continuaremos assim, ajudando a alfabetizar as crianças nos municípios onde somos bem-vindos.

A expectativa é que haja mais vozes como a do jornalista Hélio Schwartsman.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Educação: Tupã leva surra de Brejo Santo

Cidades pobres do Ceará que adotaram o método fônico surram escolas paulistas que insistem no método global, que não alfabetiza. Mesmo assim, os doutores em educação continuam insistindo no erro. 
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Brejo Santo, uma pequena cidade cearense de 48 mil habitantes, tem melhor educação básica que Tupã, conforme mostra o Ideb de 2017 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), principal avaliação da qualidade do ensino no país. Enquanto Tupã, cidade com 60 mil habitantes, conseguiu 6,7 pontos (a meta era 6,5), Brejo Santo bateu 7,9, (a meta era muito acima da meta estabelecida.

O que impressiona é rápida evolução da cidade cearense: ela saltou de 2,9 em 2007 para 7,9 em 2017 - cinco pontos, em 10 anos - enquanto Tupã se arrastou abaixo da meta e só em 2017 conseguiu tirar o nariz pra fora da água saindo de 5 pontos em 2007 para 6,7. Uma evolução de apenas 1,7, em 10 anos.

A EVOLUÇÃO DE BREJO SANTO PELO MÉTODO FÔNICO

O Estado do Ceará rompeu com as invencionices pedagógicas do sócio construtivismo (método de alfabetização lastreado em teorias do suíço Jean Piaget) e adotou o método fônico. Com ele, as crianças da rede municipal conseguem ser alfabetizadas em menos de um ano e alunos do 5º ano chegam a 100% de aproveitamento em matemática, por exemplo. As crianças de muitas escolas da cidade disputam o recreio com as galinhas, no pátio de chão batido. O maior investimento foi na troca do método de alfabetização e grande suporte na atualização dos professores. Muitas cidades paulistas também adotaram o fônico com excelentes resultados.

O neurocientista francês Stanislas Dehaene há 30 anos estuda o impacto dos números e das letras no cérebro humano. Ele afirma que o método mais eficaz de alfabetização é o que chamamos fônico. Ele parte do ensino das letras e da correspondência fonética de cada uma delas, como se fazia antigamente. Estudos mostraram que a criança alfabetizada por esse método aprende a ler de forma mais rápida e eficiente com excelente interpretação de texto.

BREJO SANTO: Entre 2007 e 2017, Brejo Santo subiu 5 pontos. Seu Ideb, de 7,9, está muito acima da meta Brasil de 5,2. O índice de aprendizado de 8,01 é considerado excelente. Neste item a pequena cidade cearense também vence São Paulo (6,1) e a maioria das capitais e grandes centros, como Campinas (6,4).


BREJO SANTO: A média de proficiência em português e matemática coloca a rede municipal cearense nos níveis 6 e 7, numa escala de 9 níveis do Saeb. Em algumas escolas o aproveitamento de matemática no 5º ano chega a 100%. Sobral, também no Ceará, obteve 9,1 no Ideb de 2017 e altíssimos níveis de proficiência não alcançados por nenhuma escola construtivista. O método utilizado é o fônico que alfabetiza até 99% dos alunos no primeiro ano do ensino básico. As altas notas de proficiência em matemática demonstram o excelente grau de alfabetização. No método construtivista alunos tem sérias dificuldades para compreender um simples enunciado de matemática.

TUPÃ: Apesar de mais rica e com nível IDH maior, a cidade passou uma década bem abaixo da média do Ideb e sua evolução foi pequena: apenas 1,7 pontos ou 0,17 por ano. Apenas entre 2007 e 2009 a educação de Tupã ganhou certo fôlego mas despois voltou a afundar. Apesar da estagnação, seus secretários da educação preferem manter o sócio construtivismo contrariando a neurociência e os resultados. As telas abaixo mostram o indicador de aprendizado e a evolução lenta da rede municipal de Tupã.
Tupã: O índice de proficiência de português atingiu 228,66 na escala Saeb (30,92 pontos menos que Brejo Santo) e 248,63 de matemática (30,95 pontos menos que Brejo Santo)

E por que o método global/construtivista é ineficaz?

Neste método, primeiro, se deve aprender o significado da palavra e, numa próxima etapa, as letras que a compõem. O resultado é catastrófico: a criança que deveria ser alfabetizada em menos de um ano pelo fônico vai precisar de mais 3 para aprender escrever e ler de forma rudimentar e sem boa compreensão do texto. Elas terminarão seu ciclo sem se alfabetizar e entrarão no ensino médio, na rede pública, sem ter compreensão do que leem. Alguém contesta essa realidade nas escolas públicas do país? Os resultados estão em todas as avaliações produzidas pelo próprio sistema.

Dehaene, o neurocientista francês, explica que se verificou em pesquisas com pessoas de diferentes idiomas que o aprendizado da linguagem se dá a partir da identificação da letra e do som correspondente. Esse processo ocorre no lado esquerdo do cérebro. No método construtivista a criança primeiro aprende o sentido da palavra, sem necessariamente conhecer as letras. Neste caso o lado direito do cérebro é ativado. Mas a decodificação dos símbolos terá que chegar ao lado esquerdo para que a leitura seja concluída. Para Dehaene é um processo mais demorado, que segue na via contrária ao funcionamento do cérebro.

- Num certo sentido, podemos dizer que esse método ensina o lado errado, primeiro. Porém, as crianças que aprendem a ler processando primeiro o lado esquerdo do cérebro (método fônico) estabelecem relações imediatas entre letras e seus sons, leem com mais facilidade e entendem mais rapidamente o significado do que estão lendo - diz o neurocientista.

Doutor em desenvolvimento da cognição e psicolinguística, o português José Morais defende o envolvimento da neurociência na alfabetização para reformar os pensamentos pedagógicos. Ele diz que a psicologia cognitiva mostra que a leitura de textos não é uma elaboração contínua de hipóteses sobre as palavras do texto, mas sim, um processo automático, não intencional e muito complexo de processamento das letras e das unidades da estrutura fono-ortográfica de cada palavra, que conduz ao seu reconhecimento ou à sua identificação.

E como é essa relação entre a atividade cerebral e a leitura? Em matéria de O Globo, em 2014, José Morais (nada a ver com um homônimo do MEC, por favor, não confundam) diz:

- A leitura visual não se faz nos olhos, mas no cérebro — a retina, embriologicamente, faz parte do cérebro. Não há leitura sem uma atividade cerebral que mobiliza vastas regiões do cérebro e, em primeiro lugar, a chamada Área da Forma Visual das Palavras. Ela se situa no hemisfério esquerdo do cérebro e não é ativada por palavras escritas nos indivíduos analfabetos. Nos alfabetizados ela é ativada fortemente, e o seu grau de ativação aumenta à medida que a criança aprende a ler.

No leitor competente, a leitura de um texto baseia-se no reconhecimento ou na identificação das palavras escritas sucessivamente. À medida que elas são processadas, essa informação é enviada para outras áreas cerebrais que se ocupam do processamento da língua, independentemente da modalidade perceptiva (em particular, o processamento semântico e sintáxico), assim como da codificação da informação na memória de trabalho verbal e do acesso à memória a longo prazo. Tudo isso permite a compreensão do texto e a sua interpretação e avaliação.

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terça-feira, 21 de maio de 2019

Ideb de Sobral humilha método global/construtivista

Sobral e Brejo Santo, cidades cearenses que adotaram o método fônico para alfabetização, disparam na frente de cidades como São Paulo e Campinas que mantém o mesmo método sócio construtivista adotada pela maioria das cidades paulistas. A rede municipal de Brejo Santo, 48 mil habitantes e baixa renda per capita, saiu de um Ideb de 1,9 cerca de seis anos atrás para 7,9 em 2017. A evolução não tem a mesma velocidade quando se refere a cidades que adotam o construtivismo.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Ideb é a sigla para Índice de Desenvolvimento da Educação Básica com escala entre zero e dez. Quanto maior, melhor o índice. Dois conceitos básicos - aprendizado e taxa de aprovação de alunos - dão o resultado final. O aprendizado é medido por provas do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) com alunos do 5º e 9º anos e o fluxo representa unicamente a "aprovação". Curioso é que, quase todos os alunos, são "aprovados" após a realização do polêmico Conselho de Classe. O Ideb inclui escolas da rede pública e rede privada.

A realização anual desta avaliação deveria servir como balizamento e ferramenta para idealizar mudanças buscando melhorar a educação mas, não é o que realmente acontece. A alfabetização que deveria ocorrer já no primeiro ano do Ensino Básico se arrasta com dificuldades de leitura e interpretação nos anos seguintes. A criança que foi alfabetizada pelo método sócio construtivista está condenada ao analfabetismo funcional.

A meta do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) para o Ensino Básico é chegar com Ideb 6,0 até o ano 2022. Pelo nível aferido em 2017, o Brasil só chegará nesse patamar se fraudar os resultados.

Todos os indicadores produzidos no Brasil ou elaborados em estudos no exterior, apontam graves problemas na alfabetização. A neurociência já provou a ineficácia do método sócio construtivista e os resultados do Ideb, também.

UNESCO: ÍNDICES DO ENSINO BÁSICO RUINS
  
Os resultados do Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo, no Chile faz 4 anos, colocam a educação do Brasil em posições decepcionantes. Nossos alunos ocuparam os mais baixos níveis de aprendizado (I e II numa escala que chega a IV). A avaliação, que é coordenada pelo Escritório Regional de Educação da UNESCO e considerou o desempenho de 134 mil alunos do ensino fundamental, de 15 países, em matemática, leitura e ciências. Na disciplina de matemática 60,3% dos alunos do 4º ano e 83,3% dos alunos do 7º ano ficaram nos níveis I e II. Somente 12% (do 4º ano) conseguiram atingir o nível IV e só 4% dos alunos do 7º ano chegaram neste patamar. Em leitura 55,3% do 4º ano e 63,2% do 7º ano ficaram nos dois primeiros piores níveis da avaliação. O vexame continua: 80,1% dos alunos brasileiros do ensino básico ficaram nas classificações mais baixas em ciências naturais.

Pelos métodos utilizados na alfabetização no Brasil as crianças (que deveriam terminar o primeiro ano escrevendo, lendo e compreendendo o que leem) levam 4 a 5 anos para concluir o processo e com um agravante: alguns leem mas não compreendem um simples enunciado de uma questão de matemática, por exemplo.

BREJO SANTO X CAMPINAS
Método fônico humilha método global/construtivista

Os  da rede municipal da pequena cidade de Brejo Santo, no Ceará, com pouco mais de 48 mil habitantes e renda per capita baixa, conseguiram um ótimo índice de 7,9 no Ideb de 2017 (aprendizagem 8,1 e fluxo de 0,99). O IDH de Brejo Santo é baixo: 0,647. Há 8 anos o Ideb desta pobre cidade cearense era de 1,9. Em 2007 o Ideb foi de 3,0 e em 2015 seu Ideb chegou a 8,21, melhor que muitas capitais.

Por que os alunos evoluíram tanto, em tão pouco tempo? Simples: os métodos e metodologias de alfabetização, carregadas de invencionices pedagógicas, foram postas no lixo e implantou-se o Método Fônico. Chega-se a 99% o índice de alfabetização no primeiro ano do ensino básico. Fim do trilho para teorias mofadas de Piaget e condenadas pela ciência.
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O aproveitamento em matemática entre alunos do 5º ano chega a ser de 100%, uma humilhação que deveria convencer os professores que ostentam títulos de "doutores em educação" mas defendem método e metodologias de alfabetização... que não alfabetizam. Prova é Campinas e milhares de escolas brasileiras obrigadas a adotar tais modelos de educação. 

Campinas, com  IDH alto de 0,805 e população de mais de 1.200.000 habitantes conseguiu apenas 6,1 no Ideb. Só 6,1. Método utilizado:sócio construtivista. Resultado: caos.

Os "doutores em educação" defensores das teorias construtivistas - um enorme engano pedagógico - sempre justificaram os péssimos resultados apontando para a condição social do aluno. Oras, Sobral, Brejo Santo e dezenas de cidades que obtiveram altas notas no Ideb estão em estados mais pobres do país e com baixíssimo investimento na área, comprando-se com grandes centros. Enquanto Sobral conseguiu atingir 9,1 (Ideb 2017), São Paulo e Campinas não passaram de 6.1, no mesmo ano. PS: Sobral e Brejo Santo usam método fônico.

SOBRAL 9,12 X 6,57 S. PAULO
Cearenses com fônico arrasam paulistas construtivistas

Sobral deu banho em São Paulo, capital. A cidade cearense que tem 206 mil habitantes e renda per capita de R$ 20 mil, chegou em 2017 com Ideb de 9,12 contra 6,57 de São Paulo, a monstruosa capital com 12,8 milhões e renda per capita de R$ 57 mil e IDH de 0,805. São Paulo, como em todo estado, utiliza-se do método construtivista e Sobral, fônico. A grande capital também perde para Brejo Santo.


Marília tem 230 mil habitantes e renda per capita em torno de R$ 31.500 contra 206 mil habitantes de Sobral cuja renda per capita gira em torno de R$ 20.300. O IDH de Sobral é de 0,714 e o de Marília 0,805. As taxas de escolarização e matrículas são aproximadas. O que distancia Sobral de Marília é seu alto índice do Ideb (9,12) em relação a cidade paulista que em 2017 obteve 7,2. As metas de Sobral serão atingidas com grande folga em 2022.

A diferença entre as cidades está no método de alfabetização. Enquanto Sobral jogou o construtivismo e suas invencionices pedagógicas no lixo, no caso da alfabetização, Marília se mantém fiel ao método que não alfabetiza. E, os resultados obtidos até agora, são duvidosos.

 
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quarta-feira, 8 de maio de 2019

Professores com salários acima de R$ 55 mil. Falta investimento para a educação?

CPI da Assembleia Legislativa de São Paulo apura como funcionários de universidades públicas do Estado ainda recebem acima do teto definido em lei. Universidade de São Paulo tem as maiores aposentadorias. (Foto do site https://www.marilia.unesp.br/index.php#!/processo-eleitoral/apresentacao)

Marco Antonio Araujo e Karla Dunder, do R7
08/05/2019 - 04h00 (Atualizado em 08/05/2019 - 07h42)

O Portal da Transparência da USP revela: um professor aposentado da Universidade chega a ganhar R$ 69.265,07. Nessa lista – que motivou denúncia do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo – o segundo professor mais bem remunerado recebeu R$ 54.519,75.

A denúncia do MP colocou as três principais universidades públicas de São Paulo (USP, Unesp e Unicamp) na mira da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado). Os parlamentares paulistas instauraram uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar como funcionários públicos ainda recebem acima do teto definido em lei — que é de R$23.048,59, o salário atual do governador — mesmo com o país tendo de enfrentar o difícil debate sobre a reforma da Previdência, com seus privilégios reservados às elites do funcionalismo. Nesta quarta (8) acontece a primeira reunião de trabalho da CPI.

O MP entrou com pedido de medida cautelar para que as três universidades parem de pagar salários acima do teto imediatamente, com devolução dos valores recebidos de forma irregular, sob pena de afastar os reitores das instituições. De acordo com o MP, as instituições são responsáveis por um rombo de R$ 17 milhões por ano pagos de maneira irregular aos servidores.

O governo de São Paulo é responsável por manter as três universidades públicas, que recebem 9,57% da receita do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Estado e têm autonomia para gerir essa verba, estimada em R$ 9 bilhões por ano. Esse repasse foi estabelecido há 30 anos por decreto do então governador Orestes Quércia, que também garantiu total independência para as três instituições gerirem os recursos.

Questionadas sobre a ação do Ministério Público, as universidades se pronunciaram por meio de nota.

A USP informou que “prestará todos os esclarecimentos necessários e apresentará os recursos cabíveis, assim como tem feito em todos os processos em que a questão do teto remuneratório é suscitada, todos ainda em trâmite”.