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quinta-feira, 24 de março de 2016

"As cotas reforçam o racismo", diz Holiday


Vicentinho, autor do projeto que "oficializa" a segregação racial em forma de hino à negritude

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

- O que vi aqui foi o puro racismo e sua maioria, vindo de negros.

A frase é de Fernando Holiday, um jovem negro de 20 anos e um dos membros do MBL - Movimento Brasil Livre - dita durante seu discurso na cerimônia de comemoração do Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, na Câmara dos Deputados.

Fernando Holiday, coordenador do MBL
Ele lamentava os pronunciamentos anteriores, um deles, Netinho de Paula, que afirmara, contrariando todo discurso anti-racista, de que "o que nos une é a raça".

Holiday não pensa exatamente como os negros que dizem lutar contra a discriminação e aplaudem um hino (Hino à Negritude, de Eduardo Oliveira e tornada oficial em projeto do deputado petista Vicentinho) segregacionista. "Esse hino é um absurdo. Ele tenta separar o povo entre brancos e pretos, gays e heteros, religiosos e ateus... sem se importar se somos todos uma nação, se somos todos seres humanos" - resumiu Holiday. Os parlamentares e convidados também assistiram, estupefatos, Holiday rasgando o hino e jogando no lixo e finalizando:

- O que vi aqui foram negros rebaixando negros, dizendo que os negros não são capazes de atingir os seus objetivos por suas próprias capacidades. Eu não defendo as cotas raciais... as cotas reforçam o racismo.

Hino à Negritude
Eduardo Oliveira             

Sob o céu cor de anil das Américas
Hoje se ergue um soberbo perfil
É uma imagem de luz
Que em verdade traduz
A história do negro no Brasil
Este povo em passadas intrépidas
Entre os povos valentes se impôs
Com a fúria dos leões
Rebentando grilhões
Aos tiranos se contrapôs
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez

Levantado no topo dos séculos
Mil batalhas viris sustentou
Este povo imortal
Que não encontra rival
Na trilha que o amor lhe destinou
Belo e forte na tez cor de ébano
Só lutando se sente feliz
Brasileiro de escol
Luta de sol a sol
Para o bem de nosso país
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez

Dos Palmares os feitos históricos
São exemplos da eterna lição
Que no solo Tupi
Nos legara Zumbi
Sonhando com a libertação
Sendo filho também da Mãe-África
Arunda dos deuses da paz
No Brasil, este Axé
Que nos mantém de pé
Vem da força dos Orixás
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez

Que saibamos guardar estes símbolos
De um passado de heroico labor
Todos numa só voz
Bradam nossos avós
Viver é lutar com destemor
Para frente marchemos impávidos
Que a vitória nos há de sorrir
Cidadãs, cidadãos
Somos todos irmãos
Conquistando o melhor por vir
Ergue a tocha no alto da glória
Quem, herói, nos combates, se fez
Pois que as páginas da História
São galardões aos negros de altivez (bis)

quarta-feira, 23 de março de 2016

Líder negro desmascara os falsos libertadores

Fernando Holiday, 20 anos: "quem defende cotas é racista"

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
         
Contra o discurso de um jovem negro que não aceita cotas e políticas públicas que os tornam mais escravos ainda, pseudo intelectuais, como o advogado Silvio de Almeida e Eliane Oliveira (professores universitários ligados a movimentos negros) insurgem-se com análises e acusações: "Fernando Holiday está ratificando o pensamento dominante (dos brancos) e se comporta de acordo com certas expectativas" - diz Almeida, que é presidente do Instituto Gama, um grupo de militantes que atua, com ênfase, em defesa dos negros.

Fernando Holiday, o menino negro de 20 anos de idade diz que "o governo se demonstra preconceituoso quando institui cotas raciais, porque está admitindo que os negros precisam roubar vagas dos outros. Isso não é justo. Não preciso roubar vaga de ninguém" , discursa. Para ele, dar vagas para alunos negros e pobres, mesmo com notas menores, não é democratizar a educação, como pretendem defender seus acusadores e defensores de esmolas, também negros.

Porque muitos aceitam migalhas oferecidos pelo Estado bondoso quando podem e devem
exigir posturas que lhes permitam crescer e participar com dignidade?

Não se rompe os "privilégios" de estudantes brancos com bondosas cotas aos negros - em troca de votos -, mas com educação de qualidade, independente de cor e que permita um acesso digno as universidades, para todos. Os contrários a fala do menino negro apelam sempre para um mesmo argumento: reparação histórico-social.

- Por que negro pobre precisa de mais benefício do que branco pobre? - pergunta Fernando Holiday, em um dos vídeos. - Ah, entendi. O governo está falando que o preto é mais burro do que o branco. O negro não precisa roubar a vaga de ninguém e a gente consegue entrar por mérito - pensa e dispara Holiday.

Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, chegou ao posto máximo do judiciário, por seus próprios méritos. O exemplo do ex-presidente do STF desmente os defensores de cotas. "Não se pode falar em meritocracia diante de tanta desigualdade" defendem-se. A muleta de sempre. O paternalismo estatal, na verdade, torna os negros escravos, novamente.

Para Silvio Oliveira “uma concepção que fomenta a competição entre desiguais irá beneficiar aquele sujeito cujo capital cultural e financeiro está em superioridade em relação a muitos outros que não tiveram as mesmas oportunidades na vida".

Joaquim Barbosa, quando chegou a Brasília  na década de 70, vindo de uma pequena cidade mineira, trabalhava numa gráfica de madrugada para estudar durante o dia. Quarenta anos depois assumiu o mais alto posto no judiciário nacional depois de ter sido faxineiro. Não aceitou favores. Seu sucesso foi sua determinação.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Onde está o preconceito?


Maria Sharapova: brincadeira virou acusação de racismo

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Os jornais publicaram possível ato de racismo praticado pela Polícia Militar de Campinas a partir de uma ordem dada por um comandante para que os policiais abordassem jovens pardos ou negros. Imediatamente após a publicação desta nota, no Diário de São Paulo, levantaram-se imediatamente grupos para vociferar suas indignações contra preconceito racial. Pela rede social o assunto ganhou espaço.

Porque, raios, um comandante emitiria uma ordem dessas?
Porque se tratava de alguma busca específica em que estivessem envolvidos pessoas com aquelas descrições ou então o policial emissor da solicitação estaria mentalmente afetado?

Dito e feito: descobriu-se que, em dezembro, após um assalto em um bairro de Campinas, a polícia militar iniciou uma busca aos supostos criminosos, um pardo e outro negro, conforme testemunhas. O governador Geraldo Alckmin explicou que não houve racismo e que a ordem poderia descrever "loiro ou asiático" se tivessem sido identificados assim.

Mas, pasmem, os representantes de entidades de "direitos humanos", como uma tal Eduafro, acham que houve descriminação e entregaram a Secretaria da Segurança Pública uma carta "cobrando explicações" sobre a ordem do Capitão Ubiratan Beneducci, comandante da 2ª Companhia do 8º Batalhão da PM em Campinas.

Essas entidades, aos poucos, diante de atitudes tais, passam a ser alvos de chacotas e piadas.
É pra rir diante de tanto zelo. Pergunta-se, então, como o policial deveria transmitir a ordem de busca, neste caso? 

- Atenção! Assalto a mão armada praticada por dois seres humanos. Cada um tem dois olhos, dois braços, duas pernas, uma boca e duas orelhas. Eles andam e correm. E atiram. Não me perguntem a cor ou tipo de cabelo. Se virem!

Recentemente a tenista Maria Sharapova foi taxada de racista por um grupo de negras americanas simplesmente porque a russa brincou de imitar sua amiga Serena Willians durante um amistoso de tênis, no Brasil. Sharapova colocou toalhas no traseiro e nos peitos e, num dos pontos, falou e gritou como Serena faz. Todos se divertiram. Mas as negras americanas viram preconceito. Sharapova, pra quem não sabe, uma vez, saiu de seu país e foi visitar sua amiga nos Estados Unidos quando Serena estava doente.  

E, pasmem ainda mais, se alguém lhe falar "nós foi pescar os peixe" e você corrigir quem lhe disser isto, você estará cometendo "preconceito linguístico" segundo os infames pedagogos brasileiros, discípulos de Emília Ferrero.

Isso já cansou!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Negros racistas tem em todo mundo

Maria Sharapova: Serena Williams curtiu a brincadeira. Os racistas, não.

Sharapova imitando a Serena
Brincadeira em jogo amistoso vira polêmica nos EUA

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Caroline Wozniacki e Maria Sharapova disputavam uma partida amistosa em São Paulo e uma brincadeira transformou-se em polêmica nos Estados Unidos. É que a loira russa brincou de imitar Serena Williams.

Ela colocou toalhas debaixo da blusa e do short, aumentando os seios e o bumbum e num dos pontos, imitou Serena, gritando e falando. Todos se divertiram, inclusive Sharapova e o suíço Roger Federer que participava do evento no Ginásio do Ibirapuera. Como idiotas tem em todo mundo, um site feminista criticou a loira dizendo que não havia graça na imitação, mas preconceito porque Serena é negra. O assunto foi parar em programas de televisão e o tema passou a ser tratado como racismo.

Acontece que Caroline já tinha feito isso antes, sem repercussão negativa e todos gostaram. E mais, as duas são amigas a ponto da loira ter ido aos EUA visitar Serena quando, por problemas de saúde, afastou-se das quadras por um tempo.

Lá como cá tá cheio de imbecis que, na ausência de coisa mais importante, buscam proteger quem não pediu defesa. "Não há graça em fazer piada com o corpo cheio de curvas de uma mulher negra" disse a revista Ebony, numa clara demonstração racista. Porque a piada foi feita por uma branca loira?

Outro dia assisti um trecho de um filme americano - padrão sessão da tarde - que dá a dimensão exata do que falo. Uma loira, funcionária de um salão de beleza cuja dona é negra, surpreende-se ao ver que no filme que passa na televisão do salão os atores negros se tratam de negão e referem-se as suas namoradas como nequinhas. A loira olha pra dona do salão e pergunta:

- Mas isso pode?
A patroa negra, responde, com impáfia:
- Nós podemos, vocês não.

Racismo mesmo é quando se cria uma secretaria denominada de Igualdade Racial. Aí é que as diferenças ficam mais evidentes.

sábado, 24 de novembro de 2012

PT esperava um negro dócil e serviçal?

Discurso de João Paulo Cunha humilha Joaquim Barbosa: "ele chegou lá porque era compromisso nosso"

João Paulo Cunha, do PT de São Paulo, em discurso violento contra o Supremo Tribunal Federal disse que o Ministro Joaquim Barbosa chegou ao STF "porque era compromisso nosso, do PT e do Lula, de reparar um pedaço da injustiça histórica com os negros."

A frase foi parte do seu discurso que tenta mobilizar o partido e movimentos sociais para protestar contra a decisão da justiça. Cunha foi condenado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro junto com José Dirceu e José Genoíno, condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha. O desespero decorre do fato de Dirceu estar prestes a ser recolhido à prisão para cumprir pelo menos um ano e 10 meses de um total de 10 anos e 10 meses de prisão.

Segundo Cunha e o PT, Joaquim Barbosa alcançou o mais importante cargo na mais importante corte de justiça do país, não por seus méritos, mas porque é negro. Porque era compromisso do partido. E porque o PT precisava alguém assim para fazer parte do seu show político. O tom de lamentação retratou a decepção dos petistas que esperavam, certamente, um ministro negro indicado por Lula, dócil e serviçal e pronto para retribuir a gentileza. E o que se viu foi apenas um homem convicto das suas obrigações, sério, justo e independente atuando com maestria e técnica para condenar corruptos.

Para os revoltados do PT, Joaquim Barbosa pode ser um negro traidor. Para o povo brasileiro, um herói.