sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Modelo de escola global/construtivista fica em 4.771º lugar no Enem

Enem mostra que modelo educacional precisa mudar... nos anos iniciais. Alunos das escolas públicas
do Ensino Médio não estão alfabetizados. A reforma tem que ser feita na Educação Básica.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Em 2014 fiquei surpreso com a comemoração promovida pela diretora da Escola Estadual Professor Eduardo Velho Filho, de Bauru. Jornais e tvs publicaram que aquela unidade de tempo integral classificara-se em "primeiro lugar", entre as escolas públicas do Estado de São Paulo, nas provas do Enem. Na verdade a escola ficou em 4.071º lugar, na classificação nacional, um resultado pífio e vergonhoso para a educação pública. No Estado sua posição foi 1.342º. Mas, de onde veio, então, o primeiro lugar?

A diretora excluiu 138 escolas técnicas, também públicas, que estavam à sua frente (com notas muito melhores) e, mesmo assim, ficou 1.205 posições atrás de escolas particulares que estavam do topo da lista estadual. Bingo!

Pior que tudo isso foi ouvir a direção da Escola Eduardo Velho Filho enaltecer as teorias mofadas de Jean Piaget, estas sim, responsáveis pelo descalabro da educação nacional. Que papelão!

Em 2015 a situação piorou porque os resultados do Enem foram igualmente péssimos para a escola bauruense: ela classificou-se em 4.771º posição - Quarto milésimo septingentésimo septuagésimo primeiro - com notas péssimas. Eduardo Velho é um modelo de escola construtivista que colhe estrondoso fracasso, o mesmo fracasso iniciado nos primeiros anos do Ensino Fundamental de qualquer escola pública lastreada nas invencionices pedagógicas de Emílias Ferreros da vida. México, Brasil, Portugal, Argentina estão nas últimas colocações do PISA (Programa de Avaliação de Estudantes). Coincidentemente todos eles se utilizam das teorias de Piaget e das suas vertentes radicais.

O Ensino Médio vai mal porque seus alunos continuam analfabetos desde do Ensino Fundamental. O problema está nos anos iniciais. O método de alfabetização não alfabetiza, afirma a ciência.

Maria Inês Fini, presidente do Inep, tentando justificar o fracasso da educação joga a culpa nas diferenças sociais. “As melhores escolas públicas têm nível socioeconômico bastante alto. Ela diz que esse ranking não serve para indicar a qualidade da escola e aponta a reforma do ensino médio como solução.

Os países melhores ranqueados no PISA mostram exatamente o contrário: os alunos mais pobres de Xangai, por exemplo, sabem mais de matemática que os alunos mais ricos dos Estados Unidos. Isso derruba os argumentos dos "doutores em educação brasileiros" que adoram jogar a culpa nas diferenças sociais.

Outro mito derrubado - e não explicado pelos professorinhos unespianos, adeptos das crendices de Piaget - é a falta investimento na educação. Estatísticas do PISA indicam que a Coreia do Sul, no topo dos países com melhores indicadores em educação, investe muitíssimo menos que os Estados Unidos, por exemplo, que ocupa posições intermediárias. Dependesse de investimento financeiro, os norte americanos estariam em primeiro, há muito tempo. O Brasil, em 2012, foi o 15º maior investidor em educação no mundo... mas ficou em 53º, em qualidade, entre 65 nações avaliadas. Portanto, a desculpa não cola. Nem mesmo o número de alunos numa sala pode justificar melhor qualidade de ensino. As estatísticas do PISA mostram que a média, por sala, em países com educação avançada, é de 35 alunos.

Coreia, Xangai, Hong Kong, Japão alfabetizam com o método fônico e não se apegam a invencionices pedagógicas. As crianças deixam o ensino fundamental completamente alfabetizados, ao contrário das crianças brasileiras. O resultado, todos sabemos.