Número de analfabetos no Brasil deve cair de 13 milhões para 12.900.000 em 2015, segundo a Unesco
Beatriz Souza/Revista Exame
São Paulo - Os mais de 13 milhões de analfabetos brasileiros colocam o país na oitava posição entre as nações com o maior número de analfabetos adultos do mundo. O dado é do 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado pela Unesco nesta quarta-feira.
O Brasil, junto com outros 9 países, é responsável por quase três quartos do número de adultos analfabetos do globo. Os demais são Índia, China, Paquistão, Bangladesh, Nigéria, Etiópia, Egito, Indonésia e Congo. Hoje, existem 774 milhões de analfabetos no mundo, apenas 1% a menos que em 2000.
Para 2015, quando 164 países deveriam atingir as metas de melhoria de educação propostas pela Unesco em 2000, a projeção é de que o número caia para 743 milhões. No Brasil, a expectativa é de que no próximo ano, o número de analfabetos diminua dos atuais 13,2 milhões - registrados pelo PNAD 2012 - para 12,9 milhões, o que seria um avanço, depois da estagnação detectada pelo IBGE no ano passado.
O compromisso da Unesco totaliza seis metas que integram o Acordo de Dacar, assinado em 2000. Por ele, até 2015, os países devem expandir cuidados na primeira infância e educação, universalizar o ensino primário, promover as competências de aprendizagem e de vida para jovens e adultos, reduzir o analfabetismo em 50%, alcançar a paridade e igualdade de gênero e melhorar a qualidade da educação.
De acordo com a Unesco, a meta de redução do analfabetismo é a que ficou mais distante: estima-se que apenas 29% dos países atinjam a universalização da alfabetização de adultos.
O Brasil é um dos países que não deve atingir a meta. De acordo com dados do PNAD de 2012, a taxa de analfabetismo brasileira é de 8,7%, muito distante da meta estabelecida pela Unesco, que previa que o país chegasse aos 6,7% de analfabetos até 2015.
Apesar do alto número de analfabetos, o documento faz alguns elogios ao sistema educacional brasileiro. Uma das experiências elogiadas é a de recompensar as escolas com bônus coletivos como forma de incentivar os professores e conseguir melhores resultados de aprendizagem.
Outro ponto destacado, é o gasto do país comparado às demais nações emergentes.