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terça-feira, 23 de agosto de 2016

Imigração: Japoneses eram considerados raça inferior no Brasil

Defensores da eugenia chamavam imigrantes de aborígenes nipões

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Com a expansão cafeeira e falta de mão de obra pelo fim da escravidão, o Brasil implantou uma política de imigração com dois objetivos: suprir a mão de obra e "civilizar e branquear" a raça brasileira com a facilitação da entrada de imigrantes europeus. Em 1890 o presidente Deodoro da Fonseca assinou o decreto Nº 528 que proibia asiáticos e negros entrar no país, exceto se houvesse autorização do Congresso Nacional. Em 1892 a Lei 97 liberava a imigração de chineses e japoneses, tornando sem efeito a anterior.

Nina Rodrigues, o pai da Medicina Legal brasileira e Francisco José de Oliveira Viana (autor de "Populações Meridionais do Brasil", de 1918), foram os principais responsáveis pela propagação da ideia de "branqueamento" da raça, sem miscigenação, naquele período.

Kasato Maru, no Porto de Santos, em 1908. Este navio era russo e chamava-se Kazan, antes de ser tomado pelos japoneses durante a guerra contra a Rússia, entre 1904 e 1905. Esse conflito enfraqueceu o regime Czarista culminando com a revolução de 1918.
Primeiro imigrantes japoneses na chegada em Santos, 1908

Havia, para a recém república instaurada, o receio do expansionismo militar japonês que derrotou a China em 1895 e a Rússia em 1905. No começo de 1900, com a recuperação do preço do café, derrubado por uma superprodução nos últimos 5 anos, o governo federal incentivou a contratação de mão de obra japonesa, apesar do preconceito contra os orientais.

A diplomacia brasileira deu parecer contrário, como manifestou Manuel de Oliveira Lima ao Ministério das Relações Exteriores, considerando um perigo a miscigenação com "raças inferiores". Mas havia um grande problema: o governo da Itália havia proibido a emigração de italianos para o Brasil. Em 1907 criou-se a Lei de Imigração e Colonização cessando, assim, os efeitos da antiga Lei 528, de Deodoro da Fonseca.

O primeiro acordo firmado entre Brasil e Japão foi feito em 1907. A imigração se iniciou em 18 de junho de 1908 com a chegada do navio Kasato Maru que trouxe 781 lavradores japoneses cujo destino eram as lavouras de café no interior paulista. O último navio com imigrantes - Nippon Maru, chegou em 1973, cessando o período migratório.

No Brasil, durante o período da ditadura de Getúlio Vargas (1930/1945) discutiu-se, com mais ênfase, a necessidade do branqueamento da população brasileira com a vinda de imigrantes brancos europeus e a proibição para a entrada de negros e asiáticos.

Uma marca registrada de Vargas foi seu extremo rigor contra a imigração e ações contra núcleos de estrangeiros no país. A repressão aumentou consideravelmente durante o período da Segunda Grande Guerra especialmente contra japoneses, alemães e italianos e ações sigilosas para evitar a vinda de refugiados judeus. Os japoneses eram considerados raça inferior e leis foram propostas para impedir a chegada de mais "aborígenes nipões", como eram chamados por Miguel Couto, médico e deputado pelo Rio de Janeiro que liderava esse movimento. Couto defendia a eugenia (*). Durante a Assembleia Nacional Constituinte, de 1933, vários deputados defenderam essa posição, inclusive o sanitarista baiano Arthur Neiva e o cearense Antônio Xavier de Oliveira.

(*) Eugenia significa "bem nascido", termo cunhado por volta de 1880, por Francis Galton (1922-1911), tese científica que estuda o controle consciente da melhoria genética do ser humano, enriquecendo ou empobrecendo suas qualidades mentais e físicas. É de sua autoria o livro “Hereditary Talent and Genius”. Técnicas são utilizadas atualmente, em larga escala, para melhoramento genético de animais e plantas com a seleção dos melhores reprodutores.

A prática foi levada aos extremos no período nazista com a eliminação de "indivíduos indignos de viver", conforme a política social racial de Adolph Hitler que matou milhões de judeus além "degenerados, criminosos, deficientes mentais, homossexuais, insanos e fisicamente fracos".

(*) Em 1918 nasceu a Sociedade Paulista de Eugenia com o único objetivo de discutir o ideal de regeneração física e moral do homem e o primeiro Congresso de Eugenismo ocorreu em 1929. Nessa época discutiu-se "O problema Eugênico da Migração" com propostas claras de proibição da imigração de pessoas não-brancas ao Brasil.

A favor do branqueamento da raça, o congresso aprovou uma emenda constitucional que determinava "cotas" (julho de 1934), sem citar raças. Mas, pouco antes, a votação de um projeto de lei que simplesmente proibia a chegada dos "aborígenes nipões", terminou empatada. O desempate ocorreu pelo voto do presidente da casa. Italianos, espanhóis, portugueses não sofreram restrições.

Bento de Abreu Sampaio Vidal, então presidente da Sociedade Rural Brasileira e deputado estadual paulista, discursou a favor da necessidade da "raça brasileira se defender de imigrantes indesejáveis". Mas, por outro lado, defendia a qualidade da mão de obra dos japoneses e não os incluía entre os rejeitados:

"Conheço, como ninguém, o valor dos japoneses. Marília, a minha querida cidade, é o maior centro de japoneses no Brasil. É a gente mais eficiente para o trabalho, educada, culta, sóbria... Durante a noite escura, em que os fazendeiros não podiam pagar regularmente seus colonos, não se viu um colono japonês impaciente ou reclamando. Quanto à raça, não sei se os grandes médicos (referia-se aos eugenistas Miguel Couto e Arthur Neiva) terão razão, porque em Marília existem, entre os colonos, homens e mulheres bonitos e robustos."

Nas décadas de 30/40 somente os agricultores japoneses produziram mais 75% de todo chá plantado no Brasil e foram responsáveis pela produção de quase 60% da seda e de mais de 45% de todo algodão brasileiro. Quase 90% dos japoneses assinavam jornais impressos na sua língua quando Vargas proibiu impressos ou transmissão de rádio que não em português. Em pouco tempo ganharam a confiança dos donos de terras e passaram a produzir no sistema de arrendamento.

Em 1941, ao pedir a proibição do ingresso de 400 japoneses em São Paulo, Francisco Campos, Ministro da Justiça, justificou que "o padrão de vida desprezível dos nipões representa uma concorrência brutal com o trabalhador do país e seu egoísmo, sua má-fé, seu caráter refratário, fazem deles um enorme quisto étnico e cultural na mais rica das regiões do Brasil."

Hoje o Brasil abriga mais de 1,5 milhão de nikkeis, considerada a maior população japonesa fora do seu pais de origem. Nikkeis são os descendente de japoneses. Seus filhos são denominados nisseis, os netos sanseis e bisnetos, yonseis.

Declaração Universal dos Direitos do Homem (Nº 2 do artigo 13º): "Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país"

sábado, 7 de setembro de 2013

A última palhaçada de Choquito, o vereador palhaço

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ortal Mariliense

Membro do PSD em Marília entra com pedido de desfiliação do vereador Choquito

O empresário Leolino Serafin, membro da executiva do PSD (Partido Social Democrático) em Marília, protocolou nesta sexta-feira (6/9) pela manhã, pedido de desfiliação do vereador João Paulo Salles, o Choquito (foto). Segundo o presidente do partido, Marcos Santana Rezende, o partido não vai ficar omisso diante das graves denúncias envolvendo o vereador.

Serafin aponta, no pedido protolocado no escritório do PSD, que seja “instaurado procedimentos administrativos internos, com aplicação de punição e até eventual desfiliação do vereador João Paulo Salles, o Choquito, em vista de denúncias de envolvimento com pedofilia e sexo com menores de idade”.
 
Ele encerra o ofício, destacando que “o presente visa garantir a moralidade do partido, por conta das graves denúncias que estão repercutindo em toda imprensa local, regional e nacional sobre o assunto”.

Marcos Rezende, que está em São Paulo acompanhando o deputado Walter Ihoshi em visitas a secretarias estaduais, ressaltou que as faltas cometidas por Choquito são graves e exigem uma postura enérgica do partido. Para Rezende, o homem público deve pautar sua conduta pelo respeito aos bons costumes, por sua postura de cidadão que representa um grupo de pessoas, que depositaram sua confiança por meio do voto.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Polícia prende assaltantes: segurança ferido na cabeça está em estado gravíssimo

Sebastião Rodrigues Moura, de 49 anos, agente penitenciário e segurança na joalheria Eduardo Jóias, na rua 4 de Abril, foi baleado na cabeça em troca de tiros com assaltantes. Um deles também foi ferido levemente. O assalto foi anunciado por um dos assaltantes com uma arma calibre 38 apontada na cabeça do funcionário. Depois de encher um saco com jóias e pertences de funcionários, o assaltante armado saiu e deparou-se com o segurança Sebastião que sacou uma arma calibre 380 e atirou. O assaltante atingiu a cabeça do segurança e ambos caíram.

Jonathan Camargo, o assaltante ferido foi preso por policiais e levado para o HC na própria viatura por considerarem a possibilidade de linchamento diante da revolta de populares. O segurança ferido permaneceu no local por cerca de 15 minutos até a chegada da unidade do Samu. Sua esposa, que chegou ao local naquele momento foi socorrida também.

O estado de Sebastião Moura é gravíssimo e consta ter havido perda de massa encefálica.

Júlio César Almeida e Roger Cardoso foram presos, o primeiro próximo da Igreja Santo Antonio e o segundo na Sampaio Vidal. Roger tem passagem pela polícia por tráfico de drogas e tinha saído recentemente da cadeia. Um dia antes do assalto os bandidos estiveram na Orly, em frente a joalheria, para estudar o local e tentar retirar uma câmera instalada em frente a panificadora. As imagens estão em poder da polícia.'
 
A polícia suspeitava da existência de mais dois envolvidos. Esta manhã a cidade amanheceu com viaturas e policiais por toda a cidade.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Raios

Foto de Joel Junior em 26 de dezembro de 2012 em Marília. Ao fundo, silhueta da rodoviária

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Diploma de Vinícius é provisório

Vinícius exibe diploma, por enquanto, provisório: processo continuaFoto: Ricardo Prado/Diário de Marília 

Vinícius Camarinha foi diplomado prefeito de Marília e pode empossar dia 1º de janeiro utilizando-se da liminar que obteve junto ao TRE, recurso apreciado e aceito pela desembargadora Marli Ferreira, também relatora do processo. A concessão dessa cautela é um procedimento jurídico de praxe. No caso pautado, a liminar derrubou temporariamente os efeitos da decisão do Juiz Eleitoral Silas Silva Santos que cassou o registro de Vinícius e anulou as eleições em Marília. Vinícius foi acusado de utilização irregular dos meios de comunicação. O promotor Gênova despachou contrário a cassação do registro.

A Procuradoria Regional Eleitoral quer a suspensão da liminar e já se manifestou pela manutenção da sentença de primeira instância. Como o recesso do judiciário paralisa todos os processos até 7 de janeiro, supõe-se que Vinícius obtenha a posse da prefeitura no dia primeiro do ano, valendo-se da liminar. Vinícius disse ter esperanças num despacho favorável.

Caso o TRE mantenha a decisão de Silas, Vinícius deixará a prefeitura e será convocada nova eleição. Neste caso ele estaria inelegível.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A História Oficial de Marília

Vídeo completo (3 partes) com duração de 25'45"

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

A História de Marília é um documentário, em vídeo, produzido em 2000, para a Comissão de Registros Históricos da Câmara Municipal de Marília. O filme tem duração de 25'45" gravado em sistema Betacam Sony e registrado em DVD.

Marília, na verdade, foi fundada por Antônio Pereira e seu filho José Pereira e nasceu chamando-se Alto Cafezal. As fotos registradas datam 1919 como o início da fundação do patrimônio. Antônio, um português de Aveiro, chegou a região em dezembro de 1918. Junto vieram dois filhos, um deles, José Pereira, então com 19 anos. O outro faleceu aos 15 anos de idade. Em 1923 o patrimônio Alto Cafezal já era conhecido em todo país. Foi nesse ano que a igreja Santo Antônio começou a ser construída.

Em 1925, Bento de Abreu Sampaio Vidal, então deputado, passou pela região e comprou a Fazenda Cincinatina, do médico carioca Cincinato Braga. Em 1º de abril de 1927 Bento de Abreu começou a construção do patrimônio de Marília, vizinho do Alto Cafezal. Bento de Abreu foi um dos fundadores da cidade e o seu maior benfeitor.

O nome Marília surgiu na viagem que Bento fez à Europa no final de 1925 e começo de 1926. A bordo do vapor Júlio Cesare leu o poema Marília de Dirceu, de Thomaz Antônio Gonzaga. O nome do patrimônio deveria começar com a letra "M", por decisão da estrada de ferro que chegava à região. Observe que a partir de Agudo, todas as cidades obedecem a ordem alfabética: Agudos, Bauru, Cabrália Pta, Duartina, Fernão, Garça, etc. A estação seria Lácio. Mas decidiu-se por nova estação no Alto Cafezal.

O nome Marília surgiu entre 1925 e 1926. durante o recesso parlamentar quando Sampaio Vidal viajou para a Europa. Em 25 o deputado já tinha apresentado um projeto de lei criando o Distrito de Paz de Lácio. Em 1926, Bento simplesmente trocou o nome de Lácio para Marília.  O projeto foi aprovado no final de 1926 e o distrito de Paz de Marília foi instalado em 1927. E o Alto Cafezal passou também a se chamar Marília, nome do patrimônio de Bento de Abreu.

Ficha técnica:
Produtora: TV Marília Produções
Produtora executiva: Maira Andréia de Souza Lopes
Pesquisas: Paula Thais Souza e Edson Joel
Edição e pós finalização: Edson Joel Júnior
Roteiro e direção: Edson Joel