Por Edson Joel Hirano Kamakura de SouzaCom essa manchete o site American Institute Economic Research questionou, recentemente, por que existem grupos de jornalistas que se auto intitulam verificadores de fatos (não especialistas nos temas que avaliam) que determinam se uma noticia publicada na mídia é fake ou não?
Nos Estados Unidos, por exemplo, os "verificadores de fatos" geralmente são jornalistas politicamente engajados e, agora, muito próximos de Jen Psaki, Secretária de Imprensa da Casa Branca, que pede conluio entre entre empresas de mídia social e o governo com o objetivo de "censurar a desinformação".
É o caso da NewsGuard, uma empresa relativamente nova que pratica posições políticas da moda e publicou no Twitter, em 17 de julho de 2021, apoio a Psaki por uma parceria governo-mídia, para censurar conteúdo na internet. Afirmou que tinha oferecido os dados de sites que, segundo eles, praticavam desinformação.
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Tweet do NewsGuard elogiando declaração de Psaki: "Quando o NewsGuard ofereceu ao Facebook nossos dados de sites que espalham desinformação no início da pandemia - eles não quiseram. Brigando com o Presidente dos Estados Unidos não resolverá a epidemia da desinformação. Trabalhar de forma colaborativa, sim - nossas portas estão abertas."
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As frases "trabalhar de forma colaborativa" e "nossa porta está aberta" revelam que o NewsGuard se vê no papel proeminente em qualquer acordo de conluio que surja das recentes declarações da Casa Branca. Sua postura de influência, no entanto, obscurece uma questão mais básica: por que devemos confiar em um verificador de fatos auto-nomeado? De fato, quem verifica os verificadores de fatos?" - pergunta o American Institute Economic Research.
Quem verifica os verificadores de fatos?
O American Institute Economic Research decidiu investigar quem é esta nova empresa estranha na avaliação do conteúdo de outros sites. Afirma o site AIER:
Logo descobrimos que o NewsGuard está muito aquém dos mesmos critérios de precisão e transparência que afirma aplicar a outros sites. A maioria dos verificadores de fatos da empresa não tem qualificações básicas nos campos científico e sócio-científico que pretendem arbitrar.
O próprio histórico de comentários do NewsGuard – particularmente na pandemia covid-19 – revela um padrão de alegações não confiáveis e enganosas que exigiam correções subsequentes, e análises que regularmente confundem fato com jornalismo de opinião na prestação de um julgamento sobre o conteúdo de um site.
Além disso, as próprias práticas da empresa estão muito aquém dos padrões de transparência e divulgação que se aplica regularmente a outros sites. Quão precisos são os verificadores de fatos auto-nomeados?
A premissa declarada da verificação de fatos é corrigir erros em sinistros publicados por outros sites e pontos de venda. Mas o que acontece quando a organização que faz a verificação de fatos tem seus próprios fatos errados?
O vazamento do vírus no Laboratório de Wuhan
Como o NewsGuard agiu quando a mídia publicou sobre a hipótese de possível vazamento do vírus por infecção acidental dos trabalhadores do laboratório de virologia de Wuhan - que estudava o corona vírus em morcegos - e que provocou a pandemia?
De forma agressiva o NewsGuard penalizou outros sites até por, simplesmente, levantar a possibilidade de vazamento acusando-os de promover "teorias conspiratórias infundadas sobre a origem do vírus. O NewsGuard disse que "não há evidências de que o Instituto de Virologia de Wuhan foi a fonte do surto, e evidências genômicas descobriram que o vírus é '96% idêntico no nível do genoma inteiro a um coronavírus de morcego'.
Em alguns meses o próprio "verificador da verdade" começou a desconversar depois que vários cientistas passaram a dar credibilidade a hipótese. E, algum tempo após, o próprio presidente Joe Biden e o conselheiro médico da Casa Branca Anthony Fauci consideram a teoria do vazamento de plausível e pediram uma investigação no laboratório de Wuhan.
Desculpas pelos erros
Pouco antes, o NewsGuard ameaçava rebaixar um site de medicina alternativa por "publicar desinformação" sobre esse assunto. Em outro exemplo, em fevereiro de 2020, o NewsGuard disse que exigiu a correção formal ou retratação de um site de notícias médicas, via Twitter.
Depois que o American Institute Economic Research apresentou provas que viabilizavam a teoria de vazamento, o NewsGuard, apagou silenciosamente o tweet nos dias seguintes ao inquérito da AIER.
Todos os sites "condenados por teoria da conspiração" pelo NewsGuard foram reclassificados depois que "a verdade" surgiu, definitivamente.
"O NewsGuard pede desculpas por esses erros. Fizemos a correção adequada em cada um dos 21 rótulos." - comunicaram, laconicamente, os censores.
"O NewsGuard não publicou os resultados completos de sua auditoria, ou uma lista das correções que fez, impedindo assim a verificação independente se suas correções foram suficientes para corrigir a desinformação covid que havia publicado anteriormente. A empresa não respondeu ao pedido da AIER para essas informações."
Os pseudo "verificadores de fatos" - lá e tal qual aqui - cometem erros frequentes, são ignorantes na maioria dos temas que avaliam e tem excesso de engajamento político, além de não possuírem qualificações em todos os campos da ciência. Exemplos comuns são suas intervenções em publicações em sites sociais. São os novos censores. Analfabetos.