Mostrando postagens com marcador Marcos Valério. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Marcos Valério. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Celso Daniel: Marcos Valério diz que dinheiro foi para pagar Ronan

Por Edson Joel

Ele reluta, para, pensa antes de responder a pergunta de um promotor que quis saber do que se tratava a chantagem que ele mencionara pouco antes, em seu depoimento.  

- Senhor, eu gostaria de não responder essa pergunta porque o que eu fiquei sabendo é muito grave e o senhor não vai poder garantir minha vida - respondeu Marcos Valério, figura conhecida no processo do Mensalão como operador das maracutaias do PT e condenado a quase 40 anos de prisão.

- Senhor, o que eu descobri é muito sério e eu não queria me envolver - repetiu Valério quando o promotor reperguntou sobre os motivos da chantagem.

- Vou pedir pra não responder essa pergunta porque é um assunto muito grave e eu não quero correr risco. Eu tô preso, numa penitenciária...

Questionado se recebera oferta em dinheiro para se calar sobre o assunto ele respondeu prontamente que não mas, relutou, parou, pensou, titubeou e respondeu que esse seria "um assunto fora do processo em questão mas que envolvia brigas, idas e vindas, pessoal do Paulo Okamoto e do Presidente Lula - disse.


Convocado pelo Juiz Sérgio Moro, Valério contou toda a operação do empréstimo bancário que resultou no pagamento a Ronan Maria Pinto que estaria "chantageando Lula, Gilberto Carvalho e o então ministro José Dirceu".

Em detalhes de datas, locais, pessoas e fatos, Valério narrou sobre o pedido feito por Silvio Pereira (06':54") para pagar 6 milhões de reais para Ronan Maria Pinto,  empresário de ônibus de Santo André que estaria chantageando a cúpula petista, incluindo Lula.

Conta que, ao descobrir os motivos da chantagem, negou se envolver no caso e que dai é que surgiu o "empréstimo" concedido a José Carlos Bunlai, pelo Banco Schahin, entregue Ronan. O próprio Bunlai já confessara antes.

Aos 12":16" do vídeo, Valério conta que se preocupou quando soube mais sobre Ronan. "O que eu soube não me agradou". Confessa que esteve no Palácio do Planalto umas 600 vezes e que o "comitê de crise do PT" funcionava lá. Confessou que as empresas de publicidade pagavam 2% e que sua empresa era ponte para financiar as atividades  do PT. 
Paulo Okamoto, o presidente do "Instituto Lula", é figura central na confusa e mal explicada morte do prefeito Celso Daniel, petista assassinado em Santo André.

- Todas as empresas de comunicação eram obrigadas a pagar ao PT - disse Marcos Valério. O percentual era de 2%. Ouça o depoimento de Valério, em duas partes.




Atualização em 13 de setembro de 2016

O jornal O Estado de São Paulo publicou que o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, revelou ao Juiz Sérgio Moro, na terça-feira, dia 13 de setembro, "a ‘metodologia usada em 2014 pelos então senadores Vital do Rêgo – hoje ministro do Tribunal de Conta da União (TCU) – e Gim Argello (PTB-DF) para barrar as investigações da CPI da Petrobrás. Segundo o executivo, a dupla de senadores traçou um plano de trabalho que postergava propositadamente a investigação sobre corrupção na estatal petrolífera." O objetivo era retardar as investigações que preocupavam muito a presidente Dilma Rousseff.

LEITURA RELACIONADA: Um assassinato se aproxima de Lula

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Alberto Youssef começa a vomitar

Doleiro Alberto Youssef: lavagem de 10 bilhões de reais

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O doleiro Alberto Youssef, envolvido na lavagem de dinheiro no escândalo da Petrobras, imaginou que passaria um bom tempo na cadeia considerando a situação de Marcos Valério, o executor do mensalão do Lula, que protegeu o líder da quadrilha - ou foi ameaçado de morte - e levou mais de 40 anos de prisão.

Diferente de Valério e pressionado pela família, Alberto Youssef começou a prestar depoimento para contar tudo ao Ministério Público em troca da redução de pena num acordo de delação premiada. Mas sua decisão só ocorreu depois que outros quatro réus da Operação Lava Jato preferiram colaborar com a justiça, entre eles Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras indicado pelo PT e que operou o esquema de roubo entre 2004 e 2012, na época do presidente Lula e da atual, Dilma Roussef.

Cinicamente Dilma disse que "desconhecia" sobre o desvio de vários bilhões de reais dentro da Petrobras onde ela foi presidente do Conselho de Administração, Ministra das Minas e Energia e presidente do país, a mesma lenga lenga do seu guru político, Luis Inácio da Silva, hoje com câncer. 

O doleiro é acusado da lavagem de R$ 10 bilhões que beneficiaram o PT, PMDB, PP e o próprio governo federal com envolvimento de ministros e o uso do dinheiro, segundo se relata foi subornar políticos. Seis procuradores que participam da força-tarefa criada pela Procuradoria Geral da República acompanham o depoimento do doleiro.

Alberto Youssef começou a vomitar. Nesse vômito nadam deputados, senadores, ministros, Lula e Dilma, seguramente.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Gurgel vai enviar denúncia contra Lula ao MP

Procurador Geral da República Roberto Gurgel
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviará à primeira instância, nos próximos dias, os depoimentos de Marcos Valério Fernandes de Souza, principal operador do mensalão, (a mando do ex-ministro José Dirceu) que disse ter Lula conhecimento dos empréstimos fraudulentos nos Bancos Rural e BMG para beneficiar o PT na compra de votos de congressistas.

Marcos Valério disse mais: Lula deu ok aos empréstimos durante reunião.

"Quanto especificamente ao presidente Lula, eventual investigação já não compete ao procurador-geral da República já que o ex-presidente já não detém prerrogativa de foro. Então se estiver algo relacionado ao ex-presidente isso será encaminhado à Procuradoria da República de primeiro grau" - disse Roberto Gurgel.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Paulo de Tarso acredita nas ameaças de morte de Okamoto contra Valério

Paulo de Tarso Venceslau, ex-petista e ex-secretário de Finanças da prefeitura de São José dos Campos, é economista e diretor de redação do Jornal Contato

Por Paulo de Tarso Venceslau

O nome de Paulo Okamotto nas manchetes de jornais não é novidade. A imprensa insiste em mantê-lo nos cadernos políticos quando deveria confiná-lo nas páginas policiais. É a minha opinião por tudo o que conheci, e pelo meu convívio com essa misteriosa figura. Entre outras coisas, Okamotto é responsável pela administração das contas pessoais do ex-presidente desde o tempo em que Lula presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. A leitura doEstadão de 11 de dezembro provocou-me a sensação de estar vivendo de novo uma experiência já vivida. O chamado déjà vu.

Em 1979, durante a greve dos metalúrgicos do ABC, Okamotto fazia parte de um esquema paralelo. Seu nome constava de uma lista de dirigentes sindicais que deveriam assumir clandestinamente o controle do sindicato caso a diretoria eleita fosse presa pela polícia política. Nessa mesma ocasião, eu era um dos coordenadores da parte financeira do Fundo de Solidariedade que funcionava na Assembleia Legislativa de São Paulo. Chegava muita grana do exterior. O euro ainda não existia. Mas os dólares, francos e marcos eram muito bem recebidos. O administrador do sindicato, Sadao Higuchi, era quem encaminhava os recursos vindos do exterior a Okamotto.

Em 13 de junho de 1998, em plena campanha eleitoral, Sadao morreu “afogado” numa represa localizada nas proximidades de Bragança Paulista. Lula fez questão de suspender todas as atividades para participar das buscas. Quem conhece a represa, como eu conheço, não consegue entender o que aconteceu. Sadao morreu afogado, mas tinha uma contusão na cabeça. Ele teria caído n’água e o barco teria se chocado com ele. Pequeno enorme detalhe: tratava-se de um bote inflável. 

Em 1992, o PT elegeu vários prefeitos no estado. Indicado por José Dirceu e Aloisio Mercadante, assumi a secretaria de Finanças de São José dos Campos. A empresa CPEM, representada pelo advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, era a maior credora da prefeitura então comandada pela futura bailarina Ângela Guadagnin. A auditoria externa que contratei comprovou uma série de irregularidades. Informado pessoalmente por mim, Lula convocou Okamotto e ordenou-lhe que me acompanhasse numa conversa com seu compadre. Ou seja, enviou-me para conversar pessoalmente com o acusado.

Okamotto costumava circular pela prefeitura de São José em busca de lista de empresários credores. Ele não ocupava qualquer cargo no paço. Era evidente que buscava recursos paralelos, com anuência da então prefeita Ângela Guadagnin. No mesmo dia em que a auditoria externa encerrou seus trabalhos e me enviou o relatório, fui exonerado sumariamente a pedido de Paulo Okamotto e Paulo Frateschi, segundo me relatou a própria prefeita. 

Algumas semanas antes da exoneração, sofri um atentado na então Rodovia dos Trabalhadores, hoje Ayrton Senna. O carro ocupado por três homens enormes tinha chapa fria, conforme informou a Polícia Civil onde registrei o boletim de ocorrência. Detalhe: o carro em que me encontrava era dirigido por um funcionário de carreira da prefeitura que, literalmente, urinou nas calças.

Quando Lula foi eleito em 2002, pensei seriamente em pedir asilo político em algum país europeu. Cheguei a ter pesadelos. Sonhava que Okamotto era chefe da Polícia Federal. Fui dissuadido por Lupércio Marques de Assis, meu sogro e advogado brilhante, que morreu logo após a posse do governo petista. Em 2006, durante a CPI dos Bingos, defrontei-me com Paulo Okamotto em uma acareação realizada no Congresso Nacional. Na ocasião, entreguei formalmente aos congressistas uma vasta documentação. Duvido que alguém tenha lido. O que mais me chamou a atenção foi o olhar de ódio com que Okamotto me encarava. 

Faço esse breve relato para registrar que não tenho nenhum motivo para por em dúvida o depoimento de Marcos Valério, um dos responsáveis pelo mensalão que o levou a ser condenado a mais de 40 anos de prisão. Parece que foi para mim que Okamotto disse: “Tem gente no PT que acha que a gente devia matar você. (…) Ou você se comporta, ou você morre.” 

domingo, 16 de dezembro de 2012

Valério vai bater forte

STF pode conceder proteção para Valério
Marcos Valério pretende apresentar mais acusações envolvendo Lula e particularmente, Zé Dirceu. A confidência foi feita aos amigos próximos. O objetivo é tornar-se colaborador do MP, como fez Roberto Jefferson. O STF já deixou claro que as novas denúncias que podem gerar novos processos, não reduzirão a pena já fixada. A publicação da condenação dos mensaleiros deve sair 60 dias após o final do julgamento. Celso de Mello já saiu do hospital onde esteve internado mas não se sabe se participará da sessão na próxima segunda feira.

STF pode conceder proteção a Marcos Valério. Em setembro ele foi ao MP e contou fatos que comprometem Lula e o PT. Disse que o partido pagou R$ 4 milhões pela sua defesa no processo do mensalão. O advogado dele confirmou que o valor referiu-se a despesas do processo e não honorários.

O ministro Gilmar Mendes, do STF, criticou as tentativas de desqualificar as novas denúncias de Marcos Valério. "De fato, temos nesse processo alguém que fez declarações que foram largamente comprovadas, que foi o Roberto Jefferson, e ninguém ficou perguntando os motivos, se foram nobres ou ignóbeis. Então, a questão é de verificação para um juízo mais seguro", disse ele. Mendes também disse que, se comprovadas as novas denúncias contra Lula, nada vai alterar nesse atual processo, mas podem influenciar o julgamento de outros processos relacionados ao mensalão.

"Sabemos que o que está aqui no STF é um percentual muito pouco significativo do que se fez", comentou Mendes. O Supremo pode conceder proteção ao empresário. Valério teria sido ameaçado de morte por Paulo Okamoto, amigo de Lula, que o procurou dizendo que ”tem gente no PT que acha que a gente devia matar você. Ou você se comporta, ou você morre."

O publicitário separou-se da mulher e vive solitário num apartamento de quarto e cozinha.

O discurso do PT é negar

Enquanto a Polícia Federal indicia Rosemary Noronha, a "secretária do Lula" e mais 24 funcionários do alto escalão do governo federal por corrupção, falsificação de documentos, formação de quadrilha e falsidade ideológica, os deputados do partido negam e tentam convencer que isso não aconteceu ou, se aconteceu, foi exceção.

No caso da Rose do Lula, a secretária com quem o ex-presidente mantinha relação mais íntima faz duas décadas - afinal foi sua secretária - nem tem como negar diante de montanhas de provas, documentos, gravações de telefonemas e e-mails. A quadrilha, plantada dentro da Secretaria Presidencial, fez mais do que vender pareceres falsos: a questão do mensalão está nas conversas gravadas pela PF.

Enquanto o STF analisa novas gravações - 150 telefonemas e 1300 mensagens eletrônicas - o PT exige de Dilma uma postura pró Lula. O discurso é o mesmo: não acreditem em Marcos Valério que ele não merece crédito. E repetem que não receiam a delação premiada do chefe da gang Paulo Vieira que disse que não aceitará a pecha de mafioso sem envolver gente graúda do governo. Afinal, Paulo já viu o que aconteceu com Valério que acreditou nas promessas do PT de que nada aconteceria e blindou Lula. Depois de levar mais de 40 anos de cadeia, Valério se arrependeu. E o Joaquim Barbosa já disse que o MP deve investigar Lula. Paulo Vieira, filiado ao PT desde 2003, foi denunciado pelos crimes de corrupção ativa, falsidade ideológica, falsificação de documento, tráfico de influência e formação de quadrilha.

"Não dá pra fazer de conta que não está acontecendo nada" - disse um jornalista petista. É tanta safadeza, corrupção, escândalos que pau de macarrão na cabeça não resolve. A Marisa Letícia que o diga.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Advogado admite pagamento como despesas do processo

Advogado Marcelo Leonardo admitiu o pagamento
como despesas do processo, não como honorários
PT pagou 4 milhões na defesa de Marcos Valério

Uma das denúncias que Marcos Valério fez a Procuradoria Geral da República, em setembro, após tomar conhecimento da sua condenação de mais de 40 anos de prisão, já se confirmou. Valério tinha dito, entre tantas denúncias, que foi o PT que pagou R$ 4 milhões sua defesa no processo do mensalão. O advogado de Valério, Marcelo Leonardo, confirmou que os R$ 4 milhões não se referiam aos honorários, mas a despesas do processo. Não explicou que despesas tão altas são essas. A verdade é que o pagamento foi realizado ou para paga os honorários ou para "despesas do processo". O PT tinha publicado uma nota, negando.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Entreguei documentos na procuradoria, diz Valério

Marcos Valério, operador do mensalão
Condenado a mais de 40 anos, Marcos Valério, operador do mensalão sob ordens de José Dirceu, disse que entregou à Procuradoria Geral da República os documentos que envolvem o ex-presidente Lula no escândalo do mensalão e até pagamento das contas pessoais dele, inclusive documentos que registram o depósito de R$ 98,5 mil enviados param a empresa de segurança Freud Godoy, o faz tudo de Lula. O depósito já tinha sido identificado e confirmado. Disse que os documentos foram entregues no dia 24 de setembro quando prestou novos depoimentos sobre o maior escândalo de corrupção da história do país. "Os procuradores não tocaram nos papéis que deixei lá" - reclamou. Na verdade, sim, a procuradoria está avaliando o material desde aquele dia, informa-se.

Os juízes do STF também já possuem dados suficientes a respeito para avaliar o quadro e pedir abertura de investigação contra Lula, já verbalizado por Joaquim Barbosa.

A ordem do PT é tentar desqualificar a denúncia colocando Valério em suspeição por ter sido condenado a mais de 40 anos no processo do mensalão. Foram com documentos oferecidos por Valério que Dirceu e sua turma acabaram condenados na mesma ação. Se levou Dirceu e toda cúpula política e financeira petista, porque não teria peso contra Lula, tranquilizam os opositores.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Caso Celso Daniel: Valério mandou dinheiro para calar chantageador


PT teria pedido R$ 6 milhões a Valério para cessar chantagem a Lula


Empresário afirma que partido o procurou para que Ronan Maria Pinto parasse de chantagear o ex-presidente; motivo teria ligação com morte de Celso Daniel.

Felipe Recondo, Alana Rizzo e Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo
11 de dezembro de 2012 | 2h 04


BRASÍLIA - O PT teria pedido ao operador do mensalão, Marcos Valério, R$ 6 milhões para que o empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André (SP), parasse de chantagear o ex-presidente Lula, o então secretário da Presidência Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu. Por trás das ameaças estaria a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), executado em janeiro de 2002.

A polícia concluiu que o petista foi vítima de "criminosos comuns", mas o Ministério Público sustenta que ele foi eliminado a mando do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, porque decidiu dar um basta em amplo esquema de corrupção em sua administração depois que constatou que o dinheiro desviado não abastecia exclusivamente o caixa 2 do PT, mas estava sendo usado para enriquecimento de algumas pessoas.

As informações de Valério foram dadas em depoimento ao Ministério Público Federal. Ele afirmou que se recusou a interferir neste caso. Mas contou que Lula foi ajudado por José Carlos Bumlai, que tinha livre acesso no Palácio do Planalto no governo Lula. Amigo pessoal do ex-presidente, de quem é anfitrião frequentemente em sua fazenda em Mato Grosso do Sul, Bumlai é um dos maiores pecuaristas do País. O dinheiro teria vindo de um empréstimo firmado por Bumlai no Banco Schahin, grafado erroneamente como Chain no depoimento prestado por Valério.

O relato que Valério faz é detalhado. Ele contou que foi Silvio Pereira, o Silvinho, então secretário-geral do PT, quem o procurou pedindo esta nova ajuda. O encontro foi marcado no Hotel Sofitel, em São Paulo, reduto de reuniões da cúpula do PT durante quase todo o governo Lula.

Valério contou que os dois se sentaram em uma mesa do lado de fora e que Silvinho disse que Ronan vinha chantageando Lula, Dirceu e Carvalho. E pediu a Valério o dinheiro para estancar a chantagem. Valério recusou-se a ajudar o PT neste caso. "Me inclua fora disso", limitou-se a dizer.

Silvinho insistiu, pedindo apenas que aceitasse uma conversa com Ronan. O encontro foi marcado no "Hotel Puma", na verdade Hotel Pullman, situado no Ibirapuera, em São Paulo. Teriam participado da conversa Valério, Ronan e o jornalista Breno Altman. Segundo Valério, Ronan disse que os R$ 6 milhões seriam usados para comprar 50% do jornal Diário do Grande ABC - conforme Valério disse ter ouvido de Silvinho.

O Diário do Grande ABC, disse o operador do mensalão, vinha publicando seguidas matérias sobre o assassinato de Celso Daniel- Ronan é hoje proprietário do jornal. Apesar desses detalhes, Valério disse que Silvinho não lhe contou o motivo da chantagem. O operador do mensalão não especifica como Bumlai entrou nessa negociação. Mas conta que o dinheiro veio de um empréstimo contratado por Bumlai no Banco Schahin

Joaquim Barbosa pede que MP investigue Lula

Joaquim Barbosa, presidente do STF
Joaquim Barbosa, Presidente do STF e relator do processo do mensalão, defendeu hoje que o Ministério Público Federal investigue o envolvimento do ex-presidente Lula com o esquema operado pelo empresário Marcos Valério. Sem dar detalhes do conteúdo, Barbosa disse que teve "conhecimento oficioso" (fora dos autos) do novo depoimento prestado por Valério ao Ministério Público Federal, em setembro, após ter sido condenado a mais de 40 anos de prisão pelos crimes do mensalão. Valério também contou que foi ameaçado de morte por Paulo Okamoto, a mando de Lula e que a Portugal Telecom depositou 7 milhões para o PT, além do caso Celso Daniel morto em 2002. Valério afirmou à Procuradoria-Geral da República que pagou despesas pessoais de Lula em 2003, por meio de depósitos na conta de uma empresa do ex-assessor pessoal de Lula, Freud Godoy, segundo revelou o jornal "O Estado de S. Paulo".

Marcos Valério disse que mensalão pagou contas pessoais de Lula e Portugal Telecom depositou 7 milhões para o PT

Marcos Valério conta tudo
O jornal O Estado de São Paulo publicou que despesas pessoais de Lula foram pagos com dinheiro do esquema fraudulento e que essas informações foram dadas por Marcos Valério à Procuradoria Geral da República em setembro deste ano. Valério contou que fez depósitos para a empresa do ex-assessor da Presidência, Freud Godoy. Tal como Genoíno, Lula teria avalizado empréstimos do PT, também, no mesmo esquema do Banco Rural. Freud era conhecido como "faz tudo" de Lula e fazia parte dos "aloprados".

Valério também contou que foi Lula quem deu o "ok" para o PT tomar empréstimos do BMG e Rural para a compra de votos no congresso. Esse aval ocorreu em reunião no Palácio do Planalto com a presença de José Dirceu e Delúbio Soares, ambos condenados como corruptos e quadrilheiros. Delúbio, contou Dirceu, negociava em seu nome e no nome de Lula. Outra denúncia gravíssima do publicitário: Lula e o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, negociaram com a Portugal Telecom, dentro do Palácio do Planalto, o valor de R$ 7 milhões para o PT. O dinheiro repassado pela Portugal Telecon foi recebido pela sua empresa e tem como provar.

Neste mesmo depoimento à Procuradoria Geral da República, Valério, pela primeira vez, contou sobre detalhes sobre outro caso escabroso envolvendo Lula e o PT: o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. Foi nessa época que Paulo Okamoto,a mando de Lula, o procurou ameaçando de morte se não se comportasse.

Valério abre a boca: PT paga seus advogados

Marcos Valério, operador do mensalão comandado por José Dirceu e José Genoino, do PT (Paulo Filgueiras/D.A.Press)

Segundo Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos pelos crimes de corrupção comandados por José Dirceu e Genoino, o PT pagou 4 milhões de reais pela sua defesa no STF. O depoimento foi prestado a Procuradoria Geral da República logo depois de anunciada a sua sentença. Mas as investigações mostram que, além dos 4 milhões dos advogados, Valério participou do desvio de mais de um milhão de reais na Câmara dos Deputados, 3 milhões em um contrato com o Banco do Brasil, além do rombo de mais de 73 milhões no Fundo Visanet, com a ajuda do então diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, este condenado a mais de 12 anos de prisão em regime fechado. O PT, evidentemente nega e o advogado Marcelo Leonardo se cala.

. Marcos Valéria responde outros processos como seu envolvimento com o mensalão mineiro - inclusive Eduardo Azeredo do PSDB. Usando o linguajar mineiro, por onde passa um boi passa uma boiada. Os tucanos, evidentemente, sabem que Valério vai abrir a boca. Será a hora e a vez da tucanagem entrar na gaiola.

Valério também afirmou que foi ameaçado por Paulo Okamoto; "você se comporta ou morre".

Valério diz que foi ameaçado

Paulo Okamoto faz o jogo sujo e ameaça
"Ou você se comporta ou morre".

Paulo Okamotto - tesoureiro da família Lula e Diretor do Instituto Lula, para Marcos Valério, segundo depoimento de Valério à Procuradoria Geral da República. Para ele a ameaça foi muito clara: ou você se comporta ou morre. Okamoto negou.