domingo, 12 de abril de 2015

The New York Times: o caos na Vanezuela

SIMON ROMERO
GIRISH GUPTA
DE "THE NEW YORK TIMES", EM CARACAS23/02/2015 12h19
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Para vislumbrar a desordem que a economia da Venezuela vive, entre em uma agência de viagens em Caracas e reserve uma passagem aérea de ida e volta para Maracaibo, do outro lado do país: o preço é de apenas US$ 16. Você quer um livro para ler durante a viagem? Para quem tiver moeda forte em mãos, "50 Tons de Cinza" sai por US$ 2,50. Esqueceu o creme dental? Um tubo de Colgate custa sete centavos de dólar. Grande pechincha, não?

Jorge Silva - 13.fev.2015/Folhapress
Nota de cem bolívares com a inscrição "desvalorizado" é colocada em mercado de Caracas
Nota de cem bolívares com a inscrição "desvalorizado" é colocada em mercado de Caracas

Mas para a maioria dos venezuelanos, desprovidos de acesso fácil a dólares, preços surreais como esses refletem uma imensa desvalorização cambial, uma economia em contração - o Produto Interno Bruto (PIB) deve cair em 7% este ano por conta da queda do petróleo - e controles de preços que produzem escassez aguda de produtos como leite, detergente e camisinhas.

"Vi pessoas morrerem na mesa de operações porque não dispúnhamos dos instrumentos básicos de cirurgia", disse Valentina Herrara, 35, pediatra em um hospital público de Maracay, cidade próxima de Caracas. Ela disse que seu plano é procurar outro emprego, porque conseguir manter as contas em dia com seu salário mensal de 5.622 bolívares - US$ 33 pela nova taxa de câmbio recentemente adotada - era impossível.

Diante de índices de aprovação em queda livre por conta do choque econômico que abala os venezuelanos, o presidente Nicolás Maduro vem intensificando a repressão aos seus oponentes, como reflete a detenção de Antonio Ledezma, o prefeito de Caracas, na semana passada; ele foi indiciado por acusações de conspiração e complô para promover um golpe de Estado com apoio dos Estados Unidos. Maduro, protegido do presidente Hugo Chávez, que morreu em 2013, vem adotando tom cada vez mais estridente no discurso contra os oponentes da chamada "revolução bolivariana".

Como prova contra a oposição, Maduro citou uma carta aberta veiculada este mês que pede um "acordo nacional de transição", e que levava a assinatura de Ledezma; Leopoldo López, outro líder oposicionista aprisionado há um ano; e María Corina Machado, política de oposição acusada em dezembro de conspirar para o assassinato de Maduro.

"Na Venezuela, estamos impedindo um golpe apoiado e promovido do norte", afirmou Maduro no Twitter, no final de semana. "A agressão do poder dos Estados Unidos é total e acontece diariamente". Maduro está se inspirando em Chávez, que foi derrubado durante alguns dias em 2002 por um golpe de Estado realizado com aprovação tácita do governo Bush, e depois transformou as críticas a Washington e o encarceramento de pessoas acusadas de golpismo em um dos traços que definiram seu governo.

Mas o Departamento de Estado norte-americano contesta as imputações de Maduro e diz que os Estados Unidos não estão promovendo a inquietação na Venezuela. Ao mesmo tempo, as ações de Maduro apontam para um endurecimento no tratamento dos líderes oposicionistas. Dos 50 prefeitos oposicionistas da Venezuela, 33 estão enfrentando processos judiciais relacionados a protestos antigovernamentais que causaram 43 mortes no ano passado, de acordo com Gerardo Blyde, prefeito de Baruta, uma cidade na periferia de Caracas.

Um proeminente prefeito oposicionista, Daniel Ceballos, de San Cristóbal, está na prisão há um ano, enquanto outro, Enzo Scarano, da cidade industrial de San Diego, no Estado de Carabobo, foi transferido da cadeia para a prisão domiciliar, no mês passado, devido à deterioração de sua saúde.
A prisão de Ledezma, 59, que foi eleito democraticamente mas privado da maior parte de sua autoridade em 2009, levou até mesmo alguns analistas pró-Chávez a questionarem a decisão de Maduro. Embora Ledezma tenha aderido a uma facção oposicionista linha dura chamada "a Saída", no ano passado, ele não era visto como especialmente influente ou importante. "Alimentar suspeitas é uma tática de distração para desviar a atenção da imensa desvalorização cambial que tivemos de suportar", disse Nicmer Evans, consultor político pró-Chávez que está entre as figuras de esquerda que agora se opõem abertamente a Maduro. "O que não fica claro é a prova de qualquer delito, neste caso".

Com a inflação disparando para 68%, as autoridades venezuelanas estão tentando administrar a crise econômica por meio de uma complexa teia de três taxas oficiais de câmbio. Por exemplo, alguns produtos básicos são importados ao câmbio de 6,3 ou 12 bolívares por dólar, mas uma nova taxa flutuante de câmbio de cerca de 171 bolívares por dólar foi adotada na semana passada, o que reflete uma desvalorização real de quase 70% na moeda da Venezuela.

No mercado negro, que alguns venezuelanos usam para realizar transações básicas, o dólar tem cotação ainda mais alta, da ordem de 190 bolívares. Mesmo para alguns dos adeptos mais leais de Chávez, Maduro não parece estar à altura de enfrentar a corrida por moeda forte. Jorge Giordani, um dos principais assessores econômicos de Chávez, declarou este mês que a Venezuela estava se tornando "piada" na América Latina, mencionando a corrupção e a burocracia labiríntica como fatores que acentuam o atoleiro econômico. "Precisamos reconhecer a crise, camaradas", disse Giordani, a quem o presidente demitiu no ano passado de seu posto como ministro das Finanças e Planejamento.

De fato, alguns economistas dizem que a hesitação do governo em reformar seus complexos controles cambiais pode intensificar os problemas econômicos da Venezuela."O sistema está completamente descontrolado", disse Francisco Rodríguez, economista chefe do Bank of America Merrill Lynch para a região andina, enfatizando que a disparada nos preços pode em breve ingressar no reino da hiperinflação, acelerando para os três dígitos este ano e para mais de 1.000% em 2016 se as políticas atuais forem mantidas. Maduro parece reconhecer que algumas mudanças econômicas profundas são necessárias na Venezuela, detentora das maiores reservas mundiais de petróleo, o que cria a ilusão de riqueza inexaurível.

Ele apoia um aumento no preço da gasolina, que custa menos de três centavos de dólar por litro à taxa oficial de câmbio mais forte; existe resistência considerável a essa medida mesmo que os subsídios ao combustível custem mais de US$ 12 bilhões (R$ 34,8 bilhões) ao ano para o governo.

Haverá eleições legislativas este ano e os partidários de Maduro parecem vulneráveis, e por isso o presidente está tentando escorar sua base. A despeito das queixas generalizadas sobre as dificuldades econômicas e os índices elevados de crimes violentos, há quem continue leal a Maduro por conta da vasta gama de programas sociais do governo. Para alguns venezuelanos que enfrentam dificuldades para se manter, a desordem econômica que veem em torno deles explica por que o presidente decidiu tomar os oposicionistas como alvo.

"Maduro está apavorado, e por isso está usando métodos mais totalitários, usando a polícia para colocar políticos na prisão", disse Eduardo de Sousa, 28, assistente em um laboratório farmacêutico. "Eles sabem que a revolução acabou, e estão com medo".

Tradução de PAULO MIGLIACCI
Folha de São Paulo

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Números do PISA derrubam mitos na educação

Exame internacional desfaz 7 mitos sobre eficiência da educação.


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza | Atualizado em 05.03.2020

Andreas Schleicher é um físico, matemático e estatístico alemão nascido em 1964 e grande pesquisador na área da educação. É ele o criador e atual responsável pela aplicação do PISA, sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes de responsabilidade da OCDE, sigla para Organização para Cooperação ao Desenvolvimento Econômico.

O PISA avalia estudantes na faixa de 15 anos, de todo mundo, a cada 3 anos. O objetivo é avaliar os sistemas educacionais de pelo menos 65 países com provas de leitura, matemática e ciências. No teste de 2012 participaram mais de 500 mil estudantes, inclusive o Brasil que classificou-se em 58º lugar em leitura, 55º em matemática e 59º em ciências. Shangai, Cingapura e Hong Kong foram os primeiros colocados.

Baseado nos números obtidos na avaliação, Andreas Schleicher destrói alguns mitos, ainda arraigados entre educadores brasileiros e usados para justificar o atraso escolar dos alunos. A matéria foi publicada pela BBC Brasil.

Andreas Schleicher, criador do projeto e ainda
seu coordenador
BBC BRASIL  8 DE ABRIL DE 2015

Mito 1. Alunos pobres estão destinados a fracassar na escola

Em salas de aula de todo o mundo, professores lutam para impedir que alunos mais pobres fiquem em desvantagem também no aprendizado. No entanto, resultados do Pisa mostram que 10% dos estudantes de 15 anos de idade mais pobres em Shangai, na China, sabem mais matemática do que os 10% dos estudantes mais privilegiados dos Estados Unidos e de vários países europeus.

Crianças de níveis sociais similares podem ter desempenhos muito diferentes, dependendo da escola que frequentam ou do país onde vivem. Sistemas de educação em que estudantes mais pobres são bem sucedidos tem capacidade para moderar a desigualdade social. Eles tendem a atrair os professores mais talentosos para as salas de aula mais difíceis e os diretores mais capazes para as escolas mais pobres, desafiando os estudantes com padrões altos e um ensino excelente.

Alguns americanos criticam comparações educacionais internacionais, argumentando que elas têm um valor limitado porque os Estados Unidos têm divisões sócio econômicas muito particulares.

Estudantes em escolas mais simples em Xangai
costumam se sair melhores que estudantes ricos
dos Estados Unidos
Mas os Estados Unidos são mais ricos do que a maioria dos outros países e gastam mais dinheiro com educação do que a maioria. Pais e mães americanos têm melhor nível educacional do que a maioria dos pais e mães em outros países e a proporção de estudantes de nível sócio econômico baixo nos EUA está perto da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).

O que as comparações revelam é que as desvantagens sócio econômicas têm impacto particularmente forte sobre o desempenho de estudantes nos Estados Unidos. Em outras palavras, nos Estados Unidos, dois alunos de níveis sócio econômicos diferentes variam muito mais em seu aprendizado do que se observa em outros países que integram a OCDE.

Mito 2. Países onde há muitos imigrantes têm pior desempenho

Integrar estudantes imigrantes, ou descendentes de imigrantes, pode ser um desafio. No entanto, resultados dos exames Pisa mostram que não há relação entre a porcentagem de estudantes imigrantes - ou descendentes de imigrantes – em um dado país e o desempenho dos estudantes daquele país nos exames.

Estudantes com históricos de imigração e níveis sociais similares apresentam desempenhos variados em países diferentes, o que sugere que as escolas onde os alunos estudam fazem muito mais diferença do que os lugares de onde os alunos vêm.

Mito 3. É tudo uma questão de dinheiro

A Coreia do Sul - país com melhor desempenho (em termos individuais) em matemática na OCDE - gasta, por estudante, bem menos do que a média. O mundo não está mais
dividido entre países ricos e bem educados e países pobres e mal educados. O sucesso em sistemas educacionais não depende mais de quanto dinheiro é gasto e, sim, de como o dinheiro é gasto.

Estudantes eslovacos apresentam uma média de
desempenho similar à de um estudante americano,
apesar de os EUA gastarem mais que o
dobro por estudante.
Se quiserem competir em uma economia global cada vez mais focada no conhecimento, os países precisam investir em melhorias na educação. Porém, entre os integrantes da OCDE, gastos com educação por estudante explicam menos de 20% da variação no desempenho dos alunos.

Por exemplo, aos 15 anos de idade, estudantes eslovacos apresentam uma média de desempenho similar à de um estudante americano da mesma idade. No entanto, a Eslováquia gasta cerca de US$ 53.000 para educar cada estudante dos 6 aos 15 anos de idade, enquanto os Estados Unidos gastam mais de US$ 115.000 por estudante. 

Mito 4. Salas de aula menores elevam o nível

Por toda parte, professores, pais e autoridades responsáveis por políticas educacionais apontam salas de aula pequenas, com poucos alunos, como essenciais para uma educação melhor e mais personalizada. Reduções no tamanho da classe foram a principal razão para os aumentos significativos nos gastos por estudante verificados na maioria dos países ao longo da última década.

Apesar disso, os resultados do Pisa mostram que não há relação entre o tamanho da classe e o aprendizado, seja internamente, em cada país, ou se compararmos os vários países.

E o que é mais interessante: os sistemas educacionais com melhor desempenho no Pisa tendem a dar mais prioridade à qualidade dos professores do que ao tamanho da classe. Sempre que têm de escolher entre uma sala menor e um professor melhor, escolhem a segunda opção. Por exemplo, em vez de gastarem dinheiro com classes pequenas, eles investem em salários mais competitivos para os professores, desenvolvimento profissional constante e cargas horárias equilibradas.

Sistema educacional americano tem altos custos mas com resultados mistos

Mito 5. Sistemas únicos de educação são mais justos, sistemas seletivos oferecem resultados melhores

Parece haver um consenso, entre educadores, de que sistemas educacionais não seletivos, que oferecem um mesmo programa de ensino para todos os estudantes, são a opção mais justa e igualitária. E que sistemas onde alunos aparentemente mais inteligentes são selecionados para frequentar escolas com programas diferenciados oferecem melhor qualidade e excelência de resultados. No entanto, comparações internacionais mostram que não há incompatibilidade entre qualidade do aprendizado e igualdade. Os sistemas educacionais que apresentam melhores resultados combinam os dois modelos. Nenhum dos países com alto índice de estratificação está no grupo de sistemas educacionais com os melhores resultados - ou entre os sistemas com a maior proporção de estudantes com o melhor desempenho.

Mito 6. O mundo digital requer novas matérias e um currículo novo

Globalização e mudanças tecnológicas estão tendo um grande impacto sobre os conteúdos que estudantes precisam aprender. Num mundo onde somos capazes de acessar tantos conteúdos no Google, onde habilidades rotineiras estão sendo digitalizadas ou terceirizadas e onde atividades profissionais mudam constantemente, o foco deve estar em permitir que as pessoas tornem-se aprendizes para a vida toda, para que possam lidar com formas complexas de pensar e trabalhar.

Resumindo, o mundo moderno não nos recompensa mais apenas pelo que sabemos, mas pelo que podemos fazer com o que sabemos. Como resposta, muitos países estão expandindo currículos escolares para incluir novas matérias. A tendência mais recente, reforçada pela crise financeira, foi ensinar finanças aos estudantes.

Porém, os resultados do Pisa mostram que não há relação entre o grau de educação financeira e a competência dos estudantes no assunto. Na verdade, alguns dos sistemas de educação em que os estudantes tiveram o melhor desempenho nas provas do Pisa que avaliaram competência em finanças não ensinam finanças - mas investem pesado no desenvolvimento de habilidades matemáticas profundas.

De maneira geral, nos sistemas educacionais de melhor desempenho, o currículo não é amplo e raso. Ele tende a ser rigoroso, com poucas matérias que são bem ensinadas e com grande profundidade.

Mito 7. O segredo do sucesso é o talento inato

Livros de psicólogos especializados em educação tendem a reforçar a crença de que o desempenho de um aluno brilhante resulta de inteligência inata, e não do trabalho duro. Os resultados do Pisa questionam também este mito.

Escola em Sichuan, na China, mostra que não há incompatibilidade entre resultados bons e acesso justo

Às vezes, professores se sentem culpados por pressionar estudantes tidos como menos capazes, acham injusto fazer isso com o aluno. O mais provável é que tentem fazer com que cada estudante atinja a média de desempenho dos alunos em sua classe. Na Finlândia, em Cingapura ou Xangai, por outro lado, o objetivo do professor é que alunos alcancem padrões altos em termos universais.

Uma comparação entre as notas escolares e o desempenho de estudantes no Pisa também indica que, frequentemente, professores esperam menos de alunos de nível sócio econômico mais baixo. E pode ser que os próprios alunos e seus pais também esperem menos. A não ser que aceitem que todas as crianças podem alcançar os níveis mais altos de desempenho, é pouco provável que os sistemas educacionais (com resultados piores) possam se equiparar aos dos países com índices de aprendizado mais altos.

Na Finlândia, Japão, Cingapura, Shangai e Hong Kong, estudantes, pais, professores e o público em geral tendem a compartilhar a crença de que todos os estudantes são capazes de alcançar níveis altos. Um dos padrões mais interessantes observados entre alguns dos países com melhor desempenho foi o abandono gradual de sistemas nos quais estudantes eram separados em diferentes tipos de escolas secundárias.

Esses países não fizeram essa transição calculando a média de desempenho (entre todos os grupos) e usando essa média como o novo padrão a ser almejado. Em vez disso, eles colocaram a nova meta lá em cima, exigindo que todos os estudantes alcançassem o nível que antes era esperado apenas dos estudantes de elite.

Nota do autor: São muitos os exemplos de alunos brasileiros pobres em regiões com IDH baixo e com índices altos, como mais de 80 escolas do Ceará (que usam método fônico) entre as 100 melhores notas nacionais do  IDEB. Escolas localizadas em regiões de pobreza e violência e com índices de IDEB elevados - como Teresina que chegou em primeiro entre todas as capitais do país em 2017 - são evidências que a maioria dos governantes ignoram e os "doutores em educação" escondem. Sobral com 9,1 pontos é a cidade campeã no IDEB anos iniciais do ensino básico, entre todas as escolas do país. E, nos anos finais, a nota de Sobral foi, em 2017, de 7,2 quando a nota média do Brasil, neste segmento, é 4,4 pontos, apenas.

LEITURAS RELACIONADAS:
- Ineficiência do método construtivista é comprovada em laboratório
- Sala de aula brasileira é a mais indisciplinada do planeta

segunda-feira, 6 de abril de 2015

A indisciplina nas salas de aula: Japão x Brasil.

Sala de aula típica no Japão: os próprios alunos cuidam da escola

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Ao contrário dos alunos brasileiros que destroem, no Japão são as próprias crianças que cuidam da escola. Lá não existem faxineiras. Os alunos estudam e também varrem as salas, lavam os corredores e limpam seus banheiros. Isso faz parte do currículo e faz tempo. Os avós dos aluninhos japoneses já faziam isso.

No Brasil, onde leis e pedagogias tornam a indisciplina impune, impera a baderna, violência e o desrespeito. Mesmo crianças do ensino básico destroem o patrimônio, quebram banheiros recém reformados, riscam carteiras e paredes e inutilizam material didático. Nas escolas de ensino médio vive-se uma barbárie sob olhares complacentes dos que deveriam impor e exigir o cumprimento de normas e regras dentro do espaço escolar. Por outro lado, métodos e metodologias falhas carregam o ensino brasileiro para um abismo cada vez maior que nos separara de países que conduzem a educação com seriedade e profissionalismo.

No Programa Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA - somos o 58º entre 64 países pesquisados. O Brasil tem as salas de aulas mais indisciplinadas e também mais violentas do planeta, segundo a Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento.

A sociedade não reage. Que vergonha!

PS: Os vídeos contendo imagens de depredação praticada por alunos brasileiros foram "retirados" pela equipe do Youtube alegando que ferem as regras da empresa.

A disciplina nas escolas do Japão
Cuidando da própria escola

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Vamos acabar com o populismo: vídeo de Glória Álvarez viraliza nas redes sociais


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Acabar com o populismo usando a internet.  Esta é a proposta da jovem Glória Álvarez, formada em Ciência Política na Guatemala com Mestrado na Universidade Sapienza, em Roma, que viralizou nas redes sociais em todo mundo depois de sua participação numa conferência na Espanha.

Falando no Parlamento Ibero-americano da Juventude, em Zaragoza, Glória foi objetiva e contundente nas denúncias que fez contra governos populistas que, a despeito de "lutar pelos pobres", querem na verdade a implantação de governos ditatoriais, como vem ocorrendo na América Latina.

"O populismo é um atalho que joga com as paixões, ilusões e ideais do povo para prometer o impossível, aproveitando-se da miséria das pessoas e deixando de fora absolutamente toda razão e lógica nas tomadas de decisões. Joga com a necessidade dos outros para implantar uma ditadura" - repete Glória Álvarez no vídeo que circula pela internet.

"O populismo praticado por líderes latino-americanos tira a dignidade das pessoas que mal conseguem administrar suas próprias vidas e fica dependente deles" - diz Glória. A ideia básica do populismo é convencer que você está pobre porque outros estão ricos. 

"O populismo ama tanto os pobres que os multiplica para continuar recebendo votos" - diz ela em seu discurso referindo-se a ações de governos que procuram, primeiro, destruir as instituições e alterar as constituições para lhes dar mais poder "em nome do povo". Outra prática comum é a disseminação da corrupção. 

Os atuais governantes do PT repetem a mesma tática com aparelhamento nas instituições, como a justiça, insistência na alteração da constituição, mudanças na estrutura de gestão das escolas (como a tentativa de instituir a figura do Diretor Principal - certamente alguém do interesse do governo), proliferação de programas Sociais com caráter eleitoreiro como fez  Lula, Dilma, Hugo Chavez, Maduro, Cristina Kirchner e alguns países menores na América Latina. 

Contra isso ela sugere o uso da internet onde se pode apresentar denúncias e compartilhamentos de informações e debates com propagação de argumentos racionais opondo-se as falácias das práticas populistas.

"Não se trata de uma luta de esquerda e direita mas de populismo versus república. Muitos governos populistas chegaram ao poder por via de votos graças a pouca competência dos governos anteriores. E só a república pode garantir o funcionamento das instituições e garantir as liberdades" - diz ela.

A Venezuela, vítima do populismo doentio de uma mente insana como a de Hugo Chavez, é exemplo clássico do populismo. O país está vivendo caos político, social e econômico, violência e intensa corrupção. O desabastecimento é generalizado, Falta comida e até papel higiênico. As instituições são dominadas pelo governo e, independente de manifestações de milhões, o controle das massas é feito com armas e muitas mortes. Jovens estudantes universitários são destroçados por um grupo chamado de "coletivos", um bando armado e de moto que ataca opositores do regime.

Os "pobres" venezuelanos recebiam bolsas-família, casas mobiliadas, motos e toda sorte de benefícios, com uma única contra partida: votar nos chavistas em eleições fraudadas, como se constatou na última. Mas, para sustentar esse projeto de poder era preciso muito dinheiro que Chavez tirava dos pesados tributos imposto a classe produtiva. Essa grana se esgotou porque a economia desmoronou (poucos trabalhando para sustentar eleitores improdutivos). O dinheiro da petroleira PDVSA minguou com a queda nos preços internacionais. Pobres e ricos estão na mesma miséria: limpando o traseiro com jornais empastelados pelo governo. Só serve pra isso.

No Brasil, o populismo patético de Lula não se transferiu para a presidente Dilma cada dia pior em todas as pesquisas. Vendo o povo acordar, o PT entrou em pânico e desfila bobagens como "defesa da Petrobras" que o partido arrombou ou "o PT é vítima da corrupção". A multiplicação da miséria para continuar recebendo votos é uma verdade inconteste no governo petista: veja os exemplos dos "imigrantes haitianos" trazidos pelo PT pra quem o governo brasileiro paga bolsa família e os usa em manifestações pró-governo.

Onde está o amor do PT aos pobres? Nos hospitais falidos que amontoam doentes nos chãos dos corredores? Nas escolas públicas sem qualidade, sem gestão, sem métodos e metodologias que alfabetizem? Na insegurança do povo vítima de todos os tipos de criminosos? Nas péssimas estradas mantidas pelo governo? Nos portos e aeroportos de altos custos? Nos altos tributos? Na inflação que come o pouco ganho dos assalariados? No baixo crescimento da economia? Na corrupção desvairada por todos os cantos do governo petista?


domingo, 29 de março de 2015

Por que o método fônico alfabetiza e o global/construtivista, não?

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O fato marcante na educação brasileira é que o método adotado para a alfabetização não alfabetiza. A afirmação é feita pelos maiores especialistas na área, fundamentada em estudos científicos. E as estatísticas comprovam: das 100 melhores escolas brasileiras, segundo notas do IDEB, mais de 70 são do Ceará e usam método fônico.

Entre as capitais, Teresina, no Piauí (com IDH baixo, menor média em renda per capita) é líder na educação fundamental anos iniciais entre todas do país. Suas escolas municipais adotaram o método fônico.

O neurocientista Stanislas Dehaene há 20 anos estuda o impacto dos números e das letras no cérebro humano. Ele afirma que o método mais eficaz de alfabetização é o que chamamos fônico. Ele parte do ensino das letras e da correspondência fonética de cada uma delas, como se fazia antigamente. Estudos mostraram que a criança alfabetizada por esse método aprende a ler de forma mais rápida e eficiente com excelente compreensão de texto. Em pouco mais de 80 a 90 dias um aluno do primeiro ano do fundamental alfabetizado pelo fônico lerá e escreverá com autonomia e perfeita compreensão.

Os métodos de ensino que seguem o conceito de educação global/construtivista, por outro lado, mostraram-se ineficazes. Neste método primeiro se deve aprender o significado da palavra e, numa próxima etapa, as letras que a compõem. O resultado é catastrófico: a criança que deveria ser alfabetizada em menos de um ano pelo fônico vai precisar de mais 4 para aprender escrever e ler de forma rudimentar e sem boa compreensão do texto. Elas estão terminando seu ciclo sem se alfabetizar e entrarão no ensino médio, na rede pública, sem ter compreensão do que leem. Alguém contesta essa realidade nas escolas públicas do país?

E por que o método global/construtivista é ineficaz?

Dehaene explica que se verificou em pesquisas com pessoas de diferentes idiomas que o aprendizado da linguagem se dá a partir da identificação da letra e do som correspondente. Esse processo ocorre no lado esquerdo do cérebro. No método construtivista a criança primeiro aprende o sentido da palavra, sem necessariamente conhecer as letras. Neste caso o lado direito do cérebro é ativado. Mas a decodificação dos símbolos terá que chegar ao lado esquerdo para que a leitura seja concluída. Para Dehaene é um processo mais demorado, que segue na via contrária ao funcionamento do cérebro.

- Num certo sentido, podemos dizer que esse método ensina o lado errado, primeiro. porém, as crianças que aprendem a ler processando primeiro o lado esquerdo do cérebro estabelecem relações imediatas entre letras e seus sons, leem com mais facilidade e entendem mais rapidamente o significado do que estão lendo - diz o neurocientista.

Os defensores das teorias de Jean Piaget não conseguem responder uma pergunta simples: porque o método fônico alfabetiza uma criança em menos de seis meses (com autonomia na leitura, escrita e compreensão ) e o global não faz isso nem em 5 anos? Ou porque os resultados obtidos pelos estudantes brasileiros no Pisa - Programa de Internacional de Avaliação de Estudantes - são péssimos em todas as áreas? Pra quem não sabe, a classificação do Brasil, entre 63 países avaliados em línguas e matemática, é 58ª colocado. Nossos melhores alunos se comparam aos piores dos países chamados primeiro mundo.

Enquanto nossos melhores alunos não passam da nota 3 em matemática, os chineses, coreanos estão em sete. Porque esse disparate? Uma criança mal alfabetizada não terá habilidades de leitura e, consequentemente, gosto por ela. Quem não lê não conquista conhecimento e sua vida no ensino médio será o caos, como todos já sabemos.

Os defensores do fônico tem base científica contra as teorias de dois séculos passados de Piaget. A questão é mais simples: os resultados obtidos deveriam dar a resposta, mas os defensores de pedagogias lastreadas em crenças insistem em manter o método.

Neurociência: fônico alfabetiza.

Doutor em desenvolvimento da cognição e psicolinguística, o português José Morais defende o envolvimento da neurociência na alfabetização para reformar os pensamentos pedagógicos. Ele diz que a psicologia cognitiva mostra que a leitura de textos não é uma elaboração contínua de hipóteses sobre as palavras do texto, mas sim, um processo automático, não intencional e muito complexo de processamento das letras e das unidades da estrutura fono-ortográfica de cada palavra, que conduz ao seu reconhecimento ou à sua identificação.

E como é essa relação entre a atividade cerebral e a leitura? Em matéria de O Globo, em 2014, José Morais (nada a ver com um homônimo do MEC, por favor, não confundam) diz:

- A leitura visual não se faz nos olhos, mas no cérebro — a retina, embriologicamente, faz parte do cérebro. Não há leitura sem uma atividade cerebral que mobiliza vastas regiões do cérebro e, em primeiro lugar, a chamada Área da Forma Visual das Palavras. Ela se situa no hemisfério esquerdo do cérebro e não é ativada por palavras escritas nos indivíduos analfabetos. Nos alfabetizados ela é ativada fortemente, e o seu grau de ativação aumenta à medida que a criança aprende a ler. No leitor competente, a leitura de um texto baseia-se no reconhecimento ou na identificação das palavras escritas sucessivamente.

À medida que elas são processadas, essa informação é enviada para outras áreas cerebrais que se ocupam do processamento da língua, independentemente da modalidade perceptiva (em particular, o processamento semântico e sintáxico), assim como da codificação da informação na memória de trabalho verbal e do acesso à memória a longo prazo. Tudo isso permite a compreensão do texto e a sua interpretação e avaliação.
Diante do caos na educação, o governo federal lançou o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa que, absurdamente, estabelece 8 anos quando, em todo mundo e mesmo nas escolas particulares brasileiras que não usam construtivismo, a alfabetização, pelo método fônico, é alcançada em menos de um ano. Diante de tantas provas, resultados e evidências, porque o MEC mantém teorias que contrariam a ciência?

- Porque crianças da rede pública tem que ser alfabetizadas aos 8 anos quando as do ensino privado aprendem aos 5 ou seis anos? - pergunta José Morais. Na verdade, o método global não consegue alfabetizar em todo turno do fundamental.

- É uma obrigação social e moral que o Estado fixe a idade de início da alfabetização. Se as crianças da elite aprendem aos 5 ou 6 anos na família ou em colégios particulares, não está certo que as do povo só sejam alfabetizadas (capazes de ler com compreensão e de escrever) aos 8 anos. Está se desviando a atenção daquilo que realmente é importante: a política certa, política de reprodução de privilégios ou política pública realmente democrática.

Países como França, Inglaterra, não financiam programas de alfabetização que descartem o método fônico e, vão além: restringem as teorias de Jean Piaget e nem a possibilidade de convivência dos dois métodos. Motivo: a teoria piagetiana contraria a ciência, simplesmente assim. O método de Piaget é aplicado nos países com os piores resultados em educação, como o México e Brasil.

O que é preciso mais para convencer nossos governantes que o erro maior está no método? Xinga-los? Mais do que já são?

Esperar que os pseudo intelectuais do MEC - a maioria colocada lá na época do PSDB - mudem, será demorado. Mas o governador do estado mais rico e avançado do país insistir em manter uma teoria mofada como método de alfabetização nas escolas paulistas, é desesperador. Só para lembrar: o atual secretário da educação do estado, Herman Voorwald, é um unespiano domesticado pelo construtivismo.

sábado, 28 de março de 2015

A verdade sobre a Pátria Educadora

Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O lançamento da Pátria Educadora, tida como a menina dos olhos da presidente Dilma nada mais é que fumaça para encobrir o engodo: a presidente cortou mais de R$ 7 bilhões nas verbas da educação, a maior redução entre todos os ministérios que perderão, no total, R$ 22,7 bilhões. 

Boa parte da verba deveria ser destinada aos estados que nada receberam. Para evitar críticas, a presidente simulou um projeto pomposamente chamado Pátria Educadora e colou no MEC um filósofo e professor de ética política para navegar dentro do partido que, faz tempo, esqueceu o que é isso. 

Dilma cortou R$ 7 bilhões da educação
As entidades de educação estão preocupadas com os bloqueios de verbas e muitas faculdades ajuizaram ações contra o governo federal por falta de pagamento do Fies. As universidades federais, quase no limite para o funcionamento, muito estão apreensivas. Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, disse que os cortes estão na contra-mão do discurso do governo que anuncia a Pátria Educadora e ao mesmo tempo corta R$ 7 bilhões do MEC. "Fazer ajuste fiscal usando educação, ciência, tecnologia e inovação é dar tiro no pé" - disse ela. O Ministério da Ciência e Tecnologia sofreu um corte de 16,1%. Cerca de 65% das bolsas do MEC foram cortadas.

Nas mãos de Dilma o ano de 2014 foi uma catástrofe com alta da inflação e crescimento de 0,1%. Os especialistas em economia apontam que 2015 e 2016 serão de dificuldades. Com a crise econômica o país inteiro sofre. Todos os governos estaduais reduziram suas despesas considerando as dificuldades federais.

Recorde-se, diante de tantos cortes como economia, que só na Petrobras a corrupção levou mais de 60 bilhões de reais. Se as expectativas econômicas são ruins, na gestão do MEC a preocupação é grande com a chegada do novo ministro Renato Janine Ribeiro. Segundo Janine "nada de currículo, cursos abertos sem definição profissional, muita liberdade aos alunos e muita cultura".

Para as crianças do ensino básico que não aprendem e escrever com 4 anos de escola... que vão para o ensino médio sem entender o que conseguem balbuciar ... e chegarão as universidades sem saber fazer uma continha mais complexa... e um ministro filosofando sobre cultura... o resultado deve ser catastrófico, como a economia da Dilma.

“Há milhares de profissões", escreveu Janine numa coluna de jornal. “No limite, cada um cria a sua. Profissão, emprego, orientação sexual, estado civil, crenças políticas e religiosas, tudo isso se combina como um arco-íris felizmente enlouquecido. Ninguém é mais obrigado a se moldar a um pacote. Mas isso não é fácil, exige uma interminável descoberta de si e, por que não dizer, coragem pessoal.”

Deu pra entender? Essa é a Pátria Educadora da Dilma.

segunda-feira, 23 de março de 2015

PT quer jogar negros contra médicos do SUS

Uma campanha do próprio governo federal tenta jogar os negros contra médicos do SUS anunciando que “… em 2012 a taxa de mortalidade por doença falciforme entre pessoas pretas foi de 0.73 mortes e 0.28 entre pardas, enquanto na população branca foi de 0.08 (por 100.000 habitantes)”. 

No site ainda existe uma convocação: "Se presenciar casos de racismo na rede pública de saúde, disque 136 e denuncie."

Ocorre que a anemia falciforme é uma doença predominante entre negros, por genética e hereditariedade, mas que pode manifestar-se também nos brancos. Qualquer livro médico diz que a anemia falciforme pode matar mais negros do que brancos. Portanto isso ocorre não porque os médicos do SUS sejam racistas.

“Quem deveria de verdade sofrer campanha anti-racismo neste caso são as doenças e não os profissionais que trabalham no SUS. Vamos colocar no holofote as atitudes racistas que a anemia falciforme propaga, assim como o câncer de próstata e a hipertensão arterial, que insiste em adoecer mais negros do que brancos”, ironizou a página Academia Médica.

A doutora Martha Mariana Arruda, médica hematologista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, sobre o assunto, afirma:

- Dizer que os pacientes falciforme morrem mais porque o SUS é racista equivale a dizer que as mulheres morrem mais de câncer de colo uterino do que os homens porque o SUS é machista.

Depois que houve reação da Associação Médica Brasileira, o site do governo incluiu uma frase dizendo que “a maioria não sabe, mas a população negra precisa de cuidados específicos para doenças como a anemia falciforme". Logo depois tirou a campanha do ar. O vídeo da campanha abria dizendo abertamente que ainda existe racismo no atendimento de saúde no Brasil.
Convocar exército do MST para lutar, acusar os brancos de olhos azuis e jogar negros contra brancos é discriminação e incitação à violência. É assim que o PT faz: mente.

Este tema foi publicado no blog de Felipe Moura Brasil.

O caminho para a ditadura no Brasil

Segundo Lula, o Foro São Paulo foi uma ideia dele numa reunião com Fidel, crédito difícil diante de tantas mentiras contadas por ele. Esquerda, narcotraficantes, sequestradores e criminosos, na mesma mesa.

Felipe Moura Brasil, articulista da Revista Veja, resumiu o que é o Foro de São Paulo e concluiu: este é o maior inimigo do Brasil. O Foro de São Paulo é um congresso de governantes de "esquerda", terroristas, sequestradores, narcotraficantes e criminosos comuns. O evento nasceu em 1990 de uma reunião entre Lula e Fidel Castro. O objetivo é implantar, no mundo, ideais "socialistas" e, para tal, não importam os meios para se conseguir os resultados: terror, sequestro, tráfico de drogas, assaltos, corrupção e violência armada.

Entre participantes do Foro estão os membros das Farc - Forças Armadas Revolucionárias Colombianas, movimento conhecido por arrecadar dinheiro com tráfico de drogas - e o Movimiento de Izquierda Revolucionária, o MIR, do Chile, especializado em sequestro e pedidos de resgate. Esse foro atuou escondido no Brasil até 1997, quando foi descoberto e divulgado na imprensa. O encontro é realizado em vários países latino-americanos. Entrevistas e vídeos mostram abertamente suas estratégias e táticas e a convivência do PT com os grupos narcotraficantes da Colômbia, como diz o próprio Hugo Chavez, em vídeo de 2008.

Governantes de esquerda sentados na mesma mesa
com narcotraficantes e sequestradores". Veja o vídeo.

O próprio comandante das Farc, Raúl Reyes, morto pelo exército colombiano, disse para a Folha de São Paulo, em 2003, que seu grupo mantinha contatos estreitos com o PT. Citou que sacerdotes católicos que lideravam movimentos como sem-terras e sem-teto mantinham contatos com o grupo guerrilheiro colombiano além de jornalistas, estudantes e sindicalistas. Entre os contatos citou Frei Beto.

O PT sempre negou o fato, confirmado por documentos e entrevistas de Reyes à Folha e Chavez, no vídeo acima, por exemplo. Para Olavo de Carvalho, o discurso de Lula em 2005, para comemorar os 15 anos do Foro, "é a confissão explícita de uma conspiração contra a soberania nacional". O Brasil acabou, por essas vias, adotando decisões tomadas por uma cúpula estrangeira formado também por criminosos que traficam drogas e sequestram pessoas para a obtenção de recursos. Em várias ocasiões Lula mentiu sobre o assunto que, mais tarde, ele mesmo confirmou.

O uso de dinheiro vindo das drogas e a associação de partidos de esquerda com o crime organizado é um fato comprovado. Olavo de Carvalho cita que "o traficante Fernandinho-Beira Mar confessou a compra de toneladas de cocaína das Farc em troca de armas contrabandeadas do Líbano. Mais tarde a polícia do Rio prendeu 18 traficantes do Comando Vermelho que viajavam frequentemente até a fronteira com a Colômbia para "pegar drogas" com os comandantes das Farc. Na contrapartida, PCC e Comando Vermelho lançam ataques para aterrorizar a população próximos das eleições.

Lista também que em 2001 Lula lançou um manifesto de apoio à guerrilha colombiana e condenando o governo do país pelas ações militares contra as Farc. Em 2003 se negou a classificar as Farc como grupo terrorista. Em 2005 os narcotraficantes tinham enviado 5 milhões de dólares para a campanha de Lula, assunto "investigado" de maneira suspeita e nunca comprovado oficialmente.

Mais tarde, o "padre" Medina, acusado de trazer os milhões de dólares ao PT, recebeu asilo político do governo de Lula. Em 2008, durante o Foro São Paulo, em Montevidéu, o tom dos discursos foi contra o "imperialismo americano", capitalismo e extrema direita.

O vice-almirante da Venezuela, Iván Carratú, em mensagem do exterior, denunciou que seu país já estava nas mãos de Fidel Castro desde 1992. Lula fez campanha para Chavez e Maduro, responsáveis pela morte de dezenas de jovens estudantes que saíram em manifestações contra a ditadura no país.

al e qual na Venezuela, o PT vai aparelhando o judiciário para obter sentenças favoráveis em embates nesse campo. Exemplo: inocentar corruptos. O mesmo ocorre no Equador, Bolívia, Argentina. Pior, muito pior, é o aceno de Dilma ao terrorismo internacional. Sua intervenção, na ONU, em favor do Estado Islâmico e o recente assassinato de Nisman, promotor que apresentaria provas de participação dos Kirchners no atentado contra uma sinagoga na argentina que matou 85 judeus.


Em resumo: o comunismo faliu na URSS, caiu o Muro da Vergonha na Alemanha Oriental comunista, a China adotou o capitalismo, Cuba está falida e reatou com os Estados Unidos como salvação do seu povo, a Coreia do Norte é a vergonha mundial do socialismo com 18 dos 23 milhões de habitantes passando fome, a Venezuela e Argentina estão no mesmo caminho de desordem e total desabastecimento e o Brasil caminha para uma ditadura.

Montevideu, 2008: o mesmo discurso mofado e ódio
contra norte-americanos
Lula diz que o povo cubano tem mais dignidade
que o brasileiro.

Olavo de Carvalho enumera os cinco crimes do Foro de São Paulo, em texto de agosto de 2013:

1) Deu abrigo e proteção política a organizações terroristas e a quadrilhas de narcotraficantes e sequestradores que nesse ínterim espalharam o vício, o sofrimento e a morte por todo o continente, fazendo mesmo do Brasil o país onde mais cresce o consumo de drogas na América Latina.

2) Ao associar entidades criminosas a partidos legais na busca de vantagens comuns, transformou estes últimos em parceiros do crime, institucionalizando a ilegalidade como rotina normal da vida política em dezenas de nações.

3) Burlou todas as constituições dos seus países-membros, convidando cada um de seus governantes a interferir despudoradamente na política interna das nações vizinhas, e provendo os meios para que o fizessem “sem que ninguém o percebesse”, como confessou o sr. Lula, e sem jamais ter de prestar satisfações por isso aos seus respectivos eleitorados.

4) Ocultou sua existência e a natureza das suas atividades durante dezesseis anos, enquanto fazia e desfazia governos e determinava desde cima o destino de nações e povos inteiros sem lhes dar a mínima satisfação ou explicação, rebaixando assim toda a política continental à condição de uma negociação secreta entre grupos interessados e transformando a democracia numa fachada enganosa.

5) Gastou dinheiro a rodo em viagens e hospedagens para muitos milhares de pessoas, durante vinte e três anos, sem jamais informar, seja ao povo brasileiro, seja aos povos das nações vizinhas, nem a fonte do financiamento nem os critérios da sua aplicação. Até hoje não se sabe quanto das despesas foi pago por organizações criminosas, quanto foi desviado dos vários governos, quanto veio de fortunas internacionais ou de outras fontes. Nunca se viu uma nota fiscal, uma ordem de serviço, uma prestação de contas, um simulacro sequer de contabilidade. A coisa tem a transparência de um muro de chumbo.

sábado, 21 de março de 2015

Salário dos professores brasileiros: Pátria Educadora, onde?


Revista Veja

Dados da OCDE (Organização para a Cooperação Desenvolvimento Econômico) mostram que os salários dos professores brasileiros são extremamente baixos quando comparados a países desenvolvidos. Divulgados nesta terça-feira (9), os valores fazem parte do estudo Education at a Glance 2014, que mapeia dados sobre a educação nos 34 países membros da organização e 10 parceiros, incluindo o Brasil.

De acordo com o estudo, um professor em início de carreira que dá aula para o ensino fundamental em instituições públicas recebe, em média, 10.375 dólares por ano no Brasil. Em Luxemburgo, o país com o maior salário para docentes, ele recebe 66.085 dólares. Entre os países membros da OCDE, a média salarial do professor é de 29.411 dólares. Quase três vezes mais que o salário brasileiro.

Até mesmo em países da América Latina como Chile e México, os professores recebem um salário consideravelmente maior que o brasileiro, 17.770 e 15.556 dólares respectivamente. Entre os países mapeados pela pesquisa, o Brasil só fica à frente da Indonésia, onde os professores recebem cerca de 1.560 dólares por ano. Os valores são de 2012, com dólares ajustados pela paridade do poder de compra (PPC).

Privatizar ou não privatizar?

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Muitos se dizem contra as privatizações. Mas não explicam exatamente porque ou, vociferam em defesa do patrimônio público. Desconhecem a história, os fatos, mas querem manter um discurso nacionalista, politicamente correto.
Privatização é o processo de venda de uma empresa do governo (federal, estadual ou municipal) para o setor privado. Isto é feito através de leilões públicos. Em alguns casos o governo continua dono, mas como sócio minoritário.

O termo privatização surgiu na década de 1930, no jornal The Economist, na Inglaterra. Igual a privatizar é desestatizar, isto é, deixa de pertencer ao patrimônio do Estado. 

A maioria dos países de primeiro mundo privatizou suas empresas públicas, antes dirigidas por políticos, de forma ineficiente. Nas mãos dos empresários, mas com exigências em contrato para prestação serviços de qualidade e baixo custo, os resultados foram exuberantes. Os investimentos que os governos fariam nas empresas estatais passaram a ser aplicados em outras áreas. 

No Brasil, o setor de telefonia é um bom exemplo de privatização. Antes, os telefones eram monopólio do Estado. Os serviços eram ruins, sem tecnologia, custos altíssimos e não atendiam a demanda. Muita gente queria telefone mas as empresas públicas não conseguiam expandir. Resultado: uma linha de telefone fixo chegava a custar entre R$ 3 a R$ 20 mil reais, conforme a cidade e a área. Telefone celular era limitado e custava muito. Ter telefone, antes da privatização, era sinal de riqueza tamanha a dificuldade para conseguir um.

Quando a área foi privatizada, no final da década de 90, isto é, saiu das mãos do governo e passou para empresas privadas, as ofertas de linhas e telefones explodiram caindo os preços de forma razoável, melhorando a tecnologia e com grandes investimentos passou a gerar mais empregos.

Só para se comparar: vinte anos atrás o Brasil tinha uma média de 8,4 telefones para cada 100 habitantes. Os Estados Unidos, na mesma época, 66 por 100 pessoas. Atualmente o Brasil tem mais celulares que seu número de habitantes. Se dependêssemos do investimento estatal, ainda estaríamos na idade medieval da telefonia. Por ideologia, os governantes de esquerda querem as empresas nas mãos do Estado. Assim foi na extinta URSS, Alemanha Oriental, Cuba. O resultado todos conhecemos: faliram.

Considere que todos os setores, nas mãos do governo brasileiro, não funcionam: saúde, rodovias, portos, segurança, educação e as estatais, ineficientes como a Petrobras, tem servido de cabide de emprego e fonte de corrupção. Portanto, não há interesse que essa "mina de recursos" saia das mãos políticas. Nos Estados Unidos não há uma única petroleira que pertença ao governo e lá não se argumenta que o setor seja mantido estatal por ser estratégico.

Privatizar ou não privatizar?

Os países mais desenvolvidos do mundo privatizaram. Os mais atrasados, como Nigéria, Venezuela, Rússia e Brasil, não. 

quarta-feira, 18 de março de 2015

Solidariedade e fé

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Faz muito tempo, em certa noite de muito frio, viajava com minha família quando meu carro, na época um Galaxie, simplesmente parou de funcionar. Depois de algumas tentativas, desisti do conserto. Pegar uma carona até o posto mais próximo - na época não havia celular - seria a melhor maneira de começar a resolver o problema.

O mais improvável era que alguém parasse ao meu sinal, naquela estrada deserta.

Minha mulher insistiu que pedisse carona. Que, pelo menos eu tentasse. Cético, apontei com as minhas mãos o gesto de carona para o primeiro par de faróis que passou. Não acreditei quando vi ascenderem as luzes do breque do carro que passou e parou uns 50 metros adiante. Deu marcha a ré e desceram do Maverick, dois jovens. No carro ficou uma mulher.

Serei assaltado? - perguntei-me um pouco preocupado. No banco traseiro do Galaxie estavam meus três filhos, dormindo.

- O que houve, amigo? - perguntou um deles. O tom era de cordialidade.
- O carro parou de repente depois de engasgar. E cheira gasolina - expliquei, abrindo o capô. Não demorou muito para ouvir o diagnóstico: diafragma furado da bomba de gasolina.

- João, pega a maleta - pediu um ao outro. João voltou do Maverick com uma maleta gigante. Quando abriu, assustei me com tantos compartimentos e ferramentas dentro dela.

- Amigo, nós temos uma oficina em Americana. Temos bons mecânicos e o João é o melhor deles. Para trocar essa bomba é preciso uma chave especial. E nós temos aqui. - explicou o que parecia ser o dono. - O único problema é que precisaremos do diafragma.

Na época havia racionamento e os postos de gasolina não abasteciam a noite. Mesmo assim eles foram até a cidade mais próxima e trouxeram a peça que foi trocada ao som de um violão que o João tocava muito bem.

- Você é o Edson Joel? - perguntou a moça que descera do Maverick, esposa de um deles, me reconhecendo de um programa de televisão que eu participava. Só faltou um churrasco na madrugada diante de tanto assunto pra se comentar. O carro estava consertado. Insisti mas nada quiseram cobrar pelo serviço.

Reabasteci o Maverick com a gasolina do Galaxie (um verdadeiro posto de gasolina, certo?) e continuei minha viagem com minha esposa e três filhos pequenos, agradecido àqueles jovens tão solidários.

- Ainda bem que você insistiu tanto para eu pedir carona - disse à esposa. - Afinal, de noite, estrada deserta e com esse frio, quem pararia pra ajudar alguém?

- Eu tinha orado - respondeu ela com a calma de quem tem muita fé.