quarta-feira, 5 de outubro de 2016
O tamanho do pênis é documento?
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
O estudo, denominado "Eu sou normal?", foi conduzido pelo psiquiatra Dr. David Veale, do King's College London, e serve para aconselhar homens que tem dúvidas sobre o tamanho do seu órgão. Não há registro de alguma pesquisa científica sobre o tamanho dos órgãos masculinos dos brasileiros. Um tamanho acima de 16 cm pode causar desconforto e até dor na penetração considerando que a vagina, em estado de relaxamento, tem de 7cm a 10cm de profundidade podendo chegar a 16 cm quando excitada. Os homens que participaram da pesquisa são, na sua maioria, caucasianos e do oriente médio, mas o estudo abrangeu todas as etnias. Não há evidências ligadas à etnias sobre variação do tamanho dos pênis como, igualmente, não se observaram evidências que ligassem o tamanho dos pés e das mãos e dos pênis.
Entre os primatas, o homem tem o maior pênis. O gorila, que pode chegar a dois metros de altura e um peso fenomenal, tem pênis de 3 a 4 centímetros de comprimento. O maior pênis no mundo animal é o da baleia que pode atingir 3 metros de comprimento e 30 cm de diâmetro. Os elefantes tem, em média, pênis com um metro de comprimento e 20 cm de diâmetro. Os jumentos, em torno de meio metro.
Tamanho é documento?
Outro estudo, desta vez realizado na Universidade Nacional da Austrália, indica que homens com pênis maiores podem ser mais atrativos para as mulheres. Intitulado Penis size interacts with body shape and height to influence male attractiveness, a pesquisa colheu dados de amostragem entre 105 mulheres que avaliaram cerca de 340 imagens de corpos masculinos. Elas consideraram importantes num homem atrativo, primeiro, a proporção ombro e cintura (maioria) e depois, empatados, altura e tamanho do pênis (em estado flácido).
Outros estudos indicam que um pênis menor tem mais facilidade de ereção que um pênis muito grande. Os chamados pênis mais curtos podem aumentar em 86% quando em estado de ereção, do seu tamanho em estado flácido. Os pênis mais longos, menos de 45%.
Qualidades de um pênis
Durante um estudo da Universidade de Zurique, na Suíça, 105 mulheres, de 16 a 45 anos de idade, foram instadas a classificar, por ordem de importância, sobre alguns atributos da genitália masculina. Elas deveriam olhar fotos e analisar aspectos como o comprimento do pênis, a circunferência, a posição e forma do meato (abertura), a forma da glande (cabeça), a aparência do escroto, a aparência da pele, dos pelos pubianos e estética geral.
Os resultados, publicados no Journal of Sexual Medicine, mostraram que elas não se importaram com a posição ou com a forma do meato ou com o comprimento do pênis, a terceira qualidade menos importante.
As mulheres classificaram como mais importante a aparência estética geral, mais atrativo. Depois, em segundo, os pelos púbicos. Em terceiro, a circunferência, seguido da pele e a forma da glande.
PS: Homens brasileiros consultados sobre os resultados acima fizeram questão de ressalvar que este estudo é inglês, que os tamanhos são médios e que não existem referências sobre a população masculina abaixo do equador. E que milímetros são importantíssimos, como nunca, numa medição desta natureza.
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
O homem que matou o PT
O grande derrotado nas urnas em 2016 foi Lula, o populista a quem se creditou a liderança das esquerdas mas que se mostra, apenas, um indigente intelectual útil para as causas mofadas da "luta do proletariado". O desesperado Luiz Inácio tentou, em vão, hastear bandeiras das "diretas já, golpismo e perseguido político" unicamente para tentar se salvar da iminente prisão e condenação por corrupção, lavagem de dinheiro e, provavelmente, formação de quadrilha, como se desenha a investigação da Polícia Federal. Por último Lula espalha que Moro está à serviço dos Estados Unidos, a mesma tática usada por Fidel Castro contra os "imperialistas" norte americanos.
Por incrível que pareça, existem os que creem que o FBI está por trás de uma campanha montada pelos gringos, por conta do petróleo do pré- sal anunciada em 2005 como grande descoberta. Na verdade a British Petroleum já sabia, desde 1978 ,mas sua exploração foi considerada economicamente inviável. O primeiro mundo, faz décadas, pesquisa, busca e encontra novas fontes de energia, desprezando o petróleo. A Venezuela, que apostou nos seus poços, afundou.
No Estado de São Paulo, dos 645 municípios, o Partido dos Trabalhadores elegeu apenas oito prefeitos contra 72 nas eleições anteriores, um tombo de 88%. Entre as 14 cidades que realizarão segundo turno somente Santo André e Mauá terão concorrentes petistas.
Em São Bernardo o próprio filho de Lula sequer conseguiu se eleger vereador. Marcos Cláudio Lula da Silva obteve apenas 1.504 votos e colocou-se em 58º lugar ao contrário do primeiro colocado, Pery Cartola, que recebeu 7.540 votos. Pery é do PSDB. Dona Marisa Letícia se empenhou na campanha, pelo filho, mas não foi cabo eleitoral suficiente para garantir a eleição. No berço do PT e casa de Lula, o candidato Tarcisio Secoli ficou em terceiro na disputado pela prefeitura e caiu fora. PSDB e PPS disputarão o segundo turno.
Metade dos prefeitos petistas eleitos em 2012, no estado paulista, abandonaram o partido com o impeachment de Dilma e o avanço nas investigações que colocam Lula no olho do furação da corrupção. Em São Paulo o PT foi varrido pela vitória estrondosa de João Dória, do PSDB, já no primeiro turno, evidente condenação do eleitorado à política do petista/poste Fernando Haddad. Em Santos, Carina Vitral, candidata do PC do B, em coligação com o PT, levou uma surra do seu oponente Paulo Alexandre Barbosa, do PSDB, reeleito com mais de 172 mil votos. Carina, de 28 anos, conseguiu apenas 14.650 votos. Ela é presidente da UNE, União Nacional dos Estudantes e promoveu intensa campanha contra o impeachment de Dilma Rousseff. Foi reprovada pelo eleitor mesmo com a presença de Lula em seu palanque.
Nacionalmente, o fiasco foi fragoroso. Em Porto Alegre, o petista Raul Pont sequer passou para o segundo turno com seus 16,37% de votos, em terceiro lugar. Dilma gravou participação nos programas eleitorais em favor do candidato. Luiziane Lins, ex-prefeita de Fortaleza, mesmo com suporte de Lula e muita gana do PT, ficou em terceito (15,06%). Em Porto Velho o petista Roberto Sobrinho teve registro cassado pela Justiça Eleitoral como ficha suja. Em Recife o ex-prefeito do PT, João Paulo, chegou ao segundo turno com 23,7% dos votos contra 49,34% de Geraldo Júlio, do PSB. Em Salvador, ACM Neto, do CDEM, obteve 73,99% dos votos válidos e caminha para a recuperação do governo do estado em dois anos.
Lula é o grande derrotado. O maior de todos. O deus petista é uma sombra amarga, em agonia política e moral, vítima de uma doença incurável: a falta de caráter. Lula é o homem que matou o PT.
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
A mentira da reforma do Ensino Médio
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
Em 2015, os alunos brasileiros do Ensino Médio, avaliados pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), ficaram em 60º lugar, entre 76 países pesquisados. Esse vexame se repete há 25 anos.
Nesta rabeira também estão Argentina (62º), Colômbia (67º) e Peru (71º). A avaliação analisa os conhecimentos de leitura, matemática e ciências entre alunos na faixa de 15 anos, a cada 3 anos. Em leitura procura-se saber qual é a compreensão, uso e reflexão sobre textos escritos e, em matemática, sua utilização prática no cotidiano como expressão de ideias bem fundamentadas. As provas brasileiras são aplicadas pelo próprio MEC.
Países líderes no ensino médio também foram líderes no fundamental
Enquanto o Brasil e seus parceiros latino americanos amargam os últimos lugares, do lado aposto, ocupando as primeiras colocações, estão Cingapura, Hong Kong e Coreia do Sul.
Por que os estudantes asiáticos lideram esta competição, com uma folga imensa, enquanto o Brasil patina, há 25 anos, produzindo gerações de despreparados?
Estatisticamente pode se afirmar que os alunos que lideram o campeonato mundial da educação do Ensino Médio também se saíram muito bem no Ensino Fundamental de seus países. As crianças coreanas, chinesas, cingapurianas e japonesas são alfabetizadas no primeiro ano do ensino básico, por método fônico e sem invencionices pedagógicas comuns no ocidente. São alunos mais disciplinados e respeitam seus professores. Aprendem ler e escrever com mais facilidade e avançam para o segundo ano com boa velocidade de leitura e compreensão, criam hábito de leitura e conquistam seu conhecimento ao longo da sua caminhada escolar. Quando chegam ao Ensino Médio, os resultados aparecem.
Método usado no Brasil ensina o lado errado do cérebro
Entretanto, o Brasil, Argentina e México ainda utilizam um método de alfabetização lastreado nas teorias de séculos passados - método global - associados com invencionices pedagógicas de Jean Piaget... que não alfabetizam. A afirmação vem dos maiores neurocientistas internacionais, como Stanistas Dehaene, francês que estuda o impacto do aprendizado na mente da criança há mais de vinte e cinco anos.
"O método global ensina o lado errado do cérebro" - afrma Dehaene. Dezenas de estudos, testes e experiências produzidas por sua equipe mostraram que entre dois grupos uniformes, alunos alfabetizados por métodos construtivistas tiveram enormes dificuldades e atrasos, ao contrário do outro grupo instruído por método fônico.
José Moraes: o método de alfabetização utilizado no Brasil, não alfabetiza.
Outro especialista em alfabetização, o português José Morais, emérito da Universidade de Bruxelas e doutor em desenvolvimento da cognição e psicolinguística, defende o envolvimento da neurociência na alfabetização para reformar os pensamentos pedagógicos. É ele que afirma que o método brasileiro... não alfabetiza. Pior, o prejuízo é irreversível. Uma prova disso é o fracasso do nosso ensino médio que agora querem reformar. Ele ensina que "a psicologia cognitiva nos mostra, entre muitas outras descobertas, que a leitura de textos não é uma elaboração contínua de hipóteses sobre as palavras do texto, mas sim, um processo automático, não intencional e muito complexo de processamento das letras e das unidades da estrutura fono-ortográfica de cada palavra, que conduz ao seu reconhecimento ou à sua identificação".
Todas as avaliações produzidas no país apontam para resultados catastróficos: nossas crianças chegam aos anos finais do fundamental, analfabetas. Diante desse quadro dramático, o MEC lançou programas como Ler e Escrever e EMAI - Ensino de Matemática nos Anos Iniciais - buscando reverter o caos. Sem sucesso. Afinal, como incentivar o hábito de leitura... entre analfabetos? Como melhorar o conhecimento matemático se os alunos não conseguem compreender um simples enunciado? E que resultado se obterá com a mentirosa reforma do Ensino Médio Brasileiro se esses jovens continuam analfabetos?
Escolas de período integral: resultados irrelevantes
A concentração de esforços e tempo em português e matemática, nesta nova arquitetura da educação, é energia perdida. E os resultados de escolas em período integral (até 9 horas e meia, dependendo dos projetos pedagógicos) tem demonstrado que o ganho é ínfimo. A "grande reforma", em resumo, obrigará o ensino de Português, Matemática e Inglês nos três anos do Ensino Médio (Base Nacional Comum) e as demais passam a ser optativas da metade para o fim, dependendo da área que o aluno decidir seguir, entre linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino técnico.
O processo copia parte do modelo pedagógico finlandês "phenomenon learning" que concede total liberdade aos alunos decidirem o que querem aprender. O professor, nesse método, não tem mais controle do processo de aprendizagem, entregue "democraticamente" nas mãos dos jovens. Mas os resultados não foram bons.
Finlândia: invenção pedagógica derrubou educação no país
A Finlândia, que no ano 2000 conquistou o primeiro lugar no PISA, simplesmente despencou para 12ª em matemática, deixando de ser modelo em educação. Com o "Novo Ensino Médio" brasileiro a evasão escolar vai persistir e os números do PISA desmentirão a grande reforma que se pretende. O problema não está no Ensino Médio, mas no primeiro ano do fundamental. Enquanto persistirem as crendices de Piaget, nenhuma reforma funcionará.
O tamanho da podridão
Editorial O Estado de São Paulo
23 Setembro 2016 | 03h07
A prisão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, ainda que apenas por algumas horas, significa que o escândalo da Petrobrás alcançará mais gente e gente muito mais graúda do que os notórios operadores do PT que hoje amargam a prisão. Já se sabia que o propinoduto que ligou a máquina do Estado aos cofres do PT era o pilar de um método de governo, sendo o ex-presidente Lula o “chefe supremo” do esquema de corrupção, como autoridades já denunciaram. Mas as suspeitas que recaem sobre Mantega, se comprovadas, mostrariam a extensão do contágio por grande parte do primeiro escalão da administração, passando o próprio governo a ser visto como uma organização criminosa.
Mais longevo ministro da Fazenda da história brasileira, Mantega tornou-se, ao lado da presidente cassada Dilma Rousseff, o grande símbolo do jeito petista de governar. Enquanto Dilma, em seu dialeto peculiar, agredia a realidade de sua desastrosa administração com frases desconexas, Mantega, sempre com ar professoral, tratava de insultar a inteligência alheia com dados sem sustentação e retórica vazia para comprovar o acerto da famigerada “nova matriz econômica” – aquela que quase quebrou o Brasil. O ministro da Fazenda era a face mais conhecida da impostura do PT na condução da economia, um obediente executor das fantasias nacional-desenvolvimentistas de Dilma. Nada, porém, indicava que ele tivesse feito uso de seu cargo e de seu poder para fazer algo além de destruir as finanças do País.
Tudo isso mudou ontem. O juiz Sergio Moro aceitou pedido do Ministério Público Federal para que Mantega fosse preso, sob acusação de que o petista, em novembro de 2012, quando era ministro, solicitou ao empresário Eike Batista recursos para o pagamento de dívidas de campanha do PT. A informação foi prestada pelo próprio Eike em depoimento ao Ministério Público em maio passado.
Em 2012, o Grupo OSX, de Eike, integrava um consórcio que havia obtido um contrato de US$ 922 milhões com a Petrobrás para a construção de plataformas. Suspeita-se de que Mantega tenha pedido a propina como compensação por esse contrato. Sem experiência na área, o consórcio contemplado não conseguiu entregar as plataformas.
Em seu depoimento, Eike disse que Mantega solicitou R$ 5 milhões para o PT. O dinheiro, depositado no exterior, foi entregue por meio de falsa prestação de serviços pela empresa de João Santana, o marqueteiro do PT. Para Eike, não estava claro que se tratava de uma contrapartida por seu contrato com a Petrobrás, mas não é preciso grande perspicácia para desconfiar dos reais motivos de Mantega – afinal, como disse Eike, “o ministro da Fazenda me pediu, o que é que você faz?”. Além de ministro da Fazenda, Mantega era presidente do Conselho de Administração da Petrobrás.
Eike e Mantega, segundo o depoimento do empresário, trataram a propina como “doação eleitoral”. Em seu despacho, Moro lembra que não cabe a um ministro de Estado “solicitar doações eleitorais ao partido do governo, ainda mais doações sub-reptícias”, feitas “através de contas secretas mantidas no exterior e com simulação de contratos de prestação de serviço, meio bem mais sofisticado do que o usual mesmo para uma doação eleitoral não contabilizada”.
Para Moro, está clara a “similaridade com o modus operandi verificado no esquema criminoso da Petrobrás”. Eis o que realmente importa a essa altura. São muitas as evidências de que o grande sistema de corrupção implantado pelos petistas pode ter tido entre seus operadores o mais importante ministro de Estado tanto de Lula como de Dilma. Terá sobrado um canto que seja de seus governos que não tenha sido conspurcado?
É claro que os petistas, sem ter como defender o ex-ministro, apelam à já tradicional vitimização, pois Mantega foi detido quando estava num hospital acompanhando a mulher, que se tratava. Ao decidir revogar a prisão – pedida porque, segundo os procuradores, havia risco de destruição de provas –, Moro disse que ele, os policiais e o Ministério Público desconheciam a situação familiar do ex-ministro. Mas Lula, sempre ele, já andou dizendo que a prisão de Mantega prova que “qualquer tese de humanitarismo foi jogada no lixo”. Sobre a grave acusação que pesa sobre o ex-ministro, nem um pio.
Mec diz que não haverá cortes de disciplinas
Por Edson Joel
Por conta das mudanças propostas para o Ensino Médio, o Ministério da Educação correu para esclarecer que não haverá corte de nenhuma disciplina e que a carga horário permanecerá com 2.400 horas (1.200 para atender a Base Nacional Curricular Comum e 1.200 para o currículo flexível). Base Nacional Comum será obrigatória para todos: artes, educação física, português, matemática, física, química.
O Novo Ensino Médio oferta a alternativa de formação em competências profissionais específicas como forma de capacitar o aluno para o trabalho.
"O requisito básico mais importante, além da parte comum da Base Nacional Curricular, é a exigência de um componente prático, na forma de atividades supervisionadas realizadas no setor produtivo ou em ambientes de simulação" concluí a nota da Assessoria de comunicação social.
Na prática, somente português e matemática terão ênfase, considerando-se que nossos alunos vem atingindo péssimos resultados em qualquer avaliação que se promova.
O Novo Ensino Médio oferta a alternativa de formação em competências profissionais específicas como forma de capacitar o aluno para o trabalho.
"O requisito básico mais importante, além da parte comum da Base Nacional Curricular, é a exigência de um componente prático, na forma de atividades supervisionadas realizadas no setor produtivo ou em ambientes de simulação" concluí a nota da Assessoria de comunicação social.
Na prática, somente português e matemática terão ênfase, considerando-se que nossos alunos vem atingindo péssimos resultados em qualquer avaliação que se promova.
Rossiele Soares, Secretário de Educação Básica
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Aconteceu o que Lula mais temia
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
A partir de hoje Luis Inácio da Silva, vulgo Lula, tornou-se réu na Lava Jato, operação conduzida pelo juiz federal Sergio Moro que aceitou hoje denúncia contra o petista, promovida pelo Ministério Público. Lula é acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O MP sustenta que a empreiteira OAS pagou vantagens, tanto a ele como à sua esposa Marisa Letícia, em troca de contratos com a Petrobras conquistados de forma irregular. Também são réus Paulo Okamotto, Léo Pinheiro além de Agenor Franklin Magalhães, Roberto Moreira Ferreira, Fábio Hori Yonamine e Paulo Roberto Valente Gordilho, da OAS.
Desde julho ele já responde processo na Justiça Federal de Brasília por obstrução da justiça relacionado a Operação Lava Jato.
O ex-presidente chorou, em recente encontro de petistas, e lançou um desafio para que provem um único crime que tenha cometido. Deltan Dallaganol, procurador do MP afirmou na sua manifestação de denúncia que Lula é o comandante máximo do esquema de corrupção. O objetivo da quadrilha era a perpetuação no poder. Na denúncia, a promotoria aponta que Lula é responsável direto pelo desvio de pelo menos R$ 87 milhões e meio. Quase 4 milhões em dinheiro pago a Lula além de obras realizadas na reforma de um apartamento triplex e armazenamento de bens pessoais pagos pela empreiteira estão no foco das denúncias.
Os advogados de defesa falam em "truque de ilusionismo" sobre a denúncia da promotoria mas não discutem as acusações. A única arma do ex-presidente é "denunciar" para a imprensa internacional que está sendo "perseguido pelas elites".
Abaixo, na íntegra, a decisão do Juiz Sérgio Moro.
Leia a íntegra da decisão: Poder JudiciárioJUSTIÇA FEDERALSeção Judiciária do Paraná, 13ª Vara Federal de Curitiba.
Av. Anita Garibaldi, 888, 2º andar – Bairro: Ahu – CEP: 80540-400 – Fone: (41)3210-1681 – www.jfpr.jus.br – Email: prctb13dir@jfpr.jus.br
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
RÉU: ROBERTO MOREIRA FERREIRA
RÉU: PAULO TARCISO OKAMOTTO
RÉU: PAULO ROBERTO VALENTE GORDILHO
RÉU: MARISA LETICIA LULA DA SILVA
RÉU: JOSE ADELMARIO PINHEIRO FILHO
RÉU: FABIO HORI YONAMINE
RÉU: AGENOR FRANKLIN MAGALHAES MEDEIROS
RÉU: LUIZ INACIO LULA DA SILVA
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
Afinal, o que são métodos fônicos?
Por Instituto Alfa e Beto
Método fônico é qualquer método que ajude o aluno a fazer relações entre fonemas e grafemas. Há diversas maneiras e formas de aplicar métodos fônicos, e nem todas são igualmente eficazes. O nome fônico deriva da palavra inglesa phonics (e por isso não deve ser chamado de fonético, que não se aplica nesse contexto).
Existem evidências científicas consideradas vistas com consenso entre acadêmicos sobre os seguintes aspectos dos métodos fônicos:
- De modo geral, apresentam resultados superiores aos de outros métodos. O uso de textos escolhidos por outros critérios (como o tema, a motivação dos alunos, o gênero etc.) mostra-se ineficiente na medida em que os alunos dividem sua atenção, memória e esforço cognitivo entre objetivos diferentes;
- Geralmente, beneficiam todos os tidos de alunos, mas são particularmente mais eficazes com alunos com dificuldades de aprendizagem de leitura e escrita;
- São mais eficazes quando ensinados de forma sistemática, e não de forma casual; também são mais eficazes quando utilizam técnicas de síntese de fonemas.
O uso de métodos fônicos não ocorre de forma abstrata; ele se dá mediante a utilização de materiais didáticos diversos – uso de letras, alfabetos, textos desenvolvidos ou escolhidos por critérios semânticos e morfossintáticos. Esses materiais se encontram na forma de orientação, fichas e listas de palavras, ou sistematizadas em manuais de alfabetização (conhecidos no Brasil como cartilhas).
Os métodos fônicos são usados em praticamente todos os países de língua alfabética da Europa e em todos os países de língua inglesa ao redor do mundo. Na Inglaterra, o uso de métodos fônicos não apenas é obrigatório como há uma estrutura e sequência no tratamento dos fonemas.
Nos Estados Unidos, ele não é obrigatório, mas encontra-se incorporado ao programa de ensino da maioria dos estados, e é recomendado pela Academia Nacional de Ciências e especialistas das principais universidades do país. Na França, os professores podem escolher o método que vão seguir para ensinar, mas não podem escolher métodos comprovadamente ineficazes, como o método global. Eles também precisam julgar suas escolhas de método de ensino com argumentos convincentes e, na prática, 90% utilizam materiais baseados nos métodos fônicos.
Como se pode notar, em países onde a capacidade de ler e compreender textos se evidenciou ao longo dos anos como fator de desenvolvimento econômico e social, os estudos sobre alfabetização e a atualização dos currículos escolares levaram a uma revisão profunda das questões relacionadas como a alfabetização, incluindo os métodos de alfabetização. E cada vez mais os métodos fônicos mostram sua eficácia na alfabetização e ganham destaque com o respaldo da ciência.
No Brasil, o método fônico tem sido considerado por muitos como atrasado e incompatível com o estado atual de conhecimento sobre alfabetização. Também há uma predisposição contrária ao uso de determinados textos didáticos para o ensino da decodificação. Contudo, diante das evidências é cada vez mais necessário aproveitar o debate sobre o currículo nacional para levantar questões relacionadas a alfabetização. Estaria o Brasil no caminho, e o resto do mundo na contramão?
Por que Joãozinho não sabe ler?
25 anos de experiências desastrosas na educação brasileira: gerações perdidas
Por João Batista Araújo e Oliveira
15 de julho de 2010
O título deste artigo reproduz o de um livro publicado em 1953 e que provocou intenso debate sobre métodos de alfabetização. A polêmica durou até o final do século, quando o assunto foi definitivamente resolvido. No resto do mundo, não no Brasil. Uma análise das 19 cartilhas de alfabetização aprovadas pelo Ministério da Educação (MEC) em 2009, e que estão em uso na maioria das escolas públicas, revela a razão. Neste artigo, comentamos apenas alguns aspectos dessa análise.
Comecemos pela bibliografia citada pelos autores. Bibliografia reflete as orientações usadas. Dentre as 265 referências bibliográficas citadas nas 19 cartilhas, apenas cinco se referem a estudos especificamente voltados para os aspectos centrais da alfabetização, isto é, o funcionamento do código alfabético. Nas cinco, dois autores são os mais citados. Trata-se dos mesmos que o MEC vem mencionando desde que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) entronizaram as ideias ultrapassadas e equivocadas que continuam desorientando os professores em todo o País. Cabe notar que, nessas 265 citações, não há referência alguma a nenhum dos artigos mais citados nos índices de publicações científicas internacionais sobre alfabetização ou nos documentos oficiais dos demais países que utilizam o código alfabético.
Em matéria de pedagogia, não é só o MEC que está na contramão dos progressos da ciência: alguns governos estaduais e municipais, que continuam produzindo suas próprias cartilhas, o fazem com base nos mesmos pressupostos equivocados.
Outro aspecto da análise se refere ao descumprimento sistemático dos termos de referência do edital do Programa Nacional do Livro Didático. Por insistência pessoal do ministro Fernando Haddad, que enfrentou ruidosas resistências internas e externas, o edital introduziu dois requisitos: a apresentação adequada dos fonemas e grafemas – base de qualquer processo de alfabetização – e atividades próprias para desenvolver fluência de leitura. Esses dois requisitos não foram observados de forma minimamente adequada em nenhuma das cartilhas aprovadas. O prejuízo pedagógico é óbvio. Cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) decidir se isso constitui delito de improbidade administrativa por parte de quem deu e de quem aceitou os pareceres sobre essas cartilhas.
Cartilhas elaboradas com base em pressupostos equivocados não ajudam as crianças a aprender a ler e escrever. Mas qual é, de fato, o objetivo das cartilhas aprovadas? De acordo com seus autores, o importante é promover o letramento, os usos sociais da língua, a intertextualidade, as múltiplas linguagens, a produção textual e outros pomposos desideratos. O domínio do código alfabético que se dane! Ou que se danem os alunos, como atestam os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e as pesquisas sobre a capacidade de leitura dos brasileiros.
Na prática, o que acontece com as cartilhas é o mesmo que ocorre com os livros didáticos, especialmente os de Língua Portuguesa – um samba do crioulo doido. Nas primeiras páginas das cartilhas, por exemplo, o aluno é convidado a escolher quais palavras do texto (que ele não sabe ler) indicam frutas. Ou é convidado a “escrever do seu jeito” o nome das ilustrações. Ou a combinar sílabas, cuja leitura não lhe foi ensinada, para formar palavras. Ou a identificar, “usando pistas contextuais”, qual de três frases completa um texto. Ou seja, tudo se passa como se a criança fosse um novo Champolion desafiado a decifrar a Pedra de Roseta. Ou a “formular hipóteses” sobre o valor fonológico dos grafemas. Se as pessoas fossem capazes de formular hipóteses pela mera exposição aos textos, como explicar a existência de analfabetos adultos numa sociedade urbana e letrada?
Nos países desenvolvidos, a questão dos métodos de alfabetização deixou de ser alvo de debates há pelo menos duas décadas, graças aos avanços das neurociências e às contundentes evidências a respeito da superioridade dos métodos fônicos. Os últimos redutos de resistência nos Estados Unidos acabam de ruir com a edição das novas orientações curriculares, nas últimas semanas.
Eis o que diz um dos mais importantes neurocientistas da atualidade, Stanislas Dehaene, na sua obra Os Neurônios da Leitura: “A conversão grafema-fonema é uma invenção única na história da escrita, que transforma radicalmente o cérebro da criança e sua maneira de ouvir os sons da língua. Ela não se manifesta espontaneamente, portanto, é preciso ensinar.” Quanto à forma de ensinar, a ciência experimental demonstra que para alfabetizar bem é necessário apresentar os fonemas e grafemas de forma sequencial, intencional e sistemática. Essa é a função das cartilhas. O tema foi inclusive objeto de relatório e recomendações recentes da Academia Brasileira de Ciências, mas continua ignorado pelo establishment educacional.
Ignorar os avanços da neurociência e as evidências experimentais acumuladas sobre métodos de alfabetização não significa apenas defender uma posição ideológica a respeito da alfabetização: significa rejeitar a ideia de que a ciência pode contribuir para melhorar o ensino. Ou seja, pedagogia, como bruxaria, dispensa a ciência. Valem apenas as crenças e o poder de pressão das corporações. E é isso que fazem as universidades, no Brasil, e as autoridades responsáveis pela educação na maioria de nossas redes de ensino.
Não sabemos o que o TCU e o MEC farão para correr atrás do prejuízo. Mas sabemos quais são os resultados dessa política: no 5.º ano do ensino fundamental, metade das crianças não consegue entender o que lê. E agora sabemos por que Joãozinho não aprende a ler, no Brasil.
João Batista Araújo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa e Beto
Nota do instituto Alfa e Beto:
Este artigo foi publicado originalmente no jornal O Estado de S. Paulo em 15 de julho de 2010
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